segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O que significa CHAMADO e VOCAÇÃO?


Ao estudarmos as cartas pastorais, observamos que o ministério da casa de Deus precisa de homens que sejam chamados, talentosos e cheios do Espírito Santo. Além disso, aprendemos com a leitura da carta que Paulo escreve a Tito, que todo líder, cuja característica principal é a fidelidade, deve pautar-se por uma vida ética e equilibrada. Aquele que deseja e tem vocação ministerial precisa compreender que há várias exigências para o ingresso e permanência no ministério. As principais condições são: fidelidade à família, fidelidade à Igreja e fidelidade à sua vocação.

Na sua primeira carta para a igreja de Corinto, Paulo discorre sobre a necessidade de cada membro do Corpo de Cristo honrar seus deveres uns para com os outros e para com o próprio Deus; e conclui: Cada um fique na vocação em que foi chamado (I Coríntios 7:20). A palavra vocação vem do grego Klésis e de suas variantes Klétos, Káleo e Klésin, e significa chamado, convite ou convocação. É um termo que abrange a todos nós. Há um propósito divino em nossa passagem pela Terra (Provérbios 16:4), e só seremos completamente realizados (e consequentemente felizes), quando cumprirmos esses desígnios a nós reservados. Todos somos vocacionados, e não existem exceções quanto a isto. Deus não criou seres humanos desocupados e inúteis. Ele criou gente para trabalhar, para se ocupar, para executar sua vontade pessoal, para se colocar como instrumento na concretização de seus propósitos. O homem de Deus não precisa ficar esperando um chamado extra especial. Pela sua própria origem e seu DNA missionário, a Igreja já está vocacionada, chamada, separada, eleita e designada para proclamar as Boas Novas (Marcos 16:15).

Existe, porém, uma vocação específica, que embora seja diferente para cada um, possui certa uniformidade estrutural, e é embasado nela, que cada “ministério” é desenvolvido. Tudo começa quando somos chamados por Deus e passamos a ser “incomodados” pelo Espírito a fim de nos engajarmos no ministério. Partimos então em busca do entendimento daquilo que nos “provoca” e “inquieta”, e pela graça de Deus, alcançamos o discernimento de nossa inquietação, descobrindo nossa vocação específica. Mas um ministério não e construído apenas em cima de teoria e, portanto, é necessário que iniciemos um longo processo de preparação ministerial, assumindo definitivamente nossa posição estratégica dentro da grande Obra do Senhor.

A vocação se sustenta em quatro pilares básicos: CHAMADO (que parte de Deus), DISCERNIMENTO (o vocacionado reconhece seu chamado), PREPARAÇÃO (o vocacionado parte em busca do aprimoramento) e EXERCÍCIO (o vocacionado assume para si a missão proposta). Podemos resumir todo esse processo dizendo que Deus chama; o homem busca a Deus; o homem recebe um sinal eficaz de sua vocação e assume uma posição diante de Deus.  É claro que na prática, nem sempre é tão fácil identificar corretamente nossa vocação. Não que Deus seja impreciso ao chamar, mas sim devido à complexidade da natureza humana daquele que é chamado. Existem, porém, certos fatores estimulados pela providência divina que são indicadores de uma vocação genuína, tais como uma intensa compulsão interior, o crescente amor à alma dos pecadores, a inquietante consciência da falta de obreiros, comprovada aptidão natural, a percepção gradual da natureza específica da vocação e a persistente vitória sobre os obstáculos a vocação.

Porém, alguns sinais que consideramos como respostas conclusivas sobre nossa vocação podem ser ambíguos e duvidosos, devendo ser analisados com muita cautela, como por exemplo, a tradição familiar, a influência de terceiros, a facilidade no aprendizado teológico, o insucesso na vida pessoal ou profissional, a qualificação natural, as motivações externas e a atração por status eclesiásticos e a sedução por vantagens.

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