quinta-feira, 17 de novembro de 2016

EBD - Corpo, alma e espírito: instrumentos de adoração


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 101 - Editora Betel
Louvor e Adoração - Lição 08
Comentarista: Pr. José Elias Croce












Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley












Confira nossa biblioteca de estudos na página especial da EBD

Texto Áureo
I Tessalonicenses 5:23

E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

Verdade Aplicada
O propósito principal de todo o nosso ser é adorar a Deus. 


Textos de Referência
Salmos 103:1-6

Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios.
É ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades; quem redime a tua vida da perdição e te coroa de benignidade e de misericórdia; quem enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a águia.
O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos.


Corpo, Alma e Espírito
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

O homem é um ser tridimensional dotado por corpo, alma e espírito.  O “corpo” é a parte externa, corruptível e mortal. Foi originada no pó da terra, lugar para onde deve regressar posteriormente (Eclesiastes 12:7). Perecível e finita, esta carcaça é composta basicamente por água e uma vasta gama de elementos químicos, que apesar de sua preciosidade em vida, deixa de ter qualquer valor quando passa pelo processo da morte, deteriorando-se até retornar ao nada.  Já o “espírito do homem” é sua parte eternal. Foi confiada a ele por Deus ainda no Jardim, e será requerida pelo Criador assim que deixar o corpo para traz. É nossa ligação direta com o mundo espiritual, e está sempre inquieto por Deus, já que por essência, se opõem aos desejos carnais.  Se corpo e espírito são contrapontos de uma batalha épica dentro do homem, a “alma” é o fiel da balança, decidindo quem será o grande vencedor. O livro do Gêneses nos conta que após ter formado o homem do pó da terra, Deus soprou o fôlego de vida em suas narinas (espírito), e ele se tornou “alma vivente”. É exatamente em nossa alma que estão centralizadas as emoções, os sentimentos, os desejos e o intelecto. 

A alma é o epicentro de nossa vontade, e também de nossa personalidade. Nela é forjado nosso caráter, estabelecida nossa postura e definida nossas inclinações. A alma pode ser ambígua, funcionando tanto quanto uma ancora para corpo (Lucas 12:19-20) ou uma alavanca para nosso espírito (Salmo 42:1). A alma está em constante ebulição, intempestiva e imprevisível. Uma prova desta verdade pode ser constatada nas páginas do livro dos Salmos. Em primeiro lugar, precisamos compreender que este compilado de cânticos e poemas são oriundos dos sentimentos e anseios de seus compositores. Por isso, quando iniciamos sua leitura, é como se embarcássemos em uma verdadeira “montanha russa emocional”, num sobe e desce frenético de emoções e sentimentos.  Se um verso expressa  Salmo 4:3 é radiante em felicidade, dizendo que na presença de Deus os justos se regozijam e folgam em alegria e o Salmo 116:3, expressa uma angustia profunda, já que o salmista se sente “amarrado com cordas de morte, apoderado pelas angustias do inferno, vivendo em aperto e tristeza”. Paradoxal? Nem tanto. Os Salmos são reflexos da alma humana, cheia de sombras e suscetível as intempéries da vida. Nossa verdade absoluta muda ao sabor das circunstâncias e acabamos influenciados por elementos externos e seculares. Nossa fé por vezes se mostra oscilante, o ânimo se torna dobre e mãos esforçadas insistem em fraquejar. 

Nossa alma é pega neste “cabo de guerra” entre carne e espírito, e dependendo de quem estiver exercendo maior força, mudamos os discursos e as ações. Jesus é o ponto de equilíbrio para nossa alma. Ele nos assiste nas alegrias e nos conforta nas tristezas. Os salmistas, embora estivessem vivendo situações adversas uns dos outros, tinham sempre um ponto em comum. Na caverna de Adulão, privado de todo conforto e passando necessidade, Davi traz a memória o “pastor que sustenta suas ovelhas” (Salmo 23:1). Um Asafe cujo corpo está desfalecido, testifica que o seu coração é fortalecido pelo Senhor (Salmo 73:26). Os filhos de Coré, constantemente assombrados por erros do passado, se regozijam na bondade Deus que tem sido escudo sobre eles (Salmo 84:11). Um Moisés calejado pelos anos no deserto solta a voz para exaltar ao Senhor que “cuida do pobre e do necessitado” (Salmo 40:17). Quando nossa alma se dedica a Deus, corpo e espírito se alinham no cumprimento de seus propósitos e desígnios, e o homem encontra paz.


Adorando a Deus com o nosso corpo

O sacrifício diário de nosso corpo requer uma conduta e esse procedimento atrela-se a uma mente renovada que nos informa e faz experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para as nossas vidas. O clamor apostólico de Paulo é oriundo das profundezas de Deus para o Seu povo (Romanos 12:1-2). O termo grego “parakaléo” tem o sentido de admoestar, encorajar e exortar. Era usado no grego clássico para exortação de tropas que estavam para ir à batalha. O argumento que Paulo usa para adoração é profícuo e pertinente. “A compaixão de Deus” é “oiktirmós”, misericórdia, compaixão que se origina do estado miserável de alguém que está em necessidade. No hebraico, esta palavra é “hesed”, que em português corresponde à benignidade, amor firme, graça, fidelidade, bondade, devoção. Quanto a sua forma pode ser visto tanto como substantivo (hesed), quanto como adjetivo (hãsîd), que é derivado do substantivo (hesed) e é usado para descrever o israelita fiel. A palavra compaixão é usada 240 vezes no Antigo Testamento de forma especial no livro de Salmos. O apóstolo Paulo usa esse termo por sua grande importância dentro do vocabulário teológico e ético do Antigo Testamento. Quando traduzido para o grego, recebe o nome de misericórdia, assim sendo, o uso mais comum nos fala de força, firmeza e amor. Deus é rico em misericórdia (Efésios 2:4; Lamentações 3:22).

Para os leitores de Paulo, esse “sacrifício” leva-os ao Antigo Testamento, pois todas as vezes que se fazia um sacrifício, o animal tinha que ser morto. O apóstolo demonstra verdadeira essência da adoração neotestamentária, isto é, “sacrifício vivo”. Doravante, o sacrifício é “vivo” e isto se configura na adoração através de nosso corpo como culto consciente, racional, inteligente, deixando morrer nossa natureza pecaminosa, mas permanecer vivos e não mortos. Tal atitude leva-nos ao princípio da “renuncia”, delineado por Jesus (Mateus 16:24-35; Lucas 9:23). Deus nos fez com especificidades e objetividades. Todo o nosso ser deve expressar louvor e adoração ao nosso Deus. Foi com essa compreensão que o salmista deu um brado para dentro de si dizendo: “Bendize o minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.” (Salmo 103:1). Podemos considerar que seja um clamor do Espírito de Deus para valorizarmos nossos corpos como instrumentos de adoração ao Senhor. Podemos nos espelhar no clamor de Davi, quando evoca a si mesmo para bendizer ao Senhor, isto é, um clamor para dentro de si. Que estamos atentos a esse clamor do Espírito de Deus ao nosso corpo. 

O alvo final é cultuar a Deus, adorá-Lo. Toda a força e argumento do clamor tem um único objetivo: a adoração. Essa adoração deve ser inteligente e racional, isto é, deve-se ter compreensão do que se faz. O uso de nossos corpos deve ser caracterizado pela devoção consciente, inteligente e consagrada a Deus e a Seu serviço. Dentro desse quesito, entendemos que nosso corpo foi feito para ser um instrumento de adoração a Deus. Isso envolve todas as nossas atividades, em todos os momentos de nossa vida. A conscientização desse fato nos torna casa de Deus (I Coríntios 3:16). O apóstolo Paulo usa a palavra “casa terrestre” (skênos), “tenda, nossa casa terrestre; a tenda que forma a nossa casa terrestre”, referindo-se à impermanência e à insegurança como uma ilustração da vida terrena (I Coríntios 5:1). Embora nosso corpo seja uma “casa temporária”, torna-se uma ponte para nossa casa eterna no céu e isso requer que seja uma “casa” que adore a Deus. A Bíblia diz que o nosso corpo; é uma casa (II Coríntios 5:1); um vaso (II Coríntios 4:7); um tabernáculo (II Pedro 1:13); um templo (II Coríntios 3:16); uma propriedade (II Coríntios 6:19); um membro de Cristo (I Coríntios 6:15); e um cálice de ouro (Eclesiastes 12:6). Devemos adorar a Deus com o nosso corpo porque ele é o templo do Espírito Santo. Nada poderíamos fazer se fôssemos desprovidos do corpo. Tudo o que somos e fazemos é o resultado de que Deus nos deu o privilégio de servi-Lo com nossos corpos, deixando nossas marcas por onde passarmos. Que o Senhor nos dê graça de sempre glorifica-Lo com nosso corpo. Saibamos adorar a Deus com a renúncia e constante disposição.


O Corpo – Santuário de Deus
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Em textos como Gálatas 5:17 e Romanos 7:18-19, Paulo nos adverte sobre a necessidade de mortificar a nossa carne para que o espírito seja fortalecido. Neste contexto, o termo “CARNE” não se refere ao nosso “corpo”, mas sim aos impulsos que nos levam a ações pecaminosas. Mesmo assim, é preciso entender que nosso corpo é o ponto de contato com o mundo e suas imundícias, ao mesmo tempo que também é Casa de Deus e morada de seu Santo Espírito (I Coríntios 3:16-17). Assim, é preciso cuidar deste santuário com esmero e dedicação. Uma criança nasce pura, livre de pecado e maculação. Pouco a pouco, o seu caráter começa a ser desenvolvido baseado nas influências externas as quais fica exposta. Nossos desejos são construídos através do que vemos, ouvimos e tocamos. Nosso corpo é o tato da alma e o coração de nosso espírito. E ele quem absorve os nutrientes espirituais que irrigam nosso interior, sejam eles bons ou maus. Por maior que seja nosso esforço para mantermos nosso interior puro e imaculado, basta um toque externo de impureza, lascívia ou perniciosidade, para que respingos escuros saltem de nossas vestes brancas.

Assim, é preciso se esquivar de todo ponto de contaminação, fugindo constantemente de qualquer coisa que até mesmo apenas “aparente” ser má (I Tessalonicenses 5:22) . Em seu mais famoso sermão, Jesus instruiu os discípulos a terem um cuidado especial com os seus olhos, sendo extremamente seletivos quanto “ao que se olhar”: - Os olhos são como lâmpadas para o corpo. Se seus olhos se focarem em coisas boas, todo o seu corpo (incluindo alma e espírito), serão cheios de luz. Mas se seus olhos estiverem voltados para coisas más, todo o seu corpo (incluindo alma e espírito), estará cheio de trevas (Mateus 6:22-23). Em suma, podemos dizer que um simples toque naquilo que é imundo tem o poder de contaminar nosso espírito, e basta olhar na direção da maldade, para que nossa alma se encha de escuridão. Todo cuidado é pouco.

Mas se um cuidado espiritual com as ações de nosso corpo carnal se faz necessário, o cristão não pode se esquivar de sua responsabilidade em cuidar dos aspectos físicos deste santuário espiritual. É preciso destinar um cuidado especial para a manutenção da estrutura física da Casa de Deus, através de alimentação equilibrada e atividades físicas sistêmicas. Alguns apontam o texto de I Timóteo 4:8, como sendo uma vetação doutrinaria para a prática de exercícios, porém, basta uma leitura atenciosa para compreender que Paulo está ensinando que a prática da piedade é mais proveitosa que a prática de atividades físicas, já que uma tem resultados temporais, e a outra reflete na eternidade: - Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser. Logo, não existe uma proibição bíblica para a prática de atividades físicas ou o habito sistêmico de praticar um esporte saudável. Pelo contrário. Em I Coríntios 6:19-20, a Bíblia é clara ao dizer que nós devemos cuidar bem dos nossos corpos, e Efésios 5:29 evidencia a necessidade de cuidados corporais: “Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida”. O que não podemos fazer é sucumbir a vaidade, e ao invés de usarmos nosso corpo para a glória de Deus, começarmos a prestar culto ao próprio corpo.

Uma verdade que não podemos esquecer é que nosso corpo, além de Casa de Deus, é também a ferramenta que o Espírito Santo usa em seus desígnios. Ele anda sobre a terra através de nossos pés, e toca os necessitados pelas nossas mãos, transmitindo sua mensagem pela nossa voz. Assim, é uma obrigação que mantenhamos esta ferramenta em condições plenas de uso. Por exemplo, é recomendado aos obreiros, que antes de realizar a ministração de um sermão, ele dedique um tempo satisfatório ao seu repouso. Aliás, toda tarefa eclesiástica deve sim ser intercalada com períodos de repouso, afim de conservar a produtividade da ferramenta humana no exercício da obra de Deus, prática esta, adotada inclusive pelo próprio Jesus durante seu ministério terreno (Marcos 4:38). Outro aspecto de vital importância é o cuidado com a nossa alimentação, já que comprovadamente, muitos alimentos da atualidade são gatilhos para diversas enfermidades. A preocupação de Deus com os hábitos alimentares de seus filhos é tão notória, que ao lermos o livro de Levíticos, iremos nos deparar com uma dieta rigorosa e restritiva. Hoje, através de diversos estudos e experimentos, é sabido que muitos alimentos proibidos pela lei mosaica, apresentavam diversos perigos a saúde, caso não houvesse um preparado adequado. Assim, o povo de Israel ficava vedado contra tais ameaças, além de se alimentarem de forma balanceada, numa dieta rica de fibras e vitaminas.

Deus tem uma grandiosa preocupação com nosso bem estar, e ciente que somos propensos aos desvios e exageros, tomou medidas preventivas, afim de que incluíssemos em nossa disciplina espiritual, cuidados que são benéficos ao nosso corpo carnal. Entre os mandamentos do decálogo está a exigência de um descanso semanal obrigatório (Êxodo 20:11), e excessos danosos ao bom funcionamento de nosso corpo, como glutonaria, bebedice e lascívia, foram inseridos entre as obras da carne, que devem ser banidas da vida do homem espiritual (Gálatas 5:19-21).


A adoração que flui de nossa alma

A alma é nossa identidade interior, nossa razão de ser. Todos os nossos sentimentos manifestos ou reservados estão atrelados a essa capacidade da alma que está em cada um de nós. É com essa compreensão que o salmista clama para dentro de si, despertando sua alma de uma “possível sonolência” no ato de bendizer a Deus. A sensibilidade de Davi é comovente e impressionante. O seu grito para dentro de si revela uma urgência de adoração da sua alma. Vivemos em um mundo de infindos “gritos”, onde muitos casos revelam apenas ruídos de almas doentias, inclinadas aos seus individualismos e centralismos para satisfazer o imediatismo de naturezas caídas. Ainda assim, temos o prazer de ouvir um homem influente, com autoridade legítima, dar o brado dentro de si mesmo, evocando sua interioridade a bendizer ao Senhor (Salmos 103:1). A adoração deve ser em espírito e em verdade. É necessário compreender o que se entende por espírito.  Teologicamente falando é aquilo que nos torna conscientes de nós mesmos e nos capacita a nos relacionarmos com Deus. Deus é Espírito e nós somos espíritos. Quando Paulo fala do relacionamento do Espírito de Deus com o ser humano, argumenta que Ele testifica com o nosso espírito de que somos filhos de Deus (Romanos 8:16).

Bendizer com gratidão. É reconhecimento. É agradecer a Deus por tudo e reconhecer que tudo aquilo que temos e somos provém de Deus, pois sem Ele é a nossa força, proteção e refúgio, auxílio nos momentos de aflições, o nosso socorro e em quem depositamos nossa confiança e esperança. A justiça e o juízo são a base do trono de Deus e tudo isso está evidente por meio de Suas obras maravilhosas e Suas grandes vitórias. Também devemos ser sempre gratos pelas bênçãos recebidas. O salmista faz outra pergunta para si mesmo no Salmo 116:12: -  “Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?” Sua resposta para si mesmo é sensacional: “tomarei o cálice da salvação” (Salmo 116:13); “invocarei o nome do SENHOR” (Salmo 116:13-17); “oferecer-te-ei sacrifício de louvor” (Salmo 116.17); “pagarei os meus votos” (Salmo 116:18). Um coração agradecido tem menos tendência de desviar-se e o cristão feliz e grato a Cristo não se deixa atrair por doutrinas estranhas. Tampouco se rebela contra Deus quando não alcança a bênção no tempo esperado.

Outro motivo para sermos gratos é a nossa salvação, pois alcançamos do Senhor um favor imerecido. A diferença entre graça e compaixão, no que se refere à pessoa de Deus, é que, na graça, o Senhor nos deu o que não merecíamos (Romanos 6:23). Não merecíamos a vida eterna, mas pela graça de Deus a temos (Efésios 2:8-9). Quanto a misericórdia ou compaixão de Deus, Ele não nos deu aquilo que merecíamos – a morte eterna. Nós merecíamos a cruz, a condenação, o inferno. Mas, no Seu infinito amor misericordioso, Ele não retribui o mal com o mal, mas com o bem (Isaías 54:8). Por isso, devemos agradecer a Deus, render louvores eternos ao nosso Deus pelo Seu grande amor e compaixão, pois não somos consumidos pela multidão dos nossos pecados. A salvação é pela graça de Deus! (Efésios 2:8). A graça de Deus está fundamentada na obediência perfeita e meritória de Cristo. O mérito é dEle, não nosso. Nada pode destruir o valor disso. A graça de Deus pode reinar sobre a maior indignidade. E só com o indigno que a graça se preocupa. Há esperança de salvação para sua família. Alegre-se. Sejamos agradecidos por isso. Que Deus seja louvado por tão grande salvação. Em 1 Tessalonicenses 5:18 diz “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” O cultivo da gratidão deve ser o nosso alvo permanente e este alvo deve ser atingido, ainda que nos custe algum sacrifício.


A essência do nosso ser
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

Esse trimestre está nos trazendo uma das abordagens mais preciosas de todos os tempos em nossa EBD. Esse tema "Louvor e Adoração" veio para esclarecer de uma vez por todas, as confusas dúvidas e erros doutrinários desse tempo marcado por teologia artificial. Eu chamo isso de “o renascer da verdadeira adoração”. Já é tempo da igreja ampliar o lugar da sua tenda, e abrir as cortinas das suas habitação, alongar as suas cordas e firmar suas estacas (Isaías 54:2). A adoração em sua plenitude é um dos requisitos para um pleno avivamento desses últimos dias. E um dos textos que nos dá uma rota segura para entrarmos nessa dimensão é Romanos 12:1, que faz uma convocação de urgência para todos os crentes. O apóstolo Paulo faz um rogo, e "súplica" para que nos apresentemos a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável ao Senhor Jesus. Todo crente deve ter paixão sincera por agradar a Deus, no amor, na devoção, no louvor, na santidade e no servir. O sacrifício vivo é toda a nossa comoção e locomoção no sentido de dar a Deus o seu devido lugar na nossa vida. Ele deve ser o eixo central que nos movimenta para cima e não para baixo, pois ele é o sentido pleno de nossa existência.

Servir a Deus requer sacrifício total. Isso quer dizer que temos que morrer para nós mesmos. Eu sei que para essa geração de afogados na lama do orgulho, da soberba e da corrupção moral e espiritual, com que vivemos e sobrevivemos, as minhas palavras ou até mesmo o texto em estudo das sagradas escrituras, parecem inúteis ou fúteis. Certo é, que o fim vem aí. Mas, o que realmente nos importa é saber que estamos aqui como um atalaia do Senhor, para publicar as verdades que podem ajudar muitos filhos de Deus a ter uma mudança de vida, que venha leva-los para mais próximo do Altíssimo. Sabendo disso nos disponibilizamos a ser um instrumento de Deus, para trazer essas informações bíblicas concernentes a adoração.


Em primeiro lugar; a adoração verdadeira começa no corpo, pois as manifestações de alma e do espírito, se manifestam através do corpo em suas variadas formas. O corpo traz para fora toda forma de expressão da alma e do espírito. Vejam que o texto áureo da lição em estudo diz: e todo o vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (I Tessalonicenses 5:23). Veja que esse trio serão inseparáveis até o dia triunfal do retorno de Jesus. Sendo assim, esse corpo deve ser santo, separado e conservado puro diante de Deus. A alma é a sede das nossas emoções. Ela tem que está sob a influência do poder regenerador do Espírito de Deus, pois só uma alma pura pode adorar a Deus. O espírito também teve sofrer uma regeneração profunda pois é nele que o Espírito de Deus vem habitar quando o homem se rende a Jesus. Uma vez tomados pelo poder de Deus esse trio tem condições de elevar um verdadeiro louvor que venha agradar e magnificar o nosso Deus. Para isso devemos olhar para dentro de nós como fez o salmista no Salmo 103, conceitos que devem ser lidos, analisados e absorvidos por cada um de nós.


Ações adoradoras do espírito humano

Tudo o que somos e o que podemos realizar se processa por causa do espírito que em nós habita (João 4:24). Ao pronunciar as bem-aventuranças, Jesus disse: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mateus 5:3), deixando bem nítida a clareza de Sua grandeza e a nossa pequenez em relação a Ele. Primeiramente, a mulher samaritana viu apenas um homem, depois percebeu que era um judeu e lançou seus protestos e frustações históricas pelo fato de Jesus se dirigira uma “mulher”, ainda mais sendo ele judeu, pois tradicionalmente não havia comunicação entre ambos. As primeiras barreiras foram rompidas por Jesus, a muralha da comunicação fora derrubada e a mulher foi demonstrando a sua verdadeira sede, até que percebeu que Ele não era mais um homem comum, um judeu e O identificou como um profeta (João 4:9). Quando suas mazelas vieram à tona pelas palavras de Jesus, tudo mudou naquele momento. O diálogo de Jesus foi evoluindo até chegar ao espírito daquela mulher. Jesus viu nela uma pessoa carente, sofrida e com uma grande lacuna no seu espírito. A maior necessidade daquela mulher era espiritual, pois logo abriu o seu coração para a questão da adoração (João 4:20). Quando o assunto se voltou se voltou para o espírito, virou-se a página e um novo argumento se iniciou: a grande carência dessa mulher estava na adoração verdadeira. O mundo hoje cria, inventa, engendra deuses de todos os tipos para sanar uma necessidade espiritual que só se preenche com a adoração verdadeira. Essa busca desenfreada por um “deus” por parte da humanidade confirma que o homem não pode viver sem Deus, pois tais atitudes combinam com os “gritos dos caídos”, isto é, o clamor do espírito por uma adoração verdadeira. 

Toda essa linda história envolve atitudes. Logicamente que Deus sempre é o primeiro a tomar atitudes em relação ao homem caído. Tudo que somos atrela-se a uma atitude. Deus não se isola e nem se emudece com as nossas quedas. Jesus passa por Samaria para fazer um grande resgate. Assim como era necessário passar por aquela cidade (João 4:4) ainda hoje existem muitas “Samarias” precisando de um profeta. A “Samaria” desprezada, julgada e discriminada está bem ali diante de nós. Essa “Samaria” pode ser uma pessoa, um mendigo, uma igreja, um irmão, etc. São muitas situações que podem entrar nessa analogia. Todas esperam por uma atitude adoradora, isto é, alguém que esteja disposta a estender as mãos, evangelizar, esclarecer e discipular.

Existe um pássaro chamado “bacurau”, também conhecido como “curiango”. Todas as vezes que o “bacurau” canta, entende se a expressão: “Amanhã eu vou”. Existem muitos crentes que nos lembram o canto do bacurau; estão dispostos, mas só amanhã. Jesus elimina essa possibilidade de procrastinação e diz: “Mas a hora vem, e agora é,...” (João 4.23). A mulher samaritana queria adorar, mas, no seu entendimento, era ainda “amanha”. Jesus tira todas as cortinas e esclarece de uma vez por todas que a adoração é para já. Nada pode aguardar. A adoração a Deus deve ser a prioridade absoluta de nossa vida.

É importante destacar que nada aconteceria em nosso mundo se não fosse o Espírito que em nós habita. É por causa dEle que podemos nos reunir nesse momento, prestar atenção, avaliar e crescer no entendimento, apesar de sermos “tão pobres” na exploração de nossa espiritualidade.

Conclusão

A nossa adoração a Deus tem que ser em espírito e em verdade, isto é, com atitudes que se manifestam nas mais diversificadas situações; ao estender as mãos para os outros abençoando, bendizendo, e acima de tudo, sendo um referencial de Deus em todos os sentidos da vida.




Vivemos para adorar. Deus criou o homem para que este O adorasse. O combustível da adoração é a comunhão com Deus. Uma comunhão verdadeira e despretensiosa começa em um lugar secreto. Adoração é decidir investir a vida no Eterno. É quando nos redescobrimos em Deus e todas as demais coisas são periféricas diante de tão grande descoberta. Deus não procura adoração, mas adoradores. Para compreender ainda mais os princípios da verdadeira adoração, participe deste domingo, 20 de novembro de 2016, da Escola Bíblica Dominical.




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