quinta-feira, 21 de julho de 2016

EBD - Jesus venceu a tentação e o tentador


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 100 - Editora Betel
Mateus - Lição 04

Comentarista: Bp. Manuel Ferreira













Comentários Adicionais
Pr. Wilson Gomes
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley



Texto Áureo
Hebreus 4:15
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.

Verdade Aplicada
Jesus obteve vitória decisiva na tentação no deserto. Do mesmo modo, o cristão deve vencer suas tentações.

Textos de Referência
Mateus 4:1-4; 11
Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
Então o diabo o deixou; e eis que chegaram os anjos e o serviram.


Corpo, Alma e Espírito
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

O patriarca Jó teve com Deus um dos mais longos embates ideológico de toda a Bíblia. Ao final da conversa, reconheceu a superioridade de Deus, e humildemente aceitou os argumentos divinos como superiores a qualquer pensamento humano. Porém, ressalta que aquela era uma conversa injustiça, pois a grandeza de Deus em contraste com a pequenez do homem, o colocava na posição de uma gota diante do oceano. Ele então “sugere” que deveria existir um “intermediador”, alguém que compreendesse plenamente sobre Deus, mas que também conhecesse as agruras de "ser homem", e pudesse conversar nas duas esferas com a mesma propriedade (Jó 33:23). Mesmo sem saber, Jó estava descrevendo as atribuições de Cristo, confirmada em I João 2:1. Deus criou o homem e o conhece de forma profunda e irrestrita, sabe suas deficiências e fragilidades, bem como o potencial a ser desenvolvido. Sonda seu coração, escuta os seus pensamentos e conta os seus dias. Deus escreveu o manual de funcionamento do homem, mas na prática, nunca “foi homem”. Deus nunca sentiu frio, fome, medo, ansiedade, angústia, dúvidas ou tristezas permanentes. E o mais importante: Deus não pode ser tentado. Assim, Deus falava “com” o homem, mas nunca “como” o homem. Esta aparente “distância” foi eliminada através de Cristo. O “VERBO” se fez “CARNE” e habitou entre nós (João 1:1). Jesus era o próprio Deus encarnado, vivendo entre os homens, composto de corpo, alma e espírito, sentindo na pele todas as debilidades da humanidade, sendo desafiado em todas as esferas da existência humana. Deus estava se pondo a prova, sujeito a todas as paixões e as tentações que enfrentamos diariamente. E como homem (não como Deus), resistiu a cada uma delas.

É interessante notar que em sua forma humana, Jesus foi um alvo prioritário de Satanás, assim como hoje, somos também.  Satanás é um adversário sútil, perspicaz e ardiloso, que embora não deva ser “temido”, jamais pode ser desmerecido, subestimado ou enfrentado sem a estratégia adequada, pois caso contrário, tem a assustadora capacidade de “cirandar” com a alma do homem (Lucas 21:31). O nome “Satanás” é uma transliteração do hebraico para Satan, que significa “ACUSADOR”. Ele foi criado pelo próprio Deus, sendo um sinete de perfeição, cheio de sabedoria e formosura (Isaías 14:12). Esta condição gloriosa se manteve por longas eras, até que Deus vislumbrou iniquidade no seu coração, e desde então, ele se tornou o governante dos reinos do mundo que se afastaram de DeusSatanás trabalha nas sutilezas, pacientemente esperando uma brecha para adentrar nossa mente, e ali estabelecer pouco a pouco sua fortaleza. Diariamente somos bombardeados com tentações que atravessam nossos olhos como flechas, semeando sementes de hedonismo em nossa imaginação. Ondas sonoras invadem nossos ouvidos ecoando acusações gritantes, que minam nossa confiança em Deus e questionam nossa fé na própria salvação. E ele tentou Jesus de todas as formas possíveis e imagináveis, embora Mateus registre apenas três delas: corpo, alma e espírito.

Primeiro, ele se aproveitou da fome intensificada pelo período de jejum para tentar convencer Jesus a transformar “pedra em pão”. Se cedesse, Jesus estaria agindo fora do tempo estabelecido para seu ministério, e valendo-se de sua condição divina para beneficiar sua forma humana, fugindo completamente do seu propósito. Em seguida, Satanás propôs um desafio de “vida ou morte”, tentando inflar o “ego” de Cristo. A intenção era fazer Jesus banalizar sua humanidade, simplesmente para provar que tinha autoridade sobre os anjos, agindo em nome de mera vaidade. Por último, o inimigo oferece a Jesus os governos humanos em troca de adoração. Com isso, Satanás esperava fragilizar o espírito de Cristo e corromper sua adoração. Jesus não cedeu a nenhuma delas. A grande verdade é que Jesus acumulou diversas vitórias sobre Satanás. Na cruz Ele o derrotou com Sangue, já no céu e no inferno a vitória veio através de seu Poder. Nada, porém, é mais emblemático que a Vitória no deserto, pois a arma utilizada foi à mesma que temos em nossa mão hoje: Obediência a Palavra de Deus. Vale lembrar que embora Satanás tenha tentado Jesus, não foi ele quem o levou para o deserto. Segundo Mateus, o Espírito Santo conduziu Cristo até o deserto exatamente para que Jesus fosse tentado em tudo. Deus desejava experimentar na condição humana as tentações enfrentadas por nós todos os dias. E Ele venceu todas elas, nos provando que é possível sim, dizer não ao diabo e suas ofertas.


Conduzido à tentação

Através da narrativa da tentação de Jesus no deserto, podemos entender como se caracteriza as investidas do diabo com o intuito de fazê-lo pecar e desviá-lo assim do plano divino. Veremos, porém, como Ele venceu. Depois de receber o batismo de João, cumprindo assim a justiça de Deus, Jesus foi conduzido a preparar-se para o seu ministério público. O deserto foi o lugar da tentação. Foi um lugar literal que Jesus se dirigiu a fim de se preparar para o início de seu ministério. Não se deve pensar que se tratou de uma luta interior do Senhor Jesus instigada pelo tentador, ou que tal lugar seja simbólico. Aquele lugar era de fato um lugar ermo, desabitado e solitário, para onde o Espírito Santo o dirigiu. Por outro lado, não se deve pensar que depois daquela provação o tentador o deixou definitivamente (Mateus 16:23; Lucas 4:13: João 6:70). Interessante é que o Servo de Javé foi tentado e triunfou no mesmo lugar em que buscou a Deus e por Ele foi orientado a permanecer algum tempo. Antes do Senhor Jesus iniciar o Seu ministério público, Ele precisou estar a sós com Deus. Isto ocorreu longe da sua carpintaria, da sua família, da sua sinagoga e das suas amizades por um pouco de tempo. Foi a solidão do deserto o lugar direcionado por Deus para Jesus ali se preparar e planejar estratégia, a fim de que tivesse êxito em seu ministério público. Todavia, ali, naquele lugar guiado por Deus, que Ele sofreu provações especiais. Contudo, não houve espaço nEle para autocompaixão, lamentos ou reclamações, o que é exemplo para todos nós.

A tentação chegou para Jesus imediatamente ao término de seu jejum de quarenta dias, quando ainda estava no deserto. Evidentemente, não existe tentação sem tentador, isto é, o elemento que vem para tentar. Percebe-se que a ida de Jesus ao deserto foi conduzida por Deus para um teste. Todavia, o tentador tinha um propósito: acabar com Jesus e o plano da redenção. Não é à toa que há certa ênfase na descrição do tentador como diabo, que significa mentiroso, caluniador. Porém, ele nada conseguiu com Jesus. Mesmo sofrendo diferentes tentações, Ele resistiu, pondo em fuga o tentador. Deus em Sua soberania tem o direito de provar o nível de fidelidade de Seus servos, e Jesus não foi exceção. Além dele, nós temos outros exemplos, como Jó, Pedro e demais apóstolos que, sob a permissão de Deus, foram peneirados pelo diabo. Ao aplicar Seus testes, Deus jamais tem a intenção de nos destruir, pois Ele é vida e isso é contrário à sua natureza. Não é ao acaso que em Mateus 4, nosso inimigo é chamado de diabo (quatro vezes), tentador (uma vez) e Satanás (uma vez também).

O diabo foi a Jesus assim que Ele sentiu fome. Podemos então concluir que o diabo pode tentar a qualquer pessoa, se aproveitando das suas carências físicas e apetites. Porém o seu alvo principal era pôr dúvida a identidade divina de Jesus: “Se tu és o Filho de Deus” (Mateus 4:3-6). O diabo, nosso adversário, sempre vai nos tentar em momentos de fragilidade, usando nossos apetites e tentando-nos com dúvidas. Ele não tem pressa, está sempre à espreita, aguardando o melhor momento para desferir o seu golpe, como fez com Eva, que caiu e levou seu marido à queda também. Porém, com vigilância, oração e autoridade, assim como Jesus venceu, nos venceremos também o tentador. Temos, no diabo, um inimigo real e poderoso. Ele não temeu disparar os seus ataques nem mesmo contra o próprio Senhor Jesus Cristo. Os instrumentos do diabo sempre atacarão nossas necessidades e carências físicas. O tentador se aproximará estrategicamente quando o cristão estiver em situação frágil e de extrema carência. Exatamente por isso, existe a necessidade de orar e vigiar sem cessar.


O Jardim e o Deserto
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

A tentação de Jesus nos dá vias de vitórias em todos os aspectos de nossa vida. Enfrentar lutas, desafios e tentações fazem parte da nossa caminhada com Deus, pois Ele não poupou nem mesmo a seu Filho. Antes o entregou por nós em resgate de nossas almas. Na verdade o que falta em muitos “filhos de Deus” é a falta de entendimento das “coisas de Deus” e da metodologia com a qual  Deus trabalha e opera especificamente em cada um. Tudo que Deus quer de nós é; que lutemos o bom combate da fé e não nos deixemos vencer pelas artimanhas do diabo. Em regra geral, em primeiro lugar, somos levados por Deus pelo Espírito aos desertos da vida, para sermos moldados a sua imagem e semelhança. O projeto original de Deus não tinha falhas, mas o homem foi corrompido é perdeu suas características originais, e o Criador deseja ardentemente reparar os pontos danificados. E sua oficina mais eficiente é o deserto.

Todos nós sabemos pela narrativa de Gêneses 1:26,  que antes de Deus criar o homem, Ele realizou uma reunião de “planejamento” junto ao “Verbo e seu Santo Espírito” e definiu: - Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Mas, quando chegamos em Gênesis 3, encontramos o triste relato da queda do homem, que como consequência de sua desobediência e ambição, perdeu a glória da semelhança divina. Sendo assim, foi necessário Deus enviar seu Filho para redimir o homem de sua condição de pecado e devolve-lo ao seu estado de “imagem e semelhança do Altíssimo”. E isso só foi (e ainda é possível) por causa da vida e da morte de Jesus. E um ponto decisivo deste processo é a vitória de Jesus no deserto sobre o diabo.

Jesus se manteve de pé no ponto exato onde o homem caiu: Diante do dilema moral e espiritual de uma tentação. Enquanto o homem foi derrotado no Jardim, cercado de provisões e maravilhas, Jesus triunfou vitorioso no deserto, ladeado por escassez e privações. Se Ele (em forma de homem) venceu, podemos vencer também, e fortalecidos por esta jurisprudência, temos um alvo a atingir é não podemos perder o foco de nossa missão. O que precisamos com urgência é recuperar nossa compreensão de que Deus tem propósito quando nos leva ao deserto, e aceitar sua vontade. Infelizmente hoje muitos crentes tem tentado fugir de seus desafios desérticos, e pensam que por mero conhecimento teórico, ou pelo tempo de crença e serviço religioso, já pode galgar altos escalonados ministeriais, ou atingir elevado nível de  espiritualidade. Ledo engano. Existem lições que só aprendemos na prática, e o deserto sempre será o lugar de Deus nos experimentar, testar nossas habilidades, conhecimentos e intenções de nosso coração. Deus não pretende mudar sua forma original de tratar com seus filhos. O lugar para se levantar da queda no jardim é o deserto.


Esferas da tentação

Não se deve confundir tentação com pecaminosidade. SEsferas da tentação

Não se deve confundir tentação com pecaminosidade. Ser tentado não é pecar, pois, caso fosse assim, Jesus teria pecado, mas não foi isso que aconteceu. Jesus estava num lugar deserto. Ali, na solidão, não haveria testemunhas de que Ele houvesse pecado. O seu compromisso com Deus e com sua missão permaneceu firme, apesar de toda a provação. Ele não pecou, mas recusou-se satisfazer a sua fome ouvindo o diabo. Ao contrário, Jesus concentrou-se na Palavra de Deus e fez uso dela  para combater a tentação, dizendo: “Esta escrito”. Jesus não entrou em discussão com o diabo, nem afirmou sua fome ou a negou, porém disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. O segredo para vencer a tentação é confessar a Palavra de Deus. Ela deve habitar abundantemente em nós. Este é o primeiro segredo que Jesus utilizou para vencer a tentação. Assim, Cristo nos ensinou a primeira base da nossa vitória sobre a tentação: a Palavra de Deus.

Quando o diabo percebeu que, se fosse o caso, Jesus morreria de fome, mas não cederia, decidiu tentá-lo pelo uso das coisas religiosas, ou seja, pelo fanatismo. Nessa investida, o diabo se utiliza de seu próprio poder para transportá-lo ao pináculo do Templo de Jerusalém. Também se utiliza da passagem bíblica de Salmos 91.11-12 e insiste em que Ele prove que é o Filho de Deus. A expressão “Se tu és” tanto era para que Jesus provasse quem Ele era, quanto, para gerar dúvida. Jesus não tinha que provar nada ao diabo. Deus falara com Ele ao sair da água do batismo no Jordão. Isso por si só já basta para Sua própria convicção. Mesmo assim, Jesus respondeu ao tentador: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. O diabo é insistente e pode usar de vários artifícios ao mesmo tempo para tentar derrubar um servo de Deus: o deserto, os apetites, as Escrituras e até o seu poder, como no caso do Senhor Jesus. Por esta razão, devemos orar e vigiar sempre. A segunda tentação tinha como objetivo duvidar de que o Pai, que o havia chamado, realmente o capacitaria a ser fiel à Sua vocação em face da ampla oposição e da constante recusa por parte dos homens a crer nEle, sem presenciarem sinais espetaculares de sua divindade. A sugestão diabólica foi de que certamente seria tolice para Jesus entrar no ministério com a perspectiva de possível fracasso.

O diabo estrategicamente deixou por último a maior tentação: a ambição pelo poder. O tentador oferece a Jesus os reinos do mundo e a glória deles como se pertencessem a ele em troca de adoração. Jesus não discorda de Satanás, mas sabe que se trata de um blefe. O Filho de Deus jamais aceitaria qualquer coisa que viesse das mãos do seu adversário, muito menos receber poder temporal. Além do mais, seria inconcebível Jesus se prostrar diante de qualquer criatura. Por isso, Ele o expulsa da Sua presença imediatamente, citando a Escritura (Deuteronômio 6:13). Ao contrário de Jesus, outros caíram nesse pecado como adão e Eva (Gêneses 3:1-7). Ter ambição não é pecado, mas quando a pessoa se dispõe a fazer qualquer coisa por causa do desejo desenfreado isso é pecado. Chamamos esse pecado de ganância. Por causa disso, muitos caem no laço do diabo (I Timóteo 6:7-12). O diabo mostrou a Jesus Cristo os reinos do mundo e a glória dele sob o seu ponto de vista. O tentador fez saltar diante do Filho de Deus várias telas com imagens de reinos e seus reis, pessoas, riquezas e a glória deles. Mas Jesus recusou sua oferta, repelindo-o de Sua presença.

O Cristão e o Deserto
Comentário Adicional
Pr. Wilson Gomes

Mesmo vivendo em fidelidade ao Senhor e compromissado com a obra do Pai, por vezes recebemos de Deus apenas negativas ao nosso clamor e fracassos em projetos que tinham tudo para dar certo. E nessas horas, somos abarrotados por um sentimento de injustiça que nos leva a crer que o grande “Eu Sou”, está cometendo um grave erro contra nós. Mas porque estas atrocidades acontecem em nossa vida? A resposta pode ser encontrada em Deuteronômio 8:2-3 diz: “E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os teus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem".  E este é sem dúvida um texto bíblico que explica o porquê de tantos infortúnios e aflições que se abatem sobre nossa vida:  Para testar o que estava em seus corações! Um homem só mostrará quem realmente é quando se encontrar em situações extremas, e é exatamente por isto que Deus por vezes nos leva ao nosso limite, para que o ser humano descortine seu coração e encontre sua verdade mais oculta. Por isso o Senhor nos prova profundamente em nossa fidelidade e devoção, colocando-nos em situações de calamidades, que testam ao máximo a nossa fé: Ele nos humilha, nos priva de conforto, dificulta nossa jornada e por vezes, permite que tenhamos encontros desagradáveis com Satanás.  E com isso nos faz entender que existem coisas mais saborosas que pão e que o Senhor sempre proverá subsídios para os que lhe são fiéis, mesmo que neste processo falte abundância. O deserto não tem como “propósito” nos ensinar a “derrotar o diabo”, mas sim, aprender a confiar e se submeter a Deus, e assim, o inimigo fugira de nós.

O beneplácito do Senhor não nos acrescenta dor, e de modo algum pode cooperar para o corrompimento espiritual de alguém. Isso implica em dizer que Deus só dá bênçãos para quem tem  o coração preparado para recebê-las.  E é nas aflições que nosso coração é testado por Deus. Quer receber bênçãos do Senhor? Comece preparando seu coração para a prova. E se existe um campo de treinamento melhor que o deserto, eu desconheço. O deserto é algo tão inevitável que podemos dizer que existem apenas três tipos de crente: os que já passaram pelo deserto, os que estão passando e os que ainda passarão. Mas não se exaspere com esta dura verdade, é no deserto que nós aprendemos conceitos valiosos sobre a fé cristã. O deserto não acontece por acidente, Ele está previsto na agenda de Deus, pois faz parte do cronograma divino para nossas vidas, afinal, quando nos vemos frente à frente com o temível mar de areia, e a única opção é enfrentá-lo, aprendemos a depender  e confiar exclusivamente no Senhor. Exatamente por isso, de tempos em tempos, é o próprio Deus quem nos conduz ao deserto, a escola de ensino superior do Espírito Santo, onde Deus treina e capacita seus melhores soldados.

O deserto te molda, e você sai dele um cristão melhorado, autêntico e genuíno; pois o orgulho, a vaidade e o egoísmo viram cinzas no calor das areias. No deserto somos lentamente lapidados, purificados e preparados; sem pressa; no tempo perfeito do Senhor, pois não existem meios termos. Ou somos sustentados por Deus ou então morremos de fome. Suas fontes podem sim estarem completamente secas, mas as de Deus estarão sempre jorrando. Suas provisões podem estar chegando ao fim, mas o provedor continua cuidando de você a cada instante. Deus jamais nos levará ao deserto ao bel prazer. Deserto é aprendizado para algo grande dentro do Reino. Deus não fabrica super-crentes industrializados, pelo contrário, seu processo é rústico e artesanal, à base de fogo, marreta e bigorna. Somos aquecidos ao limite no fogo, postos sobre a bigorna e moldados na marretada... E isso dói demais, porém o resultado é grandioso. Então, quando for enviado ao deserto, vá SORRINDO! Deserto é lugar de milagres, onde o poder de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas e limitações. Na escola de Deus só entram os melhores alunos. Se ele te matriculou nela, sinta-se honrado. Estude muito, seja disciplinado, supere-se em cada avaliação e seja aprovado com louvor.


O triunfo sobre a tentação

Ser tentado não significa pecar contra Deus, mas sim um estado incômodo que precisa ser vencido. A seguir, veremos que os passos que conduziram a Jesus à vitória foram descritos por Tiago (Tiago 4:7). Sujeitar-se a Deus é submeter-se a Ele. É obedecê-lo como servo dócil. Foi dessa maneira que Jesus se colocou, isto é, na condição de servo obediente de Deus, como profetizando acerca dele por Isaías (Isaías 42:1). O Servo de Deus operaria com prudência, seria elevado e mui sublime (Isaías 52:13). Embora o Jesus seja o Filho amado de Deus, condicionou-se a si mesmo à posição de servo até Deus o exaltá-lo. Assim, Jesus deixou o exemplo, para que seguíssemos as suas pegadas (Mateus 3:17 /  Filipenses 2:5-11). Embora fosse Senhor, elevado e mais sublime que os céus, Jesus se colocou como Servo de Deus. Esta atitude significou absoluta sujeição a Deus, absoluto prazer na vontade de Deus e absoluta resignação até subir a cruz e descer ao inferno. Porém, Deus o exaltou soberanamente.

A provação de Jesus não se restringiu ao deserto, mas durou todo o período em que aqui esteve. Tratou-se de uma provação diferenciada, que precedeu o início de Seu ministério público. O diabo foi insistente, mas Jesus o resistiu e não cedeu um centímetro sequer à vontade do seu adversário. De igual modo, devemos resistir ao diabo, permanecendo firme em nossa fé, pois as mesmas tentações também sucedem aos servos de Deus ao redor do mundo (I Pedro 5:8-9). Assim como Jesus venceu o diabo e as tentações, se determinarmos em nossos corações, venceremos as tentações de cada dia e isso já basta até chegarmos ao céu. Deus nos desafia a sermos pessoas firmes e constantes na fé. Embora  o diabo, nosso adversário, esteja ao nosso redor, devemos resisti-lo até o dia da nossa partida desse mundo. Assim como Jesus Cristo foi Filho Amado do Pai, obedecendo-o em todas as circunstâncias, de igual forma devemos nós também imitá-lo. A principal arma que devemos usar para resistir a Satanás é a Bíblia. Por nada menos que três vezes o nosso adversário apresentou tentações diante do nosso Senhor. Por três vezes o oferecimento diabólico foi repelido, sempre mediante o emprego de algum texto bíblico como motivação: “Está escrito”. Enfatize para os alunos a necessidade de sermos leitores diligentes das Sagradas Escrituras, pois a Palavra de Deus é a espada do Espírito Santo (Efésios 6:17). Ela é nossa principal arma de ataque e defesa.

O que significa Jesus ser servido pelos anjos ao término da tentação? Sabemos que os anjos de Deus operam as causas de Deus juntos aos seus servos de diversas maneiras. Ao fim daquela provação especial, Jesus estava faminto e fraco, então os anjos de Deus trataram de servi-lo em Suas necessidades. Aquela manifestação angelical vem significar o cuidado de Deus para com aqueles que o servem. Lembremos que Jesus estava em missão. É muito possível que também os anjos trouxessem para Ele alguma mensagem de Deus, pois anjo significa “mensageiro” e ali foram enviados alguns. A presença dos anjos naquele deserto com Jesus não era absoluto uma recompensa pela Sua resistência viril ao diabo, mas uma assistência para que Jesus continuasse a Sua missão. Com isso, aprendemos que se formos fiéis a Deus, teremos a assistência de Seus anjos (Hebreus 1:14). Na condição de humilhação que o nosso Senhor Jesus Cristo se encontrava, era necessário que os anjos o servissem, pois foram muitos dias de fome e provação que tinham, enfim, chegado ao fim, para que Jesus iniciasse o seu ministério público.

Conclusão

Ao longo da narrativa do livro de Mateus, vemos como Jesus venceu o tentado, deixando-nos o Seu exemplo. O tentador procurou desviá-lo do propósito divino da redenção, mas Ele o venceu, permanecendo irredutível, até chegar à cruz e descer ao inferno, mas Deus o exaltou soberanamente.



A imagem que Mateus nos apresenta de Jesus é a de um homem que nasceu para ser Rei. Sua intenção é mostrar o senhorio de Jesus Cristo e que, com toda autenticidade, o Reino, o poder e a glória são dEle. Mateus entrelaça o Antigo Testamento ao Novo, com a preocupação de revelar aos judeus: que em Jesus se cumpriram todas as palavras do profeta, que Ele é o Rei por excelência e o Messias de Seu povo. Para saber mais sobre as profundas verdades existentes em cada linha deste evangelho, participe neste domingo, 24 de Julho de 2016, da Escola Bíblica Dominical.



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