texto originalmente publicado na edição nº 34 do "Informe Gospel"
Cresci no meio de muita pobreza, sendo que muito deste
tempo passei sob os cuidados de minha avó. Muitos lápis e cadernos que usava na escola foram comprados com o
dinheiro das roupas que ela lavava na vizinhança. Era com este pequeno ganho
que sobrevivíamos. Porém dentro daquela senhora humilde havia uma sabedoria
matuta carregada de conselhos e ensinamentos simples, porem profundos – “Menino, muito cuidado, nem tudo que reluz é
ouro e nem tudo que brilha é prata” – dizia ela, numa maneira prática de me
ensinar a olhar além das aparências. Hoje eu vejo quão profunda é esta verdade.
Lendo a Bíblia, me deparo com uma história que ilustra
muito bem isto: Abraão e Ló (Gn:12, 13 e 19).
Diante de um problema de convivência devido as constantes
brigas entre seus respectivos empregados, tio e sobrinho selarão um acordo onde
Ló deveria escolher para qual direção iria e Abraão peregrinaria na direção
oposta.
Aí entra o perigo de olhar as coisas apenas com os olhos
carnais e desprezar a visão espiritual da obediência a Deus. Ló escolheu para sua habitação as terras com
os pastos mais verdejantes, porem não se atentou para a periculosidade de se
viver numa cidade perversa como era Sodoma. Ali, apesar de toda a beleza
natural do lugar, a Bíblia diz que a alma de Ló se angustiava todos os dias.
Com o passar do tempo Ló precisou se “moldar” aos padrões hostis e devassos da cidade,
pois segundo o relato do Gênesis, ele passou a se assentar na porta da cidade e
esta condição evidenciava que Ló passou a ser respeitado e exercia influência
na cidade.
Os resultados, é claro, foram os mais perniciosos
possíveis e se não fosse à interseção e a intimidade de Abraão com Deus, Ló e
sua família seriam sumariamente executados juntamente com toda aquela
sociedade. Mesmo com o livramento providenciado por Deus, Ló sofreu inúmeras
mazelas graças a sua escolha puramente carnal, perdeu sua esposa na destruição
da cidade e amargou a humilhante vergonha do incesto com suas duas filhas,
dando origem a um dos povos mais cruéis da antiguidade, os moabitas. Resumindo:
Ló estava ao lado da benção mas não vigiou, não orou, não buscou a direção de
Deus, olhou, desejou, seguiu em frente e foi envergonhado.
Muitas vezes queremos que Deus mude o nosso coração, mas
deixamos de examinar a sua palavra e nem se quer oramos. Prezado irmão, Deus
não trabalha nas nossas fantasias ou nos nossos meros desejos. Em muitas
situações desejamos ardentemente o que nos é bom no momento, mas Deus conhece o
amanhã, e na sua onisciência quer nos livrar de dores e mágoas futuras.
Lembre-se sempre que uma decisão errada pode destruir relacionamentos, acabar
com amizades, trazer vergonha sobre famílias inteiras e gerar muita dor.
Este Aprendiz de
Pastor sabe muito bem o que é ter um lar destruído por decisões erradas.
Meu pai escolheu sua própria felicidade deixando cinco filhos a mercê da
própria sorte. É difícil ser fruto de erros, crescer sem ter um pai para lhe
servir de espelho. Sofri, sofro e sempre sofrerei, pois existem lacunas que
ficam em nossa vida e não há nada que as possam fechar, e meu pai era uma
delas. Eu gostaria que estes “pregadores” do “próprio bem estar” acima de tudo,
sentissem na pele o que é passar um natal sem pai e sem presente.
A verdadeira felicidade requer sacrifícios, renuncia, auto
controle e muitas vezes o premio acaba sendo mesmo a coroa de espinhos e a
cruz. Mas se isto te traz pra dentro da visão de Cisto... Ah! Vale muito a
pena... A visão de Cristo sempre será a da entrega voluntaria e irrestrita à
sua vontade, e assim enxergaremos além do visível, através dos olhos do próprio
Jesus, afinal foi ele mesmo que nos aconselhou a comprar direto dele colírio,
para que unjamos nossos olhos e possamos ver (Ap 3:18). E essa loja não fecha, mas estará aberta apenas até que
Cristo venha buscar sua igreja...
Parabéns aos formandos do VII EBOM. Obrigado pela
obediência.
Boa Festa das Primícias para todos... Mãozinhas pra
cima.... Boas Compras!
Pr.
Wilson Gomes
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