Conta-se a história de um homem
que tinha dois filhos. Uma história em que o desejo de conhecer o mundo,
abstrair o novo e vivenciar experiências fora de casa fizeram com que um destes
filhos em certo dia tomasse o pai:
- Dá-me o que é meu por
direito. Deixa-me ir. – Disse o filho, como se pela primeira vez fosse um
verdadeiro homem, cheio de si e certo de suas decisões.
O pai, bondoso e sábio, como
sempre costumava a ser, respeita a decisão do filho e entrega-lhe a sua parte
da herança. Mesmo sabendo que seu menino mais novo poderia despendido, perder
tudo e se perder em meio a tantas coisas, as festas e aos manjares que
apareceriam na estrada que ele seguiria. A dor da ausência aumentava em seu
coração e a segurança do filho a cada distanciamento diminuía... Cada vez mais
longe e, mais perto de um precipício.
-Rogo a ti Deus, onde quer que
esteja quem é parte de mim, esteja com ele. – O pai fazia destas palavras sua
prece todos os dias. Costumava olhar pela janela e diante o campo onde dantes
acostumado era a ver seus dois filhos brincarem e crescerem, e relembrar de
como eles estavam tão perto, o quanto eram tão seus. Mas agora, apenas um
estava em seus braços.
- Pai, meu irmão irá retornar!
- O filho mais velho sabia que depositado nele estava ser um porto seguro para
a tristeza do pai, e por várias vezes, o olhar dos dois encontrados, era o que
dava esperança e regozijo ao velho pai.
À medida que o dinheiro foi acabando, foram
distanciando-se os amigos, até que, aquele jovem, viu-se perdido no mundo. Sem
dinheiro, sem amigos, sem a família e sem valor. Ele não sabia, mas, havia
alguém a esperar por ele.
Tendo como única opção, aquele jovem inicia um
trabalho cuidando de porcos, no auge de sua miséria, ele começa desejar
alimentar-se junto dos porcos, partilhando do mesmo alimento. O príncipe se
transformava num nível lato de plebeu.
-Eu sei que meu pai não irá
mais me aceitar como filho, pois, eu já não sou digno de tal; agora estou
condenado à solidão e, sei que eu escrevi minha própria desgraça e fui
arquiteto da minha própria destruição. –
O jovem, renegava todas estas coisas em mente quando em epifania ansiava voltar
para a casa do pai. Mas ele lembrou-se que seu pai era um homem muito generoso
e no mínimo o que ele poderia obter era a posição de não mais filho, e sim
servo. O alimento, a veste limpa e lugar para repousar, lhe seriam suficientes,
supririam suas necessidades.
Então, o filho volta.
Mesmo ele estando tão longe, o
seu pai o chamava para perto. O amor do pai para com o seu filho não havia
mudado, era o mesmo puro e singelo de sempre. O pai avistando-o na beira do
caminho, vindo a grandes passos de distância, corre em estado de euforia para
encontrar-se com o filho.
- Pai eu sei que não sou mais
digno de ser chamado de seu filho...
- Filho você estava morto, você
estava perdido, mas, hoje eu te achei! –Em lágrimas e com estas palavras, o pai
interrompe o discurso pronto do filho e, o abraça calorosamente... O abraço de
maior carinho de ambas as partes.
Em seu caminho, o filho pródigo
se deparou com diversos obstáculos e espinhos, porém, as pedras
transformaram-se em um anel no seu dedo; suas vestes rasgadas pelos espinhos,
agora foram trocadas por vestes limpas e seus pés cansados de tanto caminhar
voltaram para o mesmo lugar, o devido lugar, onde agora o filho ficou até o
fim, vestindo a nova sandália que seu pai lhe dera. Todos os dias filho e pai
abraçavam-se, não em um abraço qualquer, o verdadeiro abraço de amor: o de
aceitação e reconquista.
Enquanto o pai festejava o
retorno do moço, seu irmão retirou-se da festa e se enclausurou num casulo de
ressentimento. Ele não entendia a atitude do pai, pois considerava as ações de indignas
da celebração. “Sempre fui um bom filho, e nunca houve festas para mim, mas
este renegado abandona nosso pai, desperdiça nosso dinheiro, e mesmo assim é
celebrado? ” – Pensava ele.
A distância abalara a relação
entre irmãos. Os longos meses de sofrimento do pai, e as lágrimas que rolaram a
fio dos olhos do velho, haviam
transformado a saudade fraterna em mágoa profunda. Aquele jovem estava fechado
para o perdão, e assim, deixou-se dominar pelo rancor, tornando seu coração
negro, incapaz de se alegrar pela felicidade do outro, e consequentemente, ele
também foi dominado pela infelicidade.
Ódio e Mágoas:
Enfermidades Autodestrutivas
Segundo o dicionário de língua portuguesa, Michaelis, o rancor é definido
pelas seguintes palavras: ódio inveterado, oculto, profundo. Grande aversão não
manifestada; antipatia. Ressentimento. Ira secreta e malquerer. Ao analisarmos
as palavras que definem rancor, podemos concluir que esse sentimento não é nem
um pouco benéfico ao ser humano, pois chegamos à conclusão que ele causará mais
sofrimento do que prazer, logo, se causa sofrimento, lembra dor e
consequentemente lembra doença. Qualquer sentimento que permaneça oculto não pode ser encarado como algo
prazeroso. O ódio inveterado leva a momentos de profundo negativismo, pois esse
sentimento vai trabalhar em nosso coração como uma fonte de enfermidade e
ferramenta de destruição, agindo internamente como uma bomba relógio armada
para explodir a qualquer momento. O ódio é um sentimento poderoso, que leva o ser humano a matar, destruir e
eliminar seus semelhantes. Populações inteiras destruídas pelas guerras. Etnias
e grupos religiosos que sucumbem diante da intolerância. Terrorismo que choca o
mundo e mata milhões de inocentes. Motivados pelo ódio, os seres humanos se
destroem, morrem e assassinam. É uma realidade inerente à história da
humanidade, que possui enorme capacidade de odiar o próximo. O rancor é, na verdade, o “ódio encubado” no
coração, ou seja, um ódio “longa vida”. A melhor maneira de eliminar este
sentimento é o perdão verdadeiro, do fundo de nossa alma. Quem alimenta o ódio atira fogo ao próprio
coração.
Quando
guardamos uma mágoa e pensamos na dor que sofremos, o cérebro reage como se
estivéssemos em perigo naquele momento. Ele produz substâncias químicas ligadas
ao estresse, que limitam as nossas ações. A parte pensante do cérebro fica
limitada, é quando agimos sem pensar para nos livrarmos da sensação de perigo. Portanto, a mágoa consome muita energia, pois cada vez
que contamos o que aconteceu, os mesmos sentimentos são desencadeados. O
cérebro não sabe distinguir se aquela traição ou agressão aconteceu agora ou há
três anos. Relembrar o fato,
falar disso inúmeras vezes, ficar no lugar de "vítimas" dentro da
história que contamos, nos dá a sensação de que o sofrimento que passamos não
será esquecido e que se e abandonarmos esse lugar, quem nos fez sofrer ficará
liberado de pagar pelo que fez. Mas, conservar a mágoa,
nos mantém ligados de forma ineficaz à pessoa que nos fez sofrer. O outro provavelmente não está sofrendo, nem mais e
nem menos, só porque mantemos a mágoa dentro de nós.
Rancor:
Uma Enfermidade Devastadora
Diferente das enfermidades já estudadas, o rancor pode se tornar maior ou
menor dependendo da nossa posição em relação a ela (Hebreus 12.15). As outras
enfermidades, na sua maioria, têm causas alheias à nossa vontade. O rancor, no
entanto, sobrevive do alimento que fornecemos a ele e que pode nos levar
rapidamente a uma perda de controle nos tornando cada vez mais amargos em
relação à vida (Genesis 27.45). Podemos dizer que o rancor é produzido e começa a se
desenvolver de maneira oculta o que faz dele uma enfermidade tremendamente
grave e devastadora. O rancor funciona como outras enfermidades somáticas que
só são percebidas quando já se encontram em estágio avançado. Tais doenças
recebem uma atenção maior da comunidade médica que orienta os indivíduos a
buscar um diagnóstico precoce para uma maior possibilidade de cura. Da mesma
forma, o rancor deve ser identificado ainda em seu início, e desse modo, fica
mais fácil de ser debelado. Ao percebermos algum sintoma relacionado com o
rancor, temos de partir imediatamente em busca da solução (Levíticos 19:18). O
rancor começa devastando a alma e é externado pelos atos cometidos pelo
rancoroso. Embora seja desenvolvido em sua maioria por um motivo específico,
acaba por se tomar agressivo também em situações que não envolvem o motivo
principal (Marcos 6:18-19).
Ao identificar uma mudança de hábito em relação a alguém ou a alguma
coisa específica, deve o indivíduo buscar a cura, pois, se não o fizer, poderá
ferir pessoas que não têm relação com as situações que o levaram a essa
condição. Por se tratar de algo que nem sempre podemos controlar, o rancor
acaba por se tornar mais perigoso, pois o ser humano, através de sua natureza
pecaminosa, tende a nutrir sentimentos negativos, muitas vezes não valorizando
um ato de reconciliação. A reconciliação será a melhor atitude para se começar
a controlar este sentimento.
Ressentimento:
Uma Enfermidade Corrosiva
Uma das maneiras mais simples do rancor se desenvolver é através de algo
chamado ressentimento que é identificado, entre outros aspectos, como lembrança
magoada de ofensa recebida. Ficar se remoendo por coisas ocorridas no passado
não pode ser algo produtivo, pois o passado não poderá ser alterado, daí cabe
ao indivíduo buscar esquecer o ocorrido para ver-se livre de tal ressentimento
que poderá culminar na enfermidade (Filipenses 3.13). O ressentimento corrói internamente o indivíduo, já que não permite que
ele esqueça de fatos ocorridos, isso irá produzir uma lembrança constante de
fatos remanescentes, tais lembranças são, em sua maioria, responsáveis pelo
crescimento da doença. Um exemplo clássico é o caso de Herodias que nutria
rancor e ressentimento contra João Batista (Marcos 6:22-27).
Outra questão de grande relevância, é que o ressentimento gera no indivíduo
um desejo por justiça própria e vingança. Do ponto de vista bíblico, o cristão
deve abster-se de vingar-se, sendo essa uma atribuição do próprio Deus, e que
será executada em seu tempo perfeito e dentro dos critérios da justiça divina.
Quando somos vitimados por injustiças e maldades, não devemos nos atribular e
nem revidar, deixando nas mãos de Deus a ação cabível. Diante das injustiças e
atrocidades desse mundo, cabe ao cristão esperar no Senhor, certo que ele agira
em nossa defesa e favor. Em Romanos 12:19, encontramos o sábio conselho do Apostolo
Paulo sobre esta questão - “Não vos
vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar a minha ira, porque está escrito:
a mim pertence a vingança, eu é que retribuirei, diz o Senhor”
Síndrome do Filho Mais Velho
O texto retratado no capítulo quinze do Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo, segundo nos escreveu Lucas, mostra-nos Jesus, apresentando aos fariseus
e aos escribas uma parábola acerca do filho pródigo. No entanto não estaremos
aqui observando a pessoa do filho mal agradecido que não reconheceu a
importância da convivência de uma vida em companhia dos seus, mas antes
preferiu levar uma vida dissoluta tomando para si aquilo que considerava pertencer
a ele. Levaremos em conta o comportamento e as atitudes dos outros envolvidos
na história. A figura do pai perdoador nos mostra que é possível ter um coração
longânimo e saber perdoar, mesmo as maiores ofensas. Já a pessoa do irmão mais
velho nos serve de advertência para não permitimos que um sentimento negativo
contamine nossos corações facilitando assim, o surgimento do rancor.
Na parábola do filho pródigo; Jesus apresenta três personagens
importantes o pai, o filho mais jovem chamado pródigo, e seu irmão mais velho.
Nesta história, são retratados um ofensor e dois ofendidos. Podemos observar em
seu desfecho, Cristo, deixando claro que um dos ofendidos não cultivou nenhum
tipo de rancor em relação ao que lhe foi feito, enquanto o outro, não se permitiu
esquecer tal fato: o pai dos dois rapazes mantivera a sua atitude de amor em
relação ao filho ingrato, já o seu filho mais velho não disfarçara o
ressentimento em relação à atitude do seu irmão. Na maioria das vezes, o
rancor acontece desta maneira promovendo uma antipatia que pode parecer
gratuita, mas que é provocada por um fato atrelado a ela ocorrido há algum
tempo.
Vemos que, quando o pai se depara com o filho mais moço retornando para
casa, moveu-se de íntima compaixão (Lucas 15:20). A atitude dele foi o reflexo
do que cultivou ao longo do tempo que se manteve afastado do filho, talvez em
alguns momentos, tenha pensado. Por onde andará meu filho querido? Que caminho
tem trilhado? Como estará a sua vida? E essa preocupação com certeza foi responsável
para que o pai não nutrisse rancor pelo filho. Certamente o pai, mesmo com
saudade e preocupado, viveu este período mais tranquilo e em paz, pois não
guardou nenhum tipo de sentimento negativo em relação ao que foi praticado pelo
jovem rapaz. Podemos observar que, ao retornar para casa, o jovem
cultivava em seu íntimo uma certeza de que seria bem recebido. Embora o filho
tivesse decepcionado o pai, este não se decepcionou com a atitude do filho.
A atitude do Pai demonstra que o perdão é uma atitude
positiva em relação à ofensa; ao contrário do rancor que é uma atitude negativa
em relação ao ofensor.
Ao ver a grande festa oferecida pelo pai a seu irmão mais novo, não
escondeu a sua indignação e mostrou a face oculta do rancor alimentado por todo
tempo pelo qual o irmão se manteve afastado (Lucas 15:28- 30). Talvez em alguns
momentos tenha pensado: O que será que aquele ingrato anda fazendo? Enquanto
estou aqui me matando de trabalhar deve estar na esbórnia. Sentimentos como
estes são responsáveis por fazer desenvolver um ódio inveterado que é
identificado como rancor. Podemos observar, em suas possíveis palavras, a
tamanha amargura que o consumia e que não o permitia perdoar. Ao contrário do
pai que demonstrou amor incondicional ele mostrou uma ira secreta guardada
durante todo tempo o qual o irmão esteve fora. Vimos que a ira secreta
também é identificada pelo dicionário Michaelis como rancor. O tratamento
terapêutico poderá auxiliar nestes casos, à medida que o indivíduo leva ao espaço
da terapia seus mais profundos sentimentos e ressentimentos.
Sentimentos Perigosos
O rancor é um sentimento perigoso, que afeta, não só o ofensor, mas
também o ofendido, que se permite atingir por ele (Hebreus 12:15). Não permitir
o crescimento de sentimentos negativos é uma forma de eliminar o rancor, e
alimentá-lo só irá contribuir para perdas em seus relacionamentos
interpessoais. Guardar
ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra. O poder negativo de
sentimentos amargos é algo tão forte que alguns estudiosos sugerem a criação de
um novo diagnóstico, chamado de PTED na sigla em inglês, e que em português
significa transtorno pós-traumático de amargura. O PTED descreve pessoas que
não conseguem perdoar as ações realizadas contra elas. “A amargura é um
solvente desagradável que corrói todas as coisas boas”, lembra Charles Raison,
médico que trabalha na área de saúde mental.
Você sabe o que a amargura pode fazer para o seu
corpo? Ela interfere nos sistemas hormonal e imunológico. Além disso, pessoas
zangadas e de mal com a vida tem pressão arterial e frequência cardíaca mais
altas. Pessoas nesse grupo são mais propensas a morrer por problemas cardíacos
e outras doenças. Fisiologicamente, quando temos sentimentos negativos por
outra pessoa, o nosso corpo instintivamente se prepara para lutar contra ela, o
que leva a alterações como aumento da pressão arterial. Sentir-se dessa forma
por um curto período pode não ser perigoso para a saúde, mas o problema é quando a amargura é contínua. Quando
nossos corpos estão constantemente preparados para lutar contra alguém, o
aumento da pressão arterial e de elementos químicos como a proteína C-reativa
cria um problema para o coração e outras partes do corpo. Os efeitos cardíacos
negativos causados por estados mentais estão se provando tão perigosos quanto
os efeitos causados por tabagismo.
É importante ressaltar o cuidado que devemos tomar com este sentimento,
pois ele poderá se tornar uma arma poderosa nas mãos do inimigo, visto que
pessoas rancorosas normalmente são capazes de fazer coisas assustadoras para se
vingar daqueles que, pensam tê-las ofendido (Provérbios 18:19). O rancor deverá
ser eliminado sempre que exercitarmos o perdão, pois é nele que conseguimos,
não só a cura para o rancor, como também sairmos vitoriosos contra mais uma
tentativa de Satanás para destruir a Igreja. No início da história do povo
judeu, o diabo tentou usar esta arma através de Esaú, no entanto Jeová
providenciou para que o coração dele fosse quebrantado e o mesmo não feriu a
Jacó. Genesis 34:4 apresenta Esaú com o coração quebrantado por Deus beijando a
seu irmão, isso nos mostra que o rancor derrotado pode evitar, até mesmo,
grandes tragédias. A oração de Jacó fez com que o Anjo do Senhor viesse até ele.
Em sua peleja, Jacó experimentou o poder de Jeová, no entanto ganhou uma marca
que o faria lembrar pelo resto de sua vida a ofensa que tinha cometido contra
Jeová e a Esaú, pois, ao aceitar a ideia de sua mãe em fazê-lo se passar por
seu irmão, não confiou em Deus nem esperou o tempo do Todo Poderoso. Jeová não
só lhe perdoou como retirou qualquer vestígio de rancor do coração de Esaú (Gêneses
32:4-24).
O profeta Miquéias, no capítulo sete de seu livro, mostra-nos como Deus
age em relação às ofensas sofridas da parte do homem. Embora perceba que o
homem, em muitas situações, trai a Ele lhe virando as costas, o Pai está sempre
disposto a perdoar esquecendo totalmente a ofensa. O rancor não cabe no coração
de Deus, logo não deve também caber em um coração onde Ele habita. O rancor leva impureza ao coração, pois
produz algo conhecido como malquerer; desta forma, como poderá habitar o
Espírito Santo em tal coração? Se quisermos ter vidas controladas pelo
Espírito, devemos aprender com o Senhor, como lidar com as ofensas sofridas ao
longo delas.
Perdão:
Fruto do Amor
No vocabulário cristão evangélico, deparamo-nos com uma expressão
idiomática muito usada por todos: “O Senhor lançou os nossos pecados no mar do
esquecimento” é fato que, na Bíblia, não encontraremos tal expressão, mas
podemos usá-la como receita divina para cura do rancor. Dois textos sagrados
nos ajudam a entender esta maneira de se referir ao perdão de Deus: Miquéias 7:19
diz que o Senhor lançará no mar todos os nossos pecados e Isaías 43:2 nos
mostra o Senhor, afirmando que, dos nossos pecados, não mais se lembrará. Agir
dessa maneira irá ajudar, e muito, na cura desse mal que hoje afeta uma grande
parcela da humanidade, inclusive em nossas igrejas. Ao identificarmos pessoas que possam estar sofrendo deste mal em nossas
igrejas, devemos imediatamente interferir com palestras, seminários e cursos
que tratem do assunto, usando profissionais preparados com conhecimento
científico e teológico, pois sendo uma doença da alma age nas emoções podendo
atingir diretamente a vida espiritual do indivíduo.
Toda a mensagem de Cristo é embasada em
amor. João 8:4 nos diz que Deus é amor... Logo, o amor é o segredo para uma
vida cristã vitoriosa, e dele vem a força para vencermos qualquer
ressentimento, magoa ou ódio. Do amor saem as vertentes que enobrecem o ser
humano: bondade, gentileza, presteza, lealdade, fidelidade, benignidade,
honestidade, sinceridade e é claro, a capacidade de perdoar. Aliás, o PERDÃO é
um requisito tão essencial ao cristão, que a falta dele se torna um empecilho
para o recebimento do próprio perdão divino e consequentemente neutraliza o
poder da Graça e compromete completamente nossa salvação (Mateus 6:15). Por
outro lado é impossível perdoar sem primeiro desenvolver o amor e ele só pode
ser desenvolvido a partir de uma fonte específica: O amor do próprio Deus.
Talvez a vida não te de motivos para
amar. Talvez sua igreja, sua família e até mesmo seu cônjuge não te dê motivos
para desenvolver o amor, pois você se vê cercado de intrigas, mentiras e quebra
de confiança. As pessoas te desprezam, ignoram, perseguem e criticam... Você
não tem a obrigação (e nem motivos) para ama-las... Por outro lado, Deus te ama
tanto que nem mesmo a profundeza do mar ou as alturas dos céus são suficientes
para mensurar tamanho sentimento; e uma vez que somos imergidos neste amor,
temos tanto dele em nós que a única forma de não sermos “sufocados” por ele é
dá-lo a todos que de alguma forma fazem parte de nossas vidas, mesmo que não
haja nenhum merecimento.
Em um de seus textos devocionais, o
escritor Max Lucado discorre sobre o amor de Deus agindo em nós: “Deus faz assim. Ele conhece suas limitações. Ele está bem atento às suas
fraquezas. Da mesma forma que você não poderia morrer pelos seus próprios
pecados, você nem tampouco pode resolver a fome mundial. E, de acordo com ele,
está tudo bem. O mundo não está dependendo de você. Deus lhe ama demais para
dizer que é tudo gira em torno de você. Ele mantém o cosmos funcionando. Você e
eu jogamos serragem nas manchas de óleo e o agradecemos pelo privilégio. Nós espiamos
debaixo do capuz. Nós sabemos o que custa cuidar do mundo e sábios somos ao
deixar nas mãos dele. Dizer que não gira em torno de você não é dizer que você não é amado,
muito pelo contrário. É porque Deus o ama que não gira em torno de você. E, ó que amor isto é. É
“maravilhoso demais para ser medido” (Efésios. 3:19). Mas embora não possamos
medi-lo, eu posso lhe exortar a confiar nele? Alguns de vocês têm tanta fome de
um amor como este. Aqueles que deviam ter lhe amado não fizeram. Aqueles que
poderiam ter-lhe amado não queriam. Você foi deixado no hospital, abandonado no
altar. Deixado com uma cama vazia, deixado com um coração quebrado. Deixado com
sua dúvida, “Será que alguém me ama”? Por favor escute a resposta do céu. Enquanto você o observe na cruz,
ouça Deus assegurar, “Eu lhe amo”.
O remédio contra o rancor é o perdão e o combustível do perdão é o amor e
o amor é a essência do Evangelho (João 3:16). Então, já que fazemos parte do
povo escolhido, devemos em todo tempo amar a todos. O próprio Cristo nos
ensinou que devemos amar aos nossos inimigos (Mateus 5:44), sendo assim, vamos
fazer o possível para apagar de nossos corações toda e qualquer raiz de
amargura que possa permitir brotar em nossa alma esta enfermidade terrível.
Texto Áureo
E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda
estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo,
lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.
Lucas
15:20
Verdade Aplicada
O perdão é remédio para o rancor, e o combustível do
perdão é o amor.
Textos de Referência
Lucas
15:11,12,20 e 29
E disse: Um certo homem tinha dois filhos.
E o mais moço deles disse ao pai: Pai dá-me a parte
da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda
estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se
lhe ao pescoço, e o beijou.
Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo
há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um
cabrito para alegrar-me com os meus amigos.
Para conhecer com maior profundidade as causas, sintomas e perigos de tão nocivas enfermidades da alma, e entender o poder transformador do perdão, participe neste domingo (22/06/2014), da Escola Bíblica Dominical.
Fontes:
Revista Jovens e Adultos nº 91 - Enfermidades da Alma : Editora Betel
Meio Gospel - www.meionorte.com
Wi Kihow: www.pt.wikhow.com
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