quinta-feira, 28 de abril de 2016

EBD - O amor puro e insondável, proveniente de Deus


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 99 - Editora Betel
Fruto do Espirito - Lição 05
Comentarista: Pr. Israel Maia

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley


Texto Áureo
Lucas 10.27

E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo.

Verdade Aplicada
Demonstrar amor nem sempre é suficiente, importante é como você ama.

Textos de Referência
I Coríntios 13:1, 3, 4, 6 e 7

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.
A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.


Frutificação Espiritual
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Em João 15:1-2, Jesus se revela como a Videira Verdadeira, sendo seus discípulos, “ramos” nele enxertados. Toda “vara” frutífera é podada para dar ainda mais frutos, enquanto as infrutíferas são cortadas pelo “Lavrador” (Deus) e lançadas no fogo. Assim, para o cristão, a frutificação espiritual, mais do que uma questão de necessidade, é item de sobrevivência. Embora o fruto seja gerado a partir da árvore (que neste contexto é Cristo), ele floresce, se desenvolve e amadurece nos ramos (cada um de nós). Deus tem nos concedido inúmeros dons (presentes), e a frutificação é a forma mais eficaz de retribuirmos ao Senhor seus incontáveis beneplácitos. Engana-se quem pensa que possuir dons espirituais é sinal de espiritualidade elevada. Equivoca-se miseravelmente quem acredita que uma igreja repleta da manifestação dos dons espirituais, seja prova irrefutável de santidade. Dons espirituais são dádivas, presentes para as quais, a concessão não se atrela a nenhum mérito pré-estabelecido. São concedidos conforme a necessidade do Espírito Santo, para quem os deseja, e convenhamos que apenas “desejar” algo não credita alguém para qualquer tipo de premiação. Logo se tratando de salvação e vida eterna, os dons recebidos e utilizados aqui na terra não serão peso de balança, já que sua utilidade em nós é neutralizada uma vez que estejamos fora deste corpo humano. Obviamente, o bom uso destes mesmos dons resultara em galardão para aqueles que forem salvos... Mas ninguém será salvo apenas por possuir dons ou praticar boas obras, já que a Salvação é uma dádiva da Graça, dada ao homem por Deus através da fé em Cristo e do cumprimento integral de seus mandamentos. Uma vez que a Fé é estrada, e a Graça o carro; podemos dizer que os dons e as obras são “pedras calcárias” que pavimentam esse caminho, tornando a viagem ao céu mais “suave”.

Se os DONS são presentes de Deus para nós, os FRUTOS são presentes nossos para Deus; produzidos para Honra e Glória do Senhor e como testemunho de nossa fé junto aos ímpios. DONS e FRUTOS devem coexistir em nossa vida, pois são complementos um do outro, faces da mesma moeda. Ambos devem caminhar pareados, simultaneamente, pois quando um deles falta, o outro estará comprometido.  Entretanto, o termômetro de espiritualidade e santificação, seja de um indivíduo ou de toda uma congregação, não são os DONS; pois a qualidade de uma árvore deve ser avaliada pelos Frutos que produz, e não pelos enfeites que penduramos nela. O pecado afetou consideravelmente a imagem de Deus em nós, nos levando a produzir obras carnais. Através do novo nascimento e da produção continua de Frutos Espirituais o caráter de Cristo é refeito no homem. O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual perceptível. A partir do exato momento de uma conversão genuína, a frutificação já começa a se manifestar.

E o amor é a base da nossa pregação, é o lema de nossa cruzada celeste, a motivação de nosso serviço e a coluna cervical dos frutos espirituais. Ao contrário das obras da carne que se manifestam em grande variedade; existe apenas um tipo de Fruto do Espírito (Gálatas 22:19-22.  Este fruto pode ser descrito como uma tangerina com nove gomos ou um belo cacho com nove uvas muito viçosas, sendo esta uma condição irrevogável e sem concessões. Um fruto com apenas oito gomos ou um cacho com apenas oito uvas, é um fruto defeituoso, produzido por uma árvore de qualidade duvidosa. Uma árvore que produza frutos incompletos será desqualificada, desarraigada e lançada ao fogo. Assim, a avaliação de nosso caráter para fins de juízo se dará pelo minucioso exame dos frutos que produzimos ao longo de nossas vidas. Este fruto só será completo e de qualidade inquestionável se for constituído por novo elementos essenciais para nosso desenvolvimento espiritual, sendo que o primeiro deles é o AMOR.


Amor, um dom divino

A primeira característica do fruto do Espírito Santo que estudaremos é o amor na ótica humana, mas o amor insondável de Deus e Sua manifestação na vida do homem. Para se oferecer amor, é necessário que tenha sido de alguma forma recebido por nós ou gerado em nós. A característica do fruto do Espírito conhecida como amor é gerada por Deus e cultivada por nós para que possamos distribuí-la em nossos relacionamentos. A primeira característica do fruto destacado por Paulo foi a caridade. Em muitas versões, aparece como amor, pois, em sua colocação, Paulo escolheu a palavra “ágape” para identificá-la, Isto quer dizer que caridade é o amor puro e insondável de Deus. Quem desenvolve esta característica busca o bem de todos sem nada querer em troca (Efésios 5:2). O amor já tem em si ferramentas para fazer com que o indivíduo seja identificado como uma pessoa tocada de alguma forma pelo poder de Deus. Tal característica faz com que o indivíduo aja como um verdadeiro servo de Cristo. Existem diversas formas de amor, mas o único e verdadeiro amor é o amor de Deus. Amar como Deus amou para o homem natural é impossível. O homem só começa a entender este amor quando ele começa a nascer em seu coração. O novo nascimento é evidenciado justamente pela presença deste amor, demonstrado por atos que diferem o homem sem Deus do homem em Deus. Podemos afirmar que Jesus foi a expressão personificada do amor de Deus, sendo assim, para provarmos que o amamos, devemos expressar o amor que Ele representa (I João 4:11; 5.1).

Em sua primeira carta aos Coríntios, Paulo dedica um capítulo em especial para definir o que é o amor. Em suas palavras, o apóstolo apresenta dezesseis qualidades que são acrescidas por quem desenvolve o amor. Poderíamos aqui definir cada uma delas que se encontram na epístola no capítulo 13, do versículo 4 até o 8, entretanto, queremos apenas deixar claro que, sendo o amor a essência do Evangelho (Marcos 12:30-31), ao desenvolvê-lo, o indivíduo terá a oportunidade de ter uma vida abundante em Cristo. Viver em amor é o produto de uma vida santa não contaminada por situações que interferem na nossa intimidade com o Criador. Em sua primeira carta, no capítulo 4, versículo 8, João afirma que quem não ama não conhece a Deus porque Deus é amor. O amor do fruto do Espírito não pode ser identificado apenas como um sentimento. O amor verdadeiro deve ser expressado através de nossas ações, deve ser produtivo, ativo e resoluto. Quem ama busca soluções em prol daquele que necessita de alguma coisa, não espera acontecer, mas realiza. Comente com os alunos que a morte de Cristo na cruz é a maior representação de amor já apresentado a humanidade. Se experimentarmos o amor de Deus, temos a obrigação de expressar amor pelo próximo.

O amor nos livra da necessidade de buscar por informações externas que, em muitas vezes, nos assustam com imagens violentas que demonstram como o mundo está morto no maligno. As imagens produzidas pelo maligno ferem os princípios do amor, pois visam em todo o tempo colocar temor em nossos corações, tentando nos afastar do real propósito de Deus para nossas vidas, que é anunciar o Evangelho. O que devemos fazer é demonstrar amor através da pregação da Palavra, para que os que estão aprisionados por Satanás possam vir a ter o conhecimento da verdade e assim alcancem a graça salvadora de Jesus Cristo. A estratégia promovida pelo inimigo de nossas almas visa colocar em nós o medo. Entretanto, o servo fiel que pratica o bem, anda em verdade e ama o próximo, não teme perder a bênção da salvação, pois conhece a Deus e crê no amor que Ele tem pelos seus. Logo, todo aquele que está em Deus expressa o amor porque Deus é amor (I João 4:16). Quando praticamos a boa obra do Evangelho, isto é a pregação da Palavra (Efésios 2:10), estamos praticando o verdadeiro amor e sendo participantes dele. Quem não tem medo, pois o verdadeiro amor lança fora todo o medo (I João 4:18).


Amor X Medo
Comentário Adicional:
Pb. Bene Wanderley

Falar do “amor” e sobre o “Amor” genuinamente bíblico, pode não ser uma tarefa tão simples para nós que estamos vivendo dias de esfriamento espiritual no meio do povo cristão. Neste contexto de apostasia, para se falar sobre o amor, com verdade e sem demagogias, é preciso muitas vezes, cortar na própria carne (e isso nunca é bom).  Segundo às escrituras, a multiplicação da iniquidade é a causa do esfriamento do amor na vida de tantas pessoas (Mateus 24:12). É interessante ressaltar aqui, um ponto abordado pelo comentarista da lição, que nós, muitas vezes, não observamos e passamos por ele sem a devida consideração: “o medo tem prevalecido sobre o amor”. A expansão do terror decorrente desta crise globalizada, tem enegrecido nossos dias. A violência em todos os seus ângulos, a explosão da tecnologia e das redes sociais com seus aparatos malignos, o descaramento da corrupção na política mundial, a revolta da natureza que vem sendo deplorada pelo homem, gerando pânico e destruição em muitos lugares com terremotos, maremotos, furação, tufões, tempestades, enchentes, incêndios florestais causados pelo aquecimento global, erupção vulcânicas em vários lugares e tantos outros desastres naturais cada vez mais intensos. Tudo isso tem levado o mundo a um estado de temor e tremor na expectativa pelo fim da humanidade. Os meios de comunicação tem sido uma arma de destruição massiva para o ânimo, pois as pessoas vivem à mercê das informações desestimulantes, e isso tem roubado a paz da do cidadão,  que  desiludido vive esperando por um amanhã ainda pior que o hoje.

Com isso, o amor vem se esfriando. É visível a falta de amor, pois onde o medo opera, o amor é lançado no esquecimento.  Em decorrência de todos os problemas latentes no mundo secular, nossos cultos tem se tornado verdadeiros “encontros dos desesperados”, dos angustiados, dos medrosos, dos desesperançosos, dos que vivem em função da crise. Os ministros estão mais para psiquiatras e os altares se tornaram divãs. Mas não podemos nos esquecer que somos pregadores do “EVANGELHO”, portadores das Boas Novas, mensageiros de um Reino do Amor, onde todo medo é lançado fora. Não existe medo no amor. O texto de I João 4.16–18 nos diz que o amor de Deus é aperfeiçoado em nós, para que no dia do juízo ou tribulação tenhamos confiança, ou seja, quem tem medo, não é perfeito ou aperfeiçoado no amor.

Com a crescente crise econômica, social, moral e espiritual, todo crente em Cristo deve abundar em amor, permitir que sua fé se firme no amor divino. Precisamos buscar a manifestação do Fruto do Espírito em nossa vida, precisamos nos empenhar no amor perfeito que vem de Deus.  Crentes maduros são crentes cheios do Amor. O amor é imprescindível para que sejamos saudáveis no corpo de Cristo. Também indispensável para evitar que as notícias desagradáveis nos lance em crises. Muitas são as vertentes para se falar sobre este tema, mas, o que nos importa agora é saber que podemos ter uma vida de paz no amor de Jesus Cristo, e que podemos amar e ser amados com esse amor divinal. Que não fiquemos só aqui na teoria, olhando para tudo isso sem termos a coragem de tomar essa vestimenta santa que é o Fruto do Espírito. Vamos nos vestir dessa armadura e andar em Amor, pondo em fuga o medo e a desesperança.


Compartilhando o amor

O fruto do Espírito está dividido em três seções. O amor está incluído na seção que se refere ao homem consigo mesmo. Desta forma, para o indivíduo amar, é necessário que esteja em harmonia pessoal. O amor só pode ser compartilhado por quem ama a si próprio (Mateus 22:39).O amor é a base dos relacionamentos, seja ele amoroso, familiar ou de amizade. Hoje temos visto essas relações se esfriarem devido ao uso indiscriminado dos meios tecnológicos. Basta observarmos os lugares públicos que veremos muitos casais, que antes estariam conversando, ou até mesmo trocando carinhos, focados em seus aparelhos eletrônicos. Este tipo de comportamento também tem invadido muitas residências onde as famílias não se comunicam como antes. Alguns dos membros estão diante da TV, outros no computador e outros ainda em tabletes e smartphones. A troca de informações e os momentos em volta da mesa são cada vez mais raros. O esfriamento das relações atinge a comunhão com Deus, sobretudo por parte das famílias evangélicas, que antes dedicavam parte de seus momentos familiares à prática do culto doméstico. Esta prática está cada vez mais comprometida devido ao apelo extremo da mídia, que sempre exibe algo novo para desconcentrar o indivíduo.

Em suas palavras, Jesus nos deixou uma grave advertência. O texto de Mateus 24:12 se refere, em especial, aos falsos profetas que haviam de surgir quando o fim se aproximasse. Logo, não é surpresa para quem conhece a Palavra de Deus os muitos acontecimentos que temos presenciado. Violência, morte e destruição não são mais nenhuma novidade. Contudo, temos percebido que a mídia tem trabalhado sem pestanejar para criar um sentimento de insegurança em meio à sociedade, com o desejo de colocar pânico, produzindo corações amedrontados. É impossível que um coração amedrontado produza amor. A proliferação da iniquidade tem sido, em sua maioria, disseminada pela mídia, que tem funcionado como falso profeta. A estratégia do inimigo fica clara quando seus instrumentos começam a fomentar o medo e o pânico. Passe a observar como nos últimos anos tem crescido o número de telejornais com mensagens sensacionalistas e também tabloides com o mesmo tipo de conteúdo. Esta maneira de passar notícia vai criando no indivíduo um pavor, que tem sido responsável pelo esfriamento. Quando o homem se esfria, ele tem dificuldade de condensar o amor, ficando mais difícil para espalhá-lo. É bom que fique claro que quanto mais o amor estiver em nós, mais poderemos distribuí-lo em busca de uma nova experiência de vida.

Muitos pensam que é impossível expressar o amor de maneira verdadeira. No entanto, podemos declarar que se o indivíduo experimentar a ação de um amor verdadeiro, ele poderá sim transferir este amor a outrem, criando assim uma corrente positiva de boas ações e boas notícias. Enquanto o diabo trabalha produzindo notícias ruins, o amor personificado, que é Cristo, produz em nós o desejo de fazer o bem sem nenhum interesse (I Coríntios 13:5). Se não estivermos livres de todo sentimento mal, nem as nossas ofertas serão aceitas pelo Senhor (Mateus 5:23-24). Uma vida de bem-aventuranças dependerá também de uma vida devotada em espalhar o amor. O amor é a base para o início de uma vida frutífera nas mãos do Senhor. Perdoar também é uma maneira de demonstrar amor. Em seus ensinamentos, o Senhor nos ensinou a amar até os nossos inimigos, contra dizendo o que o mundo diz: que devemos odiá-los (Mateus 5:43-44). A Bíblia é uma fonte inesgotável de amor. Em sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo esclarece que devemos abençoar os que nos perseguem e não amaldiçoar (Romanos 12:14). O que é abençoar senão amar? Ressalte para os alunos que demonstrar amor a quem nos ama não é em nada difícil, agora amar um inimigo só é possível pelo amadurecimento do Fruto do Espírito.


Uma jornada em Amor
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Muitos consideram o capítulo doze da carta de Paulo como sendo um texto sobre “dons” e o capítulo treze como um texto sobre o “amor”, porem quando removermos as divisões numéricas, veremos que na verdade, ambos são um único texto, visceral e contínuo; que aprofunda e amplia um único assunto: - Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. (I Coríntios 12:31 / 13:1-2). Nele, Paulo esta discorrendo sobre um “caminho mais excelente”, uma base sólida sobre a qual o exercício dos DONS deveria ser fundamentado; sem a qual tudo que tenha sido construído desmoronará. E esta base é o AMOR.  No amor se resume a fé cristã, todo o mandamento divino e a vida cotidiana do cristão. Em sua essência, podemos considerar que o amor é o maior de todos os presentes dados por Deus ao ser humano, seja no privilégio de ser amado ou na capacidade de amar.  nos ama incondicionalmente, e este é sem dúvida o mais valioso dos DONS. É desfrutando plenamente deste amor que obtemos os meios necessários para manifesta-lo ao próximo. Entretanto, é preciso entender que o amor cristão exercido diariamente não deve ser dado a nós por Deus, mas sim desenvolvido por nós para Deus. Primeiramente porque Deus já nos amou e por amor Jesus Cristo deu sua vida por nós e agora, imersos neste amor, precisamos desenvolver um amor genuíno por aqueles que nos cercam e para com o nosso próprio Senhor.

Êxodo 21:1-6 registra a lei sobre o escravo hebreu. Uma vez que fosse comprado, ele serviria ao seu Senhor por seis anos e no sétimo deveria ser feito livre. Esta liberdade alcançaria tudo e todos que tivessem sido comprados com ele. Entretanto, se este homem tivesse se apaixonado, casado e constituído família durante sua servidão, ele seria livre, mas sua família não, permanecendo sobre os domínios do dono. Muitos escravos se negavam a abandonar seus senhores. Alguns pelo apego à casa, aos demais criados ou ao próprio senhorio e outros por não suportarem deixar para trás alguém a quem amassem muito. Para eles havia um procedimento especial. Seu dono o levava perante um juiz, e com as próprias mãos usava um cinzel para lhes furar a orelha. Uma vez que este ritual fosse realizado, aquele servo estava “amarrado” ao seu senhor pelo resto de sua vida, não mais como um simples escravo, e sim como um “servo por amor”.

Este é com certeza o exemplo máximo do amor cristão. Fomos resgatados por Jesus da escravidão do pecado e por ele recebemos nossa libertação (João 8:31-32), mas nós apegamos tanto ao nosso novo dono, nos afeiçoamos tanto ao nosso novo lar e aos outros “serviçais”, que abrimos mãos de quem somos e do que queremos e escolhemos, pelo resto de nossa existência, servi-lo por amor. E através deste ato sacrificial que temos nosso status em relação a Jesus Cristo alterado de “servo” para “amigo”, pois apenas a amizade verdadeira produz tamanha intimidade entre dois seres tão distintos. Podemos afirmar que o amor é a base de todo relacionamento perfeito no céu e na terra. Não é sem motivo que o batismo no Espírito Santo é muitas vezes relatado e chamado de batismo de amor, pois é um empuxe que nos impulsiona a um novo relacionamento com Deus e com o próximo. Do amor saem as vertentes que enobrecem o ser humano: bondade, gentileza, presteza, lealdade, fidelidade, benignidade, honestidade, sinceridade e é claro, a capacidade de perdoar. Aliás, o PERDÃO é um requisito tão essencial ao cristão, que a falta dele se torna um empecilho para o recebimento do próprio perdão divino e consequentemente neutraliza o poder da Graça e compromete completamente nossa salvação (Mateus 6:15). Por outro lado, é impossível perdoar sem primeiro desenvolver o amor e ele só pode ser desenvolvido a partir de uma fonte específica: O amor do próprio Deus.


Lições práticas

Toda atitude grandiosa tem que passar por um filtro. O servo do Senhor deve em tudo viver uma vida espiritual, mas deve também ter uma relação racional com o Criador (Romanos 12:1). Quando conseguimos perceber o propósito de Deus para nossas vidas, passamos a entender o quanto amar é necessário. A paixão é irracional, mas o amor é totalmente racional, porque é dom de Deus.Na sua primeira carta aos Coríntios, Paulo nos mostra a excelência do amor (I Coríntios 13), enquanto, em sua primeira carta, João nos apresenta os benefícios do amor (I João 4:9-19). No texto descrito por João, aprendemos o que nos é dado por Deus através do amor por Ele expressado em Cristo. Entretanto, o texto nos adverte que não adianta receber tanto se não estivermos dispostos a dividi-los com aqueles que estão próximos a nós (I João 4:20-21). É realmente necessário que mostremos a Deus o quanto O amamos. A orientação que nos é passada pelo apóstolo João é que devemos estar dispostos a amar ao próximo, pois desta forma poderemos provar que amamos ao nosso Criador, através de sua imagem e semelhança.

Quando aceitamos a Cristo, conhecemos o Fruto do Espírito. Este nos é dado de maneira graciosa, a fim de que tratemos do seu amadurecimento. Nenhum fruto que não está maduro é saboroso o suficiente para ser consumido, sendo assim, fica claro o tamanho da nossa responsabilidade. Cada característica do fruto tem um valor próprio e especial. O amor é imprescindível para que sejamos saudáveis no corpo, na alma e no espírito. Para termos uma vida verdadeiramente saudável, devemos tratar de maneira especial do amadurecimento do Fruto do Espírito Santo em nós. Ao doarmos amor, provamos que estamos andando no Espírito (Gálatas 5:25) e isto mostra que o fruto está em processo de amadurecimento. Um fruto tem um tempo próprio para ser consumido e se passar da hora não será mais proveitoso colhê-lo. Se partirmos do pressuposto que o Senhor virá a qualquer momento (Mateus 25:13), temos que observar se o nosso fruto está pronto para ser colhido. Caso percebamos que não está, devemos ser prudentes e tratar para que esteja maduro na hora certa.

Em meios aos muitos apelos midiáticos nos quais está mergulhado o mundo, aquele que recebeu o Fruto do Espírito Santo deve proceder de maneira inteligente, não se deixando envolver inadvertidamente por tais apelos, pois estes certamente irão desviá-los do propósito escolhido. O projeto do Criador é que alcancemos o maior número possível de almas. Através do amor de Deus personificado em nós, certamente apresentaremos um sem número de salvos ao Pai. Tudo o que nos é dado pelo Pai é assim feito com um propósito. Logo, de maneira nenhuma, de nada interessaria a Ele nos apresentar o Fruto do Espírito Santo se não visse em nós a possibilidade de produzir meios para os que tal fruto amadureça. Um fato que não pode ser negado é que, para termos as condições fundamentais para promover o amadurecimento do fruto, é necessário andar com Jesus Cristo e para andar com Ele é preciso que nos neguemos a nós mesmos (Lucas 9:23).



Conclusão

Devemos valorizar ainda mais o desenvolvimento do amor, característica do fruto do Espírito, em nós a doação do mesmo a todos que estiverem ao nosso alcance. A melhor maneira para fazermos isso é abandonando os novos costumes que nos têm sido impostos pelo uso inadequado da tecnologia.






O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual perceptível.  Este fruto só será completo se for constituído de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperanças. Para aprender ainda mais sofre o Fruto do Espírito, e a frutificação espiritual na era da pós modernidade, participe neste domingo, 01  de maio  de 2016, de nossa EBD.



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