sexta-feira, 1 de abril de 2016

O Relógio do Céu (Palavra Pastoral - Abril 2016)



Aguardar pacientemente as promessas de Deus se cumprirem em nossa vida é algo realmente desafiador.

Somos ansiosos por natureza (a vida é breve), e vivemos tempos onde se prega um “evangelho” imediatista, com profetas agendando datas para milagres, incitando verdadeiras barganhas espirituais, que nos dão a falsa sensação que Deus nos é um tipo de “sócio”, tendo compromissos contratuais a cumprir. Tudo demanda urgência, e queremos exigir de Deus uma relação unilateral onde o grande beneficiado é sempre o homem. É exatamente esta deturpação da mensagem cristã, que tem criado uma legião de crentes frustrados e decepcionados, pois acreditam piamente que Deus mentiu ou está atrasado.

A verdade é que o “céu” tem seu próprio relógio, e ele está sujeito plenamente ao Káiros, que também chamamos de “O Tempo de Deus”. E ele é diferente do nosso.... Simples assim... Não há fórmulas mágicas e nem equações mirabolantes.

Vivemos num espaço limitado, e se quer sabemos o que esperar do próximo minuto. Deus enxerga o contexto completo, começo, meio e fim, num único olhar. É muito mais seguro confiar no Tempo de Deus, do que se apegar a nossa perspectiva rasa e incompleta. Tenho observado com frequência, bons cristãos que estão sofrendo com a angústia da espera, almejando receber algo de Deus. Aí, em decorrência deste evangelho trágico e capitalista, eles são levados a pressionar Deus contra a parede, exigindo pressa e cobrando urgência, como se fosse realmente possível ao homem, “determinar” alguma coisa para Deus.

A angústia dessas pessoas aumenta cada vez mais, pois sentem que Deus não mais se importa com elas, se prendem ao tempo da terra, e passam a viver num torturante ciclo de esperar-frustrar-esperar...

O que devemos entender, é que existe uma aura de “espiritualidade” na espera, pois ela é um período onde Deus nos ensina sobre esperança, paciência e perseverança. Durante a espera, ansiamos por aquilo que é esperado, e assim, nos mantemos alerta. A espera não nos torna menores ou piores, apenas nos prepara para algo maior, da mesma forma que uma mulher grávida aguarda numa paciência ansiosa, a chegada de seu filho. Durante a espera, nos dilatamos e crescemos.

Tudo vai ficando pronto para o “melhor de Deus”.

Mas não se iluda... Assim como numa gestação, a espera é penosa e muito difícil. E existe um propósito nessa  dor: Por que em esperança fomos salvos, ora, a esperança que se vê não é esperança, porque o que alguém vê, como esperará? Mas se esperamos o que não vemos, com paciência esperamos (Romanos 8:24-25). 

Então, meus queridos, aquiete-se. Se você não pode fazer algo acontecer com suas próprias mãos, pare de insistir em tentativas tolas e espere Deus agir no tempo Dele. Se a vida só te dá limões, faça com eles uma bela limonada, e “adoce” com oração, lágrimas e muita adoração.

Relaxe e aprecie a passagem....

Quando chegar o tempo perfeito, e a hora correta for marcada no Relógio do Céu, sua honra será muito grande!



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