quinta-feira, 7 de abril de 2016

EBD - Os perigos da febre das redes sociais


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 99 - Editora Betel
Fruto do Espírito - Lição 02
Comentarista: Pr. Israel Maia

Comentários Adicionais
Pb. Bene Wanderley
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Cp. Lucas Passarelli Gomes


Texto Áureo
Isaías 55:6
Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

Verdade Aplicada
Não podemos permitir que nada seja mais suficiente para nós do que uma vida verdadeiramente em Cristo.

Textos de Referência
Salmos 128:1-6

Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos.
Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.
A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa.
Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor.
O Senhor te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida.
E verás os filhos de teus filhos e a paz sobre Israel.


Licitude e Conveniência
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

Estamos felizes por termos em nossas mãos, esse material tão precioso e benéfico, não somente para nossa vida cristã diária, mas também para nosso crescimento individual com uma maior compreensão de nosso papel como “igreja” junto à sociedade. O fato é que estamos sendo bombardeados pelo inferno, caminhando por um perigoso campo minado de perniciosidade. Em meio aos vários tipos de perigos aos quais estamos expostos, salta aos olhos as armadilhas presentes nas redes sociais, com as quais, inegavelmente, estamos intimamente ligados em nosso dia a dia. Com o avanço desenfreado da corrupção, da libertinagem e do hedonismo, aliados a uma crescente falta de interesse pelo sagrado, assistimos de camarote a degradação moral e espiritual das pessoas. Como bem sabemos, a pós- modernidade e a tecnologia presente em seu contexto, não são maléficas em si, mas tem sim, potencial para ser usada por mãos malignas. Infelizmente as pessoas têm super valorizado às coisas criadas, e renegado com suas vidas, ao Criador de todo e todos. A grande verdade é que nosso conceito de prioridade (pessoas, bens, igreja, família, relacionamentos, ambições, trabalho, satisfações, ministério...), é o real problema desta era tão atarefada e escassa de horas...  E as redes sociais vêm ocupando um espaço cada vez maior numa agenda já apertada. Isto tem sim, tornado-se um problema gravíssimo, com consequências quase irreversíveis, até mesmo dentro das famílias cristãs.

A internet não pertence a Satanás. Isto é um fato. Mas astuto como o inimigo é, ele tem usado as redes sociais como parte vital de seu plano diabólico, que consiste basicamente em destruir a coroa da criação de Deus, levando um número de almas cada vez maior para o inferno. Satanás não descansa, não vacila não se distrai e com isso, não perde seu foco. Infelizmente, esta “determinação” não é encontrada em muitos crentes, que constantemente são atraídos por pontos de falsa luz, caindo nas garras do tentador e praticando todo tipo de pecado, do mais sútil ao abominável, que em essência são igualitariamente danosos. E parte significativa da causa raiz de toda essa desgraça, vem do uso indevido e exagerado das redes sociais. Seria uma grande incoerência de nossa parte, demonizar o Facebook, o Watsapp e qualquer outra mídia social, pois elas são excelentes meios de comunicação, e tem servido de apoio à divulgação do evangelho. Mas se Satanás não criou as redes sociais, ele fez sim perfis em todas elas, e diariamente nos envia solicitação de amizade.  

É preciso urgentemente erguer nossas vozes para despertar as pessoas sobre o perigo do uso "indevido e exagerado" desses meios; pois é estarrecedor o volume de caso de famílias inteiras sendo destruídas pelo descontrole digital.  As escrituras ensinam o cristão a como se comportar quando estão fazendo uso das redes sociais: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas por nenhuma eu me deixarei dominar (I Coríntios 6:12) Devemos orar nesses dias tão difíceis, em busca da capacidade de produzir o Fruto do Espírito, para assim, vencer esses ataques ininterruptos das hostes malignas, que tentam nos sufocar sutilmente, até que espiritualmente estejamos mortos.  É preciso imediatamente por em prática a mansidão e o domínio próprio, citados por Paulo em Gálatas 5:23, é que estão presentes no Fruto Espiritual. Se buscarmos em Deus estas virtudes espirituais, seremos capazes de vencer todos esses obstáculos, que visam nos afastar da caminhada cristã.


Teia de Alcance Mundial
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes


A “World Wide Web” (teia de alcance mundial), é sem duvidas, um dos maiores avanços da história da humanidade, interligando o mundo inteiro em tempo real. Nunca foi tão fácil se comunicar, obter informações, transferir arquivos, armazenar dados e encontrar pessoas. Através da grande rede, qualquer um pode observar o mundo por uma janela de poucas polegadas.  A internet nasceu nos laboratórios militares dos EUA durante os anos 60. Inicialmente, ela foi desenvolvida para viabilizar a troca de informações entre os computadores do governo, e era chamada de Aparnet. Em 1989, já nos laboratórios da CERN (organização europeia para pesquisa nuclear), o físico inglês Tim Berners-Lee desenvolveu as características do que hoje conhecemos por "www", estabelecendo uma linguagem padrão para a circulação de dados, permitindo que qualquer computador, independentemente de onde estivesse no planeta, pudesse ter livre acesso a esse mundo virtual. Desde então, a internet só evoluiu, fazendo com que as empresas envolvidas com qualquer tipo de comunicação invistam valores exorbitantes no desenvolvimento de novas tecnologias, tanto para melhoria do serviço, quanto para facilitar o acesso de qualquer indivíduo às informações disponibilizadas na Rede.  Já em 1969, com o desenvolvimento da tecnologia dial-up (conexão a internet por redes telefônicas) e o lançamento da CompuServe (serviço comercial de conexão com a internet), surgiram os primeiros relatos de socialização de dados. Este era o embrião das Redes Sociais.

O envio do primeiro e-mail é datado de 1971, sendo que em 1978, dois especialistas em informática de Chicago desenvolveram o BBS (Bulletin Board System), sistema que utilizando modem e linha telefônica, possibilitava o envio de convites para eventos e a realização de anúncios pessoais. Em 1984, o Prodigy, um novo serviço comercial de conexão é lançado nos EUA. Em 1985, a American Online (AOL) passou a fornecer ferramentas para que pessoas criassem perfis virtuais na rede, bem como o desenvolvimento das primeiras “comunidades”. Em 1997, a mesma empresa implementou um sistema de mensagens instantâneas, criando o primeiro “chat”, pioneiro entre os serviços de “menssegers”.

Os primeiros traços de redes sociais surgiram em 1994 com o lançamento do GeoCities, também da AOL. Mas é em 1995 que surge definitivamente a primeira rede social da história: o Classmates, que ultrapassou a marca de 50 milhões de usuários. Em 1997, o SixDegrees levou o conceito de “rede social” ao patamar que conhecemos hoje. Daí em diante, os avanços não pararam mais: Fotolog (2002), Friendster (2002), MySpace (2003), Linkedin (2003), Orkut (2004), Facebook (2004) e Twitter (2006). Outras redes que também somam milhões de usuários ao redor do mundo são: Tumbler, Blogger, Instagram, Flickr, Pinterest, Google+ e o WhatsApp, que segundo seus criadores, chegou em 2016, a marca de 990 milhões de usuários. O grande problema é que as Redes Sociais podem exercer uma influencia devastadora sobre o indivíduo, capaz até mesmo de destruir famílias. Ou seja, a chave para o BEM ou para o MAL está na ponta nossos dedos.


O começo de tudo

Nos últimos anos, as redes sociais se transformaram no maior meio de contato virtual. Porém, também contribuíram para o afastamento de muitos do seu convívio social. Abordaremos nesta lição este polêmico, mas real, tema. O conceito de redes sociais teve seu início na segunda metade dos anos 90 do século XX com a criação dos chamados chats de bate papo. As pessoas começaram a se relacionar via Internet e a se conhecerem virtualmente. Em meados de 1995, foi criado o Mirc, site com a proposta de colocar as pessoas em contato através da rede mundial de computadores. A partir daí, foi dada a largada ao que chamamos de relacionamentos virtuais. O Mirc viria a ser substituído no início da década seguinte pelos chamados mensageiros instantâneos, como o MSN.

Ao contrário do que muitos pensam, as redes sociais, como conhecemos hoje, não são algo novo, elas também tiveram as suas primeiras inserções na rede em meados de 1990. Na segunda metade da década, surgiu aquele seria considerado o precursor do Instagram, o Fotolog. Assim como a popular rede social de hoje, o Fotolog era utilizado para postagens de fotos com pequenos textos e também começava a tornar popular aqueles que criavam o seu perfil naquela rede. Nesta época, surgiram também o Flogão e ainda as páginas pessoais gratuitas, como Geocities, HPG e Kit Net. A grande diferença hoje é a exposição instantânea, devido ao acesso acelerado dos smartphones e à internet móvel. A chegada da internet móvel e o avanço da tecnologia dos aparelhos de telefone celular, as redes sociais ganharam grandes aliados, pois os usuários de tais meios de comunicação puderam ter um acesso quase que imediato à Internet. Na época do Fotolog e Flogão, o usuário tinha que tirar as fotos em máquinas fotográficas, leva-las até um computador e assim coloca-las em seu perfil ou página. Isso, dependendo de cada usuário, poderia levar dias ou até semanas. A internet rápida aumentou a possibilidade de exposição imediata, fazendo crescer a procura pelas redes sociais.

Ainda falando dos anos noventa, podemos destacar que a grande novidade desta época eram as salas de bate-papo, pois elas proporcionavam contato rápido com parceiros virtuais. Isso foi uma grande oportunidade para adolescentes tímidos que tinham dificuldade de se relacionar, principalmente com adolescentes do sexo oposto, Em 1996, surgiu o ICQ que, em menos de uma ano, já contava com mais de um milhão de usuários, se tornando o veículo de mensagem rápida preferido desta faixa etária de internautas. O ICQ se manteve na liderança até o inicio dos anos 2000, depois de conquistar cerca de 160 milhões de usuários, quando perdeu a primazia para o MSN. As salas de bate-papo e os sites de relacionamento não serviam apenas para encontros amorosos. Antes das grandes redes sociais serem criadas, estes meios de contato foram largamente utilizados por muitos empresários como espaço para realização de negócios. Muitos professores se utilizaram deles para darem aulas particulares a alunos com necessidade de reforço escolar e também serviu como porta de entrada de muitas igrejas no mundo virtual. A utilização destes meios de comunicação não é de todo ruim.

Ao longo das últimas três décadas, o comportamento humano vem sendo modificado pela influência deste tipo de acesso à Internet. Enquanto, foi na primeira década do século XXI que a exposição virtual apresentou um maior impulso. Em 2004, chegou à rede aquele que seria o grande inovador do conceito de rede social, o outrora maior site de relacionamento da Web, o Orkut. Este site, durante 10 anos, dominou o inconsciente dos internautas, tendo sido extinto pelos seus criadores em setembro de 2014, pela vertiginosa perda de espaço para redes que ofereciam melhores opções de acesso: o Twiter e o Facebook. O Orkut influenciou os comportamentos e os relacionamentos durante os dez anos que permaneceu no ar. Através desta rede social, os indivíduos começaram a se expor, postando fotos e comentários em seu perfil e deixando transparecer sua maneira de pensar. Outros postavam coisas que não condiziam com sua verdadeira personalidade, criando assim, uma ideia falsa a seu respeito. O Orkut influenciou até no vocabulário diário das pessoas, criando novas palavras e dando significados diferentes a outras já existentes.


A ilusão da falsa realidade
Comentário Adicional
Cp. Lucas Passareli

Você já percebeu que os pequenos momentos de prazer oferecidos pelas mídias sociais - quando alguém “curte” o seu post, por exemplo - podem não nos fazer bem? Pessoas que usam as redes sociais com muita frequência têm uma probabilidade maior de manter seu foco no prazer e na fama, e uma probabilidade menor de valorizar coisas mais importantes, como a família. Quantos deixam de dialogar com pessoas que estão ali do lado para enviarem mensagens para os amigos, conhecidos, paqueras que estão do outro lado da sua tela. Neste mundo digital podemos ser quem quisermos, pois não estamos expressando nada, apenas digitando ou fazendo post nas redes sociais de nossos momentos felizes. Pesquisas afirmam que o uso em excesso poderia levar a dificuldades na construção de relacionamentos e no aprendizado acadêmico. Pesquisadores da Universidade de Windsor, no Canadá, entrevistaram 149 voluntários e descobriram que as pessoas que usam as redes sociais frequentemente, mas em pequenas “explosões” rápidas de mensagens (tipo 10 minutinhos), curtidas e comentários, tendem a ser “moralmente superficiais”. Logan Annisette, psicólogo da Universidade de Windsor, disse: - “O uso frequente e ultra-breve das mídias sociais está associado a efeitos negativos na forma como o usuário reflete e em alguns indicadores que comprometem o julgamento moral, isso pode potencialmente levar a um declínio na performance acadêmica e aumentar a dificuldade de formação de relacionamentos sociais – duas tarefas extremamente importantes para adolescentes e jovens adultos, os grupos etários que enviam mensagens de texto e usam as mídias sociais com mais frequência.”

Além do mais, olhar o Facebook dos outros pode nos deixar mais tristes. Amigos postando fofocas de festas animadas das quais você não participou; conhecidos registrando em fotos uma viagem para algum destino paradisíaco; celebridades mostrando seu cotidiano de luxo e agito. Se você passa seu tempo observando, passivamente, esse tipo de conteúdo no Facebook talvez já tenha experimentado uma sensação de tristeza. E não está sozinho. Alguns estudos têm mostrado como a rede social pode afetar negativamente nosso bem-estar e provocar sentimentos como inveja. Uma recente pesquisa da Universidade de Michigan (EUA) com a Universidade de Leuven (Bélgica), publicada no "Journal of Experimental Psychology General", analisou 84 estudantes universitários, que foram instruídos a usar o Facebook por dez minutos dentro de um laboratório e, em seguida, responder um questionário a respeito de suas emoções. E os que usaram o Facebook passivamente, meramente observando as atividades e fotos de seus conhecidos ou pessoas famosas, se sentiam significativamente mais tristes e mais invejosos ao longo do tempo. Sabemos que a vida nos traz dificuldades; nos sentimos bem e nos sentimos mal. Se você está constantemente vendo como a vida das outras pessoas vai bem, vai se sentir pior quanto a sua vida, porque, em comparação, ela parece não ir tão bem. Mais esta sensação é puro ilusionismo digital.

O jornal "The New York Times" chamou atenção para um fenômeno no recém-terminado verão americano, em meio às milhares de postagens de celebridades nas redes sociais exibindo suas glamourosas rotinas, em fotos de corpos perfeitos, cenários deslumbrantes e companhias igualmente famosas. A exposição foi tanta, a ponto ter sido popularizada a hashtag "medo de estar perdendo" ("fearofmissing out" em inglês, ou #FOMO), usada nas redes sociais por pessoas chateadas por não estarem aproveitando as férias com a mesma intensidade. Mas a verdade é que poucos estão. É preciso lembrar que as redes sociais mostram uma versão "editada" de nossas vidas. Quando as pessoas postam no Facebook e redes sociais, tendem a postar coisas boas, como fotos bonitas delas em férias. Se você está usando passivamente o Facebook, o que você vê constantemente são esses acontecimentos positivos das vidas dos outros que não são um retrato fiel de suas vidas nem de suas rotinas. Todos fazem de tudo para mostrar o seu melhor (na rede social). Quem teve um dia absolutamente banal não vai contar no Facebook ou em qualquer outra rede social. A vida comum (a que de fato vivemos) não é popular na internet


A infelicidade nas redes sociais

Nosso estudo não tem a intenção de demonizar nem a Internet, nem as redes sociais, mas mostrar o que de bom e ruim temos tanto em uma, quanto em outra, já que essas têm servido de maneira satisfatória à pregação do Evangelho. O problema está no exagero. Pesquisas realizadas por universidades através do mundo comprovam que o tempo de exposição às redes sociais vem causando infelicidade em muitos indivíduos. Alguns usuários têm se desesperado em busca de atenção nas redes e são capazes de divulgar os mais terríveis posts em busca de curtidas. Fotos extravagantes, e até mesmo íntimas, têm povoado a timeline (linha do tempo) de muitos internautas. Só isso já é suficiente para refletirmos sobre que tipo de valores têm permeado a nossa família e sociedade. Atualmente, são realizados alguns testes pelas redes sociais, que visam descobrir até onde os indivíduos podem ser afetados por aquilo que é colocado em sua “timeline”. A ideia é saber se há algum tipo de mudança no comportamento diante de determinado conteúdo. Isso é medido por aquilo que eles irão postar depois de expostos a conteúdos positivos ou negativos, uma espécie de "teste de Pavlov*" virtual.

* Nota:
O fisiologista russo Ivan Petrovich Pavlov foi premiado com o Nobel de Fisiologia / Medicina em 1904, por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais. Ele entrou para a história por sua pesquisa sobre o papel do condicionamento na psicologia do comportamento (reflexo condicionado). A ideia básica do condicionamento clássico consiste em que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, ou seja, são inatas em vez de aprendidas, enquanto que outras são reflexos condicionados, aprendidos através do emparelhamento com situações agradáveis ou aversivas simultâneas ou imediatamente posteriores. Através da repetição consistente desses emparelhamentos é possível criar ou remover respostas fisiológicas e psicológicas em seres humanos e animais.

Pesquisas comprovam que os brasileiros chegam a passar quatro horas diariamente nas redes sociais. Isso tem sido tremendamente nocivo para o seu crescimento individual, pois, quando confrontados acerca do porquê não estudar ou esforçar-se mais em busca de uma melhora profissional, muitos alegam falta de tempo. Esse tempo cedido às redes sociais pode, inclusive, afetar o crescimento espiritual. Parte desse tempo poderia ser utilizada com a meditação da Palavra e contemplação das bênçãos recebidas do Senhor. O texto de Isaías 55:6 nos adverte a buscar o senhor enquanto está perto. O uso exagerado das redes sociais promove o nosso afastamento de Deus, afetando a nossa comunhão com Ele. O grande mal que as redes sociais têm provocado está na mudança radical do comportamento humano. Muitos têm se tornado narcisistas, agindo desrespeitosamente em relação a opinião dos outros e com um comportamento extremamente reativo, repleto de respostas prontas. Essa nova maneira de se relacionar tem se tornado, em alguns casos, um tanque de roupa suja. Reforce para os alunos que, infelizmente, essa mudança de comportamento tem provocado algumas desavenças entre os próprios irmãos em Cristo. Estamos deixando de observar as Escrituras (I Coríntios 6:1-11).

Uma vida de fantasia tem levado muitos indivíduos a um estado de depressão. Geralmente, quando descobrem algumas farsas plantadas por sites inescrupulosos, ou então têm suas intimidades expostas por pessoas que outrora tinham com íntimas, passam a ter uma vida reclusa, com medo da discriminação da sociedade. Esse tipo de atitude, a exposição de intimidades, tem se multiplicado, causando a infelicidade de muitos usuários, pois inocentes têm tido seus perfis invadidos. A invasão de perfis tem sido responsável por muitas desavenças. Ao acessar a rede, os menos avisados podem se tornar presas fáceis para invasores, que irão utilizar seus perfis para fins promíscuos, como divulgar pornografia infantil, por exemplo. Existe uma rede gigantesca especializada na prática de invasão de perfis e que qualquer um que acessa a Internet está sujeito a um ataque de hackers (invasores). Por isso, é importante que, ao se receber de alguém qualquer tipo de conteúdo suspeito, antes de julgar, procure informar-se com tal amigo para não fazer juízo temerário. As redes sociais podem sim criar muitas armadilhas, principalmente para quem não tem um bom domínio do uso da Internet. Por isso, é sempre bom buscar ajuda de quem tem conhecimento.


Patologias Modernas
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Segundo especialistas, o vício em internet é forte como a dependência química, sendo cada vez mais aceito nos meios clínicos como uma patologia capaz de gerar, inclusive, transtornos mentais. Podemos definir o vício como um comportamento compulsivo que leva a efeitos negativos quando um hábito nocivo é negado. Assim, quando um viciado em internet fica "desconectado" por longos períodos, pode ter reações imprevisíveis. A exposição constante as Redes Sociais (seja passiva ou ativa), também pode desenvolver no indivíduo quadros de baixa estima, fobia social, isolamento, solidão, inveja, insegurança, vitimização, autopiedade, insatisfação, sentimento de inadequação, depressão, ansiedade e transtorno de personalidade narcisista. Além disso, a falta de atividades físicas e a alimentação desequilibrada (inerentes ao vício), podem colaborar para o desenvolvimento de doenças como a trombose e a embolia pulmonar. 

Outro aspecto alarmante é a criação de um mundo utópico e o estabelecimento de objetivos inalcançáveis (já que as Redes Sociais expõem “momentos” que podem ser entendidos como uma felicidade que de fato não existe), além de um senso competitivo pernicioso. Este fenômeno é chamado por analistas de "Depressão do Facebook", pois jovens tendem a se deprimir ao ver fotos e comentários de outras pessoas, achando que sua vida é inferior à deles.  Atualmente, a mesma rede é citada entre os motivos que mais levam  casais a se divorciarem na América. Outras patologias associadas ao vício digital são: "Síndrome do Toque Fantasma (pequenos delírios que remetem a vibrações ou toques inexistentes do celular), "Nomophobia" (sensação de desespero ao ficar sem celular, ou até mesmo quando a bateria do mesmo esta acabando), "Náusea Digital" (vertigem provocada por exposição a movimentos na tela, que fazem o corpo reagir como se também se movesse), "Cibercondria" (quando se toma por real qualquer informação divulgada pela internet) e o "Efeito Google" (o cérebro passa a reter menor quantidade de informações em decorrência da facilidade para realização de pesquisas digitais).

O chamado "Transtorno de Dependência da Internet" é tão presente em nossos dias, que especialistas já conseguem medir até mesmo o IMV (Índice de Massa Virtual) de um individuo, processando dados como a quantidade de aparelhos conectáveis que uma pessoa possui e seus hábitos na grande rede. Cabe então, o excelente conselho do sábio rei Salomão, (escrito a milênios num bom e velho pergaminho): Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todas as coisas debaixo do céu (Eclesiastes 1:1). A internet pode ser uma benção ou uma maldição dentro da família, tudo depende do “como”, “quando” e “quanto” escolhermos usá-la.  Ao “navegar” por ela, lembre-se sempre que seu nome original é “teia”... Então redobre a vigilância para não ficar preso em suas armadilhas.


Lições práticas

O uso contínuo das redes sociais vem, ao longo do tempo, comprometendo os relacionamentos. Hoje em dia, temos um número sem fim de amigos nas redes, mas com quantos poderíamos contar em caso de real necessidade? As redes sociais criaram um novo conceito acerca de amizade. Hoje, muitas amizades são pautadas em relacionamentos superficiais, os quais não oferecem nenhuma segurança. Em busca de amigos virtuais acabamos por perder a amizade de Jesus, o nosso melhor amigo (João 15:15). Relações insípidas e impessoais promovem um vazio interior, pois o indivíduo acaba descobrindo que ninguém está realmente se importando com ele. Infelizmente, o que tem valido cada vez mais é o individualismo. O que parece ser maravilhoso, ter muitos amigos na rede, termina com uma grande sensação de abandono, levando muitos a sofrerem com a depressão.

Muitas crises conjugais têm sido atribuídas às redes sociais. “Amizades” entre homens casados e moças solteiras têm causado muitas brigas entre casais. O esfriamento do contato com o cônjuge também tem sido a reclamação de muitas pessoas, principalmente as mulheres, que se sentem abandonadas por seus esposos. A Bíblia ensina que o homem deve deixar pai e mãe e unir-se a sua mulher, fazendo com ela uma só carne (Gêneses 2:24 / Marcos  10:7 / Efésios 5.31). Então, por que não deixar um pouco de lado os relacionamentos virtuais e valorizar o casamento, que Deus criou para realização de seu maior projeto: a família? Em muitos casos, vemos a atenção aos filhos sendo negada em favor de uma vida voltada para o contato diário nas redes. Lembre-se de que os filhos são herança do Senhor e o cuidado deles é o nosso compromisso (Salmo 127:3). A Internet não pode ser totalmente culpada pelo término de um casamento, mas ela pode funcionar como desculpa. Então devemos vigiar para que não sejamos traídos por nossas ações. O apóstolo Paulo nos adverte a não abandonarmos nosso cônjuge em longos períodos de oração e consagração (I Corintos 7:5). Entretanto, muitos têm abandonado seus cônjuges por longas horas na Internet. Cuidado, a atenção negada pode ser oferecida por um enviado do diabo.

Podemos ter acesso a todas as coisas, entretanto não podemos nos deixar dominar por elas (I Coríntios 6:12). Quando percebermos que o uso das redes sociais está fugindo do nosso controle, invadindo a nossa privacidade, afastando do nosso cônjuge e da nossa família, devemos imediatamente buscar o amadurecimento do fruto do Espírito, que nos garantirá o retorno a uma perfeita comunhão com o Senhor e esse retorno resgatará o que tivermos perdido. Quanto mais aproximarmos do Senhor menos interesses teremos em querer saber o que está “rolando” nas redes sociais. Uma comunhão perfeita com Deus produz em nós um desejo de ter uma vida real, com relacionamentos reais e duradouros. “O que Deus ajuntou não separe a Internet”.


É possível viver sem Facebook?
Comentário Adicional
Cp. Lucas Passareli

Aparentemente o Facebook substituiu a TV em termos de consumo passivo e pode fazer as pessoas perderem seu referencial. Se você vê sempre todas as pessoas muito felizes enquanto você está se sentindo frágil por qualquer motivo, aquilo vai deixá-lo triste - é instintivo. É como se você estivesse constantemente cercado por um grupo de pressão, que só te mostra o que faz de melhor. Usuários de Facebook por períodos mais prolongados acreditam que as outras pessoas são mais felizes e tem uma vida melhor do que a delas. Uma dica boa é, que quanto mais você interagir diretamente com outras pessoas"offline", mais seu humor melhorara ao longo do tempo. Uma forma de se proteger da tristeza causada pelas redes sociais é tentar ao máximo tomar consciência dos efeitos que elas provocam. O Facebook é algo relativamente “novo” e muito intenso. Primeiro, precisamos aprender a utilizá-lo em relação a seu ambiente social e seu conteúdo. Como muita gente moveu seu grupo social para dentro dele, o perigo é que passem a acreditar que o que acontece ali seja um retrato fiel do que acontece na vida real. E se você se sente mal (com os estímulos recebidos das redes sociais), uma sugestão é largá-las por um tempo, tirar um período de férias das redes sociais. Há vida fora do Facebook. E essa não é uma pergunta. É uma afirmação.  O silêncio tende a lhe dizer coisas, entre elas,  que o barulho é desnecessário.

A grande questão aqui é tempo, Ou melhor, priorizar as coisas que realmente são importantes. Quando você deixa de fazer todas as atividades típicas de um usuário de Facebook, tais como curtir fotos, postar atualizações, checar as atualizações dos outros ou jogar Farmville (ufa...),  você ganha tempo, que pode utilizar para fazer o que realmente importa, como, por exemplo,  praticar exercícios físicos, caminhar pelo parque,  ler livros, brincar com seus filhos, sair com os amigos, e ainda mais: estudar a Bíblia, orar, meditar na mensagem ouvida, frequentar reuniões na igreja... Você pode até escrever em um blog... (aham). Embora sejamos criaturas sociais, o fato é que a socialização online é ainda muito superficial. Conversar com alguém durante duas horas no Facebook não se equivale a alguns minutos de conversa olhos nos olhos. Talvez a necessidade de se socializar se deva ao fato de ficarmos com medo de estarmos sozinhos. E será que isso não seria bom? Experimente se desconectar num sábado, ou qualquer outro dia da semana, sem e-mail, sem Facebook, sem Twitter ou qualquer outra rede social. Um dia sem Internet. Sem vida digital. Desligue, e apenas crie, reflita, faça um “braistorm*”, ande, sente-se sozinho, medite, leia um livro.

Esta solidão pode ser assustadora, mas com o tempo podemos aprender a ser o nosso próprio companheiro, e tornar-se em uma ótima companhia. Às vezes é preciso desconectar-se do mundo, para se reconectar a você mesmo. E finalmente se ligar sem reservas em Deus. E este é exatamente o aconselhamento de Paulo em I Coríntios 11:28: Avalie o homem a si mesmo. Definitivamente, vivemos a era da distração. São tantas as coisas a nos perturbar, mensagens de SMS, mensagens no Whatsapp, novos emails, novas atualizações no Facebook, telefonemas, notícias de última hora, que a tarefa mais difícil seja mesmo a de se manter concentrado em uma única atividade. Sair do Facebook (ou permanecer fora dele, para quem nunca entrou) tem implicações, pois não estaremos mais em “sintonia com o resto do mundo”. Isso não é necessariamente uma coisa ruim, na medida em que a menor quantidade de ruído exterior lhe permitirá dar “mais ouvidos” ao seu “eu interior”. Você aprenderá a andar em seu próprio ritmo. Você aprenderá a estabelecer seus próprios objetivos, ao invés deles serem estabelecidos pelos outros. Acima de tudo, você terá mais tempo para refletir e para ter, e sobretudo viver, comportamentos mais alinhados aos seus próprios interesses, e não aos interesses dos outros.

Nota:
Brainstorming significa tempestade cerebral ou tempestade de ideias. É uma expressão inglesa formada pela junção das palavras "brain", que significa cérebro, intelecto e "storm", que significa tempestade. No sentido literal seria para você fazer uma reflexão de tudo aquilo que você tem feito, sendo bom ou ruim.


Conclusão

Muitos relacionamentos têm sofrido pelo mau uso dos meios de comunicação, contudo, pudemos observar que existem meios de controlar esse uso e nos mantermos ligados à modernidade, sem  nos afastar do que realmente tem valor para o homem: Deus e a família.





O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual perceptível. 
Este fruto só será completo e de qualidade inquestionável se for constituído de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperanças. Para aprender ainda mais sofre o Fruto do Espírito, e a frutificação espiritual na era da pós modernidade, participe neste domingo, 10 de abril de 2016, de nossa EBD.





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