quinta-feira, 23 de outubro de 2014

EBD: Ana, e o milagre da cura da esterilidade


Texto Áureo
Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera.
Efésios 3:20

Verdade Aplicada
Deus tem sempre um meio de nos atrair para sua presença com a intenção de revelar-se de forma milagrosa e com projetos audaciosos que jamais pensamos em realizar.

Texto de Referência
I Samuel 1:1-5
 Houve um homem de Ramataim-Zofim, da montanha de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efrateu.
E este tinha duas mulheres: o nome de uma era Ana, e o da outra Penina.
E Penina tinha filhos, porém Ana não os tinha.
Subia, pois, este homem, da sua cidade, de ano em ano, a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos em Siló; e estavam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli.
E sucedeu que no dia em que Elcana sacrificava, dava ele porções a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos, e a todas as suas filhas.
Porém a Ana dava uma parte excelente; porque amava a Ana, embora o Senhor lhe tivesse cerrado a madre.


Ana, uma mulher estéril.

A ordem dada por Deus ao primeiro casal, Adão e Eva, foi “crescer e multiplicar”, e desde então, fugindo até mesmo do histórico humano de desobediência aos preceitos divinos, esta ordenança vem sendo executada com exemplar dedicação (oito bilhões de pessoas no planeta é uma prova irrefutável disto). A necessidade de se reproduzir está latente no ser humano, tanto em sua biologia, quanto em sua cultura. Somente assim perpetuamos a espécie e podemos nos visualizar em nossos filhos e netos, que irão dar continuidade ao nosso nome e carregar nosso legado rumo a posteridade.  A mulher sente esta necessidade biologia de forma ainda mais acentuada, pois seu corpo é preparado para gerar vida. Numa analise simples, basta entender que a mulher gera “óvulos” num ciclo repetitivo, e estes não tem qualquer serventia, se não for para fecundação. Em regra geral, o organismo feminino “clama” pela maternidade, tornando o desejo de ser “mãe” em um poderoso sentimento instintivo. Logo, a incapacidade de ter filhos, causa na mulher uma grande frustração.  Durante muito tempo, difundiu-se o pensamento de que era a mulher a responsável pela geração dos filhos do casal. Logo, se o casal não tivesse filhos, o problema era da mulher. Naquela ocasião, essas conclusões eram validadas mais pelos conceitos sociais vigentes do que pela ciência. 

No entanto, em parte graças a esses pensamentos, ocorreu um estudo mais detalhado da fisiologia da reprodução feminina, de sorte que os muitos fatos ligados ao lado feminino da reprodução puderam ser melhor esclarecidos. Por alterações hormonais, a mulher pode ter períodos sem menstruação (amenorreia). Na presença de ciclos menstruais regulares, a mulher pode não ovular, pode ovular ovócitos imaturos ou ovócitos com alterações (morfológicas e/ou genéticas). Vários distúrbios hormonais contribuem para a disfunção ovulatória, como o excesso de prolactina, dos androgénios (ovário poliquístico), ou das hormonas tiroideias (doenças da tiróide). Nos casos mais graves pode ocorrer insuficiência ovárica prematura, situação em que o ovário deixa de produzir folículos. Vários são os recentes diagnósticos para a esterilidade feminina, tais como: síndrome dos ovários poliquísticos, endometriose, obstrução tubar, muco cervical incompetente, anomalias do cariótipo, patologia uterina, fibromiomas, hiperplasia benigna do endométrio, hipoplasia do endométrio, endometrite, sinéquias, tumores malignos, malformações anatómicas, gravidez ectópica, auto-anticorpos e tantas outras.  Ana, porém, viveu em um período onde a infertilidade era considerada uma enfermidade punitiva da parte de Deus, em decorrência de pecados cometidos pela mulher. Uma esposa que não gerava filhos, era descriminalizada pela sociedade, e muitas vezes, desprezada pelo marido, já que a poligamia era usual na antiguidade.

Ana desfrutava de um privilégio que poucas em seu tempo obtiveram. Mesmo sendo estéril, e seu marido tendo uma segunda esposa que lhe dava filhos, Elcana, seu esposo, amava Ana acima de qualquer coisa, e dava a ela prioridades em tudo. Mesmo assim, aquela mulher se sentia profundamente angustiada e externava incisivamente sua tristeza, pelo fato do direito da maternidade lhe ter sido negado. Esta constante debilidade emocional de Ana, começou a criar um certo desgaste na própria relação marido/mulher, tanto que Elcana a inquiriu com certa rispidez, dizendo: Meu amor não te vale mais do que 10 filhos?

Outro fator agravante para a avanço depressivo de Ana, foi a atuação deliberada de Penina, a outra esposa de Elcana, que aproveitando-se do fato de gerar filhos, buscava constantemente posição de destaque dentro da casa, utilizando a infertilidade de Ana como uma arma ofensiva, pois sempre que este tema era evocado na família, a esposa “mais” amada ficava em posição de inferioridade, enfraquecida e fragilizada. Portanto, Elcana não conseguia entender sua esposa, e aquela que poderia ser sua melhor amiga e confidente, por possuir os mesmos anseios e instinto materno, acabava usando a dor de Ana como uma poderosa ferramenta de insultos contra ela. Diante de tal realidade, sem perspectiva para a realização de seu maior sonho, a pobre mulher não encontrava mais motivos para continuar viva, e assim decidiu que iria por um fim em sua própria vida, e deixou de se alimentar (I Samuel 1:8).

Deus atraiu Ana para si através de sua dor e sofrimento, Ele não somente mudou sua vida pessoal, mas alterou o curso da história dos judeus, que naqueles dias passavam por um declínio espiritual terrível, pois a nação vergonhosamente chafurdava no pecado e na corrupção.


Ana, uma mulher atribulada

Com suas próprias palavras, Ana define o momento que está vivendo diante do sacerdote Eli: “... sou uma mulher atribulada de espírito [...] porém, tenho derramado a minha alma perante o Senhor” (I Samuel 1:15). Da multidão de seus sofrimentos e de sua vergonha o Senhor planejava atraí-la para si e restaurar sua nação.Ana era uma mulher judia piedosa, devota, que estava numa posição desagradável de ter que dividir o marido com outra esposa. A maioria dos comentaristas acredita que Ana era a primeira esposa de Elcana, mas devido sua esterilidade ele se casou com Penina para ter filhos. Alfred Edersheim escreveu: “a Lei de Moisés tolerava a poligamia, porém, em nenhuma parte aprovava sua prática”. A poligamia era uma prática dos afortunados. Elcana era um homem bom, que amava sua mulher, e por ela oferecia porções especiais (I Samuel 1:5-8). Ana era uma mulher triste, não somente por não ter filhos, mas porque todos os dias era afrontada por Penina, sua rival, que excessivamente a irritava (I Samuel 1:6).Sua miséria era dupla: Ela não tinha filhos em uma cultura que venerava as mulheres fecundas e considerava a esterilidade uma maldição; além disso, Penina, sua rival também lhe provocava com severidade. Em Siló Ana se derramava, seu sofrimento era tanto que Eli chegou a pensar que estivesse embriagada.

O texto deixa muito claro que foi o próprio Senhor quem fechou a madre de Ana, e quando Deus fecha algo é porque alguma lição espiritual deseja ensinar (I Samuel 1:5; Apocalipse 3:7). Se Deus fechou é porque tinha um propósito a realizar, e Ana, a cada subida iria descortinar o grande projeto que o Senhor lhe havia destinado. Ana precisava de um filho, e Deus precisava de um sacerdote cuja voz profética fosse ativada. Embora parecesse que somente Ana precisava de algo; Deus não tinha uma sucessão sacerdotal e precisava de uma voz profética que fizesse o povo se voltar para as coisas sagradas. É das entranhas de uma mulher sofrida e humilhada que vai surgir o homem que Deus estava a procurar.

Além de Ana, a Bíblia apresenta uma vasta gama de mulheres que padeceram deste mal, tais como Sara, Rebeca, Raquel, Léia, Mical, Isabel e ainda outras que não tiveram seus nomes revelados, como por exemplo, a mãe de Sansão e a mulher de Suném. Porém, a grande maioria delas, geraram vida por intermédio da intervenção milagrosa de Deus, tendo filhos que impactaram profundamente a própria história da humanidade, como Isaque, Jacó, Judá, José, Sansão, Samuel e João Batista.

Eis aqui uns dos grandes motivos pelo qual o Senhor resolveu trabalhar a vida de Ana: “... E a palavra do SENHOR era de muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta” (I Samuel 3.1)”.  Era um tempo difícil, os filhos de Eli, Hofnis e Finéias estava se prostituindo no templo, usurpando a oferta de manjares, e por não repreender seus desaprovados filhos, o Senhor estava prestes a trazer juízo sobre toda a casa de Eli (I Samuel 2:12-17-25).  Quando Deus fala que a lâmpada de Deus estava se apagando, aponta para algo terrível, está claramente nos dizendo que a vida de Deus se esvaía no templo, a lâmpada de Deus fala de revelação, por isso, não havia visão manifesta, e um povo sem revelação é um povo sem amanhã (I Samuel 3:3). Quando a provocação é intensa e tudo se parece estar fechado, este é um bom sinal de que o Senhor está preparando algo muito grandioso em nossas vidas. Os filhos de Eli estavam manchando o sacerdócio, já não tinha mais a noção do profano e do sagrado, e Ana surge no cenário para se tornar a mãe de um sacerdócio santo e incorruptível.

Enquanto orava no tempo em Siló, Ana era observada pelo sacerdote Eli, que assentado em uma cadeira, assistia a bucólica cena. . Devido a grande tristeza em seu coração, aquela mulher “literalmente” se jogou ao solo, e sua boca apenas balbuciava palavras, sem que sons audíveis fossem emitidos. Mais uma vez, Ana é incompreendida, desta vez por seu líder espiritual, que se aproximando dela, a acusa de estar embriagada. Quanta injustiça, pois naquele exato momento, em lágrimas, Ana fazia um voto ao Senhor, dizendo: "Ó Senhor dos Exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te esqueceres de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias de sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados" (1 Samuel 1:10:11). Ao tomar conhecimento da história de Ana, imediatamente o sacerdote Eli abandona sua posição inquiridora, e age como um verdadeiro homem de Deus precisa agir: “Vá em paz, e que o Deus de Israel lhe conceda o que você pediu" (I Samuel 1:17). Bastaram estas palavras de animo, para que Ana tivesse suas forças revigoradas. A partir deste momento, as lágrimas cessam, a tristeza vai embora, seu semblante se transforma e ela volta a se alimentar (I Samuel 1:18). Na prática, Ana saiu do templo da mesma forma que entrou: sem nenhum filho em seu ventre e ainda estéril. Mas agora, ancorada nas palavras de Eli, ela tinha certeza que Deus atenderia o pedido feito em oração. Ana não teve seu filho nos braços imediatamente, mas isso não a fez perder a esperança readquirida, pois agora, tudo era uma questão de tempo: O Tempo de Deus. E o que talvez nem ela soubesse, é que já na manhã seguinte, o milagre começou a acontecer:

Na manhã seguinte, eles se levantaram e adoraram ao Senhor; então voltaram para casa, em Ramá. Elcana teve relações com sua mulher Ana, e o Senhor se lembrou dela. Assim Ana engravidou e, no devido tempo, deu à luz um filho. E deu-lhe o nome de Samuel, dizendo: "Eu o pedi ao Senhor". Quando no ano seguinte Elcana subiu com toda a família para oferecer o sacrifício anual ao Senhor e para cumprir o seu voto, Ana não foi e disse a seu marido: "Depois que o menino for desmamado, eu o levarei e o apresentarei ao Senhor, e ele morará ali para sempre" (I Samuel 1:19-22).


Ana, uma mulher fiel

Após muitos anos de subida e descida a Siló, Ana toma uma atitude intrigante: consagrar seu filho, que ainda não havia nascido ao Senhor. O que teria levado Ana a mudar de opinião, abrindo mão do filho que tanto desejava, e que era o motivo pelo qual vivia sendo molestada? Algo falou profundamente ao seu coração. Vejamos: Qual mulher que orando a Deus por um filho, após receber o milagre, o consagraria ao Senhor sabendo que não o teria mais de volta? Segundo os estudiosos rabinos, a busca incessante de Ana por um milagre durou vinte e cinco anos. Mas o que aconteceu com ela durante esse tempo para resolver deixa-lo no templo e consagrá-lo ao Senhor? Precisamos entender que tudo aquilo que se consagra não retorna mais para o dono, porque passa a ser propriedade exclusiva de Deus (I Samuel 1: 11; Levíticos 27:28-29). Deus tinha um projeto e Ana tinha a chave em seu ventre. Deus usou a dor para atraí-la, e quando Ana entendeu o propósito divino, descobriu que mais importante que seu orgulho ferido por Penina, e a ansiedade de tornar-se mãe, era tornar-se a mãe da história de seu próprio povo. Que Deus tremendo! Ele sempre tem uma forma de nos atrair, e quando pensamos que a razão de nossas vidas é um determinado propósito, Ele se revela sempre com algo maior e mais profundo. Deus sempre nos atrairá para certos fins, mas esses podem ser apenas a porta pela qual nos levará a realização de coisas que jamais pensamos em ser ou realizar.

O nascimento de Samuel não somente restabeleceu o sacerdócio e o profetismo em Israel, trouxe também o povo de volta ao Senhor. Ele foi um profeta tão poderoso que nenhuma de suas palavras deixou de se cumprir (1Sm 3.19). Com o surgimento de Samuel Deus intencionava o estabelecimento da monarquia, e Samuel foi a peça chave para a consagração de Davi. O que Deus planejou no ventre de Ana? Gerar um homem segundo o seu coração para ungir um rei também segundo o seu coração (I Samuel 2:35;13:14). O que Deus pode estar gerando através de nossas vidas através de tudo o que temos passado? Será que não seria hora de deixar de se importar com nossas Peninas e consagrar a Ele o melhor que temos?

Um voto ao Senhor, jamais pode ser feito de forma leviana ou no afã de um momento, pois passado a emoção momentânea, podemos deixar de cumpri-los, esquecendo ou renegando deste compromisso assumido com Deus. E aí teremos um grande problema, pois Deus leva muito a sério os compromissos assumidos. Um fato que precisamos ter sempre em evidência no nosso dia a dia, é que Deus é “feito” de VERDADE, ela está incrustada em sua personalidade, logo, diante do Senhor não existe mentiras, ou se quer a possibilidade de mentir, pois todas as coisas estão nuas e patentes diante de seus olhos (Hebreus 4:13). Exatamente, por isso, Jesus nos advertiu que a palavra do cristão precisa ser SIM SIM ou NÃO NÃO, sendo que qualquer postura que passe disso é proveniente do maligno (Mateus 5:37). Assim, é preferível NÃO realizar um voto, para posteriormente não ter que fazer um sacrifício tolo (Juízes 11:29-31).

Foram vinte e cinco anos de busca incessante, e de revelações poderosas. Ao fim de sua provação, Ana cantou, e pôde finalmente abrir a boca e dizer: “O arco dos fortes foi quebrado, e os que tropeçavam foram cingidos de forças... até a estéril deu luz  a sete filhos, e a que tinha muitos filhos enfraqueceu. O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó, e desde o monturo exalta o necessitado, para fazer assentar entre os príncipes...” (I Samuel 2:4-8). Ana perseverou, jamais desistiu. Seu cântico expressa sua alegria, e a grandeza de um Deus que sabe honrar aqueles que se derramam diante Dele em oração (Jeremias 33:3). A vitória de Ana foi muito maior que sua vergonha, o que prova que Deus sempre nos surpreende além daquilo que imaginamos (Salmos 40:1; Eclesiastes 3:4). Ana pôde contemplar a reversão de sua esterilidade, de sua vergonha, e da frieza de sua nação.


Ana, uma mulher de Deus

Ana foi atraída e atingida pela vontade de um Deus surpreendente, que a convenceu a se desfazer de seus sonhos para ofertar o que tinha de mais valor. Como recompensa ela se tornou mãe de mais três filhos e duas filhas (I Samuel 2:21), a nação ganhou Samuel, e Deus tornou a reacender a chama do templo. Ana soube honrar ao Senhor. Estava convicta da decisão que deveria tomar e de como deveria renunciar. Ela não agiu como algumas pessoas que na hora da dor e da angústia firmam alianças com Deus, e quando obtém o desejado se esquecem de tudo o que lhe prometeram (Eclesiastes 5:4-5). Deus sempre nos recompensa acima das nossas expectativas, Ele sempre nos surpreende (Efésios 3:20). Quando Ana poderia pensar que seu sofrimento fazia parte de um plano que iria restabelecer o sacerdócio de uma nação, e que seu se tornaria profeta e sacerdote? Será que ela pensaria um dia em ser mãe de mais três filhos e duas filhas após Samuel? Deus sabe honrar a quem renuncia por sua causa.

Ana jamais pôde imaginar que sua renúncia ofertaria gerações futuras, que em suas entranhas estava sendo gerada a solução de uma nação que estava prestes a naufragar sem a presença do Senhor. Quando tudo estava se apagando, Ana trouxe luz a uma nova realidade, tanto em sua vida quanto na vida de seu povo.

Ana era uma mulher triste e angustiada, que se chegou a Deus não só porque precisava de um filho, mas para satisfazer também seu ego que estava ferido diante da humilhação de ter que dividir o marido com uma mulher fértil que sempre a irritava por não poder gerar filhos (I Samuel 1:15-16). Em Siló, Ana aprendeu coisas com Deus através de sua comunhão e quebrantamento em oração. O tempo passou e Ana encontrou em Deus respostas que foram além da importância de ser mãe, e de dar uma resposta a Penina. Deus tinha nas mãos uma chave que não somente lhe abriria a madre, mas lhe ser a protagonista de um grande avivamento na nação.

Estamos habituados a chegar diante do Senhor em grupo louvando-o, com o bater de palmas e cheios de alegrias. Mesmo assim todos tendemos a nos encolher diante do Senhor durante os nossos períodos de tristeza. Ir ao Senhor com deleites não significa estar isento de tristeza e aflição. Ana não temeu dirigir-se a presença de Deus, era sabia que ninguém poderia aliviá-la de sua carga a não ser o Senhor; e à medida que mantinha uma comunhão íntima e perseverava em oração, o Senhor lhe trouxe a paz restaurando sua alegria (I Samuel 1:18). Penina foi esquecida, deletada da história. Ana homenageada por todos porque Samuel se tornou um homem de Deus com prestígio e notoriedade. Deus tem a resposta para toda porta que está fechada em nossas vidas. Ao final da provocação de Ana nos resta uma pergunta: o que aconteceu com Penina? A partir de Samuel Penina é quem passou a ser ignorada. Ana sempre sofreu calada, e o Senhor respondeu por ela não somente com filhos, mas com honra, tornando-a mulher mais importante da região, a mãe do maior profeta daquela época.

Ana nos ensina que devemos ser perseverantes, mesmo quando as circunstâncias dizem que não podemos mais avançar, nos revela que Deus tem propósitos específicos, e que se Ele fechou algo para que venhamos a Sua presença, isto é sinal de que nossas vidas jamais serão as mesmas quando conhecermos seus projetos a nosso respeito.


Ana, uma canção de louvor

A mulher estéril agora era uma alegre mãe. I Samuel 2:1-10 registra uma das mais belas passagens bíblicas, popularmente conhecida como o “CÂNTICO DE ANA”. Este texto é na verdade uma oração de agradecimento realizada por Ana, após receber do Senhor a benção da maternidade. Ana não somente louva ao Senhor por sua fidelidade, como também ressalta o fato de que a justiça provem de Deus, e que no tempo oportuno, Ele agira contra os maus, em favor dos bons. Outra revelação inserida neste contexto,  é que após entregar seu pequeno Samuel no templo, onde o menino cresceu para se tornar o maior e último juiz de Israel, um sacerdote reformador e o homem responsável por ungir os dois primeiros reis da Nação (Saul e Davi); Ana ainda desfrutou da companhia de mais seis filhos. A mulher estéril agora era uma árvore frutífera, cuja vida se encheu de alegria com muitas crianças correndo pela casa. Pra quem almejava um filho, “sete” parece um número muito além das expectativas, mas é exatamente assim que nosso deus trabalha: Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera (Efésios 3:20-21). 

O Cântico de Ana:

"Meu coração exulta no Senhor; no Senhor minha força é exaltada. Minha boca se exalta sobre os meus inimigos, pois me alegro em tua libertação. Não falem tão orgulhosamente, nem saia de suas bocas tal arrogância, pois o Senhor é Deus sábio; é ele quem julga os atos dos homens. O arco dos fortes é quebrado, mas os fracos são revestidos de força. Os que tinham muito, agora trabalham por comida, mas os que estavam famintos, agora não passam fome. A que era estéril deu à luz sete filhos, mas a que tinha muitos filhos ficou sem vigor. O Senhor mata e preserva a vida; ele faz descer à sepultura e dela resgata. O Senhor é quem dá pobreza e riqueza; ele humilha e exalta. Levanta do pó o necessitado e, do monte de cinzas ergue o pobre; ele os faz sentarem-se com príncipes e lhes dá lugar de honra. Pois os alicerces da terra são do Senhor; sobre eles estabeleceu o mundo. Ele guardará os pés dos seus santos, mas os ímpios serão silenciados nas trevas, pois não é pela força que o homem prevalece. Aqueles que se opõem ao Senhor serão despedaçados. Ele trovejará do céu contra eles; o Senhor julgará até os confins da terra. Ele dará poder a seu rei e exaltará a força do seu ungido".



Para compreender o cuidado divino através das intervenções milagrosas na história do seu povo, participe neste domingo (26/10/2014), da Escola Bíblica Dominical.

Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 93  
Milagres do Velho Testamento Editora Betel


Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes

3 comentários:

  1. Muito rico esses comentários adicionais! Realmente maravilhosos! Obrigada por compartilhar!

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  2. Excelente. Parabenizo a iniciativa de disponibilizar tamanho trabalho de ensino Cristao, como este que eu tive o acesso. Paz

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  3. Excelente obra de literatura Crista.

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