Texto Áureo
Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo
muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder
que em nós opera.
Efésios 3:20
Verdade
Aplicada
Deus tem sempre um meio de nos atrair para sua
presença com a intenção de revelar-se de forma milagrosa e com projetos
audaciosos que jamais pensamos em realizar.
Texto de
Referência
I Samuel 1:1-5
Houve um homem de Ramataim-Zofim, da montanha
de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho
de Zufe, efrateu.
E este tinha duas mulheres: o nome de uma era
Ana, e o da outra Penina.
E Penina tinha filhos, porém Ana não os tinha.
Subia, pois, este homem, da sua cidade, de ano em ano, a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos em Siló; e estavam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli.
Subia, pois, este homem, da sua cidade, de ano em ano, a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos em Siló; e estavam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli.
E sucedeu que no dia em que Elcana
sacrificava, dava ele porções a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos, e
a todas as suas filhas.
Porém a Ana dava uma parte excelente; porque
amava a Ana, embora o Senhor lhe tivesse cerrado a madre.
Ana, uma
mulher estéril.
A ordem dada por Deus ao primeiro casal, Adão e Eva, foi “crescer e
multiplicar”, e desde então, fugindo até mesmo do histórico humano de
desobediência aos preceitos divinos, esta ordenança vem sendo executada com
exemplar dedicação (oito bilhões de pessoas no planeta é uma prova
irrefutável disto). A necessidade de se reproduzir está latente no ser humano,
tanto em sua biologia, quanto em sua cultura. Somente assim perpetuamos a
espécie e podemos nos visualizar em nossos filhos e netos, que irão dar
continuidade ao nosso nome e carregar nosso legado rumo a posteridade. A mulher sente esta necessidade biologia de
forma ainda mais acentuada, pois seu corpo é preparado para gerar vida. Numa
analise simples, basta entender que a mulher gera “óvulos” num ciclo
repetitivo, e estes não tem qualquer serventia, se não for para fecundação. Em
regra geral, o organismo feminino “clama” pela maternidade, tornando o desejo
de ser “mãe” em um poderoso sentimento instintivo. Logo, a incapacidade de ter
filhos, causa na mulher uma grande frustração.
Durante muito tempo, difundiu-se o pensamento de que era a mulher a
responsável pela geração dos filhos do casal. Logo, se o casal não tivesse
filhos, o problema era da mulher. Naquela ocasião, essas conclusões eram
validadas mais pelos conceitos sociais vigentes do que pela ciência.
No
entanto, em parte graças a esses pensamentos, ocorreu um estudo mais detalhado
da fisiologia da reprodução feminina, de sorte que os muitos fatos ligados ao
lado feminino da reprodução puderam ser melhor esclarecidos. Por alterações
hormonais, a mulher pode ter períodos sem menstruação (amenorreia). Na presença
de ciclos menstruais regulares, a mulher pode não ovular, pode ovular ovócitos
imaturos ou ovócitos com alterações (morfológicas e/ou genéticas). Vários
distúrbios hormonais contribuem para a disfunção ovulatória, como o excesso de
prolactina, dos androgénios (ovário poliquístico), ou das hormonas tiroideias
(doenças da tiróide). Nos casos mais graves pode ocorrer insuficiência ovárica
prematura, situação em que o ovário deixa de produzir folículos. Vários são os
recentes diagnósticos para a esterilidade feminina, tais como: síndrome dos
ovários poliquísticos, endometriose, obstrução tubar, muco cervical
incompetente, anomalias do cariótipo, patologia uterina, fibromiomas, hiperplasia
benigna do endométrio, hipoplasia do endométrio, endometrite, sinéquias, tumores
malignos, malformações anatómicas, gravidez ectópica, auto-anticorpos e tantas
outras. Ana, porém, viveu em um período
onde a infertilidade era considerada uma enfermidade punitiva da parte de Deus,
em decorrência de pecados cometidos pela mulher. Uma esposa que não gerava
filhos, era descriminalizada pela sociedade, e muitas vezes, desprezada pelo
marido, já que a poligamia era usual na antiguidade.
Ana desfrutava de um privilégio que poucas em seu tempo obtiveram. Mesmo
sendo estéril, e seu marido tendo uma segunda esposa que lhe dava filhos, Elcana,
seu esposo, amava Ana acima de qualquer coisa, e dava a ela prioridades em
tudo. Mesmo assim, aquela mulher se sentia profundamente angustiada e externava
incisivamente sua tristeza, pelo fato do direito da maternidade lhe ter sido
negado. Esta constante debilidade emocional de Ana, começou a criar um certo
desgaste na própria relação marido/mulher, tanto que Elcana a inquiriu com
certa rispidez, dizendo: Meu amor não te
vale mais do que 10 filhos?
Outro fator agravante para a avanço depressivo de Ana, foi a atuação
deliberada de Penina, a outra esposa de Elcana, que aproveitando-se do fato de
gerar filhos, buscava constantemente posição de destaque dentro da casa,
utilizando a infertilidade de Ana como uma arma ofensiva, pois sempre que este
tema era evocado na família, a esposa “mais” amada ficava em posição de
inferioridade, enfraquecida e fragilizada. Portanto, Elcana não conseguia
entender sua esposa, e aquela que poderia ser sua melhor amiga e confidente,
por possuir os mesmos anseios e instinto materno, acabava usando a dor de Ana
como uma poderosa ferramenta de insultos contra ela. Diante de tal realidade,
sem perspectiva para a realização de seu maior sonho, a pobre mulher não
encontrava mais motivos para continuar viva, e assim decidiu que iria por um
fim em sua própria vida, e deixou de se alimentar (I Samuel 1:8).
Deus atraiu Ana para si através de sua dor e
sofrimento, Ele não somente mudou sua vida pessoal, mas alterou o curso da
história dos judeus, que naqueles dias passavam por um declínio espiritual
terrível, pois a nação vergonhosamente chafurdava no pecado e na corrupção.
Ana, uma
mulher atribulada
Com suas próprias palavras, Ana define o
momento que está vivendo diante do sacerdote Eli: “... sou uma mulher
atribulada de espírito [...] porém, tenho derramado a minha alma perante o
Senhor” (I Samuel 1:15). Da multidão de seus sofrimentos e de sua vergonha o
Senhor planejava atraí-la para si e restaurar sua nação.Ana era uma mulher
judia piedosa, devota, que estava numa posição desagradável de ter que dividir
o marido com outra esposa. A maioria dos comentaristas acredita que Ana era a
primeira esposa de Elcana, mas devido sua esterilidade ele se casou com Penina
para ter filhos. Alfred Edersheim escreveu: “a
Lei de Moisés tolerava a poligamia, porém, em nenhuma parte aprovava sua
prática”. A poligamia era uma prática dos afortunados. Elcana era um homem
bom, que amava sua mulher, e por ela oferecia porções especiais (I Samuel 1:5-8).
Ana era uma mulher triste, não somente por não ter filhos, mas porque todos os
dias era afrontada por Penina, sua rival, que excessivamente a irritava (I Samuel
1:6).Sua miséria era dupla: Ela não tinha filhos em uma cultura que venerava as
mulheres fecundas e considerava a esterilidade uma maldição; além disso,
Penina, sua rival também lhe provocava com severidade. Em Siló Ana se
derramava, seu sofrimento era tanto que Eli chegou a pensar que estivesse
embriagada.
O texto deixa muito claro que foi o próprio
Senhor quem fechou a madre de Ana, e quando Deus fecha algo é porque alguma lição
espiritual deseja ensinar (I Samuel 1:5; Apocalipse 3:7). Se Deus fechou é
porque tinha um propósito a realizar, e Ana, a cada subida iria descortinar o
grande projeto que o Senhor lhe havia destinado. Ana precisava de um filho, e
Deus precisava de um sacerdote cuja voz profética fosse ativada. Embora
parecesse que somente Ana precisava de algo; Deus não tinha uma sucessão
sacerdotal e precisava de uma voz profética que fizesse o povo se voltar para
as coisas sagradas. É das entranhas de uma mulher sofrida e humilhada que vai
surgir o homem que Deus estava a procurar.
Além de Ana, a Bíblia apresenta uma vasta gama de mulheres que padeceram
deste mal, tais como Sara, Rebeca, Raquel, Léia, Mical, Isabel e ainda outras
que não tiveram seus nomes revelados, como por exemplo, a mãe de Sansão e a
mulher de Suném. Porém, a grande maioria delas, geraram vida por intermédio da
intervenção milagrosa de Deus, tendo filhos que impactaram profundamente a
própria história da humanidade, como Isaque, Jacó, Judá, José, Sansão, Samuel e
João Batista.
Eis aqui uns dos grandes motivos pelo qual o
Senhor resolveu trabalhar a vida de Ana: “... E a palavra do SENHOR era de
muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta” (I Samuel 3.1)”. Era um tempo difícil, os filhos de Eli, Hofnis
e Finéias estava se prostituindo no templo, usurpando a oferta de manjares, e
por não repreender seus desaprovados filhos, o Senhor estava prestes a trazer juízo
sobre toda a casa de Eli (I Samuel 2:12-17-25). Quando Deus fala que a
lâmpada de Deus estava se apagando, aponta para algo terrível, está claramente
nos dizendo que a vida de Deus se esvaía no templo, a lâmpada de Deus fala de
revelação, por isso, não havia visão manifesta, e um povo sem revelação é um
povo sem amanhã (I Samuel 3:3). Quando a provocação é intensa e tudo se parece
estar fechado, este é um bom sinal de que o Senhor está preparando algo muito
grandioso em nossas vidas. Os filhos de Eli estavam manchando o sacerdócio, já
não tinha mais a noção do profano e do sagrado, e Ana surge no cenário para se
tornar a mãe de um sacerdócio santo e incorruptível.
Enquanto orava no tempo em Siló, Ana era observada pelo sacerdote Eli,
que assentado em uma cadeira, assistia a bucólica cena. . Devido a grande
tristeza em seu coração, aquela mulher “literalmente” se jogou ao solo, e sua
boca apenas balbuciava palavras, sem que sons audíveis fossem emitidos. Mais
uma vez, Ana é incompreendida, desta vez por seu líder espiritual, que se
aproximando dela, a acusa de estar embriagada. Quanta injustiça, pois naquele
exato momento, em lágrimas, Ana fazia um voto ao Senhor, dizendo: "Ó Senhor dos Exércitos, se tu deres
atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te esqueceres de
tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os
dias de sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados" (1
Samuel 1:10:11). Ao tomar conhecimento da história de Ana, imediatamente o
sacerdote Eli abandona sua posição inquiridora, e age como um verdadeiro homem
de Deus precisa agir: “Vá em paz, e que o Deus de Israel lhe conceda o que você
pediu" (I Samuel 1:17). Bastaram estas palavras de animo, para que Ana
tivesse suas forças revigoradas. A partir deste momento, as lágrimas cessam, a
tristeza vai embora, seu semblante se transforma e ela volta a se alimentar (I
Samuel 1:18). Na prática, Ana saiu do templo da mesma forma que entrou: sem
nenhum filho em seu ventre e ainda estéril. Mas agora, ancorada nas palavras de
Eli, ela tinha certeza que Deus atenderia o pedido feito em oração. Ana não
teve seu filho nos braços imediatamente, mas isso não a fez perder a esperança
readquirida, pois agora, tudo era uma questão de tempo: O Tempo de Deus. E o
que talvez nem ela soubesse, é que já na manhã seguinte, o milagre começou a acontecer:
Na manhã seguinte, eles se
levantaram e adoraram ao Senhor; então voltaram para casa, em Ramá. Elcana teve
relações com sua mulher Ana, e o Senhor se lembrou dela. Assim Ana engravidou
e, no devido tempo, deu à luz um filho. E deu-lhe o nome de Samuel, dizendo:
"Eu o pedi ao Senhor". Quando no ano seguinte Elcana subiu com toda a
família para oferecer o sacrifício anual ao Senhor e para cumprir o seu voto, Ana não foi e disse a seu marido: "Depois que o menino for desmamado, eu o
levarei e o apresentarei ao Senhor, e ele morará ali para sempre" (I Samuel 1:19-22).
Após muitos anos de subida e descida a Siló, Ana
toma uma atitude intrigante: consagrar seu filho, que ainda não havia nascido
ao Senhor. O que teria levado Ana a mudar de opinião, abrindo mão do filho que
tanto desejava, e que era o motivo pelo qual vivia sendo molestada? Algo falou
profundamente ao seu coração. Vejamos: Qual
mulher que orando a Deus por um filho, após receber o milagre, o consagraria ao
Senhor sabendo que não o teria mais de volta? Segundo os estudiosos rabinos, a
busca incessante de Ana por um milagre durou vinte e cinco anos. Mas o que
aconteceu com ela durante esse tempo para resolver deixa-lo no templo e
consagrá-lo ao Senhor? Precisamos entender que tudo aquilo que se consagra não
retorna mais para o dono, porque passa a ser propriedade exclusiva de Deus (I Samuel
1: 11; Levíticos 27:28-29). Deus tinha um projeto e Ana tinha a chave em seu
ventre. Deus usou a dor para atraí-la, e quando Ana entendeu o propósito
divino, descobriu que mais importante que seu orgulho ferido por Penina, e a
ansiedade de tornar-se mãe, era tornar-se a mãe da história de seu próprio povo. Que Deus tremendo! Ele sempre tem uma forma de nos atrair, e quando
pensamos que a razão de nossas vidas é um determinado propósito, Ele se revela
sempre com algo maior e mais profundo. Deus sempre nos atrairá para certos
fins, mas esses podem ser apenas a porta pela qual nos levará a realização de
coisas que jamais pensamos em ser ou realizar.
O nascimento de Samuel não somente
restabeleceu o sacerdócio e o profetismo em Israel, trouxe também o povo de
volta ao Senhor. Ele foi um profeta tão poderoso que nenhuma de suas palavras
deixou de se cumprir (1Sm 3.19). Com o surgimento de Samuel Deus intencionava o
estabelecimento da monarquia, e Samuel foi a peça chave para a consagração de
Davi. O que Deus planejou no ventre de Ana? Gerar um homem segundo o seu
coração para ungir um rei também segundo o seu coração (I Samuel 2:35;13:14). O
que Deus pode estar gerando através de nossas vidas através de tudo o que temos
passado? Será que não seria hora de deixar de se importar com nossas Peninas e
consagrar a Ele o melhor que temos?
Um voto ao Senhor, jamais pode ser feito de forma leviana ou no afã de um
momento, pois passado a emoção momentânea, podemos deixar de cumpri-los,
esquecendo ou renegando deste compromisso assumido com Deus. E aí teremos um
grande problema, pois Deus leva muito a sério os compromissos assumidos. Um
fato que precisamos ter sempre em evidência no nosso dia a dia, é que Deus é
“feito” de VERDADE, ela está incrustada em sua personalidade, logo, diante do
Senhor não existe mentiras, ou se quer a possibilidade de mentir, pois todas as
coisas estão nuas e patentes diante de seus olhos (Hebreus 4:13). Exatamente,
por isso, Jesus nos advertiu que a palavra do cristão precisa ser SIM SIM ou
NÃO NÃO, sendo que qualquer postura que passe disso é proveniente do maligno (Mateus
5:37). Assim, é preferível NÃO realizar um voto, para posteriormente não ter
que fazer um sacrifício tolo (Juízes 11:29-31).
Foram vinte e cinco anos de busca incessante,
e de revelações poderosas. Ao fim de sua provação, Ana cantou, e pôde
finalmente abrir a boca e dizer: “O arco dos fortes foi quebrado, e os que
tropeçavam foram cingidos de forças... até a estéril deu luz a sete
filhos, e a que tinha muitos filhos enfraqueceu. O Senhor é o que tira a vida e
a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela. O Senhor empobrece e
enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó, e desde o monturo
exalta o necessitado, para fazer assentar entre os príncipes...” (I Samuel 2:4-8).
Ana perseverou, jamais desistiu. Seu cântico expressa sua alegria, e a grandeza
de um Deus que sabe honrar aqueles que se derramam diante Dele em oração (Jeremias
33:3). A vitória de Ana foi muito maior que sua
vergonha, o que prova que Deus sempre nos surpreende além daquilo que
imaginamos (Salmos 40:1; Eclesiastes 3:4). Ana pôde contemplar a reversão de
sua esterilidade, de sua vergonha, e da frieza de sua nação.
Ana, uma
mulher de Deus
Ana foi atraída e atingida pela vontade de um
Deus surpreendente, que a convenceu a se desfazer de seus sonhos para ofertar o
que tinha de mais valor. Como recompensa ela se tornou mãe de mais três filhos
e duas filhas (I Samuel 2:21), a nação ganhou Samuel, e Deus tornou a reacender
a chama do templo. Ana soube honrar ao Senhor. Estava convicta da
decisão que deveria tomar e de como deveria renunciar. Ela não agiu como
algumas pessoas que na hora da dor e da angústia firmam alianças com Deus, e
quando obtém o desejado se esquecem de tudo o que lhe prometeram (Eclesiastes
5:4-5). Deus sempre nos recompensa acima das nossas expectativas, Ele sempre
nos surpreende (Efésios 3:20). Quando Ana poderia pensar que seu sofrimento
fazia parte de um plano que iria restabelecer o sacerdócio de uma nação, e que
seu se tornaria profeta e sacerdote? Será que ela pensaria um dia em ser mãe de
mais três filhos e duas filhas após Samuel? Deus sabe honrar a quem renuncia
por sua causa.
Ana jamais pôde imaginar que sua renúncia
ofertaria gerações futuras, que em suas entranhas estava sendo gerada a solução
de uma nação que estava prestes a naufragar sem a presença do Senhor. Quando
tudo estava se apagando, Ana trouxe luz a uma nova realidade, tanto em sua
vida quanto na vida de seu povo.
Ana era uma mulher triste e angustiada, que se
chegou a Deus não só porque precisava de um filho, mas para satisfazer também
seu ego que estava ferido diante da humilhação de ter que dividir o marido com
uma mulher fértil que sempre a irritava por não poder gerar filhos (I Samuel 1:15-16).
Em Siló, Ana aprendeu coisas com Deus através de sua comunhão e quebrantamento
em oração. O tempo passou e Ana encontrou em Deus respostas que foram além da
importância de ser mãe, e de dar uma resposta a Penina. Deus tinha nas mãos uma
chave que não somente lhe abriria a madre, mas lhe ser a protagonista de um
grande avivamento na nação.
Estamos habituados a chegar diante do Senhor
em grupo louvando-o, com o bater de palmas e cheios de alegrias. Mesmo assim
todos tendemos a nos encolher diante do Senhor durante os nossos períodos de
tristeza. Ir ao Senhor com deleites não significa estar isento de tristeza e
aflição. Ana não temeu dirigir-se a presença de Deus, era sabia que ninguém
poderia aliviá-la de sua carga a não ser o Senhor; e à medida que mantinha uma comunhão
íntima e perseverava em oração, o Senhor lhe trouxe a paz restaurando sua
alegria (I Samuel 1:18). Penina foi esquecida, deletada da história. Ana
homenageada por todos porque Samuel se tornou um homem de Deus com prestígio e
notoriedade. Deus tem a resposta para toda porta que está fechada em nossas
vidas. Ao final da provocação de Ana nos resta uma
pergunta: o que aconteceu com Penina? A partir de Samuel Penina é quem passou a
ser ignorada. Ana sempre sofreu calada, e o Senhor respondeu por ela não
somente com filhos, mas com honra, tornando-a mulher mais importante da região,
a mãe do maior profeta daquela época.
Ana nos ensina que devemos ser perseverantes,
mesmo quando as circunstâncias dizem que não podemos mais avançar, nos revela
que Deus tem propósitos específicos, e que se Ele fechou algo para que venhamos
a Sua presença, isto é sinal de que nossas vidas jamais serão as mesmas quando
conhecermos seus projetos a nosso respeito.
Ana, uma
canção de louvor
A mulher estéril agora era uma alegre mãe. I Samuel 2:1-10 registra uma
das mais belas passagens bíblicas, popularmente conhecida como o “CÂNTICO DE
ANA”. Este texto é na verdade uma oração de agradecimento realizada por Ana,
após receber do Senhor a benção da maternidade. Ana não somente louva ao Senhor
por sua fidelidade, como também ressalta o fato de que a justiça provem de
Deus, e que no tempo oportuno, Ele agira contra os maus, em favor dos bons.
Outra revelação inserida neste contexto, é que após entregar seu pequeno
Samuel no templo, onde o menino cresceu para se tornar o maior e último juiz de
Israel, um sacerdote reformador e o homem responsável por ungir os dois
primeiros reis da Nação (Saul e Davi); Ana ainda desfrutou da companhia de mais
seis filhos. A mulher estéril agora era uma árvore frutífera, cuja vida se
encheu de alegria com muitas crianças correndo pela casa. Pra quem almejava um filho,
“sete” parece um número muito além das expectativas, mas é exatamente assim que
nosso deus trabalha: Ora, àquele que é
poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou
pensamos, segundo o poder que em nós opera (Efésios 3:20-21).
O Cântico de Ana:
"Meu coração exulta no
Senhor; no Senhor minha força é exaltada. Minha boca se exalta sobre os meus
inimigos, pois me alegro em tua libertação. Não falem tão
orgulhosamente, nem saia de suas bocas tal arrogância, pois o Senhor é Deus
sábio; é ele quem julga os atos dos homens. O arco dos fortes é
quebrado, mas os fracos são revestidos de força. Os que tinham muito, agora
trabalham por comida, mas os que estavam famintos, agora não passam fome. A que
era estéril deu à luz sete filhos, mas a que tinha muitos filhos ficou sem
vigor. O Senhor mata e preserva a
vida; ele faz descer à sepultura e dela resgata. O Senhor é quem dá pobreza e
riqueza; ele humilha e exalta. Levanta do pó o necessitado
e, do monte de cinzas ergue o pobre; ele os faz sentarem-se com príncipes e
lhes dá lugar de honra. Pois os alicerces da terra são do Senhor; sobre eles
estabeleceu o mundo. Ele guardará os pés dos seus
santos, mas os ímpios serão silenciados nas trevas, pois não é pela força que o
homem prevalece. Aqueles que se opõem ao
Senhor serão despedaçados. Ele trovejará do céu contra eles; o Senhor julgará
até os confins da terra. Ele dará poder a seu rei e exaltará a força do seu
ungido".
Para compreender o cuidado divino através das intervenções milagrosas na história do seu povo, participe neste domingo (26/10/2014), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 93
Milagres do Velho Testamento : Editora Betel
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Muito rico esses comentários adicionais! Realmente maravilhosos! Obrigada por compartilhar!
ResponderExcluirExcelente. Parabenizo a iniciativa de disponibilizar tamanho trabalho de ensino Cristao, como este que eu tive o acesso. Paz
ResponderExcluirExcelente obra de literatura Crista.
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