quinta-feira, 15 de setembro de 2016

EBD - A missão dos doze discípulos


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 100 - Editora Betel
Mateus - Lição 12
Comentarista: Bp. Manuel Ferreira















Comentários Adicionais
Pr. Wilson Gomes
Pb. Bene Wanderley
Ev. Lucas Gomes










Texto Áureo
Mateus 10:1
E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem e para curarem toda enfermidade e todo mal.

Verdade Aplicada
O Mestre obteve êxito em espalhar as boas novas quando chamou, preparou e enviou os Seus discípulos.

Textos de Referência
Mateus 10:5-10

Jesus enviou estes doze e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel; e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos Céus.
Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.
Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos, nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão, porque digno é o operário do seu alimento.


Os 12 Apóstolos 
Comentário Adicional
Ev. Lucas Gomes

Para ser contado entre os apóstolos, foi estabelecido pelos onze discípulos remanescentes que o candidato tivesse conhecido a Jesus e acompanhado seu ministério, aprendendo em loco seus ensinamentos. Paulo não se encaixava neste perfil, mas mesmo assim defendia seu apostolado, pois o próprio Jesus já se encarregara de sanar estas “pendências”; primeiramente se apresentando pessoalmente a Paulo (Atos 9:3-6) e posteriormente o levando ao céu para receber “seus” ensinamentos ao melhor estilo “tête-a-tête” (I Coríntios 11:23, II Coríntios 12:2). A evidência máxima da importância desse seleto grupo de homens pode ser encontrada no livro da Revelação: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro; e me transportou, em espírito, até a uma grande e elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, a qual tem a glória de Deus... Tinha grande e alta muralha, doze portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Três portas se achavam a leste, três, ao norte, três, ao sul, e três, a oeste. A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Apocalipse 21:9-14 ).

Entre os “12 apóstolos” escolhidos por Jesus estão:  Simão Pedro, André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Felipe, Bartolomeu (ou Natanael), Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu, Simão (o Zelote) e Judas Iscariotes, que após sua traição, foi substituído no grupo por Matias. Paulo, mais tarde foi chamado para exercer um apostolado específico entre os gentios, tornando-se o mais profícuo entre todos eles, mesmo não sendo contado entre os doze. Um grupo já fechado e insubstituível que formam as bases e os pilares da IGREJA estabelecida por Cristo. Enquanto andaram com Jesus, esses homens foram sempre identificados como “DISCÍPULOS”, que significa “aprendiz, aluno”. Já no livro de Atos, pós-ascensão de Cristo, quando as responsabilidades de se prosseguir com a missão do mestre recaíram sobre seus ombros é que passaram a ser chamados de “Apóstolos” que significa “alguém que é enviado”.

O número doze na Bíblia faz referência a “totalidade” e é considerado um número de governo. Portanto faz total sentido que num grupo de muitos seguidores, Jesus tenha escolhido doze homens especiais para serem seus discípulos. Como um deles se perdeu, o Espírito Santo guiou os remanescentes na escolha de seu substituto, e o Mestre já glorificado escolheu Paulo para atuar no mundo gentílico. Nada mais justo que a Bíblia utilize o “termo” APÓSTOLO para descrever apenas este grupo seleto de homens especiais que literalmente viveram e morreram pelo evangelho. Para ser um apóstolo era necessário ter recebido um chamado especial de Jesus (Lucas 6:13) e ter acompanhado na íntegra o ministério de Cristo (Atos 1:21-22), e todos cumpriam tais exigências, embora Paulo tenha recebido um chamado posterior e uma instrução diferenciada. Sobre esses APÓSTOLOS era delegada uma autoridade especial como continuadores diretos do ministério de Cristo e para o estabelecimento das diretrizes que norteariam a IGREJA recém-estabelecida (Atos 15:6:29). 

Ora, este grupo especial de homens escolhidos em corpo presente pelo próprio Jesus são as bases da Igreja edificada em Cristo; autores dos preceitos que garantem a funcionalidade da organização por todo mundo ao longo de dois milênios, expositores e explanadores de toda a doutrina neo testamentaria; mártires da causa cristã; operadores de obras portentosas; mestres da IGREJA em todo tempo e lugar; dignos o suficiente para terem seus nomes eternizados nas portas dos céus. Eles são de fato os únicos homens chamados na Bíblia de APÓSTOLOS e não há nenhum indício que legalize qualquer outra pessoa a se auto denominar “substituto” de qualquer um deles.


Chamados à missão

Veremos nesta lição a necessidade de Jesus chamar, instruir e delegar tarefas específicas aos Seus discípulos. Tais movimentos do Mestre servem como modelo para agir evangelisticamente em nossos dias. A tarefa de levar as boas novas às “ovelhas perdidas da de Israel” era extensa, pesada e impossível para um homem só, visto que Jesus deveria atuar dentro de um prazo. Daí a necessidade de o Mestre convocar, instruir e enviar os doze discípulos. A missão era basicamente representar o Mestre. Eles deveriam se dirigir à casa de Israel, a começar pela cidade em que residiam, e pregar o ambiente para a chegada de Jesus (Mateus 11:1). Todavia, era necessário que eles dessem explicações às pessoas das cidades e aldeias contatadas acerca do propósito deles, pregando-lhes: “é chegado o reino dos céus” (Mateus 10:7). Não só deveriam levar a mensagem do Mestre, porém oferecer uma amostra de seu poder, demonstrando assim que de fato já estava entre eles o Reino de Deus, à medida que cressem, pois haveria cidades e aldeias inteiras que não creriam neles e nem os receberiam (Lucas 9:51-56). A missão preparatória e evangelizadora não é fácil, visto ser guerra declarada às trevas. A natureza da missão dos discípulos pode ser apresentada como um meio preparatório para o trabalho do Senhor Jesus Cristo. Entretanto, eles deveriam ser claros quanto a mensagem do Reino, posto que se não houvesse objetividade e clareza as pessoas não compreenderiam e consequentemente rejeitariam os trabalhos deles e do Mestre. Na verdade, este trabalho era preparatório para uma cruzada evangelística, ou melhor, a tomada religiosa da cidade pelo Senhor Jesus. Tais coisas devem ser praticadas ainda hoje, pois para isto a Igreja ainda está aqui na terra.

Os convocados para esta missão foram doze. Quatro dentre esses já andavam com Jesus (Mateus 4:18-22). Essa quantidade de convocados aponta para as doze tribos de Israel. Jesus convocou os discípulos que conhecem a sua visão e que entendessem do seu sentimento. Nenhum desconhecido, sem qualquer conhecimento ou precipitado, pôde fazer parte dessa delegação, até porque era uma missão de confiança. Quando uma equipe se prontifica para evangelizar, deve sondar se já possuem boa convivência, se todos estão unânimes e minimamente preparados, para que o inimigo não sabote o trabalho evangelizador. Da mesma forma que Jesus Cristo usou critério para seleção e delegação, nós devemos ter também. Quer estejamos organizando ou sendo colaboradores numa dupla ou equipe de evangelização é necessário um preparo mínimo simultâneo entre os irmãos, formando assim um pensar e linguajar harmônico dentro da dupla ou equipe. Alerte os alunos para o fato de que a evangelização não funciona bem e logo se dissolve se não há critérios claros e sentimento de unidade. Ninguém deve entrar e sair para um trabalho em equipe de improviso. Não funciona!

Jesus chamou a si os que Ele quis. Eram discípulos que depois de preparados se tornariam representantes enviados, isto é, apóstolos. Os pontos em comum que havia entre eles era o fato de serem galileus, de conhecerem Jesus há algum tempo e, possivelmente, tê-lo acompanhado. Por outro lado, não houve critério totalmente uniforme nas escolhas deles, pois havia pescadores, um zelote, um publicano etc. O mais importante, entretanto, era que cada um tivesse real desejo de colaborar, disposição em aprender e que fosse tratável. Não são estes os mesmos critérios hoje a serem aplicados no desenvolvimento de uma equipe evangelística? Claro que sim. É de grande importância que aprendamos a valorizar o trabalhar em equipe. Trabalhamos com voluntários que se impõe à disciplina de ajudar no crescimento da igreja local. É igualmente importante que tais colaboradores procurem aprender sempre e que sejam dóceis.


Apóstolos ou Discípulos?
Comentário Adicional
Pr. Wilson Gomes

Analisando o significado literal da palavra apóstolo diretamente do grego -Apostellein– encontraremos a seguinte definição: “Aquele que é enviado, mensageiro ou embaixador; que representa a quem o enviou”. Ora, todo homem que se propõem a seguir a Cristo e cumprir seus mandamentos, traz sobre si a responsabilidade da grande comissão: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.  E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados (Marcos 16:15-18). Logo, “todos” os cristãos foram “enviados” para uma missão especial; a de anunciar o Reino de Deus aos Homens. Mas será que somos apóstolos ou apenas apostólicos? A partir da década de 70, com a expansão das chamadas igrejas neopentecostais, passou-se a usar o termo Apóstolo para se definir uma posição eclesiástica destacada dentro da própria organização. Geralmente este título é sustentado pelo fundador de uma igreja específica, mas vale a ressalva que na Bíblia, muitos termos diferenciados se equivalem na prática, a mesma função. Assim sendo, esta é uma questão muito particular de cada entidade eclesiástica, que define suas hierarquias ministeriais através de seus próprios critérios e estatutos, e é exatamente desta diversificação que oriunda a grande quantidade de títulos que na verdade identificam o mesmo grupo de obreiros que exercem liderança em suas respectivas comunidades: apóstolo, bispo, ministro, ancião, pastor, reverendo e tantos outros.

Ao se ostentar um título eclesiástico como este, o homem de Deus não deve se sentir portador da mesma autoridade exercida pelos apóstolos da igreja primitiva, pois tal autoridade sobre eles constituída visava “construir” as estradas por onde os líderes eclesiásticos de hoje caminham confortavelmente. Quando João, o último apóstolo vivo, finalmente descansou em Éfeso, no ano 103, o MINISTÉRIO APOSTÓLICO deixou de existir na Igreja, pois a autoridade que residia nos Apóstolos reside agora na PALAVRA ESCRITA, e nenhum homem pode se impor querendo exercer uma autoridade acima da PALAVRA DE DEUS.  Não existem mais “revelações” a serem feitas, nem “diretrizes” a serem ensinadas, senão aquelas que já estão registradas, e ninguém jamais poderá reivindicar para si um status, a qual o próprio Cristo reservou para apenas doze homens, dos quais somos frutos das sementes de sangue. Podemos concluir que o apostolado como um ministério está inativo na IGREJA de hoje, pois seus propósitos já se cumpriram através dos doze homens escolhidos nominalmente pelo próprio Cristo.

Em Efésios 4:10-11, Paulo identifica alguns ministérios que foram dados a igreja, afim de que ela se estabilizasse e expandisse: Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres. Temos que lembrar, que nesta época, parte dos apóstolos de Jesus ainda estava em atividade, e que o texto do Novo Testamento, não havia sido totalmente escrito.  Para concluir, devemos relembrar que enquanto estavam sobre a tutela de Jesus, esses homens eram chamados de DISCÍPULOS, ou seja, ALUNOS. A ascensão de Cristo e o comissionamento dado a seus discípulos, conferiu-lhes o “diploma” de formatura. Agora eles seriam os professores dos discípulos que estavam por vir, e apenas neste momento, são chamados de APÓSTOLOS, ou seja, “ENVIADOS”. A questão é: Pode alguém dizer que já se formou na escola de Deus, tendo já completado seu aprendizado? Que Deus nos conserve em Graça e Amor, aptos para ouvir e aprender dia após dia, como servos obedientes e discípulos em humildade. Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (João 8:31-32)


Instruídos e delegados para a missão

A missão deles consistia em representar o mestre junto às aldeias e cidades. Para essa missão, eles foram chamados de apóstolos, que significa “enviado”. Antes, porém, de serem enviados, foi necessário dar-lhes treinamento e delegar-lhes poderes. Havia entre os galileus muitas de pessoas que não eram da linhagem hebraica, os apóstolos, porém, deveriam se dirigir às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mateus 10:5-6). Parece-nos estranho, pois que havia tantas pessoas próximas que precisavam também ser alcançadas. Deus estava comunicando uma nova dispensação e uma salvação perfeita, era justo que começasse pelo povo escolhido primeiro, para depois alcançar os outros. Lembremos que Jesus sabia que chegaria a hora em que seria desprezado, preso e morto. Apesar disso, naquele momento a missão deles foi um sucesso porque o Senhor se viu obrigado a ampliá-la. Existiam diversos lugares pagãos vizinhos da Galileia. Embora pareça redundante, é importante frisar que os apóstolos deveriam ir prioritariamente aos conterrâneos de sua linhagem. Deus é fiel, mas estava agindo diferente e essa era uma nova era que chegara. Ele nada faz sem revelar ao seu Povo (Amós 3:7).

O Reino dos céus chegará e com ele coisas surpreendentes no que tange ao poder de Deus entre os homens. Os discípulos enviados deveriam pregar sobre isso dizendo: “É chegado o reino dos céus”. Jesus outorgou os poderes do Reino: para curar os enfermos, ressuscitar mortos e expulsar demônios, ou seja, o mesmo poder que operava em Jesus também foi conferido a eles (Mateus 10:8). O que Jesus fazia já era surpreendente e eles fariam o mesmo pela fé. As portas do inferno seriam abaladas pela obra de nosso Senhor através dos seus discípulos, posto que muitos vieram a crer nEle e porque as obras das trevas como enfermidades, possessões e mortes foram desfeitas pelo poder de Deus. O poder de Deus que operou através dos apóstolos é o mesmo. Para Deus, não há privilegiados, todos os que crerem e o buscarem exercerão poder contra as trevas em Cristo Jesus. Esse poder é para desfazer o poder destruidor do inferno entre os homens.

Alguns cuidados seriam necessários para que não atrapalhassem a missão (Mateus 10:9-13). Eles não deveriam possuir nada que chamasse a atenção para eles mesmos, sem qualquer ostentação de coisas como ouro, prata, duas túnicas, etc. Simplicidade de quem está cumprindo uma missão dos céus entre os homens. Outra coisa importante é que eles deveriam descobrir alguém chave numa localidade, alguém que os acolhesse por causa da mensagem deles. Se eles saudassem a alguém com a paz e essa pessoa fosse digna, seria abençoada com paz. Caso isso não acontecesse, não era ali o lugar de compartilharem a mensagem. Isso nos ensina que não devemos insistir com quem é resistente à Palavra. Quando alguém visita uma casa compartilha a mensagem do Evangelho, deve considerar algumas coisas importantes. Primeiro, prime pela simplicidade, pois o evangelizador não deve chamar atenção para si. Segundo, convém evitar trajes inadequados, linguagem inapropriada ou que pareça ostentar-se. Terceiro, seja simpático, converse olhando nos olhos e deseje a pessoa paz. Caso haja retorno tudo indica que poderá fazer um bom trabalho ali naquela família ou localidade. Caso não haja resposta, não perca tempo com quem não quer ouvir a Palavra de Deus e passe adiante.


O guia do discipulado
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

Ao longo deste trimestre, temos aprendido várias lições, e reaprendido inúmeros conceitos sobre o cristianismo genuíno, e mais uma vez, nos encontramos com um tema valioso para todos nós. Mas é importante que voltemos um pouco antes do capítulo dez de Mateus, para termos uma visão melhor do envio de Jesus, já no capítulo seguinte. A chegada de Jesus em Cafarnaum gerou uma grande comoção nas pessoas, pois ali existia um homem que era paralítico, e que sofria com sua situação, mas vemos também outro fato que nos chama a atenção: um grupo de pessoas que resolveram colocar sua fé em ação, quando levaram em uma cama o paralítico. Jesus logo vendo a fé deles, se dirigiu ao doente e lhe disse: tem bom ânimo filho; estão perdoados os teus pecados. A base de todo ministério de Jesus estava nesse ponto: Perdoar pecados, restaurar a alma perdida dos homens, devolve-lo ao seu lugar de origem, que é ter de volta a presença de Deus dentro de seu ser. Jesus estava cumprindo o seu chamado. Os futuros enviados estavam lá e presenciaram tudo isso, eles viam como o mestre desenvolvia seu ministério, cumprindo à risca todos os requisitos estabelecidos pelo Pai. Após perdoar e curar o paralítico, seguiu-se vários eventos importantes; como o chamado de Mateus. Neste ponto, Jesus come com pecadores e publicanos (publicanos era o nome dado a coletores de impostos nas províncias do império Romano. Por esta razão, Jesus foi criticado pelos fariseus, um grupo de religiosos hipócritas que não aceitavam a mensagem de Cisto. Logo entenderam que Jesus estava ali não para os que não precisavam, mais sim para os aflitos e carentes. As palavras de Jesus foram severas aos seus opositores quando disse: os sãos não precisam de remédio, mas, sim os doentes.  Jesus ainda acrescentou: misericórdia quero e não sacrifícios. Em seguida chegaram os discípulos de João questionando acerca do jejum, e mais uma vez, Jesus nos dá outra importante lição em Mateus 9:14-17.

É maravilhoso como os acontecimentos desse capítulo nove nos dão informações de suma importância para o nosso ministério. Em sequência, somos apresentados a uma série de eventos que atestam a divindade de Jesus, como curas, ressurreição, confrontos com os incrédulos. Depois de muitas atividades ministeriais, Jesus chama seus discípulos e lhe delega autoridade. Com isso Jesus os comissiona para a grande tarefa da evangelização. Essa tarefa em primeiro lugar seria de representar o seu Mestre e seu reino glorioso. Esses homens teriam regras a serem seguidas, e Jesus lhes deu prioridades, já que deveriam ir as ovelhas perdidas da casa de Israel, para depois alcançar outras nações. A mensagem por eles proferida deveria ser o anuncio da chegada do Reino dos Céus, com esse Reino o poder de Deus seria manifestado a todos os homens.

As curas e os milagres, além  do domínio sobre os poderes das trevas eram a confirmação de que eles estavam sobre o domínio do Reino dos Céus, se agissem dentro das instruções de Jesus. Alguns cuidados deveriam ser tomados nessa jornada, claramente recomendados em Mateus 9:9-13, os quais temos desprezado nos dias atuais. É muito importante nos atentarmos aos princípios estabelecidos por Jesus, já que são uma garantia de sucesso na comissão divina que sobre nós recai. Que cada um de nós, veja com mais detalhes, os pontos onde é preciso estar ajustado. Para finalizar minhas palavras, desejo profundamente que a luz das escrituras venha iluminar as nossas mente para a urgência de nos levantarmos em fé, para cumprirmos a nossa tarefa, e voltarmos ao ponto de onde paramos no servir ao Reino como nos convém.


Enviados para a missão

Os discípulos estavam prestes a ser enviados pelos termos de Israel a fora. Era necessário ainda que recebessem algumas instruções fundamentais e alertas para que não fossem pegos de surpresa. Nem sempre eles encontrariam um ambiente e pessoas acolhedoras (Mateus 10:16-33). Mesmo entre os judeus, seria como se estivessem entre pagãos, postos que encontrariam pessoas hostis. Seria como ovelhas entre lobos, portanto, deveriam ser amáveis como a pomba e prudentes como serpentes. A evangelização é a luta do bem contra o mal pela posse das almas e os evangelizadores encontrarão sistemas religiosos e governos controlados por demônios. Por isso, os servos de Jesus sofrem até hoje humilhações, processos na justiça e violências físicas, ou seja, as mesmas coisas que Ele sofreu (Mateus 10:23). Uma vez que escolhemos estar do lado de Jesus Cristo e sermos os Seus colaboradores sofreremos perseguição, a não ser que sejamos negligentes e infiéis a Deus. Do contrário, cabe a nós cumprir os sofrimentos restantes do Senhor Jesus através de nossos corpos (Colossenses 1:24). É extremamente importante destacar para os alunos que não existe vida cristã sem dor, aflições e tribulações (João 16:33). Devemos estar dispostos a perder a própria vida por amor a Cristo. Devemos nos submeter à perda do favor dos homens, suportar as dificuldades e negar a nós mesmos muitas vezes ou, então, jamais chegaremos ao céu.

Assim que os contatado começassem a ouvir o Evangelho do Reino, como os apóstolos, sofreriam também (Mateus 10:42). O grande campo de provas seria a convivência com a família. Como o Senhor exige lealdade exclusiva, haveria desarmonia entre pais e filhos, nora e sogra, etc. Quem quiser se alinhar a Cristo e receber a vida eterna deve colocar os relacionamentos familiares nas mãos de Deus e permanecer fiel a Ele. Mas se alguém amar os seus pais, filhos, bens mais do que a Cristo é indigno dele. As recompensas aguardam os que receberem bem aos enviados em nome de Jesus. Os conflitos por causa do Evangelho estão em curso agora. Ressalte para os alunos que eles não são incomuns, mesmo num país grande e considerado cristão como o nosso. Há pais que se tornam inimigos dos filhos e os convidam a fazer uma escolha – Cristo ou a convivência com eles. Ressalte para os alunos que alguns filhos tomam uma firme decisão e acabam por deixar a casa por amor a Cristo. Oremos para que os filhos das famílias cristãs possam conhecer intimamente a Jesus Cristo e ter em seus corações o propósito de segui-Lo a qualquer preço.

Depois de convocados, preparados e advertidos dos perigos peculiares à evangelização, os discípulos estavam prontos para irem por todo Israel (Mateus 11:1). Mateus omite detalhes sobre o sucesso da missão, porém Lucas não. Eles saíram por todas as aldeias, curando o povo por toda a parte (Lucas 9:6). Posteriormente, eles regressaram e, empolgados, trouxeram um positivo relatório (Lucas 9:10). Depois de preparados, é hora de partir a contatar as pessoas, posto que preparação demais é perda de tempo e falta de coragem. Temos que aproveitar a liberdade que há em nosso Brasil e compartilhar o Evangelho de modo sério. Muitos usam a desculpa da “oração e preparação”, o que demonstra falta de fé e de coragem. Apesar do tom sombrio do Senhor Jesus Cristo ao falar de perseguição, todavia o relatório dos seus evangelizadores foi positivo, alegre e com muitas curas. Basta obedecer e o Espírito Santo completa a obra. Merece ser especialmente salientado que, depois da salvação em Cristo Jesus, o maior tesouro que teremos serão as almas alcançadas neste mundo para a eternidade.


Fiel até o fim!
Comentário Adicional
Ev. Lucas Gomes

É concedido para aquele que renuncia a si mesmo, vivendo por Cristo, a honraria de ser um representante legal do Reino de Deus entre os homens: De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse (II Coríntios 5:20). Ora, um embaixador nada mais é que o representante máximo do chefe de um Estado em um outro Estado, e portanto podemos afirmar embasados nas escrituras que todo Servo de Deus “é” um representante legal de Cristo aqui na Terra, não cabendo tal honra a apenas “um” único homem, como muitos erradamente tendem a acreditar. Se todos fomos “enviados” por Cristo, e somos todos seus “representantes” legais aqui na Terra, então “TODOS” temos um chamado apostólico em nossas vidas e podemos nos considerar um pouquinho apostólicos também. Mas esta é uma chamada generalizada pertinente a toda a Igreja, e não uma vocação específica ou um chamado individual que caracterize o MINISTÉRIO APOSTÓLICO. Somos apostólicos, mas isto não nos torna Apóstolos, até porque, é bem provável que não estaríamos aptos a exercer o ministério apostólico de forma plena, levando-o ao extremo, sem jamais desmorecer diante da missão.

Muitas pessoas ficam curiosas sobre como foi a morte dos 12 apóstolos de Jesus Cristo. Porém, o único apóstolo que tem a sua morte mencionada na Bíblia é o apóstolo Tiago: “fazendo passar a fio de espada a Tiago, irmão de João” (Atos 12:2). Os outros apóstolos não têm as suas mortes citadas na Bíblia. O que existem são relatos do que chamamos de “tradição”, ou seja, são escritos que apareceram bem depois e que mencionam a morte de alguns deles. Segundo a tradição, por pregar o evangelho, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo em Roma; André também foi crucificado em uma cruz no formato de X; Tiago foi decapitado por ordem de Herodes; Felipe provavelmente foi enforcado em Hierápolis, embora muitos acreditem que tenha sido crucificado também; Bartolomeu teve sua pele retirada por um rei bárbaro; Tomé foi amarrado a uma cruz enquanto evangelizava seus algozes, morrendo lancetado na Índia; Mateus sofreu martírio por espada (ou punhais) na Etiópia, Tiago (o menor) foi lançado de cabeça do pináculo do tempo e depois foi apedrejado, Judas Tadeu e Simão provavelmente foram vítimas de um linchamento público a machadadas motivado pelos sacerdotes pagãos da Pérsia.

Paulo, o apostolo dos gentios foi decapitado em Roma,  e apenas João, morreu de morte natural após sobreviver ao exílio em Patmos. Todos morreram em honra, cumprindo seu dever apostólico. Seus ensinamentos, influência, coragem e perseverança resultaram em milhões de conversões por toda a terra conhecida e se perpetuaram para a posteridade em quatro evangelhos, um livro com o registro de seus atos, vinte e uma cartas contendo conselhos e instruções para a Igreja em todas as eras e finalmente, o Apocalipse, onde se encerram “TODA” a revelação de DEUS para igreja.

Conclusão

A missão dos doze discípulos é a nossa missão, pois somos uma extensão deles. Quantos deram suas vidas por fidelidade a Jesus Cristo e por amor a nós, para que o Evangelho atravessasse gerações e nos alcançasse. Agora cabe a nós continuar a cumprir essa missão.




A imagem que Mateus nos apresenta de Jesus é a de um homem que nasceu para ser Rei. Sua intenção é mostrar o senhorio de Jesus Cristo e que, com toda autenticidade, o Reino, o poder e a glória são dEle. Mateus entrelaça o Antigo Testamento ao Novo, com a preocupação de revelar aos judeus: que em Jesus se cumpriram todas as palavras do profeta, que Ele é o Rei por excelência e o Messias de Seu povo. Para saber mais sobre as profundas verdades existentes em cada linha deste evangelho, participe neste domingo, 18 de setembro de 2016, da Escola Bíblica Dominical.




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