O ano de 2003
foi marcante em minha vida. Realizei meu sonho de casar, mas, a experiência não
foi tão boa como eu esperava. Por nove meses, economizei o meu salário para
realizarmos uma viagem. Porém, o dinheiro foi usado na festa do casamento, e
eu, sequer, pude convidar minha mãe.
Depois de
casado, minha esposa me maltratava com frequência, e nosso matrimônio durou
apenas 50 dias. Todo este processo foi muito traumático, mas, mesmo que minha
vida pessoal estivesse envolta em tristeza, eu permaneci firme nos pés do
Senhor.
Nesta época,
eu morava na cidade de Aguaí, e fazia parte de uma dupla, que cantava nas
igrejas da cidade. Um dia, fomos atender um convite para louvar ao Senhor, e
durante o culto, um profeta vindo da cidade de Paulínia, marchou em minha
direção e disse:
- Deus me
manda te dizer. Ele é quem está no céu, e você na terra. Sei que no momento
mais difícil, você não negou o meu nome. Tenho uma grande obra em sua vida,
mas, não será nesta cidade.
Eu estava bem
empregado, tinha minha casa e desfrutava de uma boa estabilidade em Aguaí. Não
fazia parte de meus planos mudar de cidade. Apesar do meu casamento ter sido
destruído, eu decidi continuar morando ali. Mas, os planos de Deus eram outros,
e logo, alguns sinais me apontaram que meu tempo naquela cidade estava
terminando.
Eu era líder
de jovens, bem comunicativo e simpático com todo mundo. Este meu comportamento
extrovertido, despertou os ciúmes do ex-namorado de uma das moças da igreja.
Um dia,
enquanto esperávamos o ônibus que nos levaria para a congregação, este moço apareceu
bêbado e drogado, me puxou pela camisa e encostou um facão em meu pescoço,
enquanto dizia que iria me matar. Respondi que Jesus me livraria da morte.
Logo, os irmãos se aproximaram, e o moço afrouxou a arma. Neste momento,
aproveitei a sua distração e entrei no ônibus correndo, e ele foi atrás. Houve
um grande tumulto, até que os irmãos conseguiram dominá-lo, e desarmá-lo
definitivamente.
Mesmo
desarmado, o moço ainda se jogou na frente do ônibus e esmurrou o vidro, até
que o mesmo se quebrasse. A polícia interviu, e tudo se acalmou. Eu entendi que
aquele grande livramento, era também um recado de Deus. Ainda assim, permaneci
em Aguaí.
Tinha um
vizinho que era traficante de drogas, e numa grande infelicidade, eu o vi
roubando um garrote no pasto. Ele me ameaçou dizendo que eu não “tinha visto
nada” e “não sabia de nada”. No dia seguinte, Deus falou ao meu coração para
realizar um jejum, pois a polícia iria até minha casa. E foi exatamente isto
que aconteceu.
Minha mãe,
puxou conversa com os policiais, e os traficantes ficaram incomodados. O roubo
tinha acontecido na quarta feira, e já na sexta feira, Deus me visitou mais uma
vez, me alertando que naquele dia, minha família receberia um grande livramento.
Cheguei da igreja naquela noite, e me
mantive em alerta. Por volta das 0:00 horas, o traficante
pulou no quintal de casa, e começou a bater na janela, chamando pelo nome da
minha mãe. Convicto que não devia nada para aquele homem, eu abri a porta da
casa para atende-lo, e foi então, que ele sacou um revólver 38 e apontou na
minha direção.
Começou
a chamar minha mãe de desgraçada, e a acusá-la de tê-lo entregado para a
polícia. Foi então, que ele disparou a arma. Naquela hora, não consegui
enxergar nada. Apenas senti a poeira do reboco se espalhando pela sala, em
decorrência do impacto daquele projetil. Milagrosamente, a bala fez um desvio
de 180 graus, passou por mim e pela minha mãe, e explodiu na parede. Um grande
livramento. A mão do Senhor nos cobriu naquela hora.
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