quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

EBD - Deveres da família à luz da Bíblia



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 98 - Editora Betel
Casamento e Família - Lição 03
Comentarista: Pr. Valdir Alves de Oliveira

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pr. Wilson Gomes
Pb. Bene Wanderley


Texto Áureo
I Timóteo 5:8
Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel.

Verdade Aplicada
Como cristãos, devemos conservar a família no seu conceito original, dentro do plano de Deus.

Textos de Referência
Efésios 5:21, 22, 25 / Colossenses 3:18-21

Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.
Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;
Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.
Vós, mulheres, estai sujeitas a vossos próprios maridos, como convém no Senhor.
Vós, maridos, amai a vossas mulheres e não vos irriteis contra elas.
Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.
Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.


A responsabilidade do livre arbítrio
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes

No Éden, Adão e Eva eram como duas crianças descobrindo o mundo e seus recantos maravilhosos. Deus, se encarregava pessoalmente de ensina-los sobre os mistérios da vida, e toda tarde, descia ao jardim para conversar com o infante casal. Todo o conhecimento adquirido por eles vinha de Deus. Como um Pai carinhoso e dedicado, o Criador se alegrava em mostra-lhes os recônditos do paraíso, e explicar minuciosamente o funcionamento de cada item da criação. Tudo que sabiam tinham aprendido com o Senhor. Em Deus só existe bondade, benevolência, justiça e paz. Assim, o primeiro casal “via” e “conhecia” o mundo sob a perspectiva de Deus. Não havia malícia, perniciosidade, mentira, enganos, tristeza, vergonha ou dor. Para garantir que as coisas permaneceriam assim, Deus os proibiu de comer o fruto da “Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal”, pois se dele comessem, conheceriam o lado sombrio de um mundo do qual estavam protegidos dentro do Éden. Deus sabia o que era melhor para seus filhos, mas eles precisavam enfrentar a responsabilidade do livre arbítrio. Enganados pela antiga serpente, Adão e Eva desobedeceram ao Senhor e sucumbiram à tentação de experimentar do “poder do conhecimento”. Intentaram ser como Deus e o resultado foi desastroso. No instante em que provaram o sabor do “pleno conhecimento”, as cortinas da inocência se abriram, e uma realidade cruel se revelou diante de seus olhos. Medo, vergonha e remorso adentraram de solavanco em suas vidas, e a morte foi convidada a entrar no reino dos homens (Gênesis 2:7). Um Pai deve estar presente em todos os momentos da vida de seus filhos, e Deus não se omite desta responsabilidade. Ao cair da tarde daquele fatídico dia, Ele desce ao Jardim e encontra Adão escondido entre as folhagens, envergonhado por estar nu. Como havia alertado, Deus dá ao casal exatamente aquilo que queriam... Conhecer o bem e o mal... A partir daquele momento, o homem que até então só conhecia a satisfação do trabalho bem feito, agora sentiria o peso do labor. Seu alimento seria obtido da terra regada a suor. Eva, entenderia que a maternidade é uma benção agridoce, pois com dores iria trazer seus filhos ao mundo, e além disso, sua “vontade” seria para seu marido. Deus os expulsa do Jardim e entrega para eles o resto do “mundo”. O cuidado do Criador não lhes fora suficiente, então, teriam que batalhar com as próprias mãos pela sobrevivência. As responsabilidades de cada um seriam exponencialmente aumentadas.

Desde o primeiro casal, nenhum homem ou mulher está imune a responder por seus atos. Viver requer muita responsabilidade, esforço e comprometimento. Fomos criados para constituir famílias, sem as quais, nenhuma civilização teria existido. Dentro do núcleo familiar, cada um tem sua função, regida por direitos e deveres muito bem delineados. Já no Eden, o homem foi incumbido de ser o provedor de seu lar, e a mulher, designada para ser seu amparo nesta árdua tarefa. A Bíblia dá atenção especial as relações familiares, e dentro dela encontramos os segredos de um lar bem-sucedido. Atencioso a esta questão, o apóstolo Paulo recheou suas epístolas com aconselhamentos familiares, frisando que o cuidado que temos com nossa família é um parâmetro para medir nossa vida cristã (I Timóteo 5:8). Assim, faz-se necessário que estejamos enquadrados nos desígnios de Deus para executa-los com zelo e amor dentro de nossa morada, transformando a “casa” em um “lar”. CASA pode ser definido como qualquer edifício destinado a morada de alguém, mas o LAR pode ser entendido como um ambiente de harmonia onde as pessoas vivem e se sentem bem.

Harmonia, ausência de conflitos, paz, concórdia... Como a Bíblia incentiva o desenvolvimento destas qualidades dentro da família. Um bom exemplo pode ser encontrado em Efésios 5:22-28. Neste texto, Paulo aconselha as mulheres para que sejam submissas aos maridos. Ao contrário do que muitos machistas de plantão tendem a acreditar, neste contexto, a palavra submissão conota o sentido que a esposa deve auxiliar seu esposo no cumprimento da missão a ele outorgada, pois o homem é a cabeça que governa a casa. Porém, o texto prossegue e traz um vislumbre da tal “missão” dada aos maridos. Parte dela é exatamente amar suas mulheres como Cristo amou a Igreja, e se preciso for, morrer por ela. Em resumo, todo homem tem como dever matrimonial fazer sua esposa plenamente feliz. E se esta é a missão do marido, a submissão da esposa se revela no fato que ela deve agir de modo a facilitar o êxito desta "jornada". Ambos trabalham em conjunto para o sucesso desta empreitada, não se omitindo em momento algum.  Afinal, só pode exigir “direitos” quem cumpre piamente seus “deveres”. Se o homem governa a casa, é a mulher quem edifica o lar (Provérbios 14:1).


Deveres que competem ao casal

A Bíblia é o estatuto para toda a relação entre os membros da família. Quando se cumprem os princípios bíblicos, os lares tendem a ser mais felizes e as famílias mais saudáveis e estruturadas. O marido e a mulher são os esteios da família. Para isso, eles precisam desempenhar bem as suas atribuições e responsabilidades, nunca jogando para cima do outro aquilo que é da sua alçada. O marido deve amar a esposa como a si mesmo (Efésios 5:28-33). Quem não ama a si mesmo como irá amar alguém? Deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja (Efésios 5:25). Esse é o amor sacrificial que funciona sem exigir recompensa, nem visando benefício. Não tratar a esposa asperamente, nem se irritar contra ela (Colossenses 3:19). Tratá-la com dignidade. Considerar a esposa como a parte mais frágil (I Pedro 3:7). Assumir o papel de cabeça do casal, não com autoritarismo, mas com amor (I Coríntios 11:3 / Efésios 5.23). Ser o provedor material, emocional e espiritual, assim como Cristo alimenta sua Igreja e cuida dela (Efésios 5:29 / I Timóteo 5:8). Saber como convém agradar à esposa (I Coríntios 7:3-5, 33). Além disso, deve governar bem a sua própria casa (I Timóteo 3:5). O homem, como líder da sua casa, é, automaticamente, provedor, sacerdote e cabeça. Não se admite um homem que não cumpra as suas funções conforme o ensino bíblico. Mesmo que a mulher trabalhe fora para ajudar no orçamento familiar, o homem não pode negligenciar a sua responsabilidade, não deve inverter os papéis, nem comer o pão da preguiça, mas, do suor do seu rosto, comer do trabalho das suas mãos (Gêneses 3:19 / Salmos 128:2).

As esposas devem ser submissas aos seus maridos como a Igreja é submissa a Cristo. Devem respeitar o marido na sua missão (Efésios 5:33 / I Timóteo 3:11 / Tito 2:4-5). Mostrar ao marido honestidade e temor (I Pedro 3:2). Ter o Espírito manso e tranquilo (I Pedro 3:4). Ser adjutora e companheira do seu esposo (Gêneses 2:18). Saber como agradar ao marido (I Coríntios 7:3-5, 34b). A esposa deve administrar o lar sem preguiça, sem desleixo e com sabedoria para edificar sua casa (Provérbios 14:1, 31:10-31). Nunca negligenciar as suas funções, mesmo tendo outras ocupações. De acordo com o Pr. Hernandes Dias Lopes, a mulher deve ser submissa ao marido por causa de Cristo (Efésios 5:22). A submissão da esposa ao marido não é igual à submissão a Cristo, mas por causa de Cristo. A submissão da esposa ao marido é uma expressão da submissão da esposa a Cristo. A esposa se submete ao marido por amor e obediência a Cristo. A esposa submete-se ao marido para a glória de Deus (I Coríntios 10:31). A esposa submete-se ao marido para que a Palavra de Deus não seja blasfemada.

Muitas atividades domésticas são de responsabilidade dos dois. Marido e mulher podem revezar por exemplo: a disciplina e correção dos filhos, o acompanhamento escolar e o ensino dos deveres de casa, o lazer dos filhos e a orientação na escolha de profissão ou de um futuro promissor. Os pais devem dar o exemplo de vida dentro da ética e da moral, condizentes com a Palavra de Deus, para os filhos copiarem. Também é responsabilidade do casal levar seus filhos para a igreja, principalmente a Escola Bíblica Dominical, e dar as devidas orientações espirituais. O homem deve ajudar a mulher nos trabalhos domésticos. A mulher também pode ajudar o seu marido no orçamento familiar. Os dois são responsáveis por manter a união saudável. Numa época como a nossa de falência da virtude e enfraquecimento da família, a ideia cristã de casamento deve ser difundida com mais frequência entre as pessoas. De acordo com o escritor Curtis Vaughan, o dever da esposa é respeitar o marido e o dever do marido é merecer o respeito dela (Efésios 5:33).


Os Mandamentos do Matrimônio
Comentário Adicional: 
Pr. Wilson Gomes

Satanás tem lutado ferozmente contra os valores familiares. Inúmeras armas ele tem usado neste intento nefasto, tais como sexo ilícito, vícios e modismos. A televisão e o cinema tem sido porta voz desta ideologia deturpada, que joga a família em segundo plano e submete os valores cristãos ao desejo da “libertação” do próprio “EU”. E infelizmente podemos constatar que nosso inimigo tem logrado êxito como nunca, no que tange a destruição de lares e vidas; e nada (nada mesmo) desestabiliza tanto uma família quanto a destruição de um casamento. Mas é possível vedar o núcleo familiar contra as investidas do mal, simplesmente adotando hábitos saudáveis e praticando dentro do lar, o zelo, a equidade e o amor. Muitas mazelas podem ser evitadas com uma mudança de postura de um cônjuge em relação ao outro. Olhares mais ternos e carinhos espontâneos são excelentes pontos de ignição para acender a chama do romantismo,  do respeito e da paixão. Em uma de suas dedicatórias, o escritor Max Lucado escreveu: - “Quando chegar ao céu não me impressionarei com os anjos, pois acordo toda manhã ao lado de um. ” Se o marido conseguir ter este conceito de sua mulher, o que o inferno poderá fazer contra eles? Por sua vez, a esposa deve construir esta visão diante de seu esposo. Quando o rei Lemuel estava na idade apropriada para se casar, sua mãe procurou aconselha-lo, listando alguns requisitos necessários em uma mulher para que ela se tornasse digna daquela união real. O conselho desta sábia mãe tem atravessado os milênios e continua ainda hoje, tão atual como no tempo em que foi escrito, sendo este texto conhecido por nós como “A Mulher Virtuosa“.

Este compêndio de qualidades está registrado em Provérbios 31:10-31 e começa com a seguinte indagação: “Mulher virtuosa, quem a achará?” Podemos, segundo o texto de Provérbios, assim descrever uma mulher / esposa / mãe, cujo valor é maior que o de muitos rubis: Ela transmite credibilidade e seu marido confia nela; é prestativa e faz o bem; é trabalhadora e produtiva; é cuidadosa, zelosa e traz prosperidade ao lar; é segura e tem confiança no futuro; fala com propriedade e sabedoria; influencia positivamente sua família, é aceita pelos seus e louvada por seus filhos. De maneira objetiva, Cecil Osborne descreve gestos e ações que, se praticados pelos cônjuges, farão que virtudes listadas em forma de poesia, tornem-se reais aos olhos de quem mais amamos. E se algum dos itens abaixo lhe parecer difícil de realizar, lembre-se que somente a pratica leva a perfeição!

Os 10 mandamentos do esposo
 01º) Trate sua esposa com firmeza e gentileza.
02º) Seja pródigo no louvor e na reafirmação.
03º) Defina suas responsabilidades.
04º) Lembre-se da importância das pequenas coisas.
05º) Reconheça a necessidade de estarem juntos.
06º) Evite críticas.
07º) Dê-lhe um sentido de segurança.
08º) Reconheça a validade do estado de espírito dela.
09º) Coopere com ela em todo o esforço para melhorar o casamento.
10º) Descubra as necessidades individuais dela e tente satisfaze-las.

Os 10 mandamentos da esposa
 1º) Aprenda o verdadeiro significado do amor.
2º) Desista de seu sonho de um casamento perfeito e lute por um bom casamento.
3º) Descubra as necessidades pessoais de seu marido e tenta satisfazê-las.
4º) Abandone toda a dependência de seus pais e todas as críticas dos parentes dele.
5º) Faça elogios e mostre apreciação em vez de criticá-lo.
6º) Abandone toda tendência possessiva e o ciúme.
7º) Cumprimente seu marido com afeto em vez de fazer reclamações ou exigências.
8º) Abandone toda a tendência de mudar seu marido através da crítica ou do ataque.
9º) Vença o complexo de princesa.
10º) Ore por paciência.


Deveres que competem aos pais

Os pais são espelhos para os filhos. Precisam tomar cuidado com as palavras que não edificam, com as atitudes insensatas e os exemplos negativos. Ensinar a criança “no” caminho em que deve andar. Não adianta só mostrar o caminho, tem que ir junto (Provérbio 22:6). Dar instruções devidas em todo lugar, em todo tempo (Deuteronômio 6:6-7). Os pais não devem deixar a igreja, a escola, o mundo e a vida a tarefa de ensinarem seus filhos, pois é dever primário dos pais. Ensinar os filhos o princípio de que na vida não se pode fazer somente o que se quer. Ensiná-los também que na vida não teremos tudo o que queremos (Provérbios 29:15). Criá-los com correção, mas com moderação, sem espancar (Provérbios 23:23 / 29.17). Os pais devem sempre atentar para o fato de que a geração dos filhos é outra e não adianta querer que eles vivam do mesmo jeito que a geração passada. O desenvolvimento chegou, a evolução está diante dos nossos olhos, a informação está disponível a todos eles. O cuidado é para evitar a iniquidade, que está embutida nas redes sociais e que vem com a modernidade. Apesar das mudanças e evoluções, os princípios bíblicos permanecem os mesmos e são por meio deles que os pais necessitam ensinar os seus filhos.

Os pais não devem tratar os problemas da igreja diante dos filhos, nem fazer comentários maldosos e piadas negativas contra a liderança. Por causa disso, há filhos rebeldes e outros afastados da igreja. Muitos pais tratam os filhos só como amigo, no entanto, a responsabilidade dos pais é bem maior, pois devem ser provedores das necessidades dos filhos. Isso deve ocorrer tanto espiritual, quanto emocional e fisicamente. Os pais devem ser orientadores e conselheiros para um futuro próspero e brilhante dos filhos. Devem providenciar uma recepção agradável no nascimento de cada filho, dando a eles nomes que não os envergonhem quando crescerem e que tenham significados honrados na sociedade. Infelizmente, há pais que não são nem um pouco prudentes na escolha dos nomes dos filhos.

Os pais precisam dar exemplo de vida para os filhos. Os filhos podem fechar os ouvidos para os conselhos, mas abrem os olhos para os exemplos. Os pais devem trata-los com dignidade e respeito para não serem desprezados ou ridicularizados pelos filhos. Não ser violentos nem abusar de suas autoridades, pois isto leva os filhos a obedecer apenas por medo e não por amor e carinho. Nunca devem amaldiçoar os filhos, pois as palavras têm poder e essa atitude deprecia os próprios filhos e os desestimulam para a vida. As palavras tendem a comover, mas o exemplo é que se reveste da maior importância. Pais devem ser exemplo para os filhos, pois a maior herança que os pais podem deixar para os filhos não são os bens patrimoniais nem os diplomas, mas uma vida de moral, de caráter ilibado, acompanhada de uma vida cristã e uma espiritualidade condizente com a Palavra de Deus. A grande tarefa dos pais é se tornar referenciais dignos de serem copiados pelos filhos (Ezequiel 16:44). Os pais devem orientar os filhos de tal maneira que não lhes causem irritação e venham a ficar desanimados. Os pais devem evitar castigos exagerados, punições sem ensino, rigidez excessiva e radicalismo (Efésios 6:4 / Colossenses 3:21).


Filhos, herança do Senhor
Comentário Adicional:
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley

Nenhum relacionamento unilateral é saudável. Toda relação aprazível e produtiva se baseia numa via de mão dupla, onde muitas vezes é preciso perder para ganhar. Os pais são a autoridade constituída de um lar, tendo a premissa nas decisões e responsabilidade nas escolhas que norteiam sua família. Isto, porém, não lhes dá direito ao autoritarismo desmedido e nem justifica uma ditadura retrograda. É preciso dialogo, entendimento e companheirismo, para que as divergências sejam equalizadas numa solução aceitável a todos os envolvidos. Que todo o “SIM” seja responsável e o “NÃO” revestido de justiça. A vida apresenta pontos salientes onde são exigidas grandes decisões que determinam nosso futuro (bem como o de nossos filhos), mas é na sutileza do dia-a-dia, através das pequenas ações, baseado em nossas posturas e atitudes cotidianas, que construímos  os pilares desta relação familiar. Ida e volta. O Pb. Bene Wanderely ilustra esta verdade muito bem: Todo pai precisa entender que recebeu a missão maravilhosa de conduzir seus filhos a Deus. Os filhos são como um presente do Senhor, uma espécie de joia fina e muito rara, que precisa ser lapidada com esmero e amor. Conduzir, preservar e preparar os filhos para Cristo é dever de seus progenitores. Podemos comparar os filhos com os vasos. Um vaso foi fabricado para ser cheio de algo, mas alguém precisa escolher o conteúdo e despejá-lo ali. Cristo é este conteúdo que está destinado para eles (Colossenses 4:7). A primeira noção espiritual que os pais precisam ter com relação aos filhos que Deus lhes deu, é que eles precisam ser cheios de Cristo.

Quando um filho nasce, seus pais têm a oportunidade de compreender com um pouco mais de propriedade o amor do próprio Deus. Afinal, para aquele pequeno ser que acaba de chegar ao mundo, é destinado todo o afeto e cuidados que seus progenitores são capazes de gerar. Amor sacrificial, incondicional e irrestrito, externado em total devoção, mesmo sem (na maioria das vezes) receber nada em troca, da mesma forma que Deus age em nosso favor. Em Romanos 8:15, Paulo afirma que através do Espírito somos adotados pelo próprio Deus e passamos a ter o direito de chamá-lo “ABA PAI”. Este termo, derivado do aramaico, conota intimidade na relação paternal, podendo ser entendido como “meu pai” ou “paizinho”, e em sua etimologia original remete a forma como uma criança pequena se refere ao seu pai. Foi usado pelo próprio Jesus em algumas oportunidades (Marcos 14:36), já que sua relação com o Deus Pai era vinculada em uma unidade perfeita e imutável (João 17:10-11). Deus, que nos criou conforme sua semelhança deseja intimidade com sua “família” (Mateus 12:50). O Senhor nos concede parte do seu tesouro particular em forma de “filhos”, e transmite-nos a mensagem, que é este o mesmo relacionamento que espera existir entre nós e nossa preciosa semente.

O Salmo 127 ressalta que o nascimento dos filhos deve ser motivo de muita alegria, pois eles são como “flechas na mão do valente”. Por outro lado, o texto expõe com veemência a responsabilidade que temos para com nossa prole: - Os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão (Salmo 127:3). A grande verdade aqui explicitada pelo salmista é que Deus “não” nos dá filhos, ele nos “confia” seu galardão. Nossos filhos são propriedade de Deus, herança do Senhor, e o papel a ser desempenhado pelos pais não é de posse, e sim de mordomia. Cuidamos de um bem precioso que não nos pertence. É de Deus. Segundo o jargão popular, criamos nossos filhos para o “mundo”, mas pela Bíblia, os estamos guardando para o Senhor. Como é maravilhosa esta revelação, e ao mesmo tempo, aterradora. Deus zela pelos que são seus, e nossa mordomia será medida, pesada, avaliada e cobrada. O que teremos a apresentar? Um dos mais importantes elementos da história do filho pródigo, e que durante sua ausência, todos os dias o pai ficava no portão, olhando o horizonte, esperando pelo filho. Ele tinha certeza que seu menino iria voltar, pois sabia que tinha honrado a paternidade confiada a ele pelo próprio Deus, e mesmo distante, o filho se lembraria do caminho de volta. Oxalá, possamos ter a mesma certeza!


Deveres que competem aos filhos

A Palavra de Deus ordena aos filhos que, ao casar, deixem seu pai e sua mãe, mas nunca orientou a abandonar os pais (Gêneses 2:24). Muitos filhos deixam seus pais em asilos ou repousos para velhos ou passando fome com uma vida indigna. É preciso que os filhos pensem também no seu futuro. Os filhos não devem desamparar os pais na velhice deles (Deuteronômio 27:16 / Provérbios 23:22), até porque eles também chegarão à velhice. E o que nos ensina a lei da semeadura? (Gálatas 6:7).  O primeiro mandamento com promessa é para os filhos que honram, respeitam e obedecem aos pais (Efésios 6.1-3). Os filhos que assim procedem terão à sua disposição algumas promessas: as coisas irão bem a seu favor, terão uma vida boa e viverão muito tempo sobre a terra, desfrutando da longevidade de dias. Muitos filhos não sabem por que sofrem, mas será que estão obedecendo este mandamento? Não chamem os seus pais de quadrados e retrógrados. Eles também viveram em outra geração e muitos deles não conseguem acompanhar a evolução. Respeite-os como eles são. Os olhos que zombam do pai ou desprezam a obediência à mãe pagarão um alto preço (Provérbios 30:17). Aqui vale muito ressaltar a seguinte citação: “Quando teus pais tentarem te ensinar, procure aprender, porque a vida não ensina com o mesmo amor!”. A experiência dos pais enxerga muito além da pista boa e pavimentada que estamos vendo no momento. A experiência dos pais sempre vê a ponte caída lá na frente.

Os filhos devem se comportar de tal maneira que levem seus pais a se sentirem felizes pelos filhos que têm. O filho sábio alegra o pai, mas o insensato é a tristeza da mãe (Provérbios 10:1). Há filho que amaldiçoa seu pai e não bendiz sua mãe (Provérbios 30:11). Os pais podem fazer de tudo que eles não os chamam bem-aventurados (Provérbios 31:28ª). Os filhos não podem entristecer e ser vergonha para seus pais, se entregando às aventuras perigosas deste mundo, principalmente naquilo que os pais não ensinaram. E, se os pais fizeram diferente, os filhos podem mudar a história da família e seguir por outro caminho mais digno. Se os meus pais erraram, não preciso errar também! O apóstolo Paulo menciona três motivos para que os filhos sejam obedientes aos pais. São eles: a natureza, a lei e o Evangelho. Em primeiro lugar, a obediência dos filhos aos pais é uma lei da própria natureza (Efésios 6:1), pois é o comportamento padrão de toda a sociedade. Em segundo, é uma lei (Efésios 6:2-3). Honrar pai e mãe é honrar a Deus (Levíticos 19:1-3). Resistir a autoridade dos pais é insurgir-se contra a autoridade do próprio Deus. Por último, o Evangelho (Efésios 6:1) Os filhos devem obedecer aos pais porque eles são servos de Cristo. Os filhos devem obedecer aos pais por causa do relacionamento que têm com Jesus Cristo.

Os filhos precisam entender que há normas e princípios para obedecer. Onde não tem regulamento, tudo vira “bagunça”. No passado, os pais corrigiam os filhos e eles os respeitavam (Hebreus 12:9-11). Isso não deve mudar. O filho tolo despreza a correção do seu pai (Provérbios 15:5), mas o filho sábio ouve a correção (Provérbios 13:1). Muitos filhos são incapazes de reconhecer o esforço e trabalho dos pais para cria-los. Não agradecem o que fizeram ou o que fazem até os dias de hoje. Os pais se preocupam com os filhos até depois de casados. Alguns só passam a valorizar os pais quando casam e têm filhos, pois veem e sentem o peso da responsabilidade. Infelizmente, alguns só valorizam seus pais quando eles morrem. Você que viver dias felizes? Zele, cuide, honre e obedeça aos seus pais!

Conclusão

Quando o casamento segue as orientações da Palavra de Deus e é regulamentado pela mesma, não têm como dar errado. Se cada um fizer a sua parte, fica mais fácil promover a felicidade e a integração dos membros no lar. Quando honramos a família, honramos o próprio Deus que a instituiu.



Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 17 de janeiro de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás. 





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