quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

EBD - Exercitando o Amor no Casamento



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 98 - Editora Betel
Casamento e Família - Lição 05
Comentarista: Pr. Valdir Alves de Oliveira

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes


Texto Áureo
I Coríntios 13:1
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

Verdade Aplicada
Amar não é somente o sentimento de querer o bem de outra pessoa, mas praticar boas ações e tomar atitudes que demonstrem este amor.

Textos de Referência
I Coríntios 13:3-7

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.
A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.


Cordas de Amor
(Comentário Adicional)

A vida a dois é um exercício diário de entrega, sacrifício e abnegação. Portanto, precisa incondicionalmente estar revestida de amor e cumplicidade. Em seu livro “Perguntas que precisam de respostas”, o escritor e articulista Philip Yancey resume o casamento numa unica (e surpreendente) palavra: “dependência”, e remonta ao livro de Oséias para vislumbrar este conceito. Oséias exerceu seu ministério durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (reis de Judá), período em que Jeroboão foi rei em Israel. Mais do que palavras, a mensagem deste profeta foi, literalmente, “vivida”. Orientado pelo Senhor, Oséias escolheu uma meretriz chamada Gômer para ser sua esposa. Apesar do “escândalo” desta união, Oséias constituiu família e teve com ela três filhos: Jezreel, Lo-Ruama e Lo-Ami. O tempo passou, Gômer se apaixonou pelo melhor amigo de seu marido, e acabou abandonando sua família. Oséias estava com seu coração sangrando, criando seus filhos sozinho, sendo escárnio da sociedade. A vida de Gômer também não estava fácil. A paixão que a levou para longe de casa se esfriou rapidamente, e agora, lá estava ela, desamparada e sem ter para onde ir. Gômer voltou para a casa de prostituição, onde acumulou uma grande dívida com seus gerenciadores.  Surpreendentemente, Deus volta a falar com Oséias, ordenando que ele procurasse por Gômer, e a aceitasse de volta como sua esposa, amando outra vez uma mulher adúltera e dada a prostituições. Oséias prontamente atendeu, e para ter de volta sua esposa, pagou por ela quinze moedas de prata e alguns quilos de cevada. De volta para o lar, Gomer não só foi amada, como também amou, e nunca mais regressou para sua vida pregressa. Deus usou o casamento de Oséias como uma poderosa declaração de amor para Israel, pois ainda que seu povo o tivesse abandonado e se prostituído com deuses estranhos, Ele ainda os amava, e estava disposto a pagar o preço de sua redenção. Esta alegoria (onde Deus se coloca no lugar de um esposo traído, mas ainda apaixonado, sendo Israel a esposa adultera que se enveredará por caminhos tortuosos), persiste ao longo dos primeiros capítulos do livro de Oséias, até que, de repente a abordagem se transforma, e Deus se põe no lugar de um pai que deseja ser amado por seus filhos: Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho... Ensinei a andar a Efraim, tomei-os pelos seus braços... Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor (Oséias 11:1-4 – editado).

Qual relação ilustra melhor o genuíno amor?  Um cônjuge que perdoa ou um pai que se dedica? Segundo Philip Yancey, a essência dos dois relacionamentos é a mesma. Uma criança nasce dependente de todas as formas possíveis. Alguém precisa alimentá-la, senão morrerá de fome. Se não houver quem a tome em seus braços, ficará sempre restringida a um mesmo lugar. Todos nascemos sobre esta condição, e se estamos aqui, é porque alguém se dedicou por nossa dependência. A vida é uma série de conquistas diárias que vai nos levando rumo a autossuficiência.  Num dia aprendemos a nos alimentar sozinhos, no outro a andar por contra própria. E por aí vai... Cada conquista, cada aprendizado é um passo prodigioso em direção a independência, e quando os anos já pesam sobre nossas cabeças, estamos completamente livres. Não dependemos mais de nossos pais para pagar as contas ou tomar nossas decisões. E quando estamos vivendo a plena liberdade, escolhemos pegar o caminho de volta e depender completamente de alguém mais uma vez. E é aí que vem o casamento.

O casamento une duas pessoas de forma tão intensa e profunda, que a vida de um passa a ser viabilizada (ou não) pelo outro. Nos protocolos da lei brasileira, quando um casal “marca” oficialmente a data de seu casamento, o cartório exige que seja entregue as certidões de nascimento de ambos os nubentes.  No momento da oficialização do matrimônio, o juiz de paz responsável, entrega ao casal apenas "uma" certidão, a de "casamento", que substitui os documentos entregue anteriormente pelos dois. Agora, até mesmo diante da lei dos homens, suas vidas estão interligadas, e perante Deus, se tornaram uma só carne. Nossa dependência ao nascer é inerente a vida e não oferece qualquer alternativa. O casamento, por outro lado, é uma dependência voluntária, desejada e escolhida, motivada por sentimentos e emoções. No livro de Oséias nos deparamos com um Deus que cuidou de seu filho e o fez independente, mas almejava que de livre e espontânea vontade, Israel escolhesse depender Dele (assim como um cônjuge escolhe depender do outro). E esta é exatamente a beleza do casamento.... Abrir mão da liberdade conquistada, para estar preso novamente a alguém, amarrado com cordas de amor...


A suprema excelência do amor

O amor é uma escolha, temos a liberdade e o direito de escolhê-lo ou não. O amor é uma semente plantada nos nossos corações e que precisa ser regada e adubada. Além disso, precisamos combater as pragas que vêm para mata-los. O apóstolo Paulo nos dá uma aula e nos mostra que o amor é o dom supremo, um caminho sobremodo excelente e descreve a natureza do amor, com as suas nobres propriedades. Ele deixa bem claro que tudo que se faça, não vale a pena fazer sem amor. O amor é paciente e longânimo. Não reage de forma abrupta, não se irrita facilmente, não se ofende por qualquer coisa. O amor espera um resultado sem desesperar e recebe injúria sem revidar. A paciência é uma qualidade que em meio às provações e lutas da vida aguarda serenamente as vitórias. A paciência é uma virtude do fruto do Espírito (Gálatas 5:22). O amor é benigno, agradável, suave, brando, não é perigoso nem maligno, age de forma positiva e realiza feitos bondosos e também é uma virtude do fruto do Espírito (Galatas 5:22). A bondade operando em favor de outra pessoa faz uma grande diferença. Este é o amor que se entrega em fazer o bem, em ser prestativo, em ajudar em tudo a pessoa amada. A bondade mostra a genuína presença do amor cristão, pois, além de ter compaixão de uma situação desfavorável, não fica satisfeito só com o sentimento, mas sim procura aliviar o sofrimento da pessoa amada com atitudes; procura sempre doar-se e dar de si mesmo e não se acovarda na hora da ajuda.

O amor tudo sofre, experimenta coisas desagradáveis ou danos. Sofre com humildade o sofrimento e a dor do outro. O amor cobre como se fosse um telhado, protege como se fosse um escudo, aguenta tudo em favor da pessoa amada. O amor serve de para-raios para defender; sofre desapontamentos, passa por angústias, padece, é afligido e atormentado, mas não desiste. O amor tudo crê, acredita na pessoa amada, não coloca em dúvida. O amor crê na solução de um problema, mesmo que uma determinada situação não ande bem, crê na sua mudança e espera o milagre. O amor demonstra a disposição de confiar ao invés de suspeitar mal. Mesmo quando ocorre uma falha, ele não desanima, busca força e acredita na sua real recuperação. O amor crê que o potencial da outra pessoa irá se sobressair. Sem amor o cristianismo seria inócuo, sem eficácia. O amor retrata a abrangência de toda a nossa caminhada cristã. Todos os mandamentos foram resumidos por Jesus em apenas dois (Marcos 12:30-31): o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus e amor (I João 4:8).

O amor tudo espera, tem expectativa, sempre espera a reconciliação, a volta atrás de uma posição radical. O amor não se desespera, espera o amadurecimento chegar, a experiência ser adquirida, espera que o futuro seja promissor com a pessoa amada (Salmo 40:1). Há um ditado que diz: “A esperança é a última que morre”. No nosso caso, a esperança não pode morrer jamais, pois esperamos o agir de Deus na vida da outra pessoa. O amor tudo suporta, tolera fraquezas, falhas, imperfeições, sem desistir da pessoa amada. Serve de suporte e não desanima nas crises. Suporta passar por avalanches sem desesperar, resiste às tempestades e ás chuvas de granizos sem se quebrar (Cantares 8:7). O amor suporta silenciosamente o que seria impossível tolerar sem ele. De acordo com o escritor Leon Morris, a expressão “tudo espera” é o olhar prospectivo (I Coríntios 13:7). A ideia aqui não é de um otimismo irracional, que deixa de levar em conta a realidade. É antes a recusa a tomar o fracasso como final. Segundo Morris, a expressão “tudo suporta” traz a ideia de constância. A ideia aqui é de uma fortaleza ativa, positiva. É a resistência do soldado que, no calor da batalha, não fraqueja, mas continua a atirar sem parar, vigorosamente. O amor não se deixa vencer, mas faz a sua parte, varonilmente, sejam quais forem as dificuldades.


Um dom de Deus
(Comentário Adicional)

Em Romanos 12, o apóstolo Paulo enumera uma série de capacitações sobrenaturais que tinha identificado na vida dos membros da igreja na cidade de  Roma, Em seguida, lista uma série de “qualidades” especiais que deveriam ser buscadas por todo cristão. Sem exceções, essas virtudes devem ser uma prática comum a todos os membros do Corpo, mas é inegável que alguns indivíduos têm uma capacidade maior de desenvolvê-las, e esta condição especial é chamada de "DOM DE DEUS". E no centro destas qualidades mui excelentes, mais uma vez nos deparamos com o amor. A recomendação paulina é que este sentimento seja verdadeiro, não fingido e despido de hipocrisia. Um amor genuíno, puro, não demagogo. Amar pelo simples fato de amar, e não para obter reciprocidade ou algum tipo de retorno benéfico imediato. Um amor singelo, inocente e leal, que nos leva a aborrecer o mal e apegar-se ao bem. Este cenário deve ser cotidiano na vida do cristão. Somos pecadores natos, com tendências pecaminosas em toda extensão da nossa existência (Romanos 7:15-17). Por este motivo, o homem que vive para Deus deve viver uma vida de vigilância, policiando-se constantemente contra o pecado e resistindo as investidas de Satanás. Paulo, dirigindo-se aos cristãos romanos que viviam numa cidade corrompida pelo pecado escreveu: “Pois a vossa obediência é conhecida por todos, por isso alegro-me a vosso respeito; e quero que sejais sábios para o bem e símplices (inocentes) para o mal. E o Deus de paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás”.

No grego neo-testamentário, fillos ou  fileo, é o termo que descreve um amor que torna pessoas que anteriormente não tinham vínculos em irmãos. Sem exercer este amor, a igreja estaria fadada ao fracasso, pois se desmancharia em intrigas e vaidades. O apóstolo sabia que entre tantas pessoas, seria difícil cultivar um vínculo tão profundo com todos os irmãos de fé, por isso aconselhou a igreja em Éfeso de que se não fosse possível amar, que “suportassem uns aos outros em amor” (Efésios 4:2). Dentro de um casamento, além do amor fileo, deve existir o “eros” (atração sexual), o storge (elos familiares) e o ágape (amor perfeito ou caridade). Mesmo assim, por vezes, haverá a necessidade de buscar em Deus forças para amar e praticar a tolerância, pois situações irão pôr a prova nossos sentimentos. Nem sempre o cônjuge irá corresponder às expectativas e por muitas vezes provocará doloridas decepções. Nestas horas, vale lembrar de um velho ditado chinês que diz: “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso”. Cristo é uma fonte inesgotável de amor, onde podemos repor nossas reservas, quando as mesmas parecem estar diluídas. O importante é não se omitir, e sem remissão, zelar pelos laços matrimoniais. Tempestades vem e vão com a mesma intensidade. É preciso se manter firme e nunca perder a esperança

A WEB define a esperança como sendo uma crença emocional na possibilidade de resultados positivos relacionados com eventos e circunstâncias da vida pessoal, sendo requerida uma certa perseverança para se acreditar que algo é possível mesmo quando há indicações do contrário. Para o cristão, a esperança deve estar focalizada em Cristo e embasada em fé. Paulo apresenta em Romanos 5:1-4 um mapa do que podemos chamar de “CAMINHO DA ESPERANÇA”. “Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo. Foi Cristo quem nos deu, por meio da nossa fé, esta vida na graça de Deus. E agora continuamos firmes nessa graça e nos alegramos na esperança de participar da glória de Deus. E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que ele nos deu”. Para que o Cristão tenha uma esperança viva e a prova de decepções, a mesma deve ser cultivada em um coração cheio de amor e aprovado por Deus. Essa aprovação se dá mediante a paciência que demostramos em meio aos sofrimentos e contrariando toda a lógica, Paulo nos diz que nosso sofrimento deve nos trazer alegria. Fechar este ciclo, e passar pelas tribulações com um sorriso nos lábios e esperança no coração, é o segredo dos casamentos mais felizes e duradouros. 


O amor não se porta com indecência

O amor não é indiscreto. Não se porta ao ponto de passar vergonha ou expor a pessoa amada ao ridículo. Não age de forma inadequada na frente de outras pessoas. Não é leviano e não se veste de forma vulgar, constrangendo a pessoas amada. Não se conduz com indecência, mas mantém o respeito e a pureza moral. O amor não arde em ciúmes (I Coríntios 13:4). Nesse texto bíblico, o apóstolo Paulo está falando de um ciúme inflamado, muito mordaz e enfermo. O ciúme doentio é desconfiado. O cônjuge não pode conversar com ninguém, nem pensar em cumprimentar as pessoas. É a ideia do “trazer em rédeas curtas”. Esta falta de liberdade traz mais prejuízos do que benefícios. Ninguém pode prender o seu cônjuge com cadeados, trancas e correntes, mas, infelizmente, muitos escravizam o outro com o seu ciúme doentio, alegando ser “por amor”. O ciúme em larga escala adoece a alma, que precisa urgentemente de cura, pois irá também adoecer a outra pessoa. O ciúme doentio sufoca o cônjuge. Quem ama deve confiar verdadeiramente na pessoa amada e dar liberdade para que ela tenha suas atividades e desempenhe a sua profissão ou ministério sem suspeitar mal. No entanto, a pessoa amada não pode dar motivos para que quem a ama venha desconfiar da sua fidelidade.

O amor se regozija com a verdade (I Coríntios 13:6). Não se alegra com a maldade que possa acontecer com a outra pessoa. Não aceita injustiça contra o seu bem-amado. Nada tem a esconder, pois comunica a verdade, que precisa prevalecer, mas com amor. A verdade tem que libertar e não matar (João 8:32). Muitos, só porque estão com a verdade, falam de qualquer jeito, ferindo os outros. Quando há verdade no falar e na conduta, não há engano nem fingimento. O amor se alegra quando a pessoa amada trinfa dentro dos seus direitos. Quando o amor é verdadeiro, os cônjuges podem não concordar em tudo, mas tendem sem pressão a aceitar um ao outro, procurando sempre resolver suas diferenças e opiniões contrárias com respeito e sem desavenças, mostrando civilidade.

O amor não é egoísta (I Coríntios 13:5), não usa de conveniências nem procura se auto satisfazer. O amor procura o bem da outra pessoa em detrimento de si próprio. Precisamos ter no coração o amor que vem de Deus, para que possamos colocar os nossos próprios interesses e desejos de lado. Ninguém busque o proveito próprio, antes cada um o que é de outrem (1Co 10.24). Amar sem esperar nada em troca. O verdadeiro amor é incondicional. Para termos este amor, precisamos nos tornar mais semelhantes a Cristo, que morreu por todos, mesmo sabendo que muitos nunca O aceitariam. O amor genuíno faz com que procuremos a felicidade da outra pessoa e automaticamente a felicidade dela nos contagia e nos sentimos felizes pela alegria e satisfação da pessoa amada. Em contrapartida, sempre esperamos o amor ser correspondido, pois o amor de uma perna só fica capenga. O amor de mão única fica incompleto. Para o amor se completar, deve haver a reciprocidade, a mutualidade e a cumplicidade.


Frutificando em Amor
(Comentários Adicionais)

No amor se resume a fé cristã, todo o mandamento divino e a vida cotidiana do cristão. Já vimos anteriormente que o amor se faz presente em nossa peregrinação por esta terra em formas e trejeitos diversos e por muitas vezes se manifesta como um DOM de DEUS. Em sua essência, aliás, podemos considerar que o amor é o maior de todos os presentes dados por Deus ao ser humano, seja no privilégio de ser amado ou na capacidade de amar.   Deus nos ama incondicionalmente, e este é sem dúvida o mais valioso dos DONS. É desfrutando plenamente deste amor que obtemos os meios necessários para manifesta-lo ao próximo. Entretanto, é preciso entender que o amor cristão exercido diariamente não deve ser dado a nós por Deus, mas sim desenvolvido por nós para Deus. Primeiramente porque Deus já nos amou e por amor Jesus Cristo deu sua vida por nós e agora, imersos neste amor, precisamos desenvolver um amor genuíno por aqueles que nos cercam e para com o nosso próprio Senhor. O amor é o cerne da nossa pregação, é o lema de nossa cruzada celeste, a motivação de nosso serviço e a coluna cervical do fruto espiritual.  Tudo crê, tudo espera, tudo suporta e jamais acaba. O amor é a base de tudo o que é bom, louvável, justo, puro sincero, humilde, virtuoso, agradável e deve, portanto, ser sentido, vivido e trazido a memória constantemente (Filipenses 4:8).

Nele se resume e se encerra todos os mandamentos da Lei, seja ela divina ou humana, pois uma vez que ele seja exercido em plenitude, extingue-se completamente a necessidade de qualquer outro tipo de parâmetro moral (Mateus 7:34-40).  Na sua manifestação mais elevada e profunda, o amor é altruísta, não egoísta e nem egocêntrico, sacrificial, paciente, benigno, capaz de amar até mesmo os inimigos. Podemos afirmar que tal amor é a base de todo relacionamento perfeito no céu e na terra. Não é sem motivo que o batismo no Espírito Santo é muitas vezes relatado e chamado de batismo de amor, pois é um empuxe que nos impulsiona a um novo relacionamento com Deus e com o próximo.  Do amor saem as vertentes que enobrecem o ser humano: bondade, gentileza, presteza, lealdade, fidelidade, benignidade, honestidade, sinceridade e é claro, a capacidade de perdoar. Aliás, o PERDÃO é um requisito tão essencial ao cristão, que a falta dele se torna um empecilho para o recebimento do próprio perdão divino e consequentemente neutraliza o poder da Graça e compromete completamente nossa salvação (Mateus 6:15). Por outro lado é impossível perdoar sem primeiro desenvolver o amor e ele só pode ser desenvolvido a partir de uma fonte específica: O amor do próprio Deus.

Talvez a vida não te de motivos para amar. Talvez sua igreja, sua família e até mesmo seu cônjuge não te dê motivos para desenvolver o amor, pois você se vê cercado de intrigas, mentiras e quebra de confiança. As pessoas te desprezam, ignoram, perseguem e criticam... Você não tem a obrigação (e nem motivos) para ama-las... Por outro lado, Deus te ama tanto que nem mesmo a profundeza do mar ou as alturas dos céus são suficientes para mensurar tamanho sentimento; e uma vez que somos imergidos neste amor, temos tanto dele em nós que a única forma de não sermos “sufocados” por ele é dá-lo a todos que de alguma forma fazem parte de nossas vidas, mesmo que não haja nenhum merecimento.  Em um de seus textos devocionais, o escritor Max Lucado discorre sobre o amor de Deus agindo em nós: Aqueles que deviam ter lhe amado não fizeram. Aqueles que poderiam ter-lhe amado não queriam. Você foi deixado no hospital, abandonado no altar. Deixado com uma cama vazia, deixado com um coração quebrado. Deixado com sua dúvida, “Será que alguém me ama”? Por favor escute a resposta do céu. Enquanto você o observe na cruz, ouça Deus assegurar, “Eu lhe amo”. Desfrute plenamente do amor de Deus. É ele que proporcionara a você a capacidade de desenvolver um amor genuíno, capaz de sustentar sobre si, toda a estrutura necessária para o recebimento irrestrito da capacitação espiritual através dos DONS e da FRUTIFICAÇÃO. Ninguém consegue amar plenamente, se primeiro não experimentar toda a plenitude do amor de Deus (Lucas 7:47).


A dinâmica do amor

As dinâmicas são de grande valia e eficácia para motivar os cônjuges, criando vínculos mais estreitos e evitando ficar na mesmice, cair na rotina, parar no tempo. As dinâmicas são uma procura por novas formas e estímulos para exercitar o amor. Em operação, o amor não é estático nem monótono. O amor não pode ser indolente nem preguiçoso. O amor não pode ser empurrado com a barriga, não pode ser levado no “banho-maria”, do jeito que dá. O amor se alimenta de atitudes, pois elas são os nutrientes e as vitaminas necessárias à preservação do casamento. Não se compreende o amor só de sentimentos e desejos que nunca saem do papel. Crie situações de passeios ou lazer que privilegiem o casal. Surpreenda o seu cônjuge com coisas inesperadas que alegram o coração, seja criativo na intimidade e cultive atos românticos. O amor é forte como a morte (Cantares 8:6). De acordo com o professor Michael Eaton, o termo “amor” usado em qualquer sufixo pronominal tem sentido genérico. Deve ser observado nesse versículo bíblico o caráter comparativo e não superlativo. Assim como a morte é o destino de todos – exceto os que estiverem vivos quando o Senhor voltar – e quando a morte o chama, todos respondem, assim, também, quando o amor convoca, seu apelo é irresistível (João 3:16 / I Coríntios 15:51-57 / Apocalipse 21:1-4).

Como todo ser vivo, o amor precisa de cuidados especiais para manter-se com vida. Ele é dinâmico e é preciso conservá-lo fervoroso, entusiasmado e progressivo. O amor se esfria porque não fazemos nada para esquentá-lo. O amor fica raquítico e pálido porque não damos o alimento necessário e balanceado. O amor vai para a UTI porque não fazemos os primeiros socorros. O amor é sepultado porque não fazemos nada para ressuscitá-lo. Dee acordo com o Dr. G. Lloyd Carr, na passagem bíblica de Cantares de Salomão 8:7, o poder tenaz e persistente do amor é colocado em confronto com estas enchentes e rios perenes, cujas águas são impotentes para desfazer o amor, ou para apagar as suas chamas. O amor no matrimônio precisa ser cultivado dia após dia. Muitos são os casais que deixam de manter bons hábitos, portanto, é importante agradecer por uma comida que foi preparada com muito carinho e amor; dar um beijo na hora de voltar do trabalho; realizar as refeições juntos; dialogar sobre as necessidades de cada um; escrever uma carta; declamar uma poesia; comprar bombons, flores; surpreender o outro, colocando uma roupa especial, mesmo que seja um dia comum; dormir de banho tomado, perfumado; organizar um jantar à luz de velas, etc.

O amor não pode ser com máscara, com fingimento. O amor seja não fingido (Romanos 12:9), mas autêntico, cristalino e verdadeiro. Este é o amor que vem de Deus e que produz resultados surpreendentes. As pessoas podem vir com várias versões, mas o amor faz acreditar na pessoa amada. Não acredita em boatos nem em conversas alheias. Mantém-se firme contra fofocas ou pessoas maldosas que querem destruir o relacionamento conjugal. Muitas pessoas usadas pelo diabo querem se infiltrar no casamento por interesses vários, suscitando questões que desestabilizam. Precisamos fechar os ouvidos e as brechas, orar, acreditar na pessoa amada e expulsar essas pessoas do nosso convívio. A pessoa pode não estar gozando o melhor momento da vida ou até entristecendo o outro, mas o amor faz a pessoa amada esperar a mudança, aguardar que o quadro atual se inverta. O amor não se exaspera. O amor não é melindroso nem supersensível; não fica machucado ou ofendido por coisas mínimas; não se irrita ou fica amargurada facilmente; não se ressente do mal nem quer vingar-se; não dá o troco nem paga na mesma moeda; não se regozija com as falhas da pessoa amada, antes ajuda a corrigir os erros sem jogar na cara um do outro. Sempre se manterá em sua defesa. As pessoas podem se levantar contra, mas o amor faz a pessoa amada sair em defesa do cônjuge. A união do casal, juntamente com a presença de Deus, gera a força que resiste aos contrários. Mesmo que ele não esteja totalmente certo, a pessoa amada sai em defesa do seu amor.

Conclusão

Amar não é aceitar tudo, pois, onde tudo é aceito, presume-se que haja falta de amor, pois nem Deus com Seu amor infinito aceita tudo. Quem ama mostra ou abre os olhos da pessoa amada para aquilo que não é certo. Quem não ama não se preocupa quando o outro está caindo no buraco.



Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 31 de janeiro de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás. 





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