domingo, 31 de janeiro de 2016

Encerramento da Campanha de Oração



A inquietação da alma que por tantas vezes nos brindou com poemas e cânticos memoráveis estão presentes em cada verso do Salmo 42, assim como o desejo ardente e apaixonado de estar próximo de Deus. Mas também é possível perceber que o poeta está triste...

A incredulidade que enegrece a alma dos homens faz sangrar seu coração. Ele olha a sua volta é só encontra abismos. Verdadeiros buracos-negros surgem voluptuosos nas pessoas a sua volta, retirando delas o temor, a fé e a caridade. O mundo parece imerso em trevas, e qualquer facho de luz incomoda seus moradores. Dedos em ristes se voltam para o escritor... Ele ouve gargalhadas e palavras de afronta. Vozes obscuras e perniciosas invadem seus ouvidos com uma indagação retórica carregada de sarcasmo e maldade: Onde está o seu Deus? O poeta chora angustiado... A tristeza é tamanha que seus ossos chegam a doer. Sua alma está abatida, pois foi abraçada pelo medo, e agora se sente sugada pelos abismos que a cercam: Desesperança, Angustia e Aflição.  Então, no ponto exato entre o agora e a ruína, o salmista clama por socorro... “Assim como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus... A minha alma tem sede do Deus vivo” (Salmo 42:1-2).  A alma do salmista estava com sede. Sedenta por algo que não se encontra na Terra.

Aliás, ainda que não queira aceitar, toda a humanidade tem sofrido da mesma sede desde os primórdios de sua história.... Desde que saiu do Jardim...

Em Gênesis 1:27-28 e 2:7, uma reunião celestial é convocada para projetar minuciosamente um ser capaz de dominar sobre as demais coisas criadas. Um designer é aprovado, um rascunho é elabora, formas e texturas são pré-definidas.  A matéria prima escolhida é palpável e tangível, e o processo de fabricação é artesanal. Em suma, Deus coloca a “mão na massa”, esculpe em argila o modelo projetado e sopra em sua narina o fôlego de vida. Seu nome agora é Adão, feito imagem e semelhança de seu criador, tendo dentro de si uma fagulha do próprio Elohim, um espírito dado por Deus e que deseja retornar para Deus. Para que o homem não estivesse só, de seus ossos é forjada a mulher. Agora, o casal pode enfim viver pleno de felicidade, no jardim que o Senhor plantara para eles. Adão e Eva são como duas crianças se descobrindo, e Deus faz questão de todas as tardes visitar os seus filhos para instruí-los em todos os aspectos da arte de viver.

Mas a desobediência quebraria essa aliança. No desejo de ser igual a Deus, eles acabaram se afastando de Deus, perdendo a inocência e violando a santidade. Já não podiam olhar a face de Deus e nem serem visitados com cordialidade ao por do sol (I Timóteo 6:16). Mas dentro deles, ainda habitava o Espírito que clamava por Deus. Mesmo que a carne do homem se sobreponha ao seu Espírito, jamais irá calar sua voz.

Ele estará lá dentro, desesperado, inquieto e aflito. Daí nasce o vazio interior, a busca desenfreada por prazeres passageiros, a ausência completa de paz...  O homem saiu do jardim, mas o Jardim está no homem. Mudou-se a forma, mas a conversa diária com o Criador ainda é necessária... Sem dialogar com Deus e buscar sua orientação, o homem jamais será plenamente feliz... Esta prática é possível, e não se faz necessários agendamentos prévios ou formalidades desnecessárias... Para ela damos o nome de “oração”.

O salmista sabia desta carência, conhecia sua necessidade. -  A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo – Dizia ele. - Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus? E então, introspectivo, o poeta conversa consigo mesmo e aconselha: - Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus.

E desta necessidade de orar, nasceram duas campanhas que foram entregues aos Senhor na noite deste domingo, 31/01/2016. A primeira delas começou em janeiro de 2016, e foi realizada nas noites de sábados, após os horários de culto. Segundo o Pr. Wilson Gomes, esta foi uma campanha de lágrimas e gemidos, onde corações contristados se derramaram aos pés do Salvador. Durante um ano inteiro, intercessores clamaram por milagres e livramentos, dos quais, muitos já se tornaram reais.

A segunda campanha foi baseada em “João 15”, e como fazemos em todo início de ano, juntamente com dezenas de congregações do ministério, unimos nossas vozes ao “agricultor”, buscando nossa permanência na Videira Verdadeira, afim de transformar 2016 no Ano da Frutificação. Com um número de participantes muito acima da média história de frequência no período. Ao final de cada oração, diversos participantes tiveram a oportunidade de ministrar e louvar, revelando inúmeros talentos para esta obra. Em todas as reuniões, o presbitério da igreja ungia os presentes, momento que sempre proporcionava muita começão e alegria espiritual. O dia a dia da campanha pode ser acompanhado em nosso Diário de Oração, onde constatamos que assim como o salmista, o povo está com sede de Deus. E isto é formidável.

A campanha se encerra, mas a vida de oração continua. Sem ela o crente é como um carro sem motor... A lataria pode estar impecável, mas certamente não sairá do lugar... A oração tem a capacidade ímpar de comover o coração de Deus em nosso favor, fazendo-o mover suas mãos em nosso auxilio, bradando dos céus em nosso socorro, pois “todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, a porta se abre” (Mateus 7:8). 




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