Existe em nossa língua portuguesa uma figura de linguagem chamada
Eufemismo que é utilizada para empregar um termo “mais agradável” a fim de
suavizar uma expressão. Por exemplo, ao invés de dizer que uma pessoa “morreu”,
podemos atenuar o impacto dizendo que o falecido “passou desta para uma melhor.
Identificar alguém como praticante de bruxaria pode ser considerado
ofensivo e até mesmo causar repulsa nos demais em relação ao possível bruxo,
mas esses efeitos serão massivamente atenuados se nos referirmos a esta mesma
pessoa como um Wiccano, ou seja, um seguidor da Wicca. Muda-se o nome, mas a essência continua a
mesma.
Ocultismo e feitiçaria são práticas muito antigas das quais encontramos
referências em toda a história bíblica ou secular. Geralmente os praticantes
das chamadas “artes ocultas” eram hostilizados e sua figura sempre foi
associada a maldade. Desenhos, filmes e livros sempre se utilizaram da figura
cartunesca da bruxa para elaborar seus vilões (Branca de Neve, A Bela Adormecida, O Magico de Oz). Ultimamente
esta abordagem tem sido substituída por bruxos e feiticeiros associados ao bem,
defensores da ordem e da verdade (quem
nunca ouviu falar sobre Harry Potter?); e pouco a pouco a prática da magia (eufemismo para feitiçaria) tem se
tornado muito atrativa.
Essa é a grande contribuição do Wiccanismo para os intentos nefasto de Satanás,
inserindo seus bruxinhos do bem, sua magia branca e conceitos naturalistas para
dentro das famílias mundo afora.
Origem
Wicca é uma religião neo-pagã influenciada por
crenças pré-cristãs e práticas religiosas da Europa Ocidental que afirmam a existência
de um poder sobrenatural sobre os elementos físicos e espirituais que integram
a natureza, sendo o mesmo dividido em masculino e feminino. Celebram os
chamados ciclos da vida em festivais sazonais chamados de SABBATS.
A popularização desta seita passa primeiro por Gerard Brosseau Gardner
(13/071884-12/02/1964); inglês fascinado por ocultismo e que teve contato com
muitas seitas ao redor do mundo, agregando um vasto conhecimento em ciências
ocultas e desenvolvendo sua crença na bruxaria. Gardner foi membro da Maçonaria
e da Rosa-Cruz; e embora seus praticantes neguem qualquer vínculo com o
Satanismo, é inegável que seu principal expoente foi grandemente influenciado
por um amigo chamado Aleister Crowley, um homem mundialmente conhecido pela
prática e divulgação do culto satânico (Raul Seixas e Paulo Coelho, fazem uma associação entre o Satanismo e a Wicca em sua música "Sociedade Alternativa" ao citar - O numero 666 chama se Aleister Crowley - e depois uma das ideologias wiccanas - Faz o que tú queres, há de ser tudo da lei).
Com a publicação de seus livros “A
Bruxaria Hoje” em 1954 e “O Sentido da Bruxaria” em 1959, Gardner resgatou o
termo “WICCA”, que era uma nomenclatura usada para os bruxos da Ingalterra
antiga e significa “sabio”. O termo se origina da palavra inglesa “Witchcraft”
que podemos traduzir por “Bruxaria”.
Deus
A Wicca não crê no Deus da Bíblia, sendo uma religião politeísta (crença
em vários deuses) ou panteísta (tudo e todos formam deus) dependendo do tradição
praticada. Existem duas deidades dominantes na doutrina Wicca, uma masculina e
outra feminina, que são representados por diversos deuses e deusas em culturas distintas.
O DEUS CORNÍFERO
Os wiccanos desassociam seu deus chifrudo de Satanás, embora existem
registros de tradições que se referiam a ele como Lúcifer ou Diabo. Em geral esta deidade pagã está associada com
a natureza selvagem, a sexualidade, a caça e o ciclo da vida. Ao deus
cornífero é dado vários nomes incluindo Cernunnus, Pã, Atho e Karnayna. Em outras
ocasiões, o deus é visto como o "Homem Verde", uma
figura tradicional na arte e da arquitetura europeia, e muitas vezes
interpretado como sendo associado com o mundo natural. Ele é frequentemente
descrito como um Deus Sol. Outra representação deste mesmo deus é a do Rei
Carvalho e o Rei Azevinho, aquele que governa a primavera e o verão , esse que governa o outono e o inverno.
A DEUSA MÃE
A
deusa é geralmente retratada como uma deusa tríplice, sendo assim uma
divindade triádica composta de uma deusa virgem, uma deusa mãe e
uma deusa anciã, cada uma com associações diferentes, ou seja, a virgindade, a fertilidade e a sabedoria. Ela também é comumente descrita como
uma Deusa Lua, e
muitas vezes é dado a ela o nome de Diana (uma divindade
romana). Alguns wiccanos, especialmente a partir da decada de 1970, têm visto a deusa
como a mais importante das duas divindades, pois ela contém e concebe tudo. A
este respeito, o deus cornuto é visto como a centelha de vida e inspiração
dentro dela e ao mesmo tempo seu amante e seu filho.
Doutrina
Não
existe nenhum dogma moral ou código ético universalmente seguido pelos wiccanos (que se subdividem em tradições), no entanto a maioria segue um código conhecido
como a Wiccan Rede que afirma que "sem
ninguém prejudicar faz o que tu quiseres". Geralmente, essa frase
é interpretada como uma declaração de liberdade para atuar na vida, juntamente com a
necessidade de assumir a responsabilidade por aquilo que resulta de nossas
ações e minimiza danos a si mesmo e aos outros.
Outro
elemento típico da moralidade wiccana é a Lei Tríplice onde se diz que qualquer ação malévola ou
benéfica retornará ao autor três vezes mais forte, ou com igual força no nível
do corpo, da mente e do espírito.
Muitos
wiccanos também procuram cultivar um conjunto de oito virtudes mencionadas na Carga da Deusa (poema
escrito por Doreen Valiente) que são: alegria, reverência, honra, humildade, força,
beleza, poder e compaixão.
Na
verdade, todo o principio ético do
Wiccano é baseado em puro hedonismo. Uma busca constante pela liberdade sem
limites que pode levar o individuo a ações irresponsáveis e inconsequentes já
que o conceito de bem e mal é completamente interpretativo, podendo variar de
pessoa para pessoa. Segundo os ensinamentos Wicca existe maldade no bem e
bondade no mal e ambos precisam coexistir. A Bíblia Sagrada porém ensina ao
homem que ele deve praticar o bem e fugir do que é mal e não tentar
concilia-los em harmonia (I Tessalonicenses 5:22)
Rituais
Segundo
o alto sacerdote wiccano e historiador Aidan Kelly, as práticas e experiências da Wicca são atualmente
mais importantes que suas crenças e que a Wicca é uma religião ritualista, e
não teológica. Ou seja, o ritual vem primeiro e o mito (crença) vem em segundo.
Existem
muitos rituais na
Wicca que são usados para celebrar os Sabás,
adorar as divindades ou fazer feitiçaria. Geralmente são realizados em lua cheia,
ou durante a lua nova, que é conhecida como Esbate. Nos ritos típicos,
os bruxos reúnem-se dentro de um círculo mágico. Pode ocorrer a evocação dos
"Guardiões dos Pontos Cardeais”, ao lado de seus respectivos
elementos clássicos que são Ar, Fogo, Terra e Água.
Com esse círculo já traçado, pode ocorrer
um ritual sazonal, orações ao Deus e a Deusa, e/ou feitiços à algum tema em
especial.
Estes ritos
incluem ferramentas mágicas como uma faca chamada "athame”,
uma varinha,
um pentagrama,
um cálice, às vezes um cabo de vassoura, um caldeirão mágico, velas, incensos e
uma lâmina curva conhecida como "bolline".
Na maioria das vezes, o altar é obrigatório dentro do círculo, onde todas ou
parte das ferramentas citadas são colocadas e, às vezes, junto a representações
do deus cornífero e da deusa mãe. Antes de entrar no círculo, algumas
tradições se banham. Depois de um ritual terminado, os adeptos agradecem os
deuses e o círculo é fechado.
O círculo magico é de suma importância para
a magia e é considerado um lugar de reunião, de amor, de alegria, de verdade e
é um escudo contra o mal, além de servir
também para preservar e conter o poder
mágico. O Círculo Mágico é
traçado às vezes com giz,
carvão ou mesmo simbolicamente com a vareta, no chão, e pode ser considerado
um baluarte que
inclui figuras que correspondem ao triângulo, ao quadrado, ao pentágono e ao hexágono.
Em grandes
círculos, o Mago pode incluir os nomes das entidades a serem evocadas, ao passo que
nos círculos menores, que correspondem aos quatro pontos cardeias , muitas vezes são postas figuras da cabala e
no centro,mantras ou signos,
cujo valor símbolo devem estar de acordo com a potência evocada. O Mago nunca
deve sair do Círculo Mágico antes do término da operação e geralmente atua com
as costas voltadas para o oriente.
Em algumas
tradições Wicca é costume despir-se e fazer o ritual com todos
os membros do grupo nus, numa prática
conhecida como skyclad. Outras
tradições usam roupas com cordões amarrados na cintura ou até mesmo vestimenta
normal. Em certas tradições, a magia sexual é
realizada sob a forma do Grande Rito onde o Alto Sacerdote e a Alta
Sacerdotisa invocam o deus cornífero e a deusa mãe, que se apossam deles, antes
de realizarem uma relação sexual a fim de aumentar a energia
mágica da feitiçaria. Em outros casos, essa relação sexual é feita simbolicamente ,
usando o “athame” como o "falo ” do deus e o “cálice” como a vulvada deusa.
Para se
tornar um wiccaniano, o candidato passa por diversas etapas, sendo que muitas
delas incluem ritos sexuais que vão de relações heterossexuais com um Auto Sacerdote
ou uma Sacerdotisa, até praticas homossexuais.
Conclusão
A seita Wicca vem ganhando um sólido espaço entre as múltiplas religiões
no Brasil. Embora ainda carente de algumas definições e bastante associada ao
esoterismo, está sendo disseminada através da Internet, nos inúmeros títulos
nas livrarias e mesmo em publicações populares distribuídas nas bancas de
jornal, trazendo heresias que devem ser refutadas, visto que é uma crença baseada,
principalmente, na magia, prática condenada por Deus.
Para conhecer com maior profundidade uma das mais expoentes seitas da atualidade, participe neste domingo (02/03/2014) da Escola Bíblica Dominical.
TEXTO AUREO
“Abandonaram o Senhor Deus de seus pais, que os
tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos
povos que havia ao redor deles, e os adoraram; e provocaram o Senhor à ira, abandonando-o,
e servindo a baalins e astarotes”.
Juízes 2.12,13
Baal, Astarote, Duendes, Fadas e “Bruxinhos do Bem”,
são nomes utilizados pelo paganismo, no decorrer da história da humanidade,
para camuflar a verdadeira identidade da velha serpente: Lúcifer.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
(Juízes 2:11-14)
Então os filhos de Israel fizeram o que era mau aos
olhos do Senhor, servindo aos baalins; abandonaram o Senhor Deus de seus pais, que os
tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos
povos que havia ao redor deles, e os adoraram; e provocaram o Senhor à ira, abandonando-o,
e servindo a baalins e astarotes.
Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e
ele os entregou na mão dos espoliadores, que os despojaram; e os vendeu na mão
dos seus inimigos ao redor, de modo que não puderam mais resistir diante deles.
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