Pb. Miquéias Daniel Gomes
Lembro-me perfeitamente da cena:
“Eu estava deitado no
chão da sala entretido com alguma coisa boba que passava na TV. Meu filho
Nicolas, que tinha pouco mais de dois meses de vida, estava sentadinho sobre
mim. Sua mãe lia uma revista reclinada no sofá. Por alguns instantes o pequeno
bebezinho não era o centro do mundo. Embora se esforçasse para atrair sobre si
nossa atenção com gestos e resmungos, continuávamos intactos absorvidos em
nossas futilidades. Foi então que ele decidiu igualmente se ocupar com alguma
frivolidade e passou a procurar por todo o ambiente algo que lhe chamasse a
atenção. Encontrou seus pezinhos, que por algum motivo, naquela hora estavam
sem as famigeradas meias, e foi aí que fez uma descoberta incrível: Ele podia, sozinho, mover os dedos dos pés. ”
Que descoberta. Nem Indiana Jones seria capaz de
tamanha proeza. Sua empolgação automaticamente nos contagiou. Paramos nossas
atividades secundárias para desfrutarmos do momento mágico de nosso garotinho
que havia passado para um novo estágio. Agora ele era o “Senhor” de seus próprios
pés. Seus dedinhos se mexiam com agilidade, acompanhados de burburinhos de
satisfação e dos gritos histéricos da mamãe: - Pega a câmera... Tira uma foto... Filma
tudo... Que belezinha...
Nosso filho já era um homenzinho.
Mas Miquéias, que coisa boba você me contou agora!
Quem é que está interessado nos movimentos dos
dedinhos do seu filho?
Eu estava. Minha
esposa estava. Pais sempre se orgulham dos grandes feitos
de seus filhos, mesmo que sejam tão pequenos que passem despercebidos pelo
resto do mundo. Ninguém comemorou a proeza do Nicolas, exceto eu e sua mãe.
Comemoramos, aplaudimos e nos orgulhamos. Aquele era o nosso garoto. "O Incrível Nicolas",
grande dominador de seus próprios dedinhos.
No livro do profeta Oséias, Deus deixa bem claro o
que enxerga quando nos vê: “Quando
Israel era menino eu o amei... Eu ensinei a andar Efraim; tomei-o
pelos braços... Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor (Oséias 11:1-4
destaque meu)”
Somos como crianças aos olhos de Deus, crianças
birrentas, teimosas e desobedientes, e mesmo assim cuidadas e amadas por um pai
que não mede esforço para nos fazer feliz.
Deus nos acompanha diariamente com sua câmera
fotográfica divinal.
E Pra quê? Para registrar nossos pecados e falhas?
Não! Ele não precisa disso.
Ele faz questão de apagar nossos pecados de sua memória.
E Pra quê? Para registrar nossos pecados e falhas?
Não! Ele não precisa disso.
Ele faz questão de apagar nossos pecados de sua memória.
Deus usa sua câmera para fotografar nossos momentos heroicos,
históricos e inesquecíveis, como por exemplo, o dia em que aprendemos que somos
capazes de mover os dedos de nossos pés sozinhos. E pode acreditar, exatamente
nesse instante lá estava Deus, todo orgulhoso, comemorando sua grande descoberta.
Deus nunca teve vergonha de se orgulhar de seus
filhos. Quando Jesus nasceu pobre e solitário numa manjedoura de Belém, ele não
deixou o momento passar despercebido. Enviou anjos para cantar,
anunciando à rudes pastores que
seu menino havia nascido: - Ei,
não fiquem aí parados, venham ver como meu menino é especial! E quando Jesus desceu as águas do
batismo ele explodiu de felicidade, rasgou os céus e gritou para quem quisesse ouvir:
- Esse é o meu garoto! Estou orgulhoso
dele!
No céu deve haver um álbum de fotografias
com cada um desses momentos especiais.
Jesus é o primogênito de Deus. Eu e você somos o
restante da prole. E assim como acompanhou passo a passo o dia a dia de seu
filho na terra, Deus também acompanha os passos dessas crianças levadas que ele
adotou, e os tornou em filhos tão legítimos quanto o próprio Cristo.
“Se somos filhos, então somos herdeiro; herdeiros de
Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participarmos dos seus sofrimentos,
para que também participemos da sua glória (Romanos 8:17).”
Irmãos às vezes têm divergências, mas mesmo assim
tendem a cooperar entre si. Se rirmos ou
choramos juntos uns dos outros, lá está Deus nos observando com ternura... Tirando
uma foto para o álbum de família.
Quando engolimos nosso orgulho e pedimos perdão
a alguém, lá está Deus sorrindo para nós...
Quando aprendemos que somos capazes de abrir a porta
com a chave da oração, lá esta ele do outro lado de braços abertos...
Se vencermos nosso medo e damos os primeiros passos
em direção a ele (mesmo que
seja por cima de águas), lá estará ele nos esperando, ansioso por um
abraço apertado...
Quando imitamos nosso irmão mais velho em suas
atitudes, gestos, palavras e pensamento, chegaremos em casa e encontraremos um
pai extremamente orgulhoso e feliz...
Orgulhar a Deus é imitar a Cristo, o exemplo de filho
perfeito.
Obediente – ele
fez tudo como o pai ordenara
Determinado – ele
foi até o fim apesar das dificuldades
Esforçado –
homem de dores e trabalhador
De fácil diálogo – Todos
o entendiam, principalmente o pai, com quem conversava constantemente
Afável – estava
sempre perto de quem o queria
Verdadeiro – nunca
houve engano em sua boca
Justo – sempre
esteve do lado do necessitado
Sincero – seu
coração provinha de Deus
Puro – nunca
pecou
Respeitoso – de
fino trato com o próximo, independentemente de quem fosse
Amoroso – era
movido por íntima compaixão
Controlado – nunca
se deixou levar pela motivação errada
Centralizado – nunca
esqueceu sua missão
Empático – morreu
por todos os pecadores
Simpático – somos
atraídos para ele
Fiel – estará
lado a lado com sua “família” até a consumação dos séculos
É claro que nunca seremos iguais a Jesus, pois ele foi (e ainda é) perfeito; e enquanto habitarmos neste
corpo carnal nunca alçaremos a perfeição. Entretanto, Deus se orgulhará de nós,
se pelo menos tentarmos sermos melhores a cada dia. Se não podemos ser
iguais a Cristo, podemos pelo menos tentar ser parecido.
Comece com pequenas atitudes:
Seja grato pelo dia que se inicia.
Obedeça a um superior e respeite um inferior.
Abrace alguém que não gosta de você.
Evite um pecado por dia.
Seja mais sincero.
Não conte aquela mentira.
Cante um hino ao invés de reclamar.
Visite um enfermo.
Pratique a generosidade.
Empreste sem esperar receber de volta.
Diga a alguém que Jesus o ama.
Diga a alguém que você o ama.
Diga a Deus o quanto ele é especial pra você.
Mova delicadamente um dedo de cada vez... E tente não se assustar com a luz forte e
repentina.
É apenas o flash!
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