Revista Jovens e Adultos nº 91 -
Lição 3 (Editora Betel)
Blog da Escola Bíblica
(www.ebd316.com)
Tudo ia bem no paraíso. O jovem casal progredia em conhecimento, interagindo com o mundo para eles criado e descobrindo os prazeres e as alegrias existentes na vida a dois. Tudo estava em perfeito equilíbrio e paz. As únicas preocupações existentes eram colher os frutos de uma terra produtiva, estar em casa no final da tarde para “tomar” chá com o Criador e aproveitar o que a vida tinha de melhor a oferecer.
Ali no Jardim tudo lhes
era permitido, exceto comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Eles foram alertados que uma vez que procedessem de tal modo, encontrariam
destruição e morte. E assim aconteceu.
Eva foi tentada primeiro.
A antiga serpente se aproximou da bela jovem, enchendo seus ouvidos com
promessas de onisciência e sua boca com um pedaço generoso do fruto proibido. O
gosto era bom e ela levou o que sobrara para seu marido. Ele por sua vez
esboçou uma reprovação, mas também cedeu aos encantos do fruto.
Como Deus alertara
previamente, o fruto lhes deu o conhecimento do bem e do mal... Um mal que eles
ainda não conheciam...
A nudez inocente conheceu
a vergonha
O trabalho recompensador
conheceu o cansaço
A terra produtiva
conheceu a esterilidade
O prazer conheceu a dor
A certeza conheceu a dúvida
A confiança conheceu o
medo
A sensação de “posso fazer” conheceu a sensação do “o que eu faço agora?”.
Adão e Eva abriram mão do
Jardim para conhecer o Mundo... E o Mundo se revelou cheio de maldade... A
expectativa acalentadora do próximo dia se tornou em angústia pela incerteza do
amanhã.
O que é Angústia?
Tente-se imaginar diante
de uma pessoa afogando e você, neste caso, não sabe nadar. Exatamente por esta
deficiência, sente-se imponente e incapaz de salvá-la. Você sabe o que precisa fazer,
mas também sabe que não tem como fazer, e neste momento o sentimento natural é
de uma agonia mental, atrelada a um sufoco semelhante ao da asma, e uma dor ou
compressão no peito. O nome desta sensação momentânea é ANGÚSTIA. Quando este
sentimento perdura por muito tempo, é diagnosticada uma enfermidade da alma.
A angústia se caracteriza
por um sentimento de sufocamento e sensação de aperto no peito, acompanhados da
falta de humor, de ressentimento e até dor física; e isso pode evoluir a outras
enfermidades. Biblicamente ela ocorre pela primeira vez no episódio da queda do
homem. Quando Adão e Eva percebem que estavam nus e que nada mais poderiam
fazer para retornar ao estado original, foram subitamente tomados por um estado
de angústia seguido de medo (Gênesis 3:7-10).
A angústia vem do termo
alemão ANGST. Dentro do pensamento existencialista, a palavra angústia presumivelmente
descreve a condição humana básica. Há um pavor sem nome e sem objeto
particular, mas que é um sentimento comum à humanidade, por terem de enfrentar
um mundo destruidor hostil e insensato. Assim, quando o ser humano enfrenta
situações de confrontos, pressão, impotência diante dos problemas ou cobranças,
sem saber o que fazer, a angústia pode se apoderar do seu coração. Angústia,
portanto, é um sentimento que acompanha o homem desde seu nascimento até a
morte em todas as situações da vida; a angústia é companheira do ser humano. A
angústia é uma das mais fortes opressoras da humanidade, é um sentimento da
alma que pode atacar na mesma medida tanto o rei como o mendigo. Angústia é uma
emoção que pode ser abafada, mas não desligada. O homem natural não pode se
desviar nem escapar dela. Sempre existiram (e existem) pessoas de caráter forte
que, com sua determinação, se posicionam obstinadamente diante da angústia, mas
elas também não conseguem vencê-la totalmente. Podemos tentar ignorar a
angústia, mas não escaparemos de situações dolorosas.
A Angústia
segundo a Filosofia
Pensadores como
Kierkegaard, Heidegger, Unamuno, Bultimann e Sartre; contribuíram para o
desenvolvimento da filosofia de que o homem está “dentro de um
temporal”, onde têm que lutar contra o aniquilamento e a não
identidade; mas ignoram o fato de que na psique humana também há a descoberta
que o homem, como ser espiritual que é, ultrapassa a tempestade e entra na
compreensão espiritual de que a existência humana é finalmente boa e otimista.
Em outras palavras, para além da tempestade, há um Novo Dia, no qual a
existência humana, no nível espiritual, floresce em harmonia, bem-estar e
propósito.
A psicologia tem
demonstrado a existência de ambos esses motivos na psique humana:
- A tempestade do
desespero, por enfrentar a não identidade;
- O estado para além da
tempestade, em que é confirmada uma existência digna.
As concepções sobre a
angústia e seu surgimento, de qualquer forma, variam enormemente entre os
filósofos; há desde os que a entendem como uma resposta à incapacidade de
compreender a realidade exterior até os que afirmam se ela é proveniente de um
estado de expectativa prolongado diante de algum fato que não chega a ocorrer.
De maneira genérica, pode-se dizer que a psicologia contemporânea aborda o
problema da angústia sob duas perspectivas:
- Estabelecer se ela
constitui um estado transitório ou se, ao contrário, é uma predisposição, um
elemento da personalidade.
-Determinar se de fato a
angústia tem uma causa definida ou se pode resultar de motivos e situações
muito diversos.
Já para o filósofo Arthur
Schopenhauer, viver significa necessariamente sofrer. Quanto mais o homem
busca a vitória, mais ele se desencanta por não conseguir conferir sentido
algum à vida. Os pequenos momentos de prazer, por mais proveitosos que sejam,
são insuficiente para produzir a verdadeira felicidade o que acaba por gerar a
angústia. Dessa forma, para a Filosofia Existencialista, o ser humano está
condenado a passar pela vida como sobrevivente, pois a angústia de viver com
sofrimento, faz desse mal um problema eterno, uma doença incurável.
Para o
Cristianismo, ao contrário da filosofia, nenhum ser humano está condenado a
existir como sobrevivente, pois, ao encontrar-se com Cristo, uma fonte de
alegria brota no seu interior (João 7:38).
A Angústia na Sociedade
Moderna
A angústia é uma das
enfermidades da alma que mais oprime a humanidade desde os primórdios dos
tempos (Salmos 31:10), sendo um sentimento desagradável que pode atingir
qualquer pessoa, e infelizmente o homem não pode se desviar nem escapar dela.
Lamentavelmente, a angústia é uma consequência direta do pecado inoculado no
Homem. Quando ocorre momentaneamente é apenas um reflexo natural das emoções,
porém, quando se torna permanente, é sintomático de uma enfermidade da alma.
Sendo assim, pessoas que apresentem o quadro de angústia podem desenvolver
outros distúrbios emocionais, tais como: cansaço físico e mental, desânimo,
baixa autoestima e depressão.
Nos dias de hoje, nossa
sociedade de depara com a triste realidade de inúmeras situações enervantes,
que produzem ou reforçam o sentimento de angústia: os fenômenos naturais
trágicos (tempestades, terremotos, inundações, etc.) e os fenômenos sociais
(violência urbana, guerras, terrorismo).
A angústia sem dúvida é
inerente ao ser humano, mas certamente é fomentada e potencializada nas
situações trágicas (Marcos 13.7). O que transforma nosso cotidiano em uma verdade
angustiante. Vivemos num mundo que nos
diz, incessantemente, que precisamos ter satisfação logo, que a dor precisa ser
evitada e/ou suprimida e que a felicidade é a melhor escolha.
Então, por que tanta
angústia? Por que esse sentimento de vazio? De incompletude?
O medo de não fazer boas
escolhas leva os indivíduos a experimentarem um sentimento de angústia que
passa pela ideia de que algumas dessas escolhas podem ser definitivas e não
possuem retorno. Ao proporcionar ao
indivíduo liberdade de escolha, sem a presença de referências duradouras e com
opções inesgotáveis, a pós-modernidade o induz a um nível de ansiedade sem
precedentes.
O desejo de ter cada vez
mais, de concorrer com amigos e colegas, tem levado pessoas a se angustiarem na
busca pelo sucesso ou pelo ter mais e mais, neste meio, surge ainda à inveja e
outros males da alma. A pessoa quer sempre mais do que o outro e, muitas vezes,
até se endivida a ponto de ser tomado pela angústia. Neste tempo da
pós-modernidade, a busca pelo sucesso, mediante tantos concorrentes, têm levado
muitas pessoas à frustração e à angústia.
Apesar de
tudo, aquele que vive para Deus possui o antídoto, contra o desespero que
domina a população na hora do caos: O socorro de Deus bem presente na hora da
angústia (Salmos 46).
As muitas Faces
da Angústia
Reconhecer um quadro de
angústia é uma função que cabe a especialistas. Infelizmente, a maioria dos
angustiados só procura ajuda especializada quando a sensação ruim beira o
insuportável. De acordo com o cardiologista César Jardim, (supervisor do pronto-socorro
do Hospital do Coração em São Paulo), as pessoas geralmente chegam ao pronto
socorro, com dor e opressão no tórax, peso e desconforto no peito, sintomas que
se assemelham aos de problemas cardiológicos, como o infarto. Mas aqueles com
problemas realmente cardiovasculares somam apenas 30% dos casos, sendo os
demais pacientes, vítimas de crises acentuadas de angústia.
Na sua fase inicial, a
angústia pode levar o indivíduo a relacionar seus ataques com problemas
cardíacos, pulmonares ou digestivos, o que o leva a consultar vários
especialistas até que seja comprovada a não existência deste tipo de
alterações. É igualmente comum que o paciente tente identificar e evitar as
circunstâncias que, no seu entender, terão desencadeado as crises, o que além
de ser um ato perfeitamente inútil, é igualmente perigoso, pois acabam por
provocar o desenvolvimento de fobias, atitudes preventivas irracionais e
complexas (que também são consideradas como doença da alma).
Nos casos mais graves,
pode acabar por se desenvolver uma "agorafobia” (medo de estar em espaços abertos e de uma multidão), em que o
paciente tem tendência para ficar isolado e fechado em casa, com medo de se
expor a qualquer das circunstâncias que erradamente identificou como
desencadeadoras das crises de pânico.
Sintomas de
Crises de Angústia, Angústia Generalizada e Ataque de Pânico
Embora a angústia seja
uma enfermidade da alma, tal como uma doença do corpo, é possível percebê-la,
já que seus sintomas são visíveis. Encontramos textos de prova em Gêneses 42:21
que nos relata, como exemplo, o caso dos irmãos de José quando chegaram ao
Egito para comprar cereal e, diante da dramática exigência de trazer o irmão
caçula não sabendo que estavam diante de José, confessaram uns aos outros: - “Na verdade, somos culpados, no tocante a
nosso irmão, pois lhe vimos à angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe
acudimos...”. Assim a angústia e o sofrimento dos irmãos de José puderam
ser externados e se tornaram visíveis (Gênesis 42.20). A angústia, segundo a
Bíblia é um sentimento repressor que nos “amordaça”, mas também pode ser
verbalizada (Jó 7:11). Por isso, mesmo sendo cristãos, muitas vezes somos
afetados por desabafos de angústia e imagens angustiantes. Para evitar ser
contaminado por esta enfermidade, é preciso se refugiar na Palavra de Deus (Salmos
119:143).
Nos casos em que a angústia
se torna generalizada e visível, as manifestações costumam manter-se ao longo
de períodos de tempo mais ou menos prolongados. O principal sintoma é a própria
angústia, que os pacientes descrevem como uma injustificada sensação de
intranquilidade, insegurança e de certo receio pelo futuro. Para, além disso,
costuma-se evidenciar determinados sinais e sintomas físicos, semelhantes aos
que se manifestam em caso de estado de alerta normal, embora aqui sejam mais
intensos e duradouros: palpitações e dores no peito, sensação de falta de ar,
secura bucal, crises de suores, tremor, tonturas e instabilidade, náuseas,
tensão, dores musculares, tiques, dores abdominais, diarreia ou obstipação e
uma agitação psicomotora.
A Angústia
segundo a Bíblia
É muito esclarecedor e
elucidativo observar que Jesus nunca afirmou que, neste mundo, não haveria
sofrimento. Na verdade, muitas vezes, prega-se que, ao se tornar cristão, a
pessoa não terá mais tribulações ou tentações. Mas isso não é verdade. O
próprio Senhor Jesus disse claramente: “No mundo passais por aflições...” E
então, Ele acrescenta uma pequena palavra que faz toda diferença: “mas”. Em
outras palavras, Jesus nos assegura que Sua vitória sobre o mundo é a nossa
vitória também, “mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo”, isto é, por meio dele,
temos a possibilidade de vencer e superar a angústia (João 16.33).
A Bíblia
mostra, por exemplo, que angústia e sofrimento podem se tornar visíveis como
vimos como no exemplo dos irmãos de José. Segundo o texto sagrado, a
angústia não só paralisa a língua, mas também faz com que ela fale
demasiadamente. Em Jó 7:11 ouvimos o patriarca dizer: "Por isso não reprimirei a minha boca,
falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha
alma".
A angústia
também faz com que até ímpios cheios de justiça própria se sintam perturbados.
Bildade descreve o ímpio em Jó 18:11 dessa maneira: "Os assombros o espantarão de todos os lados,
e o perseguirão a cada passo".
A
Escritura também ensina que a angústia é mais forte do que a maior abastança. Zofar
nos comunica isto em Jó 20:22: "Na
plenitude da sua abastança, ver-se-á angustiado, toda a força da miséria virá
sobre ele".
A Angústia
também provoca trevas. Quando Isaías teve que anunciar uma punição sobre
Israel, falou acerca das consequências desse juízo: "Bramam contra eles naquele dia, como o
bramido do mar; se alguém olhar para a terra, eis que só há trevas e angústia,
e a luz se escurece em densas nuvens" (Isaías 5:30). E em Isaías 8.22
o profeta tem que proclamar sobre o povo apóstata: "Olharão para a terra, eis aí angústia, escuridão, e sombras de
ansiedade, e serão lançados para densas trevas".
A Angústia tem
origem em Conflitos
A pessoa angustiada
precisa pensar e tentar discernir o que a perturba, identificando a raiz do
problema. Quando existem vários problemas, é importante definir qual o pior.
Definindo qual o pior problema, o passo seguinte é agir para resolvê-lo. Quando
não há solução ou a solução depende de outros, a saída e aceitar a perda.
Aceitar não é concordar com o fato. É olhar a realidade e concluir: “Isto
ocorreu em minha vida e não posso fazer nada para mudar.” É preciso seguir em
frente, pois submeter-se a vontade de Deus é libertador (Romanos 12:2).
Algumas pessoas parecem
ter muita dificuldade em conciliar a iniciativa humana com a dependência de
Deus. Elas pensam que ou se tem uma coisa ou outra. Na realidade. Ambas são
inseparáveis. O senso de dependência do Senhor nos leva a uma ação corajosa,
equilibrada e vitoriosa (Êxodo 14.15).
No Salmo
119:143, Davi nos ensina que a palavra de Deus sempre é mais forte que a
angústia: "Sobre mim vieram
tribulação e angústia, todavia os teus mandamentos são o meu prazer".
A angústia está presente, mas a alegria na palavra de Deus é maior. Uma outra
tradução diz: "Fiquei cercado
por sofrimento e desespero, mas os teus mandamentos foram a minha grande
alegria". O poder de Deus também sempre é maior do que a
angústia: "Se ando em meio à
tribulação, tu me refazes a vida; estendes a mão contra a ira dos meus
inimigos, e a tua destra me salva" (Salmos 138:7). Em Isaías 9:2 temos
a promessa: "O povo que andava
em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte,
resplandeceu lhes a luz". No Novo Testamento, Paulo confirma essa
gloriosa verdade: "Quem nos
separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou
fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?... Porque eu estou bem certo de que nem morte,
nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir,
nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá
separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor"
(Romanos 8.35;38-39).
Como vencer a
angústia?
Vamos fazer mais um
exercício de imaginação... O povo de Israel se encontra em
uma situação extremamente difícil, quase desesperadora. Esta prestes a entrar
em uma guerra com pouquíssimas chances de vencer. O adversário, o poderoso
exército filisteu, soma trinta mil carros, e seis mil cavaleiros, enquanto o
exército israelita não passa de seiscentos homens. Enquanto os filisteus dirigem-se
à batalha armados até os dentes, entre o povo não se acha nenhuma espada ou lança. E como nenhum soldado esta armado, os
olhares e atenções se dirigem para Saul e Jônatas, respectivamente, o rei e o
príncipe herdeiro de Israel, os únicos que possuem armas. Mas eles também não
sabem o que fazer. O exército de Israel está angustiado. Fugir e se esconder parece ser a
única opção.
(I Samuel 13)
(I Samuel 13)
É em momentos como esse
que a angústia se apodera do nosso coração. Procure a palavra angústia em seu
dicionário e encontrará significados com os quais você se identificará:
estreiteza, brevidade, grande aflição, ansiedade, opressão e tristeza.
Diante das adversidades,
temos, assim como os hebreus, a reação natural de fugir, pois eles se
esconderam em todos os lugares possíveis, tentando evitar uma batalha da qual
eles sabiam que não sairiam vencedores. Jônatas se encontrava em uma situação
extremamente difícil. Ele estava em grande aperto, encurralado, colocado contra
a parede. Humanamente, não havia saída para aquela situação. Todavia ele foi
capaz de reverter o quadro adverso de uma maneira tão inesperada e tão
completa, que transformou aquela batalha em uma das maiores vitórias da
história do povo de Deus. A angústia pode se tornar uma aliada para nos
alertar para as mudanças que devemos realizar em nossa vida.
Vença o seu medo
Qual foi o segredo de
Jônatas para superar sua própria angústia e conquistar uma vitória tão
extraordinária? O fator determinante para o sucesso de Jônatas foi à convicção
que ele tinha consciência a respeito de Deus, a compreensão do seu caráter, dos
seus atributos e de seus inimigos. Os desertores saíram de seus esconderijos,
os traidores voltaram a defender seu povo, e os adversários, desorientados,
mataram-se uns aos outros, sofrendo uma grande derrota (I Samuel 14.20-22). O
povo estava paralisado, mas Jônatas decidiu agir. Enquanto todos olhavam uns
para os outros, na expectativa de que alguém tivesse uma ideia mirabolante, ele
chamou para si a responsabilidade. Jônatas foi dominado pela profunda certeza
de que o Senhor o chamava para a batalha.
“Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: vem, passemos
à guarnição destes incircuncisos; porventura, o Senhor nos ajudará nisto,
porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos”
(I Samuel 14:6).
Uma boa orientação de
como combater os males da alma, está registrado por Davi em seus salmos,
principalmente o Salmo 42:5 e 103:2, quando ele questiona sua própria alma,
mostrando-lhe que a esperança está no Senhor e recomenda que a mesma não se
esqueça de nenhum de seus benefícios. Não foi muito diferente com Jônatas.
Enquanto o povo estava apavorado, Jônatas repreendeu seu medo ao não se deixar
levar pelo pavor de seu exército desarmado e desesperado, mas teve a confiança
de olhar para o alto de onde veio o socorro (Salmo 121.1).
Tenha confiança em seu Deus
Enquanto o rei Saul ficou
dentro da tenda andando de um lado para o outro, imaginando quem o Senhor
poderia enviar para deter os filisteus, Jônatas acreditou que esse enviado
poderia ser ele próprio. Deus chamou para a batalha. Ele atendeu. Em momentos
de angústia, devemos ter fé para confiar no Senhor e em sua providência.
Precisamos crer no Deus que age em favor dos seus servos, que intervém na
história dos homens, que é fiel as suas promessas, que socorre seus filhos que
estão em grande aperto. Mas Ele também nos chama à ação, pois quer dividir
conosco as experiências da batalha e os louros da vitória.
Aqui encontramos o cerne
do tratamento para combater a angústia: “confiar no Senhor”. O Salmo 34:8 diz: “Provai, e vede que o Senhor é bom;
bem-aventurado o homem que nele confia.” Já o Salmo 37:5 diz: “Entrega o
teu caminho ao Senhor; confia nele, e Ele tudo fará”. Quando o homem tenta “se estribar no próprio entendimento”,
tende a cair em tremenda frustração e angústia (Provérbios 3:5).
O Exemplo que Paulo nos
deixou é fantástico. Ele fala que aprendeu a contentar-se em toda e qualquer
situação, em outras palavras, quando o homem adquiriu plena confiança em Deus à
consequência é estar contente em toda e qualquer situação, tornando-o livre ou
amenizando, em muito, os momentos de angústia. Sabendo que, além de “poder todas as coisas naquele que nos
fortalece” (Filipenses 4:13), tem consciência de que Deus está no controle
de tudo e que “todas as coisas contribuem
juntamente para o bem daquele que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito” (Romanos 8:28). Aliás, quando o homem adquiri-la
plena confiança em Deus, conquista cura para todos os males da alma, pode até
sofrer de alguns desses males por instantes, mas ele continua bendizendo ao
Senhor e experimenta cura de forma rápida e maravilhosa.
A consciência de que o
Senhor nos chama à batalha nos deve levar à ação, mas não a qualquer ação.
Atirar-se afoitamente contra os obstáculos e conduzir-se de maneira impensada
não é o que vai nos tirar da situação de angústia e levar-nos ao sucesso. A
ação inconsequente pode ser tão ruim quanto à passividade.
TEXTO ÁUREO
“Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã,
louvarei com alegria a tua misericórdia, porquanto tu foste o meu alto refúgio
e proteção no dia da minha angústia”
Salmo 59:16
Em momentos
de angústia, devemos ter fé para confiar no Senhor e na sua resposta.
TEXTOS DE
REFERÊNCIA
I Samuel 13:5-7 e 22 – 14:6-7
E os
Filisteus se ajuntaram para pelejar contra Israel: trinta mil carros, e seis
mil cavaleiros, e povo em multidão como a areia que está à borda do mar; e
subiram e se acamparam em Micmás, ao oriente de Bete-Aven.
Vendo, pois,
os homens de Israel que estavam em angústia (porque o povo estava apertado), o
povo se esconderam pelas cavernas, e pelos espinhais, e pelos penhascos, e
pelas fortificações, e pelas covas, e os hebreus passaram o Jordão para a terra de
Gade e Gileade; e, estando Saul ainda em Gilgal, todo o povo veio atrás dele,
tremendo.
E sucedeu
que, no dia da peleja, se não achou nem espada, nem lança na mão de todo o povo
que estava com Saul e com Jônatas; porém acharam-se com Saul e com Jônatas, seu
filho.
Disse, pois,
Jônatas ao moco que lhe levava as armas: Vem, passemos à guarnição destes
incircuncisos; porventura, operará o Senhor por nós, porque para com o Senhor
nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos.
Então, o seu
pajem de armas lhe disse: Faze tudo o que tens no coração; volta, eis-me aqui
contigo, conforme o teu coração.Para descobrir os segredos para se vencer a angústia, participe neste domingo (20/04/2014) da Escola Bíblica Dominical.
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