Material Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 101 - Editora Betel
Louvor e Adoração - Lição 04
Comentarista: Pr.
José Elias Croce
Comentários Adicionais
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene
Wanderley
Texto Áureo
Salmos 89:7
Deus deve ser em extremo tremendo na assembleia dos santos e grandemente
reverenciado por todos os que o cercam.
Verdade Aplicada
O culto é uma das mais belas e antigas formas do homem expressar sua
devoção, gratidão e adoração a Deus. É o ato central de identidade cristã
através da história.
Textos de Referência
I Coríntios 14.26-29; 40
Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo,
tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para
edificação.
E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando
muito, três, e por sua vez, e haja intérprete.
Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo
mesmo e com Deus.
E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.
Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.
Desfrutando da Presença de Deus
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
No contexto
religioso, “o culto” pode ser definido como a mais alta homenagem que se presta
a uma divindade. Outros sinônimos para o termo na língua portuguesa são:
“veneração”, “homenagem”, “admiração”, “reverência” e “adoração”. Fato inegável
é que desde o Éden, período em que o homem esteve diariamente na companhia de
Deus, a humanidade tem sofrido com a ausência desta relação intimista com seu
Criador, sem ao menos compreender que suas maiores inquietações são oriundas da
falta de um contato íntimo e pessoal com Deus. Todo homem é composto de corpo,
alma e espírito, e este espírito veio de Deus e anseia voltar para Deus, e como
muitas vezes nos desligamos completamente do espiritual em prol de coisas
efêmeras e temporais, nosso espírito se conturba na ânsia de estar na presença
do Senhor, causando a deficiência da tão desejada “paz de espírito”. Um culto é
exatamente a exteriorização desta necessidade, quando abrimos mão de afazeres
hodiernos e compromissos extraordinários, para dedicarmos um tempo específico
ao nosso Deus. Em síntese, o culto pode ser definido como sendo o encontro do
homem com Deus, podendo ser praticado individualmente ou de forma coletiva. A
motivação correta para prestação de um culto é a adoração, exaltar ao Senhor
sobre todas as coisas, e ofertar-lhe todos os aspectos de nossa vida. Uma vez
que assim procedemos, algumas benesses recaem sobre nós através da graça e da
misericórdia do nosso Deus, como por exemplo o fortalecimento da nossa fé, a
aquietação de nosso espírito e compreensão do sobrenatural.
Infelizmente, temos
prestado “cultos” deturpados tanto na essência, quanto no propósito, afinal,
templos religiosos ficam abarrotados de crentes superficiais que buscam apenas
seus próprios interesses, e ao invés de prezarem por uma adoração genuína,
entregando seu melhor para Deus, só querem “receber” o seu “milagre” ou ouvir
uma palavra direcionada que massageie o seu ego. Em seu texto “Fabulas e Modismos”, o Pr. Wilson
Gomes faz uma análise do atual cenário eclesiástico brasileiro: A
Igreja do Senhor Jesus tem atravessado nestes últimos anos por ondas de
modismos e invencionices, que chegam à beira de verdadeiras heresias. Líderes
que são adorados quase como seres divinais e públicos que se engalfinham para
ter acesso as gotas “santificadas” do suor de seus pregadores. Templos
megalomaníacos de ostentação, trazem de volta ritos e celebrações, que para a
Igreja, já foram abolidos na cruz. Neste tempo de tantos desvios doutrinários e
teologia forjada em interesses; qual é a saída para homens e mulheres sinceros
que desejam apenas cultuar ao seu Deus em “Espírito e Verdade?”
A resposta passa
primeiro pela conscientização da simplicidade do Evangelho, cuja doutrina
inalterável pelos séculos é a diminuição do próprio “eu” para que “Cristo” se
destaque (João 3:3). No culto genuíno, não existe lugar para dois senhores,
logo, é preciso se esvaziar de toda soberba humana, para que Deus seja
entronizado de maneira soberana, e sua palavra seja a única regra de fé a nos
guiar. É preciso ter a consciência que não existe avivamento fora da PALAVRA,
pois é ela quem liberta, cura, transforma, traz paz e promove a salvação
através da Fé, sem que seja necessária nenhuma dessas peripécias e galhofadas
modernas, que são realizadas supostamente em nome de Jesus. Aliás, se Jesus
voltasse para a Terra hoje, com um chicote nas mãos, poucos templos escapariam
de sua fúria (Mateus 21:12-13). A triste verdade é que temos investido
cada vez mais em cultos pirotécnicos que aprazem aos homens, e menos em cultos
sinceros, que agradam ao nosso Deus. A maior benção que podemos receber em um
culto nem de longe é uma cura miraculosa, uma revelação portentosa ou uma
descarga poderosa de poder; mas sim o simples fato de desfrutar da presença
gloriosa de Deus.
As bases bíblicas do culto cristão
O culto é como uma gota de orvalho em busca do oceano do amor divino. É
uma alma faminta diante do celeiro espiritual. É uma terra sedenta clamando por
chuva. É uma ovelha no deserto, balindo em busca do Bom Pastor. A confissão da
Igreja tem por objetivo principal a glorificação a Deus e alegrar-se nEle (Salmo
122:1). Isto faz do culto o ato mais importante, mais relevante e mais glorioso
na vida do homem (Salmo 84:1-4). Para alcançarmos uma visão correta sobre o
culto cristão, é mister examinarmos alguns termos: “Latreia”, cujo significado
principal é “serviço” ou “culto”. Denota o serviço prestado a Deus pelo povo
inteiro ou pelo indivíduo. Em outras palavras, é o serviço que se oferece à
divindade através do culto formal, ritualístico e através do oferecimento
integral da vida (Êxodo 3:12; Deuteronômio 6:13; Mateus 4:10; Lucas 1:74; 2.37;
Romanos 12:1). “Leitourgia”, palavra composta por outras duas de origem grega,
que são: “povo” (laós) e “trabalho” (érgon). O termo significa “serviço do
povo”. No Antigo Testamento, referia-se ao serviço oferecido a Deus pelo
sacerdote, quando esse apresentava o holocausto sobre o altar de sacrifícios (Josué
22:27; I Crônicas 23:24-28). O termo “proskynein”, originalmente significava
“beijar”. No Antigo Testamento, significava ”curvar-se”, tanto para homenagear
homens importantes e autoridades, como para “adorar” a Deus (Gêneses 24:52; II Crônicas
7.3; 29.29; Salmo 95:6). No Novo Testamento, denota adoração exclusiva a Deus
(Atos 10:25-26; Apocalipse 19:10; 22:8-9).
A adoração cristã se fundamenta na nova aliança (Hebreus 8). Está
franqueada ao cristão a comunhão com Deus pelo novo e vivo caminho aberto por
Jesus Cristo (Hebreus 10:19-22). Portanto, ofereçamos sempre por Ele sacrifício
de louvor (Hebreus 13:15ª). Temos importantíssimas informações sobre o culto em
todo o Novo Testamento. O culto é mediado por Jesus Cristo, um sumo sacerdote
que se identifica com os adoradores (Hebreus 2:12-13,16-18; João 17:24; Mateus
18:20). Cristo fez de Seus seguidores sacerdotes de Deus, isto é, pessoas cujo
culto Deus aceita (Apocalipse 1:5-6; 5.8-10; I Pedro 2:9). É necessário que o
adorador saiba qual é o seu dever em uma reunião cristã e conheça bem as suas
bases para que se comporte eticamente durante o culto. Quantos cristãos
realmente conseguem distinguir entre a verdadeira e a falsa adoração? (João 4:23-24).
Será que nós temos cultuado de um modo que agrade a Deus? (Hebreus 11:5). A
base da nossa adoração é o ensino bíblico ou a experiência humana? A Palavra de
Deus delineia as bases de uma adoração segura e definitiva. A maneira como
estudamos as Sagradas Escrituras e assuntos como esse já demonstra se somos ou
não adoradores. O Eterno Senhor Deus nos chamou para adorá-lo!
O cumprimento de um ritual não basta para que haja culto. É
indispensável à aceitação por Deus do culto oferecido. Deus estabelece
condições para aceitar a adoração de homens. A ignorância dessas condições ou
mesmo sua violação transforma o ritual em exercício unilateral enervante e com
sérias consequências para os participantes e com sérias consequências para os
participantes. Vejamos esses pré-requisitos para que alcancemos a plena
comunhão com Deus: fé (Hebreus 10:38); envolvimento total da vida (Romanos 12:1-2);
deve ser dirigido a Deus (Mateus 4:10; 6.6; Hebreus 13.15); modelado o pelo
ensino bíblico (Mateus 15:9; Hebreus 12:28) e mediado por Cristo (Hebreus 9:12,
24-28; 10:19). É sempre importante lembrar que o culto é um coração faminto em
busca do amor. É uma alma buscando sua contraparte. É o filho pródigo correndo
para a casa de seu pai. Enfim, é o homem subindo as escadas do altar do
Maravilhoso Deus. Dada essa preciosidade que é o culto, precisamos observar
sempre a necessidade da reverência, tendo em vista o exercício do verdadeiro
culto a Deus. O pecado da irreverência é muito sutil e, portanto, muito fácil
de ser cometido, especialmente no aspecto subjetivo. Qualquer um de nós pode
falhar nessa parte, se não vigiar atentamente durante o culto no espírito de oração
e dependência do Espírito Santo de Deus. Somente o Espírito da Verdade nos pode
livrar de cair nesse pecado, que tão grande prejuízo pode acarretar à nossa
vida espiritual.
O Culto e o Templo
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Em 2012, o
IBGE divulgou um estudo que levou a comunidade evangélica no país a um
verdadeiro frenesi, afinal, havíamos crescido cerca de 62% em apenas uma década.
O primeiro culto evangélico realizado no Brasil aconteceu em 10 de março de
1557, três dias depois da chegada de missionários franceses enviados ao país
por João Calvino. Em 1630, foi inaugurada a primeira igreja em terras
brasileiras, filiada a Igreja Reformada Holandesa. Depois vieram os anglicanos,
os luteranos, os metodistas, e em 1858, inaugurou-se a Igreja Evangélica
Fluminense, a primeira no país no estilo congregacional. Os próximos a se
estabelecerem no país foram os presbiterianos, os batistas e os adventistas.
Estas novas denominações são historicamente importantes, pois investiram em educação cristã e na imprensa evangélica.
Em 1911, é inaugurada a primeira igreja pentecostal do Brasil, chamada
inicialmente de Missão da Fé Apostólica, que mais tarde viria a se chamar
Assembleia de Deus. Outras grandes denominações do gênero se estabeleceram nos
anos seguintes, como a Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil (1937), a Igreja
do Evangelho Quadrangular (1951) e a Igreja Pentecostal Deus é Amor (1962). A partir
de 1977, com a fundação da Igreja Universal, deu-se início a um movimento
chamado de neo-pentecostal (ou pentecostalismo moderno), cujos maiores
expoentes são a Igreja Internacional da Graça (1980) e a Igreja Apostólica Renascer
em Cristo (1986). Mais recentemente, as comunidades evangélicas também se
mostraram um segmento bastante atrativo para novos crentes (Sara Nossa Terra,
Projeto Vida, Fonte da Vida, Igreja Mundial do Poder de Deus, Bola de Neve
Church, Plenitude do Trono de Deus, entre outras). Calcula-se que hoje, a cada
quatro brasileiros, um seja evangélico, e as projeções mais otimistas indicam
que até 2022, já seremos pelo menos metade da população brasileira.
Porém,
mesmo com tamanha variedade de denominações, gêneros e estilos eclesiásticos, nos
últimos anos tem crescido exponencialmente o chamado MSI “Movimento dos sem
igreja”, formado por antigos adeptos de diferentes denominações, que optam por
servir ao Senhor sem participar de nenhuma comunidade eclesiástica, cultuando
apenas em casa, ou em pequenos grupos familiares. Com isso, desvinculam-se completamente
de qualquer igreja. A grande maioria dos adeptos deste movimento alegam
decepção com as instituições evangélicas e seus líderes, bem como a cristandade
em geral. É claro que o movimento desperta críticas severas a sua ideologia,
pois historicamente, o cristianismo tem sido praticado em comunidade, já que a
igreja é identificada nas escrituras como sendo o “Corpo de Cristo”, assim,
qualquer membro fora do corpo, estaria fadado a aniquilação (I Coríntios 12:27).
Segundo o respeitado site de estudos Got Question, a Bíblia ensina que
precisamos ir à igreja para que possamos adorar a Deus com outros crentes e ser
instruídos em sua Palavra para nosso crescimento espiritual (Atos 2:42; Hebreus
10:25). A igreja é o lugar onde os crentes podem amar uns aos outros (I João
4:12), exortar uns aos outros (Hebreus 3:13), “estimular” uns aos outros
(Hebreus 10:24), servir uns aos outros (Gálatas 5:13), instruir uns aos outros
(Romanos 15:14), honrar uns aos outros (Romanos 12:10) e ser bondosos e
misericordiosos uns com os outros (Efésios 4:32).
Servir ao
Senhor e prestar-lhe culto é um exercício diário, praticado inclusive na
solitude do próprio quarto (Mateus 6:6). Entretanto é inegável que o fato de
estar congregando junto a irmãos de fé, é uma atividade de vital importância para
a vida espiritual do crente, pois o templo sempre foi um catalisador de nossa
espiritualidade. Quando lemos o Salmo 73, encontramos Asafe lutando sozinho com
seus dilemas e questionamentos espirituais, e o resultado quase é uma tragédia
pessoal (versos 2 e 3). Em sua solidão, o salmista se mostra fraco para lidar
com questões complexas, como o senso de justiça humano em paradoxo com a
justiça divina, e em decorrência destes dilemas, ele vê a própria fé se extinguir
(versos 4-14). Seu coração apenas se aquieta quando ele toma a atitude de se
levantar e ir ao "santuário", e é na Casa de Deus, que Asafe encontra as respostas
que procurava (versos 16 e 17). Foi no templo que sua fé se fortaleceu, o mesmo
efeito experimentado por Ana em I Samuel 1. A vida em comunhão no templo é amplamente
aconselhada pelos escritores neo-testamentário, que ressaltam inclusive os benefícios
terapêuticos da união fraternal (Romanos 12:15 / Tiago 5:16). Então, ao invés
de evitar a comunhão do Corpo de Cristo em nome da justiça própria, o cristão
deve sempre priorizar a vontade do Senhor Jesus, que era ver a sua igreja unida
como um organismo único e funcional (João 17:11). Assim, agindo de modo a
agradar a Cristo, certamente seriamos menos amargos e rancorosos, e ao invés de
criticar as instituições e seus adeptos, agradeceríamos a oportunidade de poder
prestar um Culto ao Senhor, em comunhão com os demais irmãos de fé, sendo
realmente Família de Deus na terra. Que Deus preserve em nós o mesmo sentimento
de Davi, cujo coração saltava de alegria mediante um simples convite para
participar de um culto em sua igreja (Salmo 122:1)
A necessidade e essência do culto
O tédio é um estado mental resultante do esforço para manter interesse
por uma coisa pela qual não temos o mínimo interesse. Este fato tem levado a
Igreja, em nossos dias, a oferecer certos atrativos ao povo no que tange ao
culto. O culto é necessário pelas seguintes razões. Primeiro, finalidade do
homem. No culto, o homem acha a razão da sua existência. Ele foi criado para
sua adoração. Fora da posição de adorador de Deus, o homem não encontra o
sentido para a vida (I Coríntios 10:31; Romanos 11:36). Segundo, obediência. O
culto foi instituído e ordenado por Jesus Cristo. Quando a Igreja se reúne para
louvar, orar e pregara a Palavra, ela simplesmente obedece (Marcos 16:15-16; Atos
1:8; 20.7; I Coríntios 11:24-25). Terceiro, utilidade. O culto é suscitado e
expresso pelo Espírito Santo. A salvação provoca adoração (Atos 10:46). O
perdão restaura a capacidade de adorar, que foi anteriormente perdida por causa
do pecado. Infelizmente, em muitos lugares, raramente é possível ir a uma
reunião cuja atração seja somente Deus. Sendo assim, só se pode concluir que os
filhos de Deus estão entediados dEle, pois é preciso mimá-los com pirulitos e
balinhas na forma de filmes religiosos, jogos e refrescos. Vejamos e aprendamos
com os exemplos de Lucas 5:25; 13:13; 17:15; 18:43; I Coríntios 12:3 e II
Coríntios 1:22. O culto é útil. Ele tem utilidade didática, sociológica e
psicológica. No ato do culto, aprendemos a ser cristãos, integração e comunhão
pessoal (I Coríntios 10:17; Atos 2:42-47). Por fim o culto traz paz, descanso e
cura a alma dos fiéis.
Em meio às múltiplas maneiras de cultuar, há um elemento imprescindível
à adoração: o amor. A essência da adoração: o amor. A essência da adoração é o
amor. É totalmente impossível adorar a Deus sem amá-Lo. O Eterno Senhor Deus
nunca se satisfaz com menos que “tudo” (Deuteronômio 6:5; Mateus 22:37). Vale a
pena ressaltar que o culto verdadeiro requer amor de todo o coração, amor
integral da mente e todo o nosso esforço. Para os hebreus, o “coração” é
considerado a sede da mente e da vontade, bem como as emoções. O termo “alma”
refere-se a fonte da vida e vitalidade (Gêneses 2:7-19), ou mesmo o próprio
“ser”. Esses dois termos indicam que o homem deve amar a Deus sem qualquer
reserva em sua devoção. É no coração humano que Deus revela (Atos 16:14; II Coríntios
4:4-6). Portanto, é com o coração que devemos expressar nosso amor por Ele.
A adoração também envolve o exercício da mente. “Dianóia”, em grego,
significa a capacidade de pensar e refletir religiosamente (I João 5:1; 2:10;
Efésios 4:18). Este entendimento é dádiva divina (Lucas 24:25; Efésios 1:17-18).
Portanto, a adoração deve ocupar a mente de maneira a envolver a meditação e a
consciência do homem. Em Romanos 12:2, Paulo estabelece que o culto deve ser
racional: “Logiken latreia”. Amar a Deus com entendimento é um desafio para o
cristão (Marcos 12:30), pois esse amor exige todo o nosso esforço e, nesta
adoração cristã. Deus exige ser amado com toda força do adorador (Marcos 12:30;
Lucas 10:27; Deuteronômio 6:5). O termo “força” (Ischyos), refere-se a força e
poder de criaturas vivas (Hebreus 11:34). Exige-se que o cristão gaste todas as
suas energias físicas em atos de amor a Deus (Romanos 12:1). O amor a Deus
expressa-se no serviço prestado por meio do coração (I Coríntios 13:3).
Portanto, amar a Deus com “toda a força” representa gastar a vida e energia
unicamente com expressões de lealdade e afeição a Deus. No ato do culto, devemos
aprofundar a nossa comunhão com Deus, num intercâmbio de ações e sentimentos.
Devemos senti-Lo, devemos dialogar com Ele e devemos nos render a Ele.
A Centralidade no Culto
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley
Desde os
primórdios tempos, o homem vem em busca de algo preencha o seu vazio interior.
Essa busca incessante pelo divino, pelo sobrenatural traz vários benefícios a existência
humana, mas ao mesmo tempo, pode causar transtornos quase irreversíveis na
história da humanidade. E assim tem sido. A necessidade de se adorar um ser
superior, um deus poderoso e atemporal, vem mostrando ao logo dos anos que essa
vontade interior que está entrelaçada no espírito e na alma do homem, faz com
que ele busque desesperadamente cultuar todo tipo de deuses, se não tiver um
encontro real com o único Deus.
São vários
os meios de se cultuar a uma divindade ou de se prestar culto a quem se adora. Mas
a Bíblia Sagrada nos mostra a trilha do verdadeiro culto que agrada a Deus.
Gosto muito dos Salmos 84, 100, 122, pois são referenciais para um culto agradável
ao Senhor. Existem vários outros textos que expressam as verdades de Deus em
relação ao culto que ele espera de seus adoradores. Na lição aqui estudada, tambem encontramos alguns
pré-requisitos do culto, tal como a Fé, pois sem fé não se pode agradar a Deus
Hebreus 11:6. A fé é o firme fundamento das coisas que esperamos, a concreta
certeza dos fatos que não podemos vê. Hebreus 11:1. A fé é a força promotora
que faz que os justos vivam na certeza de estão agradando a Deus (Hebreus 10.38).
Outro fator imprescindível é o “envolvimento total” da vida do adorador. O
apóstolo Paulo traz a luz à igreja de Roma como se adora a Deus envolvendo-se
totalmente. Ele convida a que se apresenteis como sacrifício vivo, santo,
agradável. O nosso culto deve nos custar sacrifício vivo, devemos trazer ao
nosso culto o resultado vivo de um sacrifício. (Romanos 12:1-3).
O nosso
culto deve ser unicamente dirigido, devotado, sacrificado, prestado ao Deus
único e eterno. O nosso culto deve ser dirigido, regido, monitorado,
rigorosamente fiscalizado e modelado pelo ensino bíblico. A Bíblia é o manual
único e verdadeiro onde temos todas as informações de como adorar ao Senhor,
sem medo de cometer erros que venha nos afastar do verdadeiro Deus (Romanos
12:28). Jesus é o único meio ou via de
contato com Deus, Ele é o mediador entre criatura e criador. Ele tem que ser o
centro do culto cristão. (Hebreus 9:12-28). Nos falta tempo para abordar em
detalhes os Salmos acima citados, mas vale uma leitura corajosa e destemida de
todos eles. Neles, todos nós encontraremos lições e advertências quanto a forma
de prestar culto ao Senhor nosso Deus.
A reverência no culto
São muitas as bênçãos que podemos receber de Deus durante o culto, mas a
apropriação de tais bênçãos deveria ser o objetivo de todos quantos participam
do culto. Mas qual a maneira correta de participarmos do culto? Participar com
espírito de reverência (Hebreus 12:28). O Reino de Deus é impossível de ser abalado (Hebreus 12:28). Não existem
sistemas, ordens ou poderes que superem esse Reino, pois o Senhor dos senhores
é o comandante. Essa é uma das razões pelo qual devemos prestar uma reverência
crescente diante de sua presença. Às vezes, não prestamos a devida atenção a
esses fatos e reverenciamos mais os homens com os seus supostos poderes do que
nosso próprio Deus, que se manifesta constantemente no culto que lhe é devido. De
acordo com o dicionário, podemos definir reverência como: “Ação de reverenciar;
respeito às coisas sagradas; movimento do corpo para saudar especialmente aos
santos, o qual consiste em inclinar a cabeça e o corpo ou dobrar um pouco um ou
ambos os joelhos; acatamento, respeito, veneração, atenção e consideração”. O
termo “eulábeia”, do grego, é traduzido como “temor, estar temeroso;
preocupado, tomar cuidado, respeito, inclinar-se, etc.” Na passagem bíblica de
Hebreus 11:7, veremos que Noé temeu. O Eterno Deus quer que tenhamos espírito
reverente.
É necessário que durante o culto mantenhamos uma atitude consentânea com
o local de adoração, uma vez que Deus está no templo (Mateus 18:20). Temos a
garantia da presença do Senhor em qualquer reunião em que o Seu nome seja
cultuado. Uma vez que Ele se faz presente em nossas reuniões, necessários se
torna que o reverenciemos. A movimentação desnecessária, o entra e sai a todo
momento, a distração ou desatenção, as leituras desnecessárias e outras
modalidades de irreverências devem ser proscritas do ambiente do culto. É de suma
importância que saibamos e estejamos conscientes de que o local de culto é
somente para adorar a Deus. Deus valoriza o adorador sincero e reverente (Eclesiastes
5:1). Devemos entrar no templo com profunda reverência, iniciando com a oração
de joelhos e permanecer reverentemente do início até o final do culto. O pecado
da irreverência é o responsável pela debilidade espiritual de grande número de
membros de igrejas. Aquele que não mantém uma atitude correta perante Deus
durante o culto não cresce espiritualmente, além do que prejudica sensivelmente
o trabalho, com sua frieza e indiferença.
Sem a verdadeira adoração a Deus não há verdadeiro culto. Se, na
presença do Altíssimo, não demonstrarmos, com toda sinceridade de alma, a nossa
profunda humildade e reverência em sua face da Sua santidade absoluta (Eclesiastes
5:1); se não evidenciarmos nosso amor e dedicação a Ele; se não demonstrarmos
confiança no cuidado que Ele tem para conosco; se o nosso coração não estiver
transbordando desses profundos sentimentos em Sua presença, não estaremos
cultuando verdadeiramente ao nosso Deus. A Palavra de Deus nos adverte: “
Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do
que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.” (Eclesiastes
5:1). Parafraseando: “Guarda teus ouvidos; teus olhos; tuas mãos; tua mente; e
teu coração”; para que sejas agradável a Deus (Hebreus 12:28). Jesus expulsou
os mercadores do templo (João 2:16). Deus disse a Moisés: “Não te chegues para
cá; tira os teus sapatos de teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra
santa.” (Êxodo 3;5). Respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué:
“Descalça os sapatos dos teus pés, porque o lugar em que estás é santo.” (Josué
5;15). Etã, o ezraíta, declarou: “Deus deve ser em extremo tremendo na
assembleia dos santos e grandemente reverenciado por todos os que o cercam.” (Salmo
89:7).
Conclusão
O culto é acompanhado de uma ética cultual, isto é, exige-se que se
saiba o que significa cultuar a Deus. A conscientização desse fato é
primordial. Isso gera a exigência da reverência peculiar do verdadeiro adorador
e, por conseguinte, descortina e rechaça a irreverência, repugnada pelo próprio
Deus.
Vivemos
para adorar. Deus criou o homem para que este O adorasse. O combustível da
adoração é a comunhão com Deus. Uma comunhão verdadeira e despretensiosa começa
em um lugar secreto. Adoração é decidir investir a vida no Eterno. É quando nos
redescobrimos em Deus e todas as demais coisas são periféricas diante de tão
grande descoberta. Deus não procura adoração, mas adoradores. Para compreender
ainda mais os princípios da verdadeira adoração, participe deste domingo, 23 de outubro de 2016, da Escola Bíblica
Dominical.
A substancial lição comentada pelo amigo e pastor Elias Croce foi suplementada de forma responsável e não menos substanciosa. Parabéns! Deus seja louvado!
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