Texto
Áureo
Jeremias
1:12
E disse-me
o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.
Verdade Aplicada
As
palavras que Jeremias proferia não eram palavras mal faladas, lançadas ao sabor
do sentimento, mas, sim, frutos da revelação direta ao Senhor.
Textos de
Referência
Jeremias
1:11-14
Ainda veio
a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo
uma vara de amendoeira.
E disse-me
o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.
E veio a
mim a palavra do Senhor, segunda vez, dizendo: Que é que, vês? E eu disse: Vejo
uma panela a ferver, cuja face está para a banda do Norte.
E disse-me
o Senhor: Do Norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra.
A boca de Deus
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Profeta,
no contexto bíblico, é alguém que anuncia os dignos divinos, revelando o
passado, o presente e o futuro, através da inspiração do próprio Deus. “POSTURA” é um termo geral, que em regra comum, define a posição ou a
postura do corpo em atividades especificas. A palavra vem do latim “positūra”, e nos remete a ideia de adaptação corporal a um espaço geográfico. Uma
vez que ambos os termos são compreendidos, fica bem mais fácil avaliáramos a
postura profeta de Jeremias. O princípio básico, é que um profeta é um “assessor
de imprensa” do próprio Deus, já que tem a incumbência de retransmitir aos
homens as palavras do Senhor. Assim, ele necessita estar contextualizado em
suas palavras, viver a mensagem que transmite. Alguém que “fala” por “Deus”,
deve honrar a todo momento, a instituição eternal que representa. Neste
aspecto, Jeremias é um exemplo a ser seguido e admirado. Seu ministério foi
integralmente intenso, mesmo perfazendo o período longevo de quarenta anos.
Seu ministério teve início durante o reinado de Josias, um rei que se dedicou a restauração religiosa de Judá, que incluiu a reforma do templo, a divulgação pública dos preceitos da lei e a abolição de cultos idólatras. Estas atitudes promoveram um grande despertamento espiritual no reino, e aplacaram a ira do Senhor contra Judá. Neste tempo de avivamento, Jeremias foi peça fundamental, aliando seu ministério profético a sua vocação sacerdotal. Infelizmente, Josias morreu em combate, e seu filho Jeocaz não foi capaz de resistir as investidas do Egito. Em apenas três meses, o Faraó Neco, subjugou Judá e destronou o jovem monarca. Os egípcios escolheram Eliaquim para governar no lugar do rei deposto, e para mostrar seu poderio, o renomearam como Jeoaquim.
Esta foi uma nova era de apostasia espiritual, já que os líderes de Judá passaram a se dedicar a uma vida de politicagem e busca de satisfação pessoal. Jeremias recebeu a revelação que Judá seria derrotada pela Babilônia, e com muita coragem transmitiu este recado a todo reino. Porém, o profeta foi censurado e recriminado. Jeoaquim não se mostrava preocupado com o avanço dos caldeus, pois acreditava que o Egito, a quem pagava tributos, seria um escudo intransponível, caso os babilônicos insurgissem contra os judeus. Mas, passados três anos, as profecias de Jeremias começaram a se concretizar. O Egito foi derrotado pela Babilônia, e o rei Nabucodonosor, declarou Judá “estado-vassalo”. Para garantir a fidelidade de seus novos asseclas, o rei caldeu levou cativo diversos príncipes de Judá. Era o início do exílio profetizado por Isaías e ratificado por Jeremias.
Ridicularizando os conselhos de Jeremias, que apontavam a uma rendição total, o rei Joaquim se rebelou contra a Babilônia. O resultado foi um sitio babilônico em Jerusalém por mais de um ano, causando fome na cidade, e a morte de muitos judeus, entre eles, o próprio rei. Joaquim, também chamado de Jeconias, assumiu o trono e, após três meses de reinado, declarou a rendição. Em retaliação ao levante, Nabucodonosor ordenou uma nova deportação, que retirou de Judá seus soldados, artesãos, comerciantes e toda elite social. O rei e sua família foram deportados também. Zedequias, o filho de Josias que ainda estava vivo, assumiu o trono de Judá. Seu coração era mau, e suas decisões revestidas de iniquidade. Foi um período de grande perseguição a Jeremias, que condenava publicamente o tratado de cooperação que Zedequias assinou com o Egito.
Como Jeremias profetizou, o resultado desta revolta foi a ruína. O Egito quebrou o acordo e Judá se viu novamente sitiada pelos babilônicos, que após dois anos de cerco, destruíram Jerusalém, pondo a baixo o templo, fendendo os muros e queimando toda a cidade. Os últimos cidadãos de relevância foram deportados, deixando para trás apenas escombros e mendigos. Jeremias escolheu ficar para trás, e sobre as ruínas de Jerusalém, escreveu grande parte de seu livro biográfico, bem como as suas lamentações. Cinco reis diferentes, com períodos políticos e religiosos fervilhantes. Este foi o staff ministerial de Jeremias, que mesmo enfrentando frustrações pessoais e crises ministeriais, nunca recuou um único grau em sua mensagem.
O segredo desta postura ministerial, que não se adaptava a cenários políticos, mas se mantinha padronizado a vontade de Deus, pode ser encontrado na vocação do profeta. Quando o Senhor o convocou para este árduo trabalho, Jeremias se sentiu inapto a exerce-lo. Ele se sentia uma criança, incapaz de lidar com tantas responsabilidades. Suas palavras não teriam “peso” (Jr 1.6). Neste momento, Deus validou seu ministério, dizendo: - Eu colocarei as minhas palavras em sua boca (Jr.1.9). Jeremias assimilou a responsabilidade e entendeu a grandiosidade desta honra. Ele era a boca de Deus. Profeta do Senhor. Suas palavras provinham do Altíssimo, e nenhum rei iria o fazer calar.
Seu ministério teve início durante o reinado de Josias, um rei que se dedicou a restauração religiosa de Judá, que incluiu a reforma do templo, a divulgação pública dos preceitos da lei e a abolição de cultos idólatras. Estas atitudes promoveram um grande despertamento espiritual no reino, e aplacaram a ira do Senhor contra Judá. Neste tempo de avivamento, Jeremias foi peça fundamental, aliando seu ministério profético a sua vocação sacerdotal. Infelizmente, Josias morreu em combate, e seu filho Jeocaz não foi capaz de resistir as investidas do Egito. Em apenas três meses, o Faraó Neco, subjugou Judá e destronou o jovem monarca. Os egípcios escolheram Eliaquim para governar no lugar do rei deposto, e para mostrar seu poderio, o renomearam como Jeoaquim.
Esta foi uma nova era de apostasia espiritual, já que os líderes de Judá passaram a se dedicar a uma vida de politicagem e busca de satisfação pessoal. Jeremias recebeu a revelação que Judá seria derrotada pela Babilônia, e com muita coragem transmitiu este recado a todo reino. Porém, o profeta foi censurado e recriminado. Jeoaquim não se mostrava preocupado com o avanço dos caldeus, pois acreditava que o Egito, a quem pagava tributos, seria um escudo intransponível, caso os babilônicos insurgissem contra os judeus. Mas, passados três anos, as profecias de Jeremias começaram a se concretizar. O Egito foi derrotado pela Babilônia, e o rei Nabucodonosor, declarou Judá “estado-vassalo”. Para garantir a fidelidade de seus novos asseclas, o rei caldeu levou cativo diversos príncipes de Judá. Era o início do exílio profetizado por Isaías e ratificado por Jeremias.
Ridicularizando os conselhos de Jeremias, que apontavam a uma rendição total, o rei Joaquim se rebelou contra a Babilônia. O resultado foi um sitio babilônico em Jerusalém por mais de um ano, causando fome na cidade, e a morte de muitos judeus, entre eles, o próprio rei. Joaquim, também chamado de Jeconias, assumiu o trono e, após três meses de reinado, declarou a rendição. Em retaliação ao levante, Nabucodonosor ordenou uma nova deportação, que retirou de Judá seus soldados, artesãos, comerciantes e toda elite social. O rei e sua família foram deportados também. Zedequias, o filho de Josias que ainda estava vivo, assumiu o trono de Judá. Seu coração era mau, e suas decisões revestidas de iniquidade. Foi um período de grande perseguição a Jeremias, que condenava publicamente o tratado de cooperação que Zedequias assinou com o Egito.
Como Jeremias profetizou, o resultado desta revolta foi a ruína. O Egito quebrou o acordo e Judá se viu novamente sitiada pelos babilônicos, que após dois anos de cerco, destruíram Jerusalém, pondo a baixo o templo, fendendo os muros e queimando toda a cidade. Os últimos cidadãos de relevância foram deportados, deixando para trás apenas escombros e mendigos. Jeremias escolheu ficar para trás, e sobre as ruínas de Jerusalém, escreveu grande parte de seu livro biográfico, bem como as suas lamentações. Cinco reis diferentes, com períodos políticos e religiosos fervilhantes. Este foi o staff ministerial de Jeremias, que mesmo enfrentando frustrações pessoais e crises ministeriais, nunca recuou um único grau em sua mensagem.
O segredo desta postura ministerial, que não se adaptava a cenários políticos, mas se mantinha padronizado a vontade de Deus, pode ser encontrado na vocação do profeta. Quando o Senhor o convocou para este árduo trabalho, Jeremias se sentiu inapto a exerce-lo. Ele se sentia uma criança, incapaz de lidar com tantas responsabilidades. Suas palavras não teriam “peso” (Jr 1.6). Neste momento, Deus validou seu ministério, dizendo: - Eu colocarei as minhas palavras em sua boca (Jr.1.9). Jeremias assimilou a responsabilidade e entendeu a grandiosidade desta honra. Ele era a boca de Deus. Profeta do Senhor. Suas palavras provinham do Altíssimo, e nenhum rei iria o fazer calar.
Doçura e Amargor
Pb. Bene Wanderley
Quero
iniciar este comentário, com um lembrete de grande importância, inserido na
introdução do texto didático: O verdadeiro profeta (aquele que tem a função
de transmitir a mensagem de Deus na sua forma mais íntegra sem temer os
opositores da verdade) vive para Deus e procura fazer a sua vontade. O
ponto chave desta lição é compreender a postura profética de Jeremias, já que
ela nos revela que mesmo diante de nossas incapacidades, quando Deus escolhe
alguém para fazer sua obra, Ele mesmo capacita. Quando Deus chama um homem para
fazer sua vontade, Ele se responsabiliza em sustentá-lo. Por essa razão, nunca
devemos nos esquivar ao sermos chamados por Deus. Infelizmente estamos vivendo
dias mui difíceis, onde muitos crentes, e até ministérios, tem rejeitado a
palavra da verdade, reprimindo os profetas que Deus tem levantado para trazer luz
a toda injustiça no meio de seu povo.
Para
compreendermos com mais clareza tudo isto, o texto registrado em Provérbios 3:12 é de vital importância,
já que nEle, encontramos uma advertência fundamental para nossa maturidade
cristã. Deus nos ama, mas, também nos corrige e nos repreende com severidade,
se for preciso. Logo, nenhum profeta pode escolher ser apenas doce, já que o
amargo faz parte do cardápio divino. Hebreus 12 é outro texto bíblico que traz luz
ao nosso entendimento sobre este assunto, já que nos ensina a jamais desprezarmos a repreensão, pois através dela, o Senhor disciplina aqueles a quem tem por
filhos.
Eu, particularmente, amo e me identifico com os escritos, e com o ministério de Jeremias. Ao longo dos mais de trinta anos de caminhada com Deus, não vejo outra mensagem que mais se identifique com a nossa geração, do que as mensagens do profeta Jeremias, que pregava o abandono do que o “homem quer” e a aceitação do que “Deus quer”. Oxalá, o Senhor levante homens que não amem suas próprias vidas, mas, que ame a Deus e a sua palavra acima de tudo.
Eu, particularmente, amo e me identifico com os escritos, e com o ministério de Jeremias. Ao longo dos mais de trinta anos de caminhada com Deus, não vejo outra mensagem que mais se identifique com a nossa geração, do que as mensagens do profeta Jeremias, que pregava o abandono do que o “homem quer” e a aceitação do que “Deus quer”. Oxalá, o Senhor levante homens que não amem suas próprias vidas, mas, que ame a Deus e a sua palavra acima de tudo.
Material
Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição
03
A
postura profética de Jeremias
Comentarista: Pr.
Clementino de Oliveira Barbosa
Introdução
O
verdadeiro profeta vive para Deus e procura fazer a Sua vontade, ainda que para
isso tenha que sofrer dores e perseguições. Jeremias lutou pelas causas do
Senhor sem receio do que os homens pudessem lhe fazer.
A postura
profética de Jeremias
A postura
profética de Jeremias nos chama atenção por sua disposição em ouvir a voz do
Mestre. Quando Deus chama e separa para Sua obra, Ele capacita aquele a quem
chamou. Embora Jeremias não se achasse preparado para tal missão (Jr 1.6),
aprendemos que, quando somos separados por Deus, nossa postura tem que ser
outra perante o mundo. Deus não nos chama para um trabalho sem que nos capacite
e nos ajude na execução dele (Rom 12.2). O profeta Jeremias sabia muito bem o
que significava amar o próximo. Ele doou a sua vida ao seu povo. Toda essa
dedicação e entrega fez dele um profeta inesquecível para a nação de Israel.
Para Jeremias, Deus é o Senhor. Jeremias atribuía a Deus, a quem servia, as
mais altas características (Jr 32.17), 25), e o considerava Senhor não somente
de Judá, mas também de todas as nações (Jr 5.15; 18.7, 10).
Jeremias amava
seu povo, mas ele amava a Deus muito mais. Por mais doloroso que fosse
transmitir uma mensagem pesada ao seu povo, Jeremias foi obediente a Deus acima
de tudo.
O Senhor
chama homens e mulheres para transmitir sua mensagem. Ele optou por atuar desta
forma devido às nossas limitações. Ele sabia que não estaríamos preparados para
ouvir diretamente sua voz. Todavia pensamos que Deus só utiliza pessoas
importantes em Sua Obra, ledo engano, pois Ele usa pessoas comuns, inclusive
infiéis (Jr 27.6). Jeremias não era conhecido por ninguém a não ser pelo Rei
dos reis, que o convocou para sua missão. O Eterno Deus quer que realizemos a
sua obra. O apóstolo Paulo nos diz; “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste
mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo
para confundir os fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as
desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são”. (1Co 1.27-28).
Fomos
escolhidos pelo Senhor para sermos pregadores, profetas, pastores, etc.
Conforme andamos com Deus, e oferecemos o nosso culto racional, a nossa
comunhão amplia, a devoção vã dá lugar à adoração apropriada, leal, muito maior
do que qualquer prêmio que possamos ter nesta vida. Que possamos sempre estar
atentos à voz do Mestre e ouvi-la como Jeremias, que escutou e se colocou à
disposição para a Sua missão. A exposição da Palavra de Deus é algo sublime,
por isso Ele nos dá um chamado, e quando dizemos: “Eis-me aqui”, o Senhor nos
capacita com dons espirituais para podermos cumprir este chamado, combater o
bom combate, terminar a carreira e guardar a fé, como nos ensina o apóstolo
Paulo (2Tm 4.7).
Temos
dezenas de exemplos de homens e mulheres que foram escolhidos sem que ninguém
acreditasse neles. Cito o exemplo de Davi. Ele jamais esperava ser escolhido
como rei de Israel. Na sua casa, ele, aparentemente, era o candidato menos
indicado. Quando o profeta Samuel foi a Belém, a mando de Deus, para ungir o
novo rei, Davi não estava presente entre seus irmãos, pois se achava no campo,
com o rebanho do seu pai, pois era o mais jovem da família, o menos experiente.
No entanto, foi precisamente ele o escolhido (1Sm 16.12).
A estratégia
do diabo é fazer com que pensemos que Deus não pode nos usar. Lembremos dos
seguintes homens que o Senhor usou: Moisés, o mesmo que libertou o povo do
Egito, não sabia falar direito (Êx 4.10); João Batista, que anunciava a vinda
do Messias, se vestia com pele de camelo, e comia gafanhotos (Mt 3.4); Zaqueu
era cobrador de impostos a serviço de Roma, mas Jesus o achou (Lc 19.2); Paulo,
de perseguidor a perseguido (At 9.23); o próprio Jeremias, que se achava
incapaz para tão nobre missão (Jr 1.6). A Bíblia está repleta de pessoas a quem
ninguém dava crédito. Mas, o Senhor usou a cada um com seu estilo, seu humor,
seu jeito e suas características. Com todos esses exemplos devemos ficar
atentos, pois o próximo a ser escolhido para uma missão pode ser um de nós.
A visão da
amendoeira
“Ainda
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vez, Jeremias? E eu disse:
Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo
sobre a minha palavra para a cumprir”. (Jr 1.11-12). A amendoeira é a árvore
que mais cedo floresce. Deus está revelando que a mensagem profética anunciada
por Jeremias frutificará (se cumprirá), pois Ele mesmo cuida e vigia para que
assim seja. A amendoeira é vista como a “despertadora” no ditado hebraico,
visto que entre todas as árvores ela é a que floresce primeiro, estando sempre
alerta à oportunidade de florir. As amendoeiras também possuem uma grande
capacidade de regeneração, não necessitando de podas. Elas transmitem uma
importante lição de restauração e superação. Assim como a amendoeira, que está
vigilante a cada oportunidade para florir, o Senhor está em sentinela para, no
momento certo, cumprir a Sua Palavra.
A amendoeira
já possuía um forte simbolismo na biografia do povo de Deus. Primeiro, a vara
de Arão floresceu e brotou amêndoas (Nm 17.8). Segundo, a exortação final de Eclesiastes
usa o florescer da amendoeira como exemplo (Ec 12.5). Terceiro, o candelabro
era adornado por amendoeiras (Êx 25.33). Jeremias, como filho de sacerdote, era
um grande conhecedor da Lei. Essa vara de amendoeira fazia Jeremias se lembrar
da vara de Arão, o escolhido de Deus para a liderança sacerdotal no meio do
povo de Israel. Deus estava falando a Jeremias que Ele é igual à amendoeira,
que fica de sentinela esperando a primavera. Deus, semelhantemente, vigia para
que a Sua Palavra se cumpra.
Na
linguagem Bíblica, a palavra “vara” simboliza “pessoa”, Jesus disse: “Eu sou a
videira; vós, as varas” (Jo 15.5). Portanto vara de amendoeira simboliza
“pessoas vigilantes”. Graças a Deus temos um Deus que nunca dorme. Quando a
sentinela está dormindo em seu posto, o povo passa graves ameaças, o inimigo
entra desapercebido e faz uma grande arruaça no lugar onde adentrou (Sl 121.4).
Jesus comparou
sua vinda com a maneira em que um ladrão chega para roubar: inesperadamente.
Ele registrou o seguinte aviso: “Portanto, mantende-vos vigilantes, porque não
sabeis em dia virá o vosso Senhor. Mas, sabei isto, que, se o dono de casa
tivesse sabido em que vigília viria o ladrão, teria ficado acordado e não teria
permitido que a sua casa fosse arrombada” (Mt 24.42-43). S vigilância é
essencial na vida do Cristão (1Pe 5.8).
O profeta
Jeremias, como uma grande sentinela, proclamava ao povo que era preciso
acordar! Ele dizia que era preciso abrir os olhos e abandonar o pecado. Ele
denunciava o que estava errado e apontava os responsáveis: o rei Joaquim (Jr
22.13, 19), a casa real de Judá (Jr 22.11, 14), os escribas (Jr 8.8-9), os
pastores (Jr 10.21), os sacerdotes (Jr 8.10; 23.11) e os profetas (Jr 14.13,
16; 23.9, 40). Ele também indicava todos os crimes (Jr 7.9): idolatria (Jr
7.18; 9.13), exploração (Jr 9.2, 4), não pagar salário (Jr 22.13), desprezo
pelos órfãos e viúvas (Jr 7.6; 22.3) mentira (Jr 8.10), assassinato de gente
inocente (Jr 22.17), sacrifícios de crianças a falsos deuses (Jr 19.4; 7.31;
22.3), etc.
É preciso
falar de Jesus. O inimigo está por perto e também há como derrota-lo. Jesus é a
luz do mundo, que veio para brilhar entre as trevas e, assim, afastá-las, dando
visão aos que antes estavam no escuro.
A visão da
panela a ferver
O profeta
Jeremias tem uma visão apavorante de uma panela (Jr 1.13). Na visão, a panela
estava no fogo e isso significa que o que há no seu interior está quente. A
boca virada para o Norte significa o amplo domínio que decorrerá sobre aquela
cidade, pois o povo estava entregue à perversão, queimando incenso a deuses
estranhos (Jr 7.18). A panela a ferver, inclinada para o norte, simbolizava que
todas as invasões que Israel sofreria viriam do lado norte. Como já vimos, a
nação de Judá estava submergida em muitos pecados comportamentais de mentira
(Jr 8.10), assassinatos (2.34) e exploração (Jr 9.2, 4). O profeta Jeremias
avistava a panela, mas observava a Babilônia dominando a cidade de Judá e
despejando sua fúria sobre Jerusalém (Jr 1.13-14).
A direção da
panela era o “Norte”, lugar onde Deus haveria de suscitar nações ensandecidas,
como uma panela sob o fogo fervendo. O povo não tinha noção do que estava por
acontecer: incêndio em Jerusalém, milhares de assassinatos, destruição do
templo e o pior exílio, o babilônico.
Jeremias
tinha duas paixões: Deus e o povo. Mais uma vez, o profeta estava alertando que
Israel teria problemas com os seus vizinhos. Estes inimigos ao norte eram os
babilônios. A Bíblia narra que nos dias de Jeremias, os caldeus, ou babilônios,
estavam expandindo seus territórios, conquistando tudo ao redor. A história nos
diz que os caldeus tinham invadido a capital dos assírios no ano 612 a.C.
Nínive havia sido conquistada e estava sob o governo de outro monarca. Sete
anos mais tarde, na famosa batalha de Carquemis, os Egípcios e os remanescentes
assírios foram destruídos pelos babilônios.
Em 605 a.C.,
Nabucodonosor, ainda como príncipe herdeiro, vence a Faraó Neco II na batalha
de Craquenis (Jr 46.2, 6, 10; 2Rs 24.7). Devido à sua posição ardilosa, tanto
comercial como militar, o controle de Carquemis era visado pelos reinos desde
os tempos antigos. Os assírios asseguraram por algumas décadas toda a região do
Crescente Fértil. Ao entrar em disputas internas para ver quem sucederia o
trono, teve suas finanças e exército enfraquecidos. Nabucodonosor se aproveitou
desta instabilidade para ir à guerra, a famosa batalha de Carquemis, onde o
Egito perdeu para a Babilônia.
O Senhor é
Soberano nos céus e na terra. Foi Ele que criou o mundo com o Seu poder. O
Senhor é aquele que sustenta o mundo e tudo o que nele há. O Senhor Deus não é
apenas o Deus de Israel, mas de todas as nações. Ele é aquele que soberanamente
governa todas as nações. O rei Nabucodonosor foi um instrumento que Deus usou
para reprimir e reeducar o Seu povo (Jr 32.28). Todos os reis, pagãos ou não,
estão sujeitos à Sua vontade. Deus merece adoração de todos os povos da terra
porque Ele é o Senhor do mundo inteiro. Ele governa sobre todos e julga o mundo
de acordo com a Sua justiça.
A grandeza do
Senhor é retratada com nitidez em toda a Bíblia. A palavra soberana nos faz entender
que o Senhor detém todo o poder sem ressalva. Significa que Deus possui o
controle absoluto sobre tudo e todos. Ele está acima de todo o universo.
Através de Sua Palavra tudo foi criado (Cl 1.16). Aprendemos com esta lição que
o Eterno Deus, por Sua soberania e domínio, governa tanto individuo como
nações, Todos são Seus servos.
Conclusão
A Palavra
de Deus nos mostra que era preciso haver um arrependimento por parte do povo de
Judá. O profeta Jeremias alertava que o perigo de suas ações estava vindo do
Norte. Todavia, seus corações estavam endurecidos, pois deixaram de ouvir a
Palavra de Deus há muito tempo.
Neste trimestre,
estudaremos a vida do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições
que o serviço na obra do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para meditarmos sobre os
propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias de restauração e
renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir nos caminhos do
Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada diária de nossas
vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta Jeremias, e as
grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe neste domingo, 16
de abril de 2017, da Escola Bíblica Dominical.
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