Em tempos tão “incertos” como são os de hoje, é de
suma importância para nós, que inevitavelmente estamos a caminho da
“maturidade”, refletir sistematicamente sobre os poucos anos de vida que nos é
oferecido. A grande verdade, é que nossa mente não foi (ou não está), projetada
para a velhice. Não muito gostamos de falar (e nem mesmo pensar) sobre a
velhice, principalmente se formos "o tema" em questão.
Muitos chegam a entender a idade avançada como algo
ruim, uma doença que precisa ser evitada. Isso acontece porque, por vezes,
julgamos sermos melhores, maiores e mais sábios do que aquele que nos criou com
estas características, um ser divino que sabe exatamente o que faz e nada pode
lhe deter quando determina algo a nosso respeito. Falamos muito, mas na
pratica, vivemos pouco nossas próprias convicções, renegando em vida muito
daquilo de cremos e somos. Este tema tão necessário abrange três aspectos de
suma importância, pois “todos” viveremos a realidade da velhice na própria
pele, e pra quem não desejar “experimentar” a terceira idade, a única saída é
exatamente a morte.
Logo, é preciso “ouvir”, “aprender” e “praticar”.
O primeiro passo é ouvir. Tiago nos diz em sua
carta, que todo homem esteja pronto para ouvir e seja tardio para falar (Tiago
1: 19). Precisamos ouvir mais de Deus. Termos ouvidos abertos para as coisas do
Espírito. Essa geração está seriamente afetada pela surdez espiritual. Só
querem falar, falar, falar, mas não ouvem. Ao estudarmos a história de Israel
(o povo de Deus), compreendemos através dos relatos bíblicos, que a causa das
misérias e desgraças que sobrevieram contra aquela nação, foi exatamente por
não ouvirem as ordens do seu Deus. Eles desprezaram a lei do Senhor e viraram
as costas para o Deus que os havia libertado do Egito.
O preço foi alto e o sabor amargo. Enfrentaram
penas duríssimas por sua falta. Um povo que se faz de surdo a voz do Senhor
clama por ruína. Estamos presenciando uma “infestação” de homens malignos
dentro de nossas igrejas, exatamente como Paulo antecipou em seu aconselhamento
ao jovem Timóteo:
Pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo,
redarguas, repreensão, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Por que
virá tempos em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos,
amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscência (II
Timóteo 4.2-3).
Este tempo chegou, mas não podemos nos intimidar
(ou conformar) com as ameaças do mau. Devemos falar a verdade quer
escutem ou deixe de ouvir. A melhor idade começa hoje, quando pavimentamos um
caminho de luz na estrada que iremos caminhar.
Em segundo lugar, precisamos aprender. Jesus em
suas palavras proclamou em alto e divino som: aprendei de mim, que sou humilde
de coração, e achareis descanso para as vossas almas (Mateus 11:29). Jesus nos
convida a “ir” até ele e aprender “Dele”. O Cristo é o nosso modelo, nosso
guia, nosso farol e nossa âncora.
É dele (e com ele) que temos “tudo” a aprender.
Jesus é o exemplo a ser seguido por quem deseja tomar parte em seu Reino
Eternal. Não basta apenas olhar para a vida de nosso Senhor e admira-la, é
preciso seguir seus passos e pisar em suas pisadas.
Isaías 53 é uma verdadeira cartilha para o Cristão,
pois esmiúça quem é de fato o “Cristo”, e tudo o que Ele fez por nós... Somos
sarados pelas suas pisaduras. Aprender com Jesus é fundamental, pois embora
tenha morrido jovem para os padrões da terra, com apenas 33 anos, Ele
ressuscitou e sua existência é de Eternidade em Eternidade, Senhor do tempo e Ancião
de Dias (Daniel 7:13).
Por último, mas não menos importante, é preciso
fechar o ciclo e colocar em pratica tudo o que se aprendeu. Ouvir,
aprender e praticar. Pôr em prática absolutamente tudo aquilo que nos é
ensinado por Jesus. Se formos praticantes daquilo que ouvimos e aprendemos de
nosso Senhor, não haverá limites em nosso servir a Deus.
E o Senhor não está limitado ao tempo, a coisa ou
pessoas. Basta nos colocarmos nas mãos (e a disposição) de Deus para logo
vivermos o seu agir. A Bíblia nos dá grandes exemplos de homens e mulheres que
foram usados com poder e autoridade, mesmo tendo sua idade já bastante
avançada: Noé, Abraão, Sara, Moisés, Josué e outros tantos exemplos virtuosos
que não mediram esforço em fazer uma grande obra para Deus, sem usar “o tempo”
ou “a idade” como desculpa para se esquivar do chamado.
Infelizmente, muitas igrejas têm desprezado os seus
"velhos", não lhes dando atividades nos departamentos eclesiásticos,
ignorando sua “bagagem de vida” e os deixando em situação de ostracismo e total
abandono.
Deus quer nos ensinar através de pessoas com mais
experiências, que viveram e sobreviveram a situações dramáticas, perderam tudo
(ou quase tudo) e se levantaram das cinzas. Servir a Deus não tem idade e
nos preparamos para uma velhice produtiva, exatamente quando aprendemos sobre a
vida com aqueles mais velhos e sábios que nós.
Pb. Bene Wanderley
Nenhum comentário:
Postar um comentário