Texto
Áureo
Jeremias
27.6
E agora eu
entreguei todas estas terras nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu
servo; e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam.
Verdade
Aplicada
O plano de
Deus é que todas as nações sejam abençoadas por intermédio de Jesus Cristo.
Textos de
Referência.
Jeremias
27.2-5
Assim me
disse o Senhor: Faze umas prisões e jugos e pô-los-ás sobre o teu pescoço.
E envia-os
ao rei de Edom, e ao rei de Moabe, e ao rei dos filhos de Amom, e ao rei de
Tiro, e ao rei de Sidom, pelas mãos dos mensageiros que vêm a Jerusalém ter com
Zedequias, rei de Judá.
E lhes
darás uma mensagem para seus senhores, dizendo: Assim diz o Senhor dos
Exércitos, o Deus de Israel: Assim direis a vossos senhores:
Eu fiz a
terra, o homem e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande
poder e com o meu braço estendido, e a dou a quem me agrada aos meus olhos.
O Senhor da Eternidade
Um dos
maiores desafios enfrentados por grandes homens de Deus, tais como Jeremias,
Habacuque e Isaías, era exatamente a assimilação que que a intervenção
corretiva de Deus seria benéfica para a nação. Eles tinham conhecimento prévio
das calamidades que se abateriam sobre os judeus, e com isso, conviviam
diariamente com a aflição de uma tragédia inevitável, já que o povo era arredio
em arrepender-se. Israel, como nação, tinha promessas gloriosas sobre seu
futuro, e mesmo assim, os profetas apontavam para a eminente destruição. A
única forma de sobreviver a este “paradoxo profético”, era a total compreensão
que os desígnios do Senhor são inalteráveis, e que todos os seus planos, terão
uma conclusão dentro do planejamento original, independentemente do ocorrido
durante o percurso (Jó 42:2). É preciso ter em mente que Deus está numa linha
temporal diferente da nossa. Enquanto vivemos o “CRONOS”, regulado por minutos,
dias e anos, Deus habita no “KAIRÓS”, o tempo perfeito e completo, medido
apenas de eternidade a eternidade. Deus é soberano sobre tudo e sobre
todos. Nós aqui na terra, vivemos e
analisamos os fatos de forma temporal, enquanto Deus visualiza passado,
presente e futuro numa única perspectiva. Assim, em nosso entendimento, Deus
pode até ter “mudado” seu modo operante, enquanto, na verdade, o desígnio
continua intacto. Muda-se a ação imediata, mas o resultado a longo prazo será o
mesmo.
Quando
olhamos para a Bíblia e nos deparamos com as expressões “Deus se
arrependeu”, “Deus voltou atrás” ou “Deus mudou de opinião sobre
determinada questão”, estamos na verdade, enxergando uma postura de Deus
diretamente relacionada as escolhas feitas pelo homem, e não reviravoltas
mirabolantes no plano divino. Digamos que já existe “o ponto final", mas,
quem decide como chegar lá, é a própria humanidade. Ou seja, Deus não muda, e
de fato não se arrepende, mas, atua de formas diferentes dentro do “cronos”,
dependendo da postura tomada pelo homem. Um belíssimo exemplo desta realidade,
pode ser encontrado no livro do profeta Jonas.
Nínive foi
uma das maiores cidades da Ásia, tornando-se a capital do poderoso império
Assírio. Ganhou fama de sanguinária, pois era habitual que seus moradores
invadissem e saqueassem outras regiões, matando com requintes de crueldade seus
prisioneiros. Realizavam sacrifícios humanos a deuses pagãos e viviam imersos
em feitiçaria, erigindo pirâmides com a cabeça das vítimas para demostrar seu
poderio. Jonas foi incumbido de pregar a destruição de Nínive, mas embarcou
num navio que ia na direção contrária, fugindo para Tarsis. Porém,
no meio do caminho, enquanto Jonas dormia tranquilamente no porão, uma
tempestade de proporção épica se abateu sobre a embarcação. Os tripulantes
desesperados, consideraram a tormenta como um presságio dos deuses, e iniciaram
uma investigação entre os embarcados para saber quem havia causado tamanho
furor em sua divindade. Lançando sorte, chegaram a Jonas, que acuado, assumiu a
culpa pelo sofrimento de todos, e os aconselhou a lançarem-no ao mar. Foi
quando um grande peixe o engoliu, e depois de três dias, vomitou o profeta na
praia que tanto quis evitar. Finalmente, Jonas anunciou a mensagem de juízo.
Saiu da cidade, sentou se sobre uma pedra e ficou esperando a destruição. Mas
não foi exatamente o que aconteceu.
Os
moradores da cidade temeram aquelas palavras, e o rei ninivita conclamou um
jejum de arrependimento, afim de que o poderoso Deus de Israel tivesse
misericórdia deles. Homens, mulheres, crianças e até os animais, deixaram de se
alimentar, num sacrifício vivo ao Senhor, buscando seu perdão e graça. Em
resposta a esta ação voluntária, Deus suspendeu a terrível sentença. O
profeta apregoou apenas o juízo para uma cidade perversa, anunciando a iminente
destruição. Surpreendentemente, o povo ninivita, tomou uma posição de
arrependimento, e aquela geração foi misericordiosamente poupada. Deus agiu com
misericórdia e graça em virtude do quebrantamento espiritual daquela
gente. Mas, a justiça de Deus não ficou esquecida nas prateleiras do
tempo. Após 150 anos, um profeta chamado Naum, foi levantado por Deus para
anunciar uma nova sentença contra a cidade (Naum 1:1, 3:1). E desta vez, Nínive
caiu.
Em 612 AC,
o rio Kusur transbordou, causando uma grande inundação que atingiu casas e palácios.
Valendo-se do desespero ninivita, os caldeus invadiram a cidade, matando seus
moradores ao fio da espada. A mensagem de Jonas se realizou piamente, em um
tempo diferente do esperado. Dentro de nosso “cronos”, muitos anos se passaram.
No kairós, o relógio sequer mexeu seus ponteiros. Pequenas intervenções
temporais, não alteram o resultado eternal. Deus não se limita ao tempo. Nós
sim. Se aos nossos olhos o Senhor parece ter mudado, Ele de fato, nunca mudou.
Seus planos terão exatamente o fim que foi planejado. Os meios não alteram o
final.
Numa
alegoria simples, podemos dizer que os desígnios de Deus são como um rio
caudaloso, e a ação humana, é uma pedra lançada nas águas. Ela até provoca
ondulações localizadas que alteram o movimento da água num ponto especifico,
sem alterar o curso do rio. O detalhe mais relevante, é que o rio segue, mas a
pedra afunda. Nossas ações não alteram os planos de Deus para o universo,
porém, determinam nosso destino.
Num aspecto mais abrangente, podemos citar o que muitos consideram o verso chave das escrituras, João 3:16 – “Por que Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. ” O plano de Deus aqui revelado, é que toda a humanidade creia em Jesus, e assim encontre a salvação. Ninguém modifica este princípio. A vontade primária de Deus jamais será alterada. Nenhuma força existente pode muda-la ou adapta-la. Mas, a decisão de crer ou não é pertinente a cada pessoa. Individualmente. Nossa escolha é a pedra. O plano da salvação é o rio.
Num aspecto mais abrangente, podemos citar o que muitos consideram o verso chave das escrituras, João 3:16 – “Por que Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. ” O plano de Deus aqui revelado, é que toda a humanidade creia em Jesus, e assim encontre a salvação. Ninguém modifica este princípio. A vontade primária de Deus jamais será alterada. Nenhuma força existente pode muda-la ou adapta-la. Mas, a decisão de crer ou não é pertinente a cada pessoa. Individualmente. Nossa escolha é a pedra. O plano da salvação é o rio.
Devemos
ter consciência que amor e justiça são atributos da personalidade de Deus.
Ambos agem de forma simbiótica, não havendo possibilidade de uma prevalecer
sobre a outra. Deus é bom porque é justo, e é justo porque é bom. Ele
estabeleceu diretrizes que indicam ao homem o caminho a ser seguido rumo ao
destino por Ele planejado antes da fundação do mundo. Uma estrada certeira que
conduz a salvação, onde não há erro e nem dolo. Infelizmente, o homem sempre
escolhe atalhos (Jeremias 29:11). Estas decisões erradas da humanidade,
jamais irão alterar o plano original de Deus, mas, certamente, aceleraram um
processo imediato de intervenção, seja para bem ou para mal.
Quando
lemos os primeiros capítulos de Gêneses, testemunhamos o declínio moral e
espiritual da humanidade. Nos dias de Noé, vemos Deus se confrontando com a
terrível realidade dos homens que se tornaram maus e inconsequentes.
Corromperam-se, e neste processo, corromperam a terra também. A tragédia do
dilúvio, neste caso, era apenas uma consequência das próprias ações da
humanidade. A sentença de que o pecado atrairia a morte sobre o mundo, já tinha
sido lavrada no Éden, conforme registrado em Gênesis 2:17. Logo, Deus
estava em seu total direito de tomar para si as vidas que lhe eram devidas em
decorrência da calamidade pecaminosa que havia se espalhado pelo mundo. O
dilúvio apenas “adiantaria” o processo.
Mesmo assim, o Senhor ansiava encontrar arrependimento na humanidade, e por 120 anos, as portas da arca foram mantidas abertas para quem desejasse entrar. A escolha entre o “barco” e as “águas” foi tomada pelo homem, e não por Deus. De qualquer forma, o plano original estava mantido. Os desígnios de Deus convergiam para que a terra fosse povoada a partir de uma família, e neste caso, Deus mantém sua estratégia, apenas substituindo Adão por Noé. Muda-se os personagens, mas a história, do ponto de vista eterno, continua inalterável. Numa linguagem figurada, podemos dizer que Deus não mexeu no tabuleiro, apenas reposicionou as peças.
Mesmo assim, o Senhor ansiava encontrar arrependimento na humanidade, e por 120 anos, as portas da arca foram mantidas abertas para quem desejasse entrar. A escolha entre o “barco” e as “águas” foi tomada pelo homem, e não por Deus. De qualquer forma, o plano original estava mantido. Os desígnios de Deus convergiam para que a terra fosse povoada a partir de uma família, e neste caso, Deus mantém sua estratégia, apenas substituindo Adão por Noé. Muda-se os personagens, mas a história, do ponto de vista eterno, continua inalterável. Numa linguagem figurada, podemos dizer que Deus não mexeu no tabuleiro, apenas reposicionou as peças.
Os
leitores mais atentos entendem que o “arrependimento sentido por Deus”, fala de
sua tristeza pela condição humana. E este, foi de fato, o marco para um
recomeço, onde o "sangue" que clamava na terra foi “lavado.” Uma
nova semente de bondade estava sendo plantada através de Noé. As gerações
seguintes cometeram os mesmos erros de seus antepassados, mas, cumprindo a
promessa feita de retardar a destruição, Deus investiu ao longo da história em
novos começos. Em Abraão, Ele iniciou Israel para ser uma nação modelo, que
inspiraria o mundo no que tange a obediência a Deus. Porém, Israel se
desvirtuou deste propósito, se moldando ao paganismo de nações estrangeiras.
Afim de trazer seu povo de volta ao eixo de sua vontade, por diversas vezes,
Deus usou a “força bruta”, tendo como ferramentas corrigidas as mesmas nações
que os judeus tanto copiavam. Ações cirúrgicas da parte de Deus, que alteraram
a direção da história humana, mas, nunca interferiram no propósito eternal de
Israel.
Soberania e santidade
A
soberania de Deus. Este tema é muito importante para todos que vivem tempos de
dificuldades e se deparam com embaraços em todos os meios, tais como no social,
político e religioso. Como já dissemos em outras oportunidades, este trimestre deveras
inspirador, tornando cada lição da EBD em uma oportunidade de se iluminar em
maravilhosas revelações. Por fatores diversos, este é um tema dos mais
atemporais já estudados. Fundamental para nossa geração. É inegável que toda
escritura é divinamente inspirada por Deus através do Espírito Santo, afinal é
o Livro dos livros. Entre tantos textos maravilhosos, o livro do profeta Jeremias
é, sem sombra de dúvidas, um dos mais sensíveis e tocantes, capaz de tocar a
alma com tanta precisão, se revelando uma fonte de conhecimento e pesquisa, de
qualidade incomparável. Pura revelação de Deus aos homens. Cada aspecto desta
lição nos confronta com verdades irrefutáveis concernentes a soberania de Deus
sobre todos e sobre tudo aquilo que existe nos céus, na terra e embaixo dela.
Não há lugar onde a soberania de Deus não alcance. Não há um único homem na
história, que não venha a se curvar com o rosto em terra diante da grandeza. Deus
é soberano.
A situação
era desesperadora para o profeta Jeremias, que testemunhava aflito a total
corrupção da nação. O desvio moral tinha alcançado seu ápice, e Jerusalém já se
assemelhava a Sodoma e Gomorra. Deus não suportava o grau de baixeza a qual o
povo tinha chegado. Não havia um homem sequer, que buscasse a Deus como
Jeremias. Não havia ninguém que buscasse a justiça e a verdade ( Jr 5.1). O
profeta lamenta a triste realidade de sua gente. O capítulo 5 de Jeremias é
revelador, pois a cada versículo nos é informado como os homens de Judá se
revolviam em seus delitos, sem se importar com o que pudesse acontecer no
amanhã. É notória a aflição do profeta no verso cinco, onde ele se propõe a ir
aos líderes e sacerdotes do povo, mas, logo vem a sua lembrança que até eles se
desviaram do seu Deus. Penso na triste cena, e me empatizo com o profeta
Jeremias, pois ao olhar em volta, percebo que estamos vivendo a mesma situação
em nossos dias. É uma dor na alma ao constatar esta semelhança.
A tática
de Jeremias em suas mensagens era sempre relembrar ao povo de onde Deus os
havia tirado, e como Deus se empenhou para lhes proporcionar a salvação. Ao evocar
estas lembranças, o profeta esperava uma comoção nos corações. Infelizmente,
não era o se via, mas sim corrupção sobre corrupção. Uma das grandes carências de
nossos dias, é justamente a falta de memória de muitos crentes, que se esquecem
da real condição em que se encontravam antes de Jesus Cristo se oferecer para
morrer em nosso lugar. Não podemos tirar a cruz de Cristo do centro de nossas
mensagens, dos nossos seminários, dos nossos púlpitos. É o momento de refrescar
as mentes das pessoas com a cruz, e junto a isso relembrar da soberania de
Deus.
E é
justamente isto que o profeta Jeremias intenta em suas mensagens. Lembrar ao
povo que Deus é o centro de tudo. Deus em sua soberania usa quem ele quer, e
como quiser. Ao ver que o povo não se rendia aos vários apelos de amor, o
Senhor usou líderes pagãos para punir Judá. Neste ponto, o profeta revela que
Deus é o Senhor de tudo e de todos, e executa sua justiça com precisão e
imparcialidade. Ele não abre mão de sua soberania, e a demostra usando todos os
meios possíveis, e de acordo com sua justiça.
Esta situação
de decadência do povo, em grande parte, foi gerada a partir da mistura com as
nações pagãs. O requisito primaz para o povo de Deus é ser santo, separado, exclusivo
do Senhor. Mas, infelizmente isto não aconteceu, e nem tem acontecido. O povo
se voltou as práticas de seus vizinhos pagãos. Isso trouxe destruição. O desvio
gerou um caos em toda a nação. Então Deus entrou com juízos severos. É preciso
aprender esta lição. Não podemos deixar que o pecado que prolifera no mundo,
nos roube a presença santa do nosso Senhor Jesus de nosso meio. Deus quer um
povo limpo, santo e cheio de boas obras. Que o Senhor nos ajude a sermos fieis
até o fim.
Material
Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição
09
O Senhor é soberano entre as nações
Comentarista: Pr.
Clementino de Oliveira Barbosa
Introdução
Nesta
lição veremos que o Senhor Deus é imponente para realizar os Seus propósitos.
Estudaremos que não há poder neste mundo capaz de frustrar os Seus projetos.
A aflição
de um profeta
Jerusalém
estava semelhante à Sodoma e Gomorra. Não se encontrava nela sequer uma única
pessoa que praticasse a justiça e buscasse a verdade (Jr 5.1). A situação
estava tão pervertida que Deus advertiu o povo (Jr 5.26). O estado de desgraça
era notório entre os habitantes de Judá. Para Jeremias, era lamentável o fato
de não haver mais velhos sentados nas praças e os jovens para cantarem (Lm
5.13-15). O anseio do profeta Jeremias era que o povo de Judá se voltasse para
Deus. Ele sabia que o grande ato de amor realizado por Deus em favor do Seu
povo havia sido a libertação do Egito. Por isso, é constante a lembrança do
êxodo e do deserto em suas pregações (Jr 2.2, 6; 7.22, 25; 11.4, 7; 16.14).
Preocupado com a possibilidade de o povo voltar a ser cativo em terra
estrangeira, ele convoca o povo ao arrependimento: “Se voltares, ó Israel, diz
o Senhor, para mim voltarás; e, se tirares as tuas abominações de diante de
mim, não andarás mais vagueando, e jurarás: Vive o Senhor na verdade, no juízo
e na justiça; e nele se gloriarão”. (Jr 4.1-2). O resultado esperado pelo
profeta era que o povo se arrependesse dos seus erros. Por isso, suas profecias
eram tão intensas. Entre tantas profecias, encontramos a promessa que Deus
daria uma nova aliança e que ofereceria aos homens o perdão dos pecados (Jr
31.31, 34).
Jesus é o
mediador desta nova aliança. Ele afiançou por meio do Seu próprio sangue. O
sangue de Jesus é o sangue da nova aliança (Lc 22.20). O principal motivo de
sua morte foi instituir esta aliança com todos que assim desejarem. A nova
aliança, que seria feita com o povo de Israel para apartá-los dos seus pecados,
também alcançaria os gentios para remissão de seus pecados, para que pudessem
ser libertos da ira de Deus contra o pecado, tal como Ele a havia manifestado
contra Israel e Judá, conforme vemos no livro de Jeremias (Jr 11.11). Mesmo nas
horas mais sombrias da história de Israel, Jeremias não perdeu a esperança em
seu povo. Suas pretensões eram de um arrependimento coletivo e o Senhor livrando
seu povo do que estava por vir.
Que grande
ironia nos é narrada pelo profeta Jeremias. Ele nos apresenta o Eterno Deus
usando um líder pagão para punir as nações. Ele recebe do Senhor uma mensagem
para os reis do Ocidente. Nesta mensagem, o Senhor diz ser o Criador de todas
as coisas existentes e que é por seu gosto que Ele está entregando tudo ao rei
da Babilônia, Nabucodonosor (Jr 27.5-6). Ele diz que as nações que não se
submeterem às ordens de Nabucodonosor serão destruídas (Jr 27.8), entretanto, a
nação que assim o fizer será recompensada (Jr 27.11).
Judá não caiu,
ela foi entregue. Nabucodonosor não prendeu o rei, Deus o entregou. Os
utensílios da Casa de Deus foram entregues ao inimigo pelo próprio Deus (Jr
52.17, 19). Sempre que o povo de Israel endurecia seu coração e deixava de
ouvir a Palavra de Deus, o juízo de Deus vinha sobre eles (Am 2.4). Foi o
pecado que trouxe destruição sobre Jerusalém, foi o pecado que causou o
extermínio do templo. Foi o pecado que extirpou tantas famílias. Foi o pecado
que gerou aquele abominável cativeiro. O pecado é uma desgraça da humanidade.
Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hb 10.31). O povo de Israel já
tinha perdido o bem mais precioso que uma nação pode ter: sua intimidade com
Deus.
As nações
vizinhas de Israel sempre foram motivo de preocupação pelo simples fato de
Israel de contínuo se envolver com suas práticas pagãs e esquecer-se do seu
Libertador (Ed 9.1). O requisito essencial para o povo de Deus é ser santo. É
permanecer separado dos padrões e costumes de outros povos para não perder a
essência de Deus e das bênçãos que Ele reservou para nós (1Co 1.2). Seguindo os
costumes da religião de outros povos, o povo de Israel chegou a sacrificar os
próprios filhos (Jr 7.31; 19.5; 32.35). Jeremias usou a expressão “arrepender-se”
cerca de onze vezes no decorrer de suas pregações. Mas as influências eram
tantas que o povo não se arrependeu. Diante de tanta influência negativa,
entendemos o choro de Jeremias por sua nação (Jr 9.1; 13.17; 14.17; 25.17-18;
Lm 1.2; 2.11, 18). A razão final pela qual Judá foi levado cativo para a
Babilônia tem a ver com as influências recebidas destes povos vizinhos, que fez
por diversas vezes com que Israel se desviasse do verdadeiro Deus. Com tantas
práticas pagãs no meio do povo de Deus, a aliança com o Senhor havia sido
quebrada (Jr 22.9).
Deus não
admite influências pagãs no meio do Seu povo. Durante toda a história bíblica,
o povo de Israel nunca deixou de ser influenciado pela presença de poderosos
vizinhos, principalmente Egito, Assíria e Babilônia. Esses povos, ora aliados,
ora hostis, tiravam o sono0 do povo de Deus. Nos dias de Salomão, o Egito era
seu aliado, nem por isso deixou de oferecer abrigo aos que conspiram contra ele
(1Rs 9.16; 11.17, 22). A Assíria adotava uma política que incidia em exilar os
povos submetidos e substituí-los por colonos que lhes eram devotados. Os
babilônios, por sua vez, revelaram-se igualmente impiedosos para com as nações
dependentes que tentavam libertar-se do seu jugo.
Deus
adverte o povo
Desde o
início, Jeremias seguira um caminho sólido em advertir sujeição aos babilônios.
Esta sugestão foi dada não somente a Judá, mas também aos mensageiros de muitas
nações que estavam em Jerusalém (Jr 27.3-4). O motivo das pregações de Jeremias
sempre foi levar o povo de Judá ao arrependimento, visto que ele via a
Babilônia erguer-se, pela providência divina, para castigar uma nação
desobediente, como era Judá. Ele orienta a submissão a Babilônia por parte de
Judá e das outras nações. Jeremias, afinal de contas, era “profeta às nações”
(Jr 1.5).
A chamada de Jeremias
para que se tornasse profeta para as nações veio logo muito cedo em sua vida
(Jr 1.5). O profeta foi empossado com autoridade de Deus como Seu mensageiro
(Jr 1.10). Quando Deus chama, devemos atender ao Seu chamado, pois Ele dará
recursos necessários para realizar a obra. Jeremias foi ungido por Deus para
ser Seu representante legal em Judá e lhe foi dada autoridade para professar os
desígnios que Deus tinha para as nações (Jr 1.9-10).
O Eterno
Deus criou tudo para que sua glória seja vista e Ele eternamente adorado (Ef
1.6). Deus não criou um mundo tão esplêndido somente para pôr em um quadro e ao
mesmo tempo não ter ninguém para admirar tudo de belo que Ele fez. Por isso, o
salmista diz: “Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a
obra de suas mãos”. (Sl 19.1). Utilizando a posse de sua criação, o Senhor assume
seus direitos sobre todas as nações (Dn 2.38). Ele mesmo entrega a
Nabucodonosor, rei da Babilônia, seu “servo”, todas as terras e os animais do
campo para que o sirvam (Jr 27.6).
“Todas as
coisas foram feitas por Ele e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3).
Judá necessitava ser punida por seus pecados e no tempo certo apareceu o servo
do Senhor. Deus pode usar a qualquer um para ser servo dEle. Muitas vezes
limitamos o poder de Deus. Deus nunca pode ser alocado nos padrões humanos.
Deus pode efetuar punições sobre as nações, porque Ele é soberano sobre todas
as coisas. Nabucodonosor era um homem cruel, mas Deus o chama de “meu servo”.
Na parábola dos talentos, todos os chamados de sevos, tanto os bons como os
maus (Mt 25.14, 30). O rei Nabucodonosor foi um instrumento nas mãos de Deus
para efetuar a aspiração divina.
As nações
do mundo contemporâneo discorrem que são donos do seu próprio destino devido ao
seu poderio militar. Elas vivem uma luta constante em busca da paz. Não
entendem que a paz verdadeira só existe em Cristo (Jo 14.27). O pecado tem
causado a degradação de nosso planeta. Às vezes, Deus permite que as
catástrofes aconteçam para trazer as nações aos Seus pés. O desejo do Senhor é
que cada nação e cada indivíduo se arrependa e se achegue a ele.
Como é
extraordinário as nações reconhecerem que existe um único Deus Verdadeiro, Soberano
e Santo e com Ele estarem aliadas e unidas em propósitos de adoração. No livro
de êxodo, nos é revelado a desenvoltura de Deus em libertar uma nação inteira
do domínio da escravidão. Seu objetivo era abençoá-los, convertendo-os em uma
nação missionária, para pregar a Palavra de Deus ao mundo inteiro (Êx 3.7).
Deus
convoca ao arrependimento
Disse
Jesus: “Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento”
(Lc 5.32). Embora o pecado dificulte o caminho até Deus, o arrependimento abre
as portas do céu novamente (Tg 4.8). Oremos pela nossa nação! Pois feliz é a
nação cujo Deus é o Senhor (Sl 33.12). O rei Davi mencionou a superioridade de
Deus sobre as nações da terra: “Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre
as nações” (Sl 22.28). O Senhor não precisa ser sujeitado a ninguém. Ele faz o
que lhe agrada, ninguém pode detê-Lo.
A soberania de
Deus deve ser do conhecimento cristão (Sl 115.3). Falar que Deus é Soberano é
exclamar que Deus é Onipotente e governa todas as nações da terra (Sl 22.28).
Quando dizemos que Ele é Soberano, queremos dizer que Deus tem poder irrestrito
sobre tudo e todos. Ele realiza tudo por Seu bel-prazer no céu e na terra e não
existe ninguém que possa deter o poder de Suas mãos. Ele possui o direito de governar
tudo tal como Ele quer, Deus é como o oleiro, que tem o controle completo sobre
o barro. (Jr 18.6).
É fato que
nem todos podem partir para outras nações. Entretanto, todos os discípulos de
Cristo devem estar comprometidos com a proclamação da salvação em Jesus Cristo
até os confins da terra (At 1.8): orando, indo, enviando e contribuindo. O
Senhor nos delegou uma responsabilidade muito grande: “Mas vós sois a geração
eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis
as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe
2.9). Que o Senhor desperte em cada um de nós o desejo missionário em busca das
almas perdidas.
Alguns
cristãos creem que o ganhar almas é feito dentro dos templos. Não foi isso que
Cristo nos advertiu. Ele disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a
toda a criatura”. (Mc 16.15). Poe esse motivo, a oração ininterrupta é tão
necessária. Não devemos dar folga aos nossos joelhos, elevando nossos
pensamentos ao Senhor na gratidão sincera pela salvação da nossa casa.
Jeremias
teve um chamado para as nações porque esse foi o propósito de Deus (Jr 1.5). Em
sua jornada como profeta, houve um preço a ser pago por ele. Ele chegou a
amaldiçoar o dia em que nasceu (Jr 20.14). Ele sabia que não foi homem algum
que o havia chamado, mas o próprio Deus de Israel (Jr 1.7). Jeremias não buscou
ser bajulador de reis corruptos para ter benefícios, nem se assentou na roda
dos zombadores (Jr 15.17). Ele seguiu seu chamado totalmente. A única preocupação
de Jeremias era com a sua missão, que era inegociável.
Jeremias
suportou muitas coisas na execução de sua missão. Ele foi incompreendido e
caçado por seus adversários. Apesar disso, manteve-se leal ao seu ministério.
Ele cumpriu sua missão e nunca retrocedeu. Jeremias não andava pelo que via,
mas andava pela fé (2Co 5.7).
Conclusão
Deus é
grandioso. Ele é Senhor absoluto na história dos homens e das nações. Ele é
soberano para dirigir o coração de reis e nobres. Ele é divino para realizar a
Sua vontade. Ele é soberano sobre tudo e sobre todos. Glória a Deus pela Sua
eterna soberania.
Neste trimestre, estudaremos a vida
do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra
do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para
meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias
de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir
nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada
diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta
Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe
neste domingo, 28 de maio de 2017, da Escola Bíblica Dominical.
Nenhum comentário:
Postar um comentário