quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Quarta Forte com Pb. Miquéias Daniel


Pouco sabemos sobre a vida do patriarca Jó. Ele morava em Uz, era casado, pai de dez filhos que gostavam de festas, tinha por estima seus amigos e seu rebanho era superior a 10.000 animais. Porém, a mais importante informação sobre Jó está inserida logo no primeiro verso de sua história: Ele era íntegro, justo, temia a Deus e se desviava do mal (Jó 1:1). O patriarca não frequentava uma igreja, e até onde sabemos, não tinha um mentor espiritual. Mesmo assim, ele decidiu ser fiel ao seu Deus e vivia sua vida cerceada de cuidados para que ela não fosse minada pelo pecado. E isso atraiu sobre Jó o olhar invejoso do próprio Satanás. O escritor americano Philip Yancey descreve o livro de Jó como uma grande peça de teatro, onde nós, espectadores conhecemos o enredo e as motivações de cada personagem, e exatamente por isso compreendemos cada reação as diversas ações desencadeadas. Mas Jó, personagem central desta peça, está completamente no escuro, sem saber o que acontece nos bastidores e portanto, não conseguindo compreender os muitos porquês” das páginas seguintes.

E foi exatamente sobre escolhas tomadas por Jó diante de seus muitos flagelos que o Pb. Miquéias Daniel Gomes ministrou uma poderosa palavra na Quarta Forte deste dia 26/08/2015. 

O ponto chave desta história é a fidelidade de Jó. Satanás, astuto e ardiloso, argumenta com Deus que é muito fácil ser fiel quando se vive em conforto e abastança, e insinua que a fidelidade de Jó se deve única e exclusivamente ao fato que Deus o cobria de bênçãos. Ali é estabelecido um embate épico, um duelo de escala cósmica, cujo epicentro é a vida de um simples mortal. O inimigo sugere que Deus tire de Jó tudo o que ele tem, e que depois seja reavaliado o nível de sua fidelidade. Deus aceita o desafio e Satanás é autorizado a retirar de Jó seus bens mais preciosos. Em poucas horas, seus bois, jumentos e camelos são roubados por saqueadores, seus funcionários mais leais são cruelmente assassinados por uma horda bárbara e suas ovelhas são dizimadas por uma saraivada. No mesmo dia, enquanto seus filhos almoçavam juntos na casa do mais velho, um furacão derrubou o edifício matando todos eles. Jó agora era um homem pobre, imerso em dor e sofrimento, com um pesar indescritível lacerando seu coração. Porém, mesmo na mais cruel adversidade, ele esbofeteia Satanás e se mantem fiel ao seu Senhor, não imputando a Deus falha alguma: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor (Jó 1:21).

Satanás não se deu por vencido e alegou que a fidelidade havia se mantido pois o mais precioso dos bens ainda estava intocável, e insinua que se a saúde de Jó for afetada, sua fé também será. Mais uma vez, Deus coloca sua própria honra nas mãos de Jó, e permite que o inimigo atinja o patriarca com força total, ferindo-o com úlceras purulentas da cabeça aos pés. Apodrecendo em vida, e sofrendo com a intolerância das pessoas mais próximas, Jó se depara com o inevitável questionamento: Pra que se manter fiel a um Deus que só lhe causa dor e sofrimento, sem que ao mesmo uma única ofensa justifique tamanho infortúnio? Porém, com a cabeça raspada e coberta de cinzas para externando toda sua dor, a atitude surpreendente tomada por Jó é se lançar sobre o pó e “ADORAR” ao Senhor. E o golpe final, que derruba por terra as perniciosas ambições de Satanás está registrado nas palavras de Jó 13:15 - Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos defenderei diante dele.


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