Na última sexta-feira, dia 31 de outubro, foi comemorado o 497º
aniversário da Reforma Protestante. Este tema foi abordado na coluna semanal da
Pr. Márcia Gomes, e teve grande repercussão.
Alguns questionamentos foram
feitos, e talvez o principal deles, levantado em ambos os lados, é sobre as diferenças existente entre o CATOLICISMO e o PROTESTANTISMO, exatamente os dois
maiores seguimentos religiosos do Brasil. Obviamente,
existem várias diferenças importantes entre católicos e protestantes, mesmo que
nos últimos anos, tenha se realizado um grande esforço por parte de líderes cristãos
para se achar coisas em comum entre os dois grupos. Mas é fato e história que
as diferenças continuam existindo, e elas são tão importantes hoje como foram
no começo da Reforma Protestante. Como nosso proposito com esta postagem não é
uma longa discussão sobre a teologia tradicional e a teologia reformada,
faremos apenas um breve resumo, considerando os aspectos que julgamos mais
relevantes. Apesar de haver muitas outras diferenças entre o que os católicos e
protestantes crêem, estas quatro divergências que descreveremos devem servir
para estabelecer que há sérias, importantes e significativas diferenças entre
os dois.
A BÍBLIA
Uma das primeiras
grandes diferenças entre o Catolicismo e o Protestantismo é a questão da
suficiência e autoridade das Escrituras. Os protestantes crêem que somente a
Bíblia é a única fonte da revelação especial de Deus à humanidade, e como tal
ela ensina a nós tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado. Os
protestantes vêem a Bíblia como o padrão pelo qual todo o comportamento cristão
deverá ser medido. Comumente se refere a esta crença como Sola Scriptura e é
uma das “Cinco Solas” (sola é a palavra latina para “única”) que veio da
Reforma Protestante como resumo de algumas diferenças importantes entre os
católicos e protestantes. Apesar de haver muitos versos na Bíblia que
estabelecem sua autoridade e sua suficiência em todas as questões de fé e
prática, um dos mais claros é II Timóteo 3:16-17, onde vemos que “Toda a
Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”
Os católicos, por
outro lado, rejeitam a doutrina da Sola Scriptura e não crêem que somente a
Bíblia seja suficiente. Eles crêem que tanto a Bíblia quanto a sagrada tradição
católica romana igualmente se combinam no Cristianismo. Muitas doutrinas
católicas romanas, tais como a do purgatório, orações aos santos, adoração ou
veneração a Maria e tantas outras, têm pouca ou nenhuma base nas Escrituras,
mas são baseadas apenas nas tradições da Igreja Católica Romana.
Essencialmente, a posição da Igreja Católica Romana de negar a Sola Scriptura e
sua insistência em que tanto a Bíblia quanto suas “Tradições Sagradas” se
equivalem em autoridade enfraquece a suficiência, autoridade e integridade da
Bíblia. A visão que se tem das Escrituras está na raiz de muitas, se não todas,
as diferenças entre católicos e protestantes.
O PAPADO
Outra grande diferença entre Catolicismo e Protestantismo é a que diz respeito à posição e autoridade do papa. De acordo com o Catolicismo, o papa é o “vicário de Cristo” (vicário significa substituto), e toma o lugar de Jesus como o líder visível da Igreja. Como tal ele tem a capacidade de falar ex cathedra (com autoridade em assuntos de fé e prática), e quando ele o faz, seus ensinamentos são considerados como não passíveis de erro, devendo ser obedecidos por todos os cristãos. Por outro lado, os protestantes crêem que nenhum ser humano está livre de erros e que somente Cristo é o líder da igreja. Os católicos confiam na sucessão apostólica como uma forma de tentar estabelecer a autoridade do papa. Mas os protestantes crêem que a autoridade da igreja não vem da sucessão apostólica, mas sim da Palavra de Deus. O poder espiritual e a autoridade não estão nas mãos de simples homens, mas na própria Palavra de Deus registrada nas Escrituras. Apesar de o Catolicismo ensinar que somente a Igreja Católica pode, de forma apropriada e correta, interpretar a Bíblia, os protestantes crêem que a Bíblia ensina que Deus enviou o Santo Espírito para habitar todos os cristãos renascidos, dando a eles capacidade para que compreendam a mensagem da Bíblia.
Isto pode ser
claramente visto em passagens como João 14:16-17: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique
convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber,
porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e
estará em vós.” Apesar de o Catolicismo ensinar que somente a Igreja
Católica Romana tem a autoridade e poder de interpretar a Bíblia, o
Protestantismo reconhece a doutrina bíblica do sacerdócio de todos os crentes,
e que cristãos individuais podem confiar no Espírito Santo para que os guie em
ler e interpretar a Bíblia por si mesmos.
A SALVAÇÃO
A terceira maior
diferença entre o Catolicismo e Protestantismo é como a pessoa é salva. Outra
das “cinco solas” da reforma era a Sola Fide (somente pela fé), que afirma a
doutrina bíblica da justificação somente pela graça, através somente da fé, por
causa somente de Cristo (Efésios 2:8-10). Contudo, de acordo com o Catolicismo
Romano, o homem não pode ser salvo somente pela fé, somente em Cristo. Eles
ensinam que o Cristianismo deve confiar na fé mais “obras de mérito” para
salvação. Os Sete Sacramentos são essenciais à doutrina Romana Católica de
salvação, que são: Batismo, Crisma, A Eucaristia, Penitência, Extrema-unção,
Ordem e Matrimônio. Os protestantes crêem que baseados na fé apenas em Cristo,
os crentes são justificados por Deus, quando todos os seus pecados são pagos
por Cristo na cruz e Sua justiça é a eles imputada. Os católicos, por outro
lado, crêem que a justiça de Cristo é concedida ao crente pela “graça através
da fé”, mas em si mesma não é suficiente para justificar o crente. O crente
deve “suplementar” a justiça de Cristo a ele concedida com obras meritórias.
Católicos e
protestantes também discordam no que significa ser justificado perante Deus.
Para os católicos, a justificação envolve que se seja feito justo e santo. Eles
crêem que a fé em Cristo é apenas o início da salvação, e que a pessoa deve
fazer que isto cresça com boas obras, pois “o homem deve fazer por merecer a
graça de Deus da justificação e eterna salvação”. Logicamente que esta visão de
justificação contradiz o claro ensinamento das Escrituras em passagens como
Romanos 4:1-12; Tito 3:3-7, assim como muitas outras. Por outro lado, os
protestantes fazem distinção entre o ato único de justificação (quando somos
declarados justos e santos por Deus com base em nossa fé na expiação de Cristo
na cruz), e santificação (o processo contínuo de ser justificado que continua
através de nossas vidas na terra). Apesar de os protestantes reconhecerem que
as obras são importantes, eles crêem que estas são o resultado ou fruto da
salvação, mas nunca o meio para ela. Os católicos misturam justificação e
santificação em um processo contínuo, que leva à confusão sobre como se é
salvo.
A VIDA ETERNA
A quarta grande
diferença entre católicos e protestantes tem a ver com o que acontece após a
morte do homem. Enquanto ambos crêem que os incrédulos passarão a eternidade no
inferno, há diferenças significantes e importantes no que diz respeito ao que
acontece aos crentes. Por causa de suas tradições da igreja e sua confiança em
livros não-canônicos, os católicos desenvolveram a doutrina do purgatório. O
purgatório, de acordo com a Enciclopédia Católica, é um “lugar ou condição de
punição temporal para aqueles que, deixando esta vida na graça de Deus, não
estão totalmente livres de faltas menores, ainda não pagaram totalmente a
reparação devida por suas transgressões”. Por outro lado, os protestantes crêem
que por sermos justificados por Cristo apenas, e que a justiça de Cristo é a
nós imputada, quando morremos, iremos direto para o céu para estarmos na
presença do Senhor (II Coríntios 5:6-10 e Filipenses 1:23).
Ainda mais
perturbadora do que a doutrina católica do purgatório é o fato de que eles
crêem que o homem deve ou mesmo pode pagar ou compensar por seu próprio pecado.
Isto, juntamente com a concepção errônea de que a Bíblia ensina sobre como o
homem é justificado perante Deus, resulta em uma baixa visão da suficiência e
eficiência da expiação de Cristo na cruz. Colocando de forma simples, o ponto
de vista sobre a salvação da Igreja Católica Romana implica que a expiação de
Cristo na cruz não foi pagamento suficiente pelos pecados daqueles que Nele
crêem, e que até mesmo um crente deve expiar ou pagar por seus próprios
pecados, tanto através de atos de penitência como passando tempo no purgatório.
Mas a Bíblia ensina repetidas vezes que somente a morte de Cristo pode
satisfazer ou aplacar a ira de Deus contra os pecadores (Romanos 3:25; Hebreus
2:17; I João 2:2; I João 4:10). Nossas obras de justiça nada podem acrescentar
ao que Cristo já realizou.
Fonte de pesquisa: Got Questions
www.gotquestions.org
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