Todas as pessoas, ao longo de sua existência, sofrem traumas
emocionais. Isso acontece quando somos feridos pelos acontecimentos da vida ou
por indivíduos, próximos a nós ou não. Os traumas podem deixar feridas
profundas na alma. Sua dor é intensificada pelo senso de impotência. Sem o
devido tratamento, a pessoa se fecha para o mundo, protege-se por uma muralha
construída de amargura, desejo de vingança, auto-piedade, medo e desconfiança.
Acontecimentos ruins podem acometer qualquer cristão e deixá-lo triste, amargo
e até revoltado. O fato de sermos servos de Deus não nos torna imunes ao
sofrimento (II Coríntios 6:4-5); não nos isenta de dores, doenças, acidentes,
contrariedades, traições, perdas, separações, injustiças, decepções e tantos
outros reveses que fazem parte da existência humana. Existem certas áreas da
vida que precisam de um toque especial do Espírito Santo, porque nem sempre a
conversão do indivíduo trás cura imediata a todas as enfermidades emocionais.
Portanto, precisamos aprender como restabelecer o equilíbrio entre o corpo e a
mente, à luz das Escrituras, para vivermos com maior qualidade de vida (João
10:10).
E como podemos fazer isto?
Um bom começo é identificar a enfermidade e nem sempre sua origem
é espiritual.
Nem todos os comportamentos que desconhecemos têm a ver com a
manifestação de espíritos malignos. Embora exista sim muita gente sofrendo com
opressão demoníaca, não são todas as pessoas enfermas que precisam de
libertação de demônios. Algumas precisam de tratamento terapêutico, ou até
medicamentos (I Timóteo 5.23). Temos que aceitar a ciência como uma bênção
divina, e não uma inimiga do Evangelho (Mateus 9:12). A boa ciência tem
contribuído e muito para a saúde integral dos homens ao longo do tempo. Existem
causas que são para nossos médicos, outras são para Deus. Ambas tem seu valor.
Como cristãos, tendemos ao achismo de que somos imunes a qualquer tipo de
enfermidade emocional. Exatamente por isso, ignoramos os seus sintomas e não
conseguimos diagnostica-las antes de sua eclosão. Faça uma análise honesta de
seus sentimentos e veja se você identifica vestígios destes males em sua vida:
1 - Complexo de
Inferioridade, Complexo de Incapacidade e Complexo de Ansiedade.
Pessoas que sofrem com estes complexos alimentam a ideia de que
nunca serão alguma coisa, que tudo dará errado e que ninguém gosta dela.
2 - Complexo de Perfeccionismo
É uma doença gravíssima, e a pessoa tem um sentimento interior de
insatisfação; pensa que nunca faz nada direito e não satisfaz aos outros, a si
mesma e nem a Deus; carrega uma sensação de culpa, sempre impulsionada pelo que
sente ser seu dever.
3 – Suscetibilidade
Este trauma torna a pessoa supersensível, e atinge quem já padeceu
com muitas mágoas. São pessoas que exigem muito agrado, no entanto, por mais
que seja feito algo para alegrá-las, nunca é o suficiente.
4 – Temores
Patológicos
Pessoas que temem demasiadamente o fracasso, e possuem tanto medo
de perder no jogo da vida que nunca entram na partida. Assistem na plateia sem
se comprometerem.
Ter mais fé, orar mais e ler mais a Bíblia são orientações comuns
para solucionar os problemas de traumas, depressão e outras enfermidades da
alma. Mas essas respostas são simplistas demais e denota ausência de
conhecimento e sensibilidade para situações de grande complexidade. Na verdade,
a pessoa que recebe essa orientação, pode acumular mais pressão sobre si, uma
vez que seus problemas são de origem emocional. A sua forte sensação de culpa
aumenta e redobra o seu desespero. Alguns irmãos precisam de uma
orientação terapêutica na área das emoções, um psicólogo ou até mesmo
psiquiatra. Assim como um leigo não pode prescrever remédio a um paciente com
problemas patológicos, também é necessária a capacitação específica para cuidar
de pessoas com problemas emocionais, uma vez que esses podem gerar doenças
psicossomáticas.
Por mais difícil que possa parecer, é fundamental encarar o
problema de frente. Admitir e falar do assunto com outra pessoa faz parte do
processo de cura. Existem problemas que nunca poderão ser solucionados,
enquanto não falarmos deles. As confissões possuem poder terapêutico, tanto que
a Bíblia nos orienta neste procedimento: “Confessai, pois, os vossos pecados
uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados” (Tiago 5:16),
então devemos reconhecer de forma consciente nossos problemas e procurar alguém
idôneo para nos ajudar. Todos nós precisamos de cura e crescimento emocional.
Trata-se de uma atitude de humildade e reconhecimento de que necessitamos de
Deus e da cura do Senhor.
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