Texto
Áureo
II Coríntios
10:4
Porque as armas da nossa
milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das
fortalezas.
Verdade
Aplicada
Para vencer a batalha no
mundo espiritual é preciso conhecer o inimigo e as suas artimanhas.
Textos de
Referência
Efésios 6:10-13
No demais, irmãos meus,
fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos de toda a
armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do
diabo.
Porque não temos que
lutar contra carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
Portanto, tomai toda a
armadura de Deus, para que possais resistir no dia mal e, havendo feito tudo,
ficar firmes.
Em Hebreus
12:9, Deus é identificado como sendo o “pai” dos espíritos, ao qual devemos
obedecer como “filhos”. Aqui, nos é descortinada a extensão do mundo
espiritual, com seus mistérios ainda não revelados e suas batalhas constantes e
acirradas, que embora não vejamos, estamos sim no centro do embate. Deus é um
ser espiritual, bem como também o é, as primícias da criação. Antes mesmo dos
mundos físicos existirem, Deus criou seus anjos, que hoje podem ser
identificadas como ministros espirituais a serviço do Senhor, ministrando seus
desígnios e tornando-se visíveis aos homens apenas em ocasiões especiais
(Gênesis 32:1-2 / Daniel 8:15-17 / Lucas 22:43). Se os anjos do Senhor são
espíritos, logo a terça parte dos renegados que foram expulsos do paraíso
também o são. Espíritos maldosos e enganadores, que atuam nas esferas celestes
(céu cósmico), aos quais comumente denominamos “demônios”. O homem também
possui um espírito dentro de si, que foi dado e será recolhido por Deus
(Eclesiastes 12:7), recebendo então uma destinação final baseado no julgamento
de seus atos enquanto vivente (Hebreus 9:27). Assim, estamos todos interligados
nesta esfera ainda incompreendida em decorrência de nossa “corruptibilidade”.
Mas nossa ignorância a muitos elementos desta realidade espiritual não nos
imuniza dos efeitos práticos dos eventos cósmicos que se desenrolam ali, até
porque o mais letal dos inimigos espirituais, anda ao nosso derredor, rugindo
como um leão, buscando a quem devorar (I Pedro 5:8). Em decorrência desta
investida satânica, é necessária vigilância constante e irrestrita. Satanás é
um adversário sutil, perspicaz e ardiloso, que embora não deva ser “temido”,
jamais pode ser desmerecido, subestimado ou enfrentado sem a estratégia adequado,
pois caso contrário, tem a assustadora capacidade de “cirandar” com a alma do
homem (Lucas 21:31). Neste texto, Jesus fez menção ao ato de cirandar o trigo,
que consistem em “moer” e “peneirar” os grãos. Para bom entendedor, fica a
mensagem clara e objetiva: o diabo não está de brincadeira.
O nome “Satanás”
é uma transliteração do hebraico para Satan, que significa “ACUSADOR”, mas nem
sempre foi assim. Em Ezequiel 28, ao falar da influência maligna sobre os
grandes reinos da Terra, o profeta revela algumas nuances da origem de Satanás.
Ele foi
criado pelo próprio Deus, sendo um sinete de perfeição, cheio de sabedoria e
formosura. Era um anjo de elevada glória (acima dos demais), ornado de ouro, sendo
querubim de guarda, ungido e perfeito em seus caminhos. Habitava num
tipo de “jardim mineral”, (“Eden – Jardim de Deus”), estabelecido no “Monte
Santo do Senhor”, onde caminhava entre pedras “afogueadas” (sárdio, topázio,
diamante, berilo, ônix, jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda). Seu nome era “Lúcifer”,
que quer dizer, “anjo de luz” (Isaías 14:12).
Esta condição gloriosa se manteve por longas eras, até que Deus vislumbrou
iniquidade no seu coração. Ele se tornou arrogante em sua beleza e posição, e decidiu
que queria se assentar em um trono que fosse acima do de Deus (Isaías 14:13-14
/ Ezequiel 28:15 / I Timóteo 3:6). O orgulho de Lúcifer o levou à queda. Ele subiu aos céus e usando de sua influência perspicaz,
corrompeu a terça parte dos anjos, que devotaram lealdade ao insurgente. Por
causa de seu pecado, Deus expulsou Satanás e seus asseclas do céu. Com grande
violência ele caiu vertiginosamente em direção a terra, e como muitos teólogos
acreditam, promoveu grande destruiu, a ponto de o Criador precisar reformar o
planeta (Gênesis 1:1-2). Quando questionado sobre a atuação de seu maior
adversário, Jesus testificou de sua queda declarando que tinha o visto cair
como um raio (Lucas 10:18). Desde então, Satanás, embora seja um ser espiritual,
atua na atmosfera humana.
Satanás se tornou o governante dos reinos do mundo que se afastaram de
Deus. É também o príncipe das potestades do ar (João 12:31 / II Coríntios 4:4 /
Efésios 2:2). Como ele não é dotado de onipresença, onisciência e onipotência
(que são atributos exclusivamente divinos), existe uma vasta estrutura muito bem organizada que
converge para a liderança maléfica de Satanás, o grande arqui-inimigo da
igreja. Porém a recomendação bíblica em relação a este adversário não é o
enfrentamento, como muitos insistem em ensinar. Efésios 6:10-13 diz que devemos
nos revestir da armadura de Deus para estar firmes contra as astutas ciladas do
Diabo, revelando que nossa posição estratégica nesta guerra é a de defesa,
enquanto o ataque pertence ao Senhor. A Bíblia nos ensina em Tiago 4:7, a
“sujeitar” a Deus, “resistir” ao Diabo e então ele fugirá de nós. O homem que
decide “enfrentar” a Satanás com suas próprias forças, será derrotado e
consumido.
Conhecendo os poderes das trevas
Ser um crente salvo em
Jesus Cristo é estar em constante guerra contra Satanás e seus adeptos. Uma vez
salvo, nos tornamos soldados importantes na peleja entre o poder de Deus (luz)
e as forças de Satanás (trevas). Existe uma batalha travada no mundo
espiritual, onde forças opostas à verdade de Cristo farão de tudo para
desarticular a fé daqueles que hão de herdar a salvação. Para isso, devemos
estar revestidos, alicerçados e de posse das armas de nossa milícia, as quais
são poderosas em Deus para destruir as fortalezas do inimigo (II Coríntios 10:4).
Escrevendo aos Efésios, Paulo falou acerca das “ciladas” (Efésios 6:10-11). Ele
diz que devemos nos fortalecer no Senhor e nos revestir de toda a armadura.
Fala da necessidade de estarmos preparados para a guerra e explica o porquê de
tal preparo: “as astutas ciladas do diabo”. Ele dia “ciladas” e prossegue dizendo
que nossa luta não é contra seres humanos: “carne e sangue”, e sim contra as
hostes espirituais da maldade. E conclui revelando onde se encontram esses
poderes do mal: “nos lugares celestiais”. A Bíblia nos ensina que ele é o
príncipe da potestade do ar e o deus deste século (Efésios 2:2 / II Coríntios
4:4). Antes de sermos salvos por Cristo, ele trabalhava em nós como filhos da
desobediência. Satanás não é uma lenda, ele existe e não respeita nem pessoas,
nem lugares sagrados. Ele foi capaz de tentar Jesus Cristo no deserto, lhe
oferecendo poder e riquezas para desestabilizá-lo (Mateus 4:3-11). A Bíblia nos
ensina que a pessoa natural não pode compreender as coisas espirituais porque
lhe parece loucura, mas afirma que o espiritual pode ver aquilo que ninguém
entende (I Coríntios 2:14-15). O que aprendemos aqui é que existe o mundo
físico e o mundo espiritual. Que existem forças opositoras e malignas capazes
de desequilibrar a vida de muitas pessoas.
A função de Satanás é
matar, roubar e destruir (João 10:10). Se olharmos bem para os acontecimentos
que estão à nossa volta, iremos identificar o trabalho do maligno em todas as
camadas da sociedade. Filhos matando os pais por ganância; pai assassinando
filha e jogando pela janela; jovens matando a pauladas mendigos de rua; outros
incendiando pessoas vivas; marginais que mutilam pelo simples prazer de matar;
fraudes nas camadas sociais do governo; mentiras; depravação moral e sexual.
Ignorar que o mal existe é permitir que ele destrua não somente a nós, mas
também a todos aqueles a quem amamos. Temos duas opções: ser livres pela
verdade ou escravos pela ignorância (João 8:32). Muitos cristãos estão perdendo
a batalha contra o inimigo porque ainda não tem ganho a batalha em sua mente.
Não podemos conquistar as fortalezas espirituais em lugares celestiais, sem que
primeiro tenhamos conquistados as fortalezas espirituais que Satanás tem
levantado em nossas mentes. “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu
coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento (mente) e de todas as
tuas forças” (Marcos 12:30). De todos os seres criados, o homem é o único que
tem capacidade de pensar, porque é o único que foi feito à imagem e semelhança
de Deus.
A mensagem do Evangelho
apresenta dois reinos: o Reino de Deus, e o reino das trevas. O Reino de Deus é
santo; o das trevas é um reino de engano, de uma falsa felicidade e de
perversão dos bons costumes (I Coríntios 10:23 / 15.33). O Senhor não somente
nos chama para combater o mal, mas para estar preparados contra toda investida
de Satanás e suas hostes. O que vai determinar nossa vitória é a maneira como
preparamos nosso espírito para a batalha. Não há como vencer na carne. Não
lutamos contra pessoas, mas sim, contra o que lhes domina (Gálatas 5:16-18). O
mundo é governado por ideias errôneas acerca de Deus, de Seu Reino e de Seu
poder. E só se pode vencer uma boa ideia com outra ideia melhor (I João 3:8b).
A situação vem piorando a cada instante e precisamos de um rápido retorno a
presença de Deus, voltar ao lugar secreto de oração, sentar-se à sua mesa. A
maioria dos cristãos não está bebendo a Palavra e nem se alimentando de Cristo.
Por esta razão, nossa geração é tão vulnerável ao espírito deste século. Não
podemos viver sem uma revelação maior acerca de Jesus Cristo (Efésios 6:10-19).
No Campo de Batalha
Em sua
famosa obra “A Arte da Guerra”, o general chinês Sun Tzu escreveu: “Se você conhece o inimigo e conhece a si
mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas
não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se
você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas." Infelizmente,
muitos cristãos têm sido derrotados na batalha espiritual não por ter pouco conhecimento
sobre seu adversário, mas sim, por desconhecer a si mesmo. No Jardim do Éden,
quando a primeira profecia messiânica foi proferida pelo próprio Deus, a
serpente foi avisada que da semente da mulher nasceria um que pisaria em sua
cabeça. Porém, uma informação muito relevante é acrescentada: e a serpente irá ferir o seu calcanhar (Gêneses
3:15). É jargão usual em muitas pregações a ordenança de se pisar na cabeça de Satanás,
e crentes incautos tem se lançado nesta aventura desastrosa, declarando a
plenos pulmões que o diabo está embaixo de seus pés. Pois bem, se assim for, o
inimigo tem aproveitado este momento para inocular seu veneno em calcanhares
desatentos. A autoridade de pisar na cabeça da serpente pertence apenas a Jesus
Cristo, que por sua vez é capaz de suportar o ferimento colateral. Quando
agimos por contra própria, desafiando Satanás com nossos pés, subestimamos o
mais letal dos adversários e nos provarmos ignorantes quanto a nossa própria condição.
O diabo não está preocupado com nossos pés. O alvo dele é bem mais acima.
A mente do
homem é um campo de batalha onde Satanás mobiliza o primor de seu arsenal. Diariamente
somos bombardeados com tentações que atrevessam nossos olhos como flechas, semeando
sementes de hedonismo em nossa imaginação. Ondas sonoras invadem nossos ouvidos
ecoando acusações gritantes, que minam nossa confiança em Deus e questionam
nossa fé na própria salvação. Satanás trabalha nas sutilezas, pacientemente
esperando uma brecha para adentrar nossa mente, e ali estabelecer pouco a pouco
sua fortaleza. Porém, ele é um ser que age nas trevas, e para ter êxito em sua
invasão, precisa primeiro escurecer nossa mente, coração e alma (Mateus 6:23).
Assim, a mais eficaz estratégia contra os planos do inimigo, é em todo tempo,
manter as “luzes acessas”. Escrevendo aos Filipenses, Paulo nos ensina que o
grande segredo desta “luminosidade” é exatamente a “paz” de Deus, capaz de
exceder todo o conhecimento. Ela protege nosso coração e nossas mentes em
Cristo. Para alcança-la, o apóstolo
aconselha seus leitores a terem uma vida de equidade notória, que consiste na
pratica da justiça, na demonstração de respeito e na imparcialidade dos
julgamentos. Também é aconselhada constância de orações, suplicas e louvores.
Agindo assim, centralizamos nossos pensamentos em Cristo, e imunizamos nossa
mente aos ataques de Satanás. Uma vez em
Cristo, nossa mentalidade é transformada e revestida de luz, elevando nossos
valores e redirecionando nosso pensar as coisas celestiais: tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que
é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Filipenses 4:5-8).
Martin
Lutero, pai da Reforma Protestante, foi um homem vitimado por inúmeros ataques
de Satanás. Sombras do passado e acusações veladas do adversário irrompiam o
silêncio das noites de oração, levando Lutero a inúmeros confrontamentos
mentais. Sua mente era um grande campo de batalha, onde Satanás tentava cravar
suas bases. Graças a Deus, nunca conseguiu. Umas das mais marcantes frases da
vida do reformador revela sua vitória contra as investidas do adversário: - “Você não pode impedir que um pássaro pouse
em sua cabeça, mas, pode impedir que faça ninho. ” Satanás investirá com
furor contra as nossas vidas, estudando nossos passos, vasculhando nosso lixo,
forçando nossas defesas em busca de um ponto fragilizado. Não podemos impedir
seus rompantes de fúria, nem limitar seus passeios sistemáticos ao nosso
derredor. Ele está fazendo seu papel, sendo quem ele é. Cabe a cada um de nós
estarmos preparados para não ceder as investidas, guardados e protegidos a
Sombra do Altíssimo (Salmo 91:1). Os pássaros poderão até pousar, mas ninhos,
eles jamais irão fazer.
Poneros: os segredos do dia mau
Paulo nos fala acerca de
um dia mal e inevitável em nossas vidas. Revela-nos a batalha que estamos
travando e nos instrui a estar preparados e revestidos com toda a proteção
(armadura) divina para que nesse dia possamos sair vitoriosos e permanecer
firmes (Efésios 6:13). Esse dia Paulo se refere como “dia mau” não deve ser
interpretado como um dia de vinte e quatro horas (Efésios 6:13). Mas como uma
época em que os poderes malignos provocarão uma série de males sobre a vida das
pessoas. O termo usado para “dia mau” é “poneros”, cujo significado é:
“maldade, lascivo, daninho, e implicitamente perversão”. “Poneros” fala de
prostituir a mente ou fazer a mente fornicar. É a mesma palavra usada em Apocalipse
17.5. O dia mau representa um período onde se libera a opressão da tentação com
o espírito da maldade para que se experimente os efeitos da depravação. O fato
de Paulo usar o termo “luta” indica que estamos envolvidos em um confronto
direto e que, portanto, não somos apenas expectadores de um jogo. Satanás
deseja usar nosso inimigo externo, o mundo, bem como nosso inimigo interno, a
carne, para nos derrotar. Suas armas e seu plano de batalha são terríveis.
“Poneros” representa uma
entidade de cabeça de uma estrutura que, unida a outros espíritos, faz sinergia
com a intenção de sequestrar o cérebro (II Coríntios 4:4 / Efésios 4:14-18 / Filipenses
4:8). “Poneros” age na mente humana. É o espírito que tem operado em muita
gente nesse século. Sua esfera é agir intensamente na vida do crente nesse
tempo final. Esse já não é um problema dos de fora. Existem pessoas dentro da
Igreja que estão trabalhando intensamente contra esse espírito. Por fora é
fácil identifica-lo. Porém, identificar uma pessoa que está imersa nesse mundo
dentro da Igreja é mais complicado, principalmente porque confessar pode ser
vergonhoso. A indústria do sexo, a perversão e a depravação comprimem a moral
da sociedade. “Poneros” não somente avança fora da Igreja, ele já está se
infiltrando dentro dela (II Coríntios 10:4-5 / Gálatas 5:19).
Muitas pessoas que
sofrem a tentação de “poneros” não buscam ajuda porque tem medo de se expor e
de serem julgadas pelas pessoas (Salmos 32:3-6). Desse modo, enfrentam a
batalha de maneira solitária, sem alguém que possa ao menos lhes aconselhar e,
quando o conselheiro é a si mesmo em batalhas privadas, o resultado é a
escravidão (Provérbios 19:20). O sequestro tem a intenção de perverter a mente
e perversão. É o mau uso ou a má representação de um desenho original (Romanos
1:21-22). Não podemos permitir que a escravidão se torne um hábito. É comum ver
esse hábito na sociedade. Para as pessoas, a imoralidade, o pecado e a
desonestidade são coisas normais (Romanos 1:32). Por isso, Paulo nos alerta a
estar revestidos, a nos vestir de toda a armadura de Deus para enfrentar esse
período e continuar firme (Efésios 6:10-13). Existe uma batalha, mas que esta
não pode ser vencida com armas humanas porque ela se desencadeia no mundo
espiritual e, principalmente, na mente humana, que é o alvo principal do
domínio inimigo. Paulo está falando aqui das hostes de espíritos maus que estão
no mundo e dominam os vastos sistemas que se opõem ao Evangelho. Fala sobre um
sistema promovido e incrementado pela atuação de maus espíritos que se acham em
armas contra Deus. É tempo de buscarmos ao Senhor (Isaías 55:6-7).
Vencendo
com as armas corretas
Uma grande batalha não
se vence somente com a força ou potência das armas, se vence também com uma boa
estratégia. Para combater o inimigo com eficácia, devemos não somente conhecer
suas estratégias, mas também estar empenhados em conhecer nossas limitações e
nossa esfera de poder. Talvez não sejamos capazes de compreender profundamente
o enorme conflito que se ergue no reino espiritual. Tampouco perceber quão
determinado o inimigo está em aniquilar aqueles que reconhecem a Jesus como seu
Senhor e dono. Precisamos ter em mente que a nossa decisão de seguir a Cristo
nos colocou definitivamente na condição de inimigos de todos os poderes das
trevas (Efésios 5:8-11). No momento que entramos em uma vida de obediência e
dependência em Cristo, todos os alarmes do inferno foram disparados e nos
tornamos alvo de todas as forças e potestades (II Samuel 22:6). A partir do
momento em que decidimos servir a Cristo, toda sorte de empecilhos virá como
causticantes testes de fé em nossas vidas (Salmo 34:19 / 116:3). A Palavra de
Deus diz: “... Vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor...
buscando a quem possa tragar” (I Pedro 5:8). A Bíblia não diz isto por acaso.
Satanás age em nossos vacilos e na autoridade que lhe conferimos. Se ele não
tiver legalidade, vai andar ao nosso derredor até a eternidade, mas se anda é
porque pode encontrar (Provérbios 26:2).
O propósito divino é nos
trazer de volta à perfeição em sua Presença (Lucas 19:10 / Efésios 4:13 / I Coríntios
15:49). Todavia, o reino das trevas produzirá laços e armadilhas para nos
enredar e nos sacar fora da presença de Deus enquanto estivermos nesse corpo
mortal. Nossa vitória está em manter uma vida produtiva, comprometida com a
verdade, sem dar brechas para que o inimigo possa nos derrotar. Mais que isso,
devemos ter a coragem de ser parte do plano de Deus para a destruição do
projeto de Satanás e suas fortalezas (II Coríntios 10:4). O cristão deve ser
firme e constantes. Firmes e constantes não formam uma redundância, pois as
palavras têm nuances que as diferenciam entre si. Constante (gr. ametakinetos)
significa inabalável, inamovível. Ser firme descreve alguém imóvel, que não muda
facilmente por si mesmo, constante descreve alguém que não é movido por outros
ou por circunstâncias exteriores. Assim, firme descreve a posição de alguém em
tempo de paz, constante descreve a pessoa na mesma posição, mas agora sob
ataque. Ou seja, a ideia é de alguém que guarda o seu posto sob fogo intenso.
Comente com eles que o termo é usado por Paulo quando encoraja aos colossenses
dizendo; “não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes” (Colossenses
1:23).
Precisamos entender bem
esse assunto porque não é somente o inimigo que possui fortalezas (II Coríntios
10:4, 5). A fortaleza é um lugar impenetrável, que representa Segurança. Temos
fortalezas boas e más. Uma boa fortaleza pode ser nossa segurança perante o
inimigo, mas uma fortaleza má pode nos impedir de viver uma vida saudável e
vitoriosa em Cristo. Não se contaminar antes do casamento, ser honesto, não
mentir, são boas fortalezas contra o inimigo. Porém, o hábito de não orar,
jejuar e ler a palavra de Deus são péssimas fortalezas contra nós mesmos. O
diabo não vence os revestidos. Ele arrebata os fracos, sem disciplina, os
orgulhosos, os que ignoram e desconhecem seus ardis (I Coríntios 8:2).
A Armadura de Deus
Efésios 6
é facilmente identificado como o texto que fala sobre a “Armadura de Deus”, mas
na verdade, é um grande tratado sobre a OBEDIÊNCIA. Nele, Paulo aconselha aos
filhos que honrem seus pais, que os pais tenham bom senso nas tratativas
educacionais, que servos sejam leais aos seus senhores e que trabalhadores se empenhem
como se trabalhassem para o próprio Cristo. Em resumo, o apóstolo nos aconselha
que todas as possíveis portas de entrada para o maligno sejam trancadas. Somente
a partir deste ponto, nos é revelada a famosa “ARMADURA DE DEUS”, disponibilizada
ao cristão fiel e obediente aos princípios antes citados. A ordem inicial é
para se fortalecer em Cristo, na força de “seu” poder, deixando claro que não temos
condições naturais para suportar tamanha batalha. Em seguida, é explicitado que
a função prática desta armadura é para resistência, e não ataque. Com ela,
poderemos estar firmes contra as astutas ciladas do diabo, e não agir afim de “desarma-las”,
sendo esta uma atribuição do próprio Deus. A primeira “peça” a ser revelada é
um tipo de malha que deve cingir o lombo, funcionando como uma base de toda a
armadura, e ela é a VERDADE. Sua importância se deve exatamente ao fato de Satanás
ser repelido pela verdade, já que vive numa dimensão de engodos e falsidades,
sendo atribuída a ele a paternidade da mentira (João 8:44). A Bíblia também
afirma que os mentirosos não herdarão o Reino dos Céus (Apocalipse 22:14:15). A
verdade liberta e santifica. Sem ela, as demais peças da ARMADURA simplesmente
deixam de ter qualquer funcionalidade.
O próximo
passo é vestir a COURAÇA DA JUSTIÇA. A couraça era uma armadura feita de metal
ou couro, usada por soldados sobre o peito e as costas para protegê-los de
golpes inimigos em órgãos vitais. Aqui, estamos falando da Justiça de Cristo,
imputada por Deus e recebida pela fé. Ela guarda os nossos corações contra as
acusações de Satanás e protege o nosso ser interior contra seus ataques mortais. Dorso protegido,
agora é a vez de proteger os pés. Segundo o apóstolo, os mesmos devem ser
calçados na preparação de EVANGELHO DA PAZ. Numa zona de guerra, os pés sempre
estarão expostos a perigos de armadilhas, irregularidades do terreno, tropeços
e até fragmentos cortantes. Por muitas vezes, os pés estão desprotegidos pelo
nosso raio de visão e vulneráveis aos perigos escondidos na estrada, sendo também
uma porta de entrada para doenças, vírus e bactérias. O salmista Davi testifica
que a Palavra de Deus é lâmpada para seus pés e luz em seu caminho (Salmo
119:105). Só conseguiremos avançar por territórios inóspitos com segurança, se
nossos pés estiverem protegidos pelo Evangelho de graça, misericórdia e poder,
guia fiel mesmo em veredas tortuosas e fonte de luz em rotas de escuridão. Já
nas mãos, é obrigatório o uso do ESCUDO DA FÉ. II Coríntios 5:7 revela que
nossa caminhada é por Fé e não por vista, logo, cada passo que damos neste
terreno espinhoso precisa sem primeiramente dado em fé e por fé. Esse escudo é
nossa confiança total e irrestrita em Deus, tendo a certeza que ele é nosso
guia protetor, socorro bem presente que não falta na tribulação. O CAPACETE DA
SALVAÇÃO surge como a garantia de nossa justificação, o que protege nossa mente das
possíveis duvidas lançadas por Satanás. É uma peça de suma importância, pois
qualquer ferimento na cabeça, pode trazer danos irreversíveis.
O último
elemento desta armadura é também o único item de ataque em toda a lista: A
ESPADA DO ESPÍRITO. O apóstolo Paulo a identifica como sendo a Palavra de Deus.
Esta é de fato, a única arma que o cristão está autorizado a usar contra Satanás.
Quando foi tentado no deserto, o próprio Jesus se fez valer desta ferramenta,
citando por três vezes o livro de Deuteronômio, repelindo com as escrituras,
todos os ataques do maligno. (Mateus 4:1-10). Outro exemplo grandioso pode ser
encontrado no verso 9 da epístola de Judas, onde nos é revelado que quando
Moisés morreu, Satanás tentou usurpar seu corpo. Miguel, comandante dos exércitos
angelicais foi enviado para intervir, porém se recusou a um confronto direto,
usando como arma as palavras do próprio Deus: O Senhor te repreenda. Quem se
atrever a enfrentar Satanás com armas alternativas que não seja a PALAVRA DE
DEUS, não encontrará legalidade de ataque e estará espiritualmente desprotegido.
A ordem é sujeitar a Deus em obediência, resistir ao diabo usando a armadura de
Deus, e então “ELE”, fugirá de nós! (Tiago 4:7)
Conclusão
O Evangelho possui armas
que nenhum argumento ou ação humana podem resistir. No entanto, nós, muitas
vezes, preferimos confiar nos métodos carnais e não nos valemos desse arsenal
invencível. A guerra existe, o inimigo é real, façamos a nossa parte (Efésios
6:10-13).
Participe da EBD deste domingo, 08/11/2015, e descubra você também os segredos para uma vida de fé e atitudes
Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 97 - Editora Betel
Comentarista: Pr. José Fernandes Correia Noleto
Maturidade Espiritual
Lição 6
Comentários Adicionais (em azul):
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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