Êxodo
2:15 registra um dos mais melancólicos momentos da vida de Moisés. Sem ter para
onde ir e não podendo retornar para o lugar que sempre chamou de lar, ele
caminha vagarosamente pelas áreas quentes do deserto, até ser vencido pelo
cansaço. Então, imerso em seus pensamentos, senta-se junto a um poço de águas
construído na terra de Midiã. O que fazer agora? O que será do amanhã? Enquanto
Moisés reflete sobre seu passado e divaga pesarosamente sobre o futuro, percebe
a aproximação de algumas mulheres, que se achegam ao poço afim de abeberar os
seus rebanhos. Por alguns minutos Moisés observa o trabalho das moças, até que
um grupo de pastores salientes também se aproximam do poço e usando de força
bruta, tentam levar vantagem sobre as meninas. Moisés, um “gentleman
inveterado" toma partido e decide intervir na situação. Primeiro ele
usa seu treinamento militar para dar um “sacode” nos pastores abelhudos, e depois, sua finesse para se voluntariar a terminar o
serviço das pastorinhas.
As
meninas retornam para casa mais rápido do que é usual, e são questionadas pelo
pai sobre a rapidez do trabalho. Elas cotam sobre o ataque sofrido e como um
egípcio desconhecido afugentou os agressores e concluiu em tempo recorde as
atividades do dia. O patriarca demostra interesse em conhecer o gentil bem
feitor, e desta forma, Moisés é convidado a visitar a aldeia dos midianitas. A
empatia entre ambos é quase instantânea, e Jetro convida Moisés apara
permanecer com eles por mais tempo. Os dias se tornariam meses, e os meses anos...
Naquele lugar, Moisés encontraria o refúgio que tanto buscava, vivendo uma
calmaria jamais experimentada, longe da monarquia egípcia e distante do
sofrimento israelita. Em Midiã, o outrora “príncipe” se tornaria um pacato
pastor de ovelhas, pai de dois filhos, casado com Zípora (uma das pastoras que
ajudou no poço), tendo o próprio Jetro por sogro.
Jetro
exercia em Midiã um tipo de liderança tribal religiosa, sendo identificado como
um sacerdote de elevada consideração. No seu aclamado livro “Histórias dos
Hebreus”, o historiador Flavio Josefo comenta sobre “um sacerdote chamado Reuel, ou
Jetro, muito estimado entre os seus, que louvou a gratidão das filhas e mandou
chamar Moisés, dando lhe sua filha Zípora por esposa”. Provavelmente, “Jetro” era uma nomenclatura
para fins religiosos, já que em outras referências ele é identificado como
Reuel, em contextos que indicam ser este seu nome “civil” (Êxodo 2:18).
O
fato é que Jetro se tornou um amigo pessoal e conselheiro de seu genro, cujas
palavras influenciavam positivamente as decisões de Moisés. Jetro tinha sete
filhas que cuidavam de seus rebanhos antes da chegada de Moisés, e o pentateuco
ainda faz menção a pelo menos um de seus filhos. Este homem chamado Hobabe
teria herdado o patriarcado de seu pai, se tornando um honrado líder de seu
povo, e que mais tarde também foi um importante aliado de Moisés, ajudando os
israelitas na conquista de Canaã (Números 10:20-33). Jetro por sua vez, ajudou
Moisés a entender os desígnios do Todo Poderoso e aceitar a missão de libertar
os israelitas - Então foi
Moisés, e voltou para Jetro, seu sogro, e disse-lhe: Eu irei agora, e tornarei
a meus irmãos, que estão no Egito, para ver se ainda vivem. Disse, pois, Jetro
a Moisés: Vai em paz (Êxodo 4:18).
Ainda no caminho para Egito, Moisés optou por enviar sua esposa e filhos de volta a Midiã para preserva-los em segurança. Com os hebreus já livres da servidão e em marcha rumo a terra da promessa, Jetro decidiu promover o reencontro de Moisés com sua família.
Ainda no caminho para Egito, Moisés optou por enviar sua esposa e filhos de volta a Midiã para preserva-los em segurança. Com os hebreus já livres da servidão e em marcha rumo a terra da promessa, Jetro decidiu promover o reencontro de Moisés com sua família.
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