O apóstolo
Paulo faz uma forte declaração em Romanos 12:1-2 sobre o conceito de adoração
em tempo integral. Essas suas palavras vêm depois do que possivelmente é a
maior exposição de teologia de toda a Escritura.
A adoração é
para a vida cristã o que a mola mestra é para um relógio, o que o motor é para
um carro. A adoração é o núcleo, o elemento essencial. A adoração não pode ser
isolada ou relegada a um único lugar, tempo ou segmento de nossa vida. Não
podemos expressar em palavras todo o agradecimento e louvor a Deus enquanto
levamos uma vida de egoísmo e carnalidade. Esse tipo de adoração acaba por
revelar-se uma perversão.
Atos
verdadeiros de adoração devem ser o transbordamento de uma vida em adoração
perpétua. Refletir sobre a centralidade da adoração nesses tempos nebulosos é
de suma importância, tendo em vista que o assunto é dominante nas Sagradas
Escrituras.
Temos muitas
atividades e pouca adoração. Somos grandes no ministério e pequenos na
adoração. Somos desastrosamente pragmáticos. Só queremos saber se algo
funciona. Queremos fórmulas e efeitos e, no processo, de certo modo, deixamos
de lado aquilo para a qual Deus nos chamou.
Somos Marta
demais e Maria de menos. Estamos tão profundamente enraizados no fazer que
perdemos o estar. Estamos tão programados, informados, planejados e ocupados
que menosprezamos a adoração!
A adoração
pode ser refletida em nosso comportamento em relação aos outros. “Porque quem
nisto serve a Cristo, agradável é a Deus e aceite aos homens.” (Romanos 14:18).
O que significa
esta oferta agradável Deus?
O contexto
revela que é ser sensível ao irmão mais fraco (Romanos 14:13). Quando tratamos
os irmãos em Cristo com o tipo adequado de sensibilidade, isso é um ato
aceitável de adoração. Esse ato honra ao Deus que criou essa pessoa e esse ato
também reflete a compaixão e o cuidado de Deus. O evangelismo também é uma
forma de adoração aceitável (Romanos 15:16).
Assim, a
adoração pode ser expressa ao compartilhar o amor com irmãos em Cristo, pregar
o Evangelho aos descrentes e atender as necessidades das pessoas num nível
material. A adoração aceitável é dar. É um amor que compartilha (Filipenses
4:18). Paulo escreve que graça especial lhe foi dada para ser servo de Cristo
Jesus entre os gentios, servindo ao Evangelho de Deus como sacerdote, para que
os gentios sejam aceitáveis a Deus. Os gentios foram ganhos para Cristo pelo
ministério de Paulo tornaram-se adoradores.
Para muitos,
o culto é apenas uma programação de fim de semana, um evento, um show, um
momento que sobra da agitada vida terrena para oferecer a Deus o que Ele
rejeita. O propósito e a responsabilidade de cada cristão como sacerdócio real
é promover um ensaio na terra da vida eterna que será vivida no céu. Este é o
culto racional!
Efésios
5.8-10 diz: “Andai como filhos da luz (porque o fruto do Espírito está em toda
bondade, e justiça, e verdade), aprovando o que é agradável ao Senhor”. A
palavra agradável vem do grego e significa “aceitável”. Nesse contexto,
refere-se à bondade, justiça e verdade, dizendo claramente que fazer o bem é um
ato aceitável de adoração a Deus. Paulo, aconselhando a Timóteo (I Timoteo 2),
exorta para que os cristãos orem pelas pessoas investidas de autoridade de modo
que os cristãos possam ter vida tranquila e serena, em toda piedade e honestidade.
Portanto
compartilhar é um ato de adoração e esse é o efeito da adoração sobre os
outros.
Fazer o bem
é igualmente um ato de adoração e esse é seu efeito em nossa vida. Agradar a
Deus, fazer o bem e compartilhar com os outros, todos são atos de adoração
legítimos e bíblicos. Isso abarca toda a atividade e todo o relacionamento da
vida humana.
A implicação
é que assim como a Bíblia se dedica de capa a capa ao tema da adoração, o
cristão deve se dedicar à atividade de adoração, absorvido pelo desejo de
dedicar cada momento de sua vida a fazer o bem a todos, a compartilhar as
bênçãos com os vizinhos e a louvar a Deus, que é a fonte de toda bondade e toda
bênção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário