sábado, 25 de março de 2017

A adoração é um estilo de vida



O apóstolo Paulo faz uma forte declaração em Romanos 12:1-2 sobre o conceito de adoração em tempo integral. Essas suas palavras vêm depois do que possivelmente é a maior exposição de teologia de toda a Escritura.
                
A adoração é para a vida cristã o que a mola mestra é para um relógio, o que o motor é para um carro. A adoração é o núcleo, o elemento essencial. A adoração não pode ser isolada ou relegada a um único lugar, tempo ou segmento de nossa vida. Não podemos expressar em palavras todo o agradecimento e louvor a Deus enquanto levamos uma vida de egoísmo e carnalidade. Esse tipo de adoração acaba por revelar-se uma perversão.

Atos verdadeiros de adoração devem ser o transbordamento de uma vida em adoração perpétua. Refletir sobre a centralidade da adoração nesses tempos nebulosos é de suma importância, tendo em vista que o assunto é dominante nas Sagradas Escrituras.

Temos muitas atividades e pouca adoração. Somos grandes no ministério e pequenos na adoração. Somos desastrosamente pragmáticos. Só queremos saber se algo funciona. Queremos fórmulas e efeitos e, no processo, de certo modo, deixamos de lado aquilo para a qual Deus nos chamou.

Somos Marta demais e Maria de menos. Estamos tão profundamente enraizados no fazer que perdemos o estar. Estamos tão programados, informados, planejados e ocupados que menosprezamos a adoração!

A adoração pode ser refletida em nosso comportamento em relação aos outros. “Porque quem nisto serve a Cristo, agradável é a Deus e aceite aos homens.” (Romanos 14:18).

O que significa esta oferta agradável Deus?

O contexto revela que é ser sensível ao irmão mais fraco (Romanos 14:13). Quando tratamos os irmãos em Cristo com o tipo adequado de sensibilidade, isso é um ato aceitável de adoração. Esse ato honra ao Deus que criou essa pessoa e esse ato também reflete a compaixão e o cuidado de Deus. O evangelismo também é uma forma de adoração aceitável (Romanos 15:16).

Assim, a adoração pode ser expressa ao compartilhar o amor com irmãos em Cristo, pregar o Evangelho aos descrentes e atender as necessidades das pessoas num nível material. A adoração aceitável é dar. É um amor que compartilha (Filipenses 4:18). Paulo escreve que graça especial lhe foi dada para ser servo de Cristo Jesus entre os gentios, servindo ao Evangelho de Deus como sacerdote, para que os gentios sejam aceitáveis a Deus. Os gentios foram ganhos para Cristo pelo ministério de Paulo tornaram-se adoradores.

Para muitos, o culto é apenas uma programação de fim de semana, um evento, um show, um momento que sobra da agitada vida terrena para oferecer a Deus o que Ele rejeita. O propósito e a responsabilidade de cada cristão como sacerdócio real é promover um ensaio na terra da vida eterna que será vivida no céu. Este é o culto racional!

Efésios 5.8-10 diz: “Andai como filhos da luz (porque o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade), aprovando o que é agradável ao Senhor”. A palavra agradável vem do grego e significa “aceitável”. Nesse contexto, refere-se à bondade, justiça e verdade, dizendo claramente que fazer o bem é um ato aceitável de adoração a Deus. Paulo, aconselhando a Timóteo (I Timoteo 2), exorta para que os cristãos orem pelas pessoas investidas de autoridade de modo que os cristãos possam ter vida tranquila e serena, em toda piedade e honestidade.

Portanto compartilhar é um ato de adoração e esse é o efeito da adoração sobre os outros.

Fazer o bem é igualmente um ato de adoração e esse é seu efeito em nossa vida. Agradar a Deus, fazer o bem e compartilhar com os outros, todos são atos de adoração legítimos e bíblicos. Isso abarca toda a atividade e todo o relacionamento da vida humana.


A implicação é que assim como a Bíblia se dedica de capa a capa ao tema da adoração, o cristão deve se dedicar à atividade de adoração, absorvido pelo desejo de dedicar cada momento de sua vida a fazer o bem a todos, a compartilhar as bênçãos com os vizinhos e a louvar a Deus, que é a fonte de toda bondade e toda bênção.


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