Texto
Áureo
Jeremias
52.13
E queimou
a Casa do Senhor, e a casa do rei, e também a todas as casas de Jerusalém, e
incendiou todas as casas dos grandes.
Verdade
Aplicada
Os graves
erros cometidos por seus líderes fizeram com que o povo de Judá se afundasse
cada vez mais em seus pecados.
Textos de
Referência
Jeremias
52:14-16, 28
E todo o
exército dos caldeus que estava com o capitão da guarda, derribou todos os
muros que rodeavam Jerusalém.
E os mais
pobres do povo, e a parte do povo que tinha ficado na cidade, e os rebeldes que
se haviam passado para o rei da Babilônia, e o resto da multidão, Nebuzaradã,
capitão da guarda, levou presos.
Mas dos
mais pobres da terra deixou Nebuzaradã, capitão da guarda, ficar alguns, para
serem vinhateiros e lavradores.
Este é o
povo que Nabucodonosor levou cativo no sétimo ano: três mil e vinte e três
judeus.
Norte e Sul
Após a
morte de Salomão, seu filho Roboão reinou em seu lugar. Ambicionando ainda mais
riqueza e poder, o jovem rei aumentou arbitrariamente a tributação das tribos
de Israel, mesmo os impostos cobrados por seu pai já sendo abusivos. O
resultado foi uma guerra civil que dividiu a nação em dois estados
independentes. A coalizão formada por Efraim, Manassés, Ruben, Gade, Aser,
Naftali, Issacar, Dã e Zebulom, declarou Jeroboão como seu rei, e estabeleceu
Samaria como a nova capital do “Reino do Norte”, e manteve a nomenclatura
“Israel”. Os territórios de Judá, Benjamim e Simeão, passaram a ser chamados de
Reino do Sul, tendo Jerusalém como capital, e usando a nomenclatura “Judá”. Os levitas, que viviam em função do templo,
permaneceram em Jerusalém. Já os descendentes de Simeão, preferiram migrar para
Israel, totalizando as famosas “dez tribos do Norte”. Para Deus, esta divisão
política pouco importava, já que o Senhor enxergava seu povo como uma única
nação. Historicamente, Israel se mostrou mais inclinado a práticas pecaminosas
do que Judá, principalmente em decorrência da sucessão de reinados imersos em
perversidade.
Segundo os
registros de I e II Reis, cada reino teve 20 governantes diferentes. Em Judá,
12 reis são descritos como homens maus e perversos. Em Israel, a coisa era
muito pior. Não houve um único governante que escapasse desta lista negra de
iniquidades. O trono de Israel sempre foi o epicentro de idolatrias,
promiscuidades e violência. Sete, dos
vintes reis, foram assassinados. Um cometeu suicídio, um foi ferido por Deus e
outro foi deposto e levado para Assíria. A média de duração do reinado de um
monarca israelita era de apenas dez anos, e nove famílias diferentes
reivindicaram o trono. Isto explica a sua curta duração como estado
independente, que não chegou a 210 anos.
Deus
levantou a Assíria como um chicote disciplinador contra seu povo. Era preciso
trazer a nação de volta ao eixo, mesmo que a cura para aquela terra pecaminosa,
fosse extremamente amarga. Em 723 AC, Israel perdeu para de seu território para
os assírios, e viu a soberania nacional sucumbir ante o poder bélico dos
estrangeiros. A Galileia foi tomada, e nessa região, estabeleceu-se
a migração forçada de colonos estrangeiros, criando uma nova
identidade étnica através da mistura dos assírios com a população local. Em 722
AC, o Reino do Norte foi definitivamente conquistado por Salmanaser V
(726-722 AC.), ocorrendo a consolidação assíria com Sargão II (722-705 a.C.).
Samaria foi repovoada por colonos estrangeiros e a população
deportada por todo o império assírio.
Uma vez
que Assíria consolidou sua vitória contra Israel, partir para a conquista de
Judá. Porém, em decorrência da ação de governantes tementes a Deus, o Reino do
Sul experimentou períodos de grandes avivamentos espirituais, gerados pelo
arrependido e pela busca verdadeira ao Senhor. Com isso, ao invés de ser
derrotada pelos Assírios, foi Judá, que liderada por Ezequias, obteve uma
miraculosa vitória contra os seus inimigos. Porém, 150 anos depois, mais uma
vez o Reino do Sul estava imerso em iniquidade, hedonismo e apostasia
espiritual. É neste cenário que nos deparamos com Jeremias, anunciado a toda
nação que a hora do juízo do divino havia chegado, e desta vez, Judá de fato,
iria cair. A grande questão, era que eles poderiam escolher o tamanho do
estrago. O profeta aconselhava a rendição aos caldeus, já que tal atitude
atrairia a benesse de Nabucodonosor para com os judeus, e seria uma
demonstração nacional de submissão a vontade de Deus.
Judá
preferiu lutar com suas próprias armas, e a derrocada foi inevitável.
Nabucodonosor, realizou três viagens a Jerusalém, sendo que em cada uma delas,
infligiu castigos mais severos à cidade. Durante a sua primeira visita em 606
AC., Nabucodonosor saqueou o Templo de salamão, tomando para si diversos
utensílios sagrados. Também levou para a Babilônia um bom número de reféns,
sendo eles jovens provenientes da mais alta classe social judaica. Uma aliança
política entre Judá e o Egito despertou a ira dos caldeus e em 597 AC., a
cidade de Jerusalém foi novamente atacada, e uma segunda leva foi encaminhada
para Babilônia, incluindo milhares de cativos e todos os artífices e ferreiros.
A terceira investida por parte do exército de Babilônia ocorreu em 586 AC.,
durante o reinado de Zedequias. Nesta ocasião, Jerusalém caiu definitivamente,
o templo e a cidade foi incendiada. Apenas os pobres dentre o povo foram
deixados na terra, vivendo em miséria sobre as ruínas de Judá.
Assim como
já tinha acontecido centenas de anos antes durante a estadia no Egito, Deus
usaria uma nação estrangeira como “útero”, para gerar um povo especial. Os
setenta nos no exílio ensinaram aos judeus a serem mais tementes a voz do
Senhor, e a obedecerem seus estatutos. Pela lei, eles deveriam plantar na terra
durante seis anos, mais no sétimo, o solo deveria descansar. Por 490 anos, os
judeus desrespeitaram a ordenança divina, e agora, amargariam sete décadas de
exílio, enquanto a terra descansava por 70 anos, o exato número de “férias
atrasadas”. Deus sabia o que estava fazendo. Tudo estava sobre o controle de
suas mãos. O cativeiro começou com o final já decretado. Bastava que os
exilados, compreendessem o quanto Deus se sentia “solitário”, quando seu povo o
mantinha exilado no limbo de seus corações.
A verdade é esta: Vocês estarão em Babilônia durante o tempo normal duma
vida, ou seja, setenta anos. Mas depois virei, e vos farei todo o bem que vos
prometi, e vos trarei para casa. Porque não me esqueci dos planos que fiz a
vosso respeito, planos de bem e não de mal, para vos dar um futuro e uma
esperança. Nesses dias, quando orarem a mim, eu vos ouvirei. Encontrar-me-ão
quando me buscarem de todo o vosso coração, com toda a
diligência. 14 Sim, diz o Senhor, serei achado por vocês, e porei fim
à vossa escravidão; restaurarei a vossa situação; juntar-vos-ei das nações para
onde vos enviei, e hei-de trazer-vos de novo para a vossa terra natal.
(Jeremias 26:10-13)
A vida na
Babilônia não foi fácil. Os judeus se sentiam derrotados, humilhados e
abatidos. Seus lábios se fecharam e não se ouvia cântico entre eles. Deus,
então, usa o profeta Jeremias para escrever uma carta aos cativos da Babilônia,
afim de encorajá-los e anima-los. Nela, os judeus são aconselhados a não
perderem sua identidade nacional, a se manterem leais as suas crenças e fugirem
das tentações pagãs. Aquele era um “teste” no qual precisavam ser aprovados,
para que o Senhor, em seu devido tempo, restaurasse a sorte de Sião. Na
Babilônia, um povo fragmentado voltaria a ser um, e voltaria a viver momentos
de intimidade com seu Deus. O Senhor estaria com eles mesmo naquela terra pagã,
e os faria prosperar em território hostil, e por eles, até mesmo s caldeus
seriam abençoados.
- Construam as vossas casas, não tenham receio de fazer projectos a
longo prazo; plantem pomares, pois que hão-de ficar aí por muitos anos. Podem
casar, e ter filhos; procurem maridos e mulheres para estes últimos, e que se
rodeiem de netos. Multipliquem-se, não decaiam! Trabalhem para a paz e a
prosperidade de Babilónia. Orem por ela, porque se Babilónia tiver paz, vocês
também. (Jr. 5.7)
Um profeta atemporal
Toda a lição de Escola Dominical
desafiadora, e esta, não poderia deixar de ser mais um grande desafio. O
assunto é extenso, e cheio de percalços, o que dificulta nosso aprofundamento
em alguns pontos salientes deste evento histórico. Mas, mesmo dentro de algumas
limitações gráficas e didáticas, a riqueza de conhecimento a ser adquirido com
este conteúdo é enorme. As profecias de Jeremias são atualíssimas, seja em
termos teológico ou escatológico. Cada etapa da vida ministerial deste profeta
nos abre um leque de dimensões profundas, e porque não, assustadoras. As
questões levantadas por Deus através do profeta Jeremias, são na verdade, as
mesmas para as quais Deus tem chamado a atenção do mundo hodierno. Não podemos
negar que nas páginas deste livro milenar, foram lavradas profecias para o
nosso tempo. Parece-me, que Jeremias nasceu ainda na década passada.
Tenho dificuldades em entender, a
existência de cristãos que não enxerguem nas páginas o panorama do agora. No
decorrer das doze lições estudadas até agora, minha vida, bem como a vida de
muitos servos do Senhor Jesus Cristo, foram profundamente impactadas,
transformadas, e regeneradas. O livro de Jeremias é um grito de Deus, pedindo
ao seu povo que se volte para Ele. E não é isto que estamos vivenciando?
O distanciamento entre o homem e seu
Criador é latente até mesmo no seio de nossas igrejas. O descaso espiritual é
gritante em nossos dias, os valores cristãos genuinamente bíblicos vêm sofrendo
uma degradação absurda e furiosa por parte dos agentes de Satanás infiltrados nas
esferas políticas e eclesiásticas. E
Deus, como nos dias do profeta Jeremias, continua nos alertando para o perigo
eminente que já está as portas. Os avisos do profeta foram ignorados pelo povo,
as pessoas não queriam ouvir as advertências de Deus, e toda a nação sofreu a
“pena máxima” como resultado da sua loucura.
Para atrair seu povo, Deus
providenciou o exílio babilônico como o peso da sua mão. A única vontade de
Deus, era que Israel voltasse a ser “seu” povo exclusivo. Este foi o plano
original de Deus quando em Abraão, firmou a promessa ( Gn 12). Deus chamou um
homem, e lhe disse que dele, faria uma grande nação, através da qual, todas as
famílias terra seria benditas. Mas, ao longo dos anos o povo se desviou do
plano original de Deus, e com isso irrompeu historicamente em diversas
catástrofes. Se afastando de Deus, e andando ao bel prazer, caíram em grandes
desgraças. Vivenciaram o caos. Percebe a
semelhança com os nossos dias?
Infelizmente, em muitos altares de
hoje, não podemos pregar como Jeremias, já que não é “conveniente” assustar os
“pobrezinhos” dos “irmãozinhos”, se não, eles abandonam a igreja. Entra em
pauta o velho jargão: Os tempos são
outros! E assim, estamos assistindo de camarote o navio indo a pique.
Seria preciso páginas e mais páginas
para escrever sobre tudo o que a Bíblia a respeito de idolatria, paganismo
espiritual, perversão bíblica, apostasia bíblica, teológica e cristã. Itens
presente em diversas prateleiras nos atuais mercados da fé. Mas, creio que
podemos mudar este cenário. Acredito numa revolução espiritual antes do
Arrebatamento da Igreja. Deus vai sacudir seu povo, e os profetas bradarão com
autoridade. Pode ser eu. Pode ser você. Mas, certo é, que Deus o fará, pois ele
é Deus.
Todos esses pecados que relacionei,
e outros que não citei no texto, foram a causa principal e definitiva para o
castigo divino contra Judá. Provérbios 16.4, diz: - O Senhor fez todas as
coisas para o seu próprio fim, até o ímpio, para o dia do mal. O grande erro de
Judá foi pensar que ninguém estava vendo seus atos pecaminosos, e que,
portanto, nada lhes aconteceria. Infelizmente, é assim que muitos
“frequentadores de igrejas” vivem, pensam e fazem. Para acordá-los, o cativeiro
se faz necessário. Precisamos orar para Deus nos de homens e mulheres cheios de
coragem e com o mesmo espírito de Jeremias. E que possamos dizer: - Eis-aqui.
Não será uma tarefa fácil, mas, será recompensadora no futuro.
Material
Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição
12
Judá
é levado para o cativeiro da Babilônia
Comentarista: Pr.
Clementino de Oliveira Barbosa
Introdução
O castigo
foi necessário para mostrar ao povo que Deus não havia mudado. Ele queria que o
Seu povo retornasse à verdadeira adoração. Ele mostrou seu grande amor ao
trazer Israel de volta após um longo exílio na Babilônia.
O
propósito de Deus quanto ao exílio
O povo de
Israel foi eleito para ser um povo exclusivo do Senhor. Mas, durante o decorrer
dos anos, a nação se desviou dos verdadeiros ensinamentos. Israel estava
andando segundo seu bel-prazer, praticando toda sorte de pecados. Estava
andando mais para trás do que para frente (Jr 7.23-24). Como se recusaram a
ouvir as advertências de Deus, o juízo foi derramado sobre eles.
As causas que levaram o povo ao exílio
Este cruel
acontecimento havia sido anunciado pelo profeta Isaías ao rei Ezequias (2 Rs
20.16-17). A finalidade de Deus era que Israel fosse um povo separado entre as
demais nações. Eles teriam a responsabilidade de guiar os outros povos em
direção a Deus e ao Messias. No entanto, durante anos, o povo de Israel se
esqueceu do Senhor. Os pecados cometidos nos dias de Jeremias, que levaram o
povo ao exílio, continuam acontecendo de igual modo nos dias de hoje, tais
como: idolatria, assassinatos, desprezos aos profetas de Deus, etc.
O livro de
Provérbios afirma: “O Senhor fez todas as coisas para os seus próprios fins, e
até o ímpio, para o dia mal” (Pv 16.4). Não há dúvidas de que o rei
Nabucodonosor serviu aos desígnios soberanos do Senhor para disciplinar o Seu
povo desobediente, pois estavam envolvidos em muitos pecados (Jr 5.30-31). Deus
queria que o Seu povo abandonasse os seus pecados e se voltasse para Ele, em
reverência e dependência total: “Ele te declarou, ó Homem, o que é bom; e que é
o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a
beneficência, e andes humildemente com o teu Deus”? (Mq 6.8).
Uma vida sem perspectiva
O povo de
Judá estava disfarçando a sua vida espiritual. Eles estavam cometendo pecado e
pensavam que ninguém estava vendo, nem mesmo Deus. O pecado é assim mesmo. Ele
ludibria as pessoas, confunde a sua visão, leva-as à fraude espiritual e
deixa-as destituídas da verdade. Mas o Senhor vê todas as coisas (Sl 33.13-15).
Nos dias de Jeremias, o povo de Judá estava vivendo uma vida dupla. Suas vidas
estavam sobrecarregadas de hipocrisia (Jr 6.14). Ou seja, estavam praticando um
culto da boca para fora. Era um culto magnífico, mas sem vida, sem amor, sem
experiência com Deus. Diante disto, Deus trouxe contra esta nação, que já não
mais O adorava, uma série de castigos, culminando na destruição de Jerusalém e
o cativeiro do povo.
Quando
refletimos sobre a verdadeira adoração a Deus, idealizamos alguma coisa que
provém de nós mesmos, a fim de anunciarmos louvor às qualidades de Deus. A
Bíblia relata que devemos adorar ao Senhor com todo o nosso coração (Mc 12.30).
A adoração simplesmente com os lábios, e não com o coração, é uma adoração
fingida. Deus não quer apenas uma parte de sua vida. Ele pede todo o seu
coração, toda a sua alma, toda a sua mente e toda a sua força. Que possamos nos
achegar ao Senhor com nossos corações, em obediência e amor.
O cativeiro agora era uma realidade
As
profecias de Jeremias eram concisas como Deus havia dito que era para ser. O
profeta Jeremias descreve que: “Babilônia era um copo de ouro na mão do Senhor,
o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações; por isso, as
nações enlouqueceram” (Jr 51.7). O avanço do exército inimigo contra Judá não
era simplesmente resultado da cobiça babilônica ou de fracasso na política
externa, mas consequência do povo não ter atentado para as diversas
advertências divinas desde Moisés, antes mesmo de Israel entrar em Canaã sob o
comando de Josué. Hoje, vivemos dias não diferentes de Jeremias, dias de
indiferença e rebeldia ao Senhor. Devemos sempre nos lembrar que a atitude do
povo de Judá provocou o caos espiritual e o exílio.
Desde a
chamada do patriarca Abraão, o povo de Israel deveria ser diferente, isto é,
monoteísta (adorar um único Deus), enquanto os demais povos eram politeístas
(adoravam vários deuses). Através dos séculos, depois de entrar na terra
Prometida, o povo de Israel se deixou vencer continuamente pela idolatria,
contrariando os mandamentos do Senhor Deus (Êx 20.3-5).
A
convocação ao arrependimento
Em seu
livro, o profeta Jeremias nos apresenta um cenário envolvendo a perversão de
Judá e de sua consequente derrota para os babilônios. Conforme a rebeldia do
povo aumentava, mais vulneráveis se tornavam, sendo incapazes de compreender a
vida e a realidade divina.
Os profetas no exílio
O profeta
Jeremias foi contemporâneo dos profetas Ezequiel e Daniel. Jeremias serviu como
profeta de Deus em Judá, enquanto Daniel e Ezequiel foram profetas na cidade da
Babilônia. Mesmo no cativeiro, Deus estava cuidando do Seu povo. Jeremias
permaneceu em Jerusalém, mas Deus também tinha seus profetas no exílio: Daniel
e Ezequiel, pois o Senhor prometeu jamais abandonar o Seu povo (Dt 31.6).
Jeremias
desempenhou seu ministério profético na terra de Judá anunciando a destruição
de Jerusalém e o cativeiro. Daniel esteve na comitiva em Babilônia, servindo
como político no palácio real, e, Ezequiel ministrou para os judeus exilados no
campo. O profeta Daniel foi transportado nove anos antes que Ezequiel para a
Babilônia. A história de Israel a partir deste ano passou a ser estendida em
duas localidades geograficamente separadas, com profetas em Jerusalém
(Jeremias) e na Babilônia (Daniel e Ezequiel). Este episódio mudou a história
do povo de Deus.
É preciso louvar ao Senhor
Os judeus
se reuniam no templo de Jerusalém. Neste lugar, todo judeu deveria se dirigir
para lá a fim de adorar ao Senhor. Daniel, mesmo no exílio, orava em seu quarto
com a janela voltada para a direção de Jerusalém (Dn 6.10). Com a conquista de
Jerusalém (Dn 6.10). Com a conquista de Jerusalém por parte dos babilônios, que
destruíram o templo e deportaram a população para a Babilônia, o povo não tinha
mais terra nem templo. Como era preciso adorar o Senhor, surge neste momento a
sinagoga. Assim, a sinagoga passa ser o local do culto judaico, um ponto de
encontro dos judeus para as preleções, orações e leitura das Escrituras. Ao se
desenvolver entre os judeus as sinagogas, intensificou-se a precisão de cópias
das Santas Escrituras para os grupos dos exilados judeus em toda a Babilônia.
Mesmo cativo era preciso adorar ao Senhor.
O aparecimento
das primeiras sinagogas é atribuído ao período do exílio babilônico, quando os
judeus deixaram de ter um templo para venerar e sacrificar ao Senhor. Nesta
ocasião, os judeus mais religiosos, passaram a reunir-se numa sinagoga para
ouvir a Palavra do Senhor e fazer orações. As sinagogas tornaram-se então as
instituições mais importantes para os judeus. Em qualquer local onde tivesse
dez judeus, podia ser aberta uma sinagoga. A direção da sinagoga era exercida
pelo rabino, o qual era eleito pelos componentes daquele grupo.
Mesmo no cativeiro Deus cuida do Seu povo
A nação de
Judá foi castigada para mostrar o quanto o Senhor é fiel e verdadeiro. Deus
planejou trazer seu povo de volta à verdadeira adoração e mostrar às nações
quem era o Deus de Judá. Mesmo habitando com pagãos na Babilônia, o povo eleito
do Senhor não poderia se contaminar. Ou seja, a lealdade do Senhor não podia
ser negociada de modo algum. A nossa realidade não é diferente. O Senhor nos
diz a mesma coisa hoje: Não se contamine! A vida do profeta Daniel nos inspira
em todas as fazes da nossa vida. Ele foi um homem leal a Deus da juventude à
velhice. Mesmo que as circunstâncias sejam distintas, o mesmo Deus que conduziu
o profeta Daniel na Babilônia nos conduzirá em nossa caminhada.
O profeta
Daniel tinha uma vida de oração, que lhe impulsionava a não abandonar ao
Senhor. Ele começou a buscar o Senhor em oração ainda moço e não sucumbiu, nem
mesmo quando já estava em idade adiantada. Daniel entrou para a história porque
buscava o Senhor em oração constante. O que aprendemos com Daniel é que, mesmo
vivendo escravizado, o Senhor se torna a água para os que têm sede e pai para
os órfãos.
A hora de
voltar para casa
O profeta
Jeremias assegurou que o Senhor resgataria o Seu povo do cativeiro (Jr 30.10;
46.27). Do mesmo modo, Moisés e Salomão, séculos antes, haviam falado sobre uma
restauração após o cativeiro (Dt 30.1-5; 1Rs 8.46-53). Outros profetas também
asseguravam o livramento do exílio (Ez 39.25-27; Am 9.13-15; Sf 2.7; 3.20).
A restauração do povo de Israel
O período
que o povo ficou exilado marcou intensamente tanto os que permaneceram em Judá
como os que foram transportados para o exílio. Muitos, de formas distintas,
viveram o conhecimento da aflição, da nostalgia, do desprezo e a consciência de
culpabilidade pela catástrofe que se abateu sobre o reino de Judá. Sem dúvida
alguma, um dos períodos mais difíceis e dolorosos. Mas também foi motivo de
renovação e retomada da fidelidade a Deus.
Com o exílio
na Babilônia surgiriam importantes escritos como de Ezequiel, Daniel e partes
dos Salmos. Esses relatos geram a perspectiva do regressar, de um novo êxodo em
que Deus mesmo vai ajuntar o seu povo como o pastor reúne o seu rebanho (Is
40.10-11). O exílio na Babilônia e o retorno do povo à terra de Judá foram
percebidos como um dos grandes atos principais no episódio da relação entre o
Deus de Israel e o Seu povo arrependido.
O Senhor é Soberano
Deus possui
discernimentos que passam longe de nossos pensamentos. Ele usa quem Ele quer em
Suas mãos. Após os setenta anos de cativeiro (Jr 29.10), o Senhor escolheu um
rei gentio para executar os Seus planos. O rei Ciro foi um instrumento nas mãos
do Senhor para garantir o retorno do Seu povo (Ed 1.1-3). Ele é Soberano e sabe
a melhor forma e a quem usar para executar Seus planos.
A Soberania do
Eterno Deus é informada nas Sagradas Escrituras que é impossível alguém negar
essa doutrina. Deus é declarado como Soberano em cada folha das Sagradas
Escrituras. De igual modo, o mesmo Deus governa e administra todas as questões
desse mundo por Seu poder (Sl 115,2-3). O Senhor Deus é poderoso para fazer o
que quiser, pois tudo é dEle: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e
aqueles que nele habitam” (Sl 24.1). Sua Soberania envolve Seu Governo e
controle de modo absoluto.
Deus é Deus em qualquer circunstância
Deus não
opera nem do jeito e nem no tempo do homem. Deus já havia levantado o rei dos
assírios, Salmaneser, contra o reino do Norte, Israel (2Rs 17.6). Por toda a
Escritura, notamos que o Senhor Deus não perde o controle, não se confunde e
não é surpreendido. Mesmo quando tudo parece desmoronar e se tornar um caos, o
Senhor reina e Seu propósito prevalece (Jó 42.2; Ap 19.6). Assim, o Senhor Deus
é poderoso para usar as circunstâncias em favor daqueles que O amam, confiam
nEle e a Ele se submetem (Rm 8.28).
Podemos estar
sujeitos ao Senhor em todo o tempo. Podemos confiar nEle em tempo de
perturbações, dores, angústias e ansiedades. Podemos nos apoiar nEle e na força
do seu poder. As circunstâncias mudam, mas Deus nunca muda (Ml 3.6; Hb 13.8; Tg
1.17). Podemos não saber o que o Senhor está fazendo, mas sempre podemos
confiar nEle, porque Ele sabe o que é melhor para cada um de nós. Não espere
coisas comuns de um Deus que faz maravilhas. Não espere coisas acanhadas de um Deus
imponente. Não podemos limitar o atuar de Deus. Ele é Deus e será sempre Deus!
Ele nunca fracassou e não falhará jamais!
Conclusão
Tudo que
aconteceu com o povo de Israel foi por causa de sua desobediência, que trouxe
como consequência o cativeiro. Deus até nos permite sermos subjugados, mas não
para sempre. Isto dura o tempo que for preciso para que aprendamos e cresçamos
em Sua presença.
Neste trimestre, estudaremos a vida
do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra
do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para
meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias
de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir
nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada
diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta
Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe
neste domingo, 18 de maio de Junho, da Escola Bíblica Dominical.
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