A força
motriz da geração apostólica estava alicerçada numa vida de oração. Duas
palavras faziam toda a diferença naquele período: unidade e perseverança (Atos
2:42).
Era um tempo
de perseguição à Igreja. Herodes já havia mandado matar a Tiago, Irmão de João
(Atos 12:2). Agora atinge o líder Pedro, que, encarcerado, nada lhe restava, a
não ser um milagre. A Igreja entrou em ação e usou sua artilharia mais pesada:
a oração. A geração apostólica teve como modelo de oração o próprio Senhor
Jesus Cristo. Ele sempre manteve diante de seus discípulos o hábito de orar.
Aquela
igreja formada pelos apóstolos não poderia ser diferente, pois herdou do Mestre
o acesso à comunhão junto ao Pai (Mateus 6:6-10). Curiosamente, a maioria dos
milagres realizados por Jesus Cristo aconteceu apenas com o poder de sua
Palavra. Enquanto todos dormiam, Jesus passava noites em oração (Marcos 1:35;
Lucas 5:16). Durante a noite, Ele entregava todo Seu caminho e direção ao Pai
e, durante o dia, apenas colhia o fruto de seu diálogo noturno (Hebreus 5:7).
A vida
vitoriosa de Jesus Cristo influenciou seus discípulos a orar (Lucas 11:1). Em
resposta a essa influência. Ele ofereceu o modelo universal da oração dominical
e discorreu sobre a perseverança na oração e como o Pai tem a boa vontade de
nos ouvir e responder às nossas petições (Lucas 11:2-13). Não era muito comum
Jesus orar nos horários rígidos, como manhã, ao meio dia e à tarde (Salmo
55:17; Daniel 6:10). Ele costumava orar sozinho, ia para as montanhas e não era
rotineiro, com orações cheias de vãs repetições.
A geração
apostólica possuía um eixo fundamental: eles não questionavam a vontade de
Deus. Eles eram fervorosos e acreditavam que para Deus todas as coisas são
possíveis (Marcos 11:23-24). Seu recurso era poderosíssimo: a oração (Atos
2:42). Para Pedro, não existia alternativa a não ser acreditar no impossível.
Esse recurso
também precisa ser utilizado em nossa geração. Estamos muito acomodados com
tudo. Estamos passivos e não estamos usando essa tão poderosa arma (II
Coríntios 10:4).
Os cristãos
daquela geração conheciam muito bem a qualidade da batalha espiritual que
enfrentavam. Eles sabiam que a luta que estavam travando não era contra
Herodes, mas, sim, contra o que influenciava sua mente (Efésios 6:10-12). O rei
Herodes já havia começado a desmontar a organização matando Tiago, e, acabando
com Pedro, os discípulos certamente dispersariam. Porém, a Igreja, a Noiva de
Cristo, conhecia sua força e sabia muito bem acioná-la. O céu se moveu porque a
Igreja clamou. A libertação do apóstolo Pedro foi resposta de oração. Existem
coisas que só acontecerão quando clamarmos ao Senhor com toda a intensidade.
Jesus não
somente orou, mas também nos deixou o caminho pelo qual alcançamos espantosas
vitórias em Deus (Lucas 11:5-8). A persistência na oração alcança objetivos
magníficos. A oração nunca tem resposta inútil ou prejudicial (Lucas 11:11).
O relato da
libertação de Pedro deixa claro que foi exatamente isso que aconteceu. Enquanto
Pedro estava preso, “muitos estavam reunidos e oravam” (Atos 12:12), e o
socorro veio da parte do Senhor (Atos 12:7-10). Devemos orar sem cessar (I
Tessalonicenses 5:17).
Muitos
cristãos fracassam por exercer uma fé desassociada de uma revelação. A fé vai
além do natural e vê concreto o que ainda não se materializou (Isaías 46:9-10).
Somente através de uma comunicação íntima com Deus, através da oração, podemos
entender o tempo, quando e como, o que e o porquê. Jesus Cristo atuava
grandemente durante o dia, e, à noite, buscava o Pai em oração, onde a Sua
vontade lhe era revelada.
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