Muitos músicos
evangélicos estão utilizando o termo “LEVITA” para identificar seu próprio
ministério. Infelizmente, alguns destes “levitas modernos”, se quer, tem
conhecimento sobre quem eram de fato os levitas, e a sua real função na
Casa do Senhor.
Levi foi o terceiro
filho de Jacó com sua primeira esposa, Lia (Gênesis 29:34). Algumas gerações
depois, seus descendentes foram escolhidos para exercer o culto em Israel e
zelar pela Casa do Senhor. “Levi”, então, se tornou uma tribo diferenciada, separada
das demais tribos, com tarefas especiais, mantendo em funcionamento os
sacrifícios no templo de Jerusalém. Durante a peregrinação no deserto, eles
trabalharam ativamente na construção da Casa de Deus, sob a supervisão de
Itamar, um dos filhos de Arão (Alias,
Arão e Moisés eram levitas). Depois deste trabalho concluído, passou a ser
deles a incumbência de zelar pelo Tabernáculo, desmontando-o no momento da
partida, para remontá-lo em outro lugar indicado pelo Senhor (Números 1:47-54).
Embora os levitas não
fossem sacerdotes, eles eram auxiliares diretos do sacerdócio, com cada família
desempenhando um trabalho específico na casa do Senhor. No caso do Tabernáculo;
os filhos de Coate estavam incumbidos de transportar os móveis, depois que os
mesmos fossem cuidadosamente cobertos pelos sacerdotes; os filhos de Gérson
cuidavam das cobertas, cortinas e véus do Templo e os filhos de Merari tinham a
tarefa de transportar e erguer a armação do Tabernáculo e seu átrio, conforme Números 3 e 4. Um levita iniciava suas atividades aos 21 anos de idade e se
“aposentava” aos 50 (Números 8:24-26). Quando a Arca da Aliança passou a
possuir um local permanente em Jerusalém, a idade inicial para o serviço passou
a ser vinte e cinco anos. Os levitas não podiam ter posse de terras, e,
portanto eram sustentados pelo próprio povo através do dizimo levítico (Números
18:2, Deuteronômio 18:1-4). Em Deuteronômio 12:12, é ressaltada a grande responsabilidade
dos israelitas para com os filhos de Levi.
Apenas quando Davi ocupou o trono de Israel, sendo
ele próprio um músico nato, compositor gabaritado e exímio instrumentista, os
levitas Hemã,
Asafe e Etã, bem como aos seus respectivos filhos, foram encarregados pela música
da Casa do Senhor, onde a Arca da Aliança repousava (I Crônicas 6:31). Em
outros textos, levitas são
identificados exercendo ministério profético. Em II Crônicas 20:14, Jaaziel profetizou a vitória de
Josafá. Em II Crônicas 35:15, Jedutum é
chamado de “o vidente” do rei . Levitas músicos e profetas eram exceções a
regra. No geral, o ministério levítico estava inteiramente ligado ao
sacrifício de animais do culto do Antigo Testamento (Números 3:1-39), ritual
este completamente abolido no Novo Testamento (Hebreus 8:6-7). A função primordial de um levita não era e
cantar ou tocar música, mas sim auxiliar o sacerdote na ordem com os utensílios
do santuário, funcionando como um ministério de “zeladoria” (Números 1:50-51).
Portanto, se alguém deseja rotular-se como “levita” apenas por cantar
na igreja, incorre em um erro gritante. O levita era um serviçal da Casa do
Senhor, um verdadeiro “faz tudo”, um apaixonado pelo templo, mantendo-o em
perfeitas condições para a visitação pública, e acima de tudo, para receber a presença
de Deus. Em nossa realidade eclesiástica, num comparativo simbólico, podemos
dizer que os zeladores, os porteiros, os faxineiros, os cooperadores e os
diáconos (aqueles que exercem tais atividades na Casa de Deus), estão muito
mais próximos do ministério levítico do que propriamente os ministros de
louvores.
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