quinta-feira, 14 de maio de 2015

EBD: Oração, a busca mais sublime de Moisés


Texto Áureo
Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos júbilo e nos alegremos todos os nossos dias.
Salmo 90:14

Verdade Aplicada
Orar é dar oportunidade ao Senhor para nos instruir, aconselhar e interferir em tudo que diz respeito ao nosso querer e efetuar

Textos de Referência
Deuteronômio 9:17-20

Então, peguei as duas tábuas, e as arrojei das minhas mãos, e as quebrei ante os vossos olhos.
Prostrado estive perante o SENHOR, como dantes; quarenta dias e quarenta noites, não comi pão e não bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira.
Pois temia por causa da ira e do furor com que o SENHOR tanto estava irado contra vós outros para vos destruir; porém ainda por esta vez o SENHOR me ouviu.
O SENHOR se irou muito contra Arão para o destruir; mas também orei por Arão ao mesmo tempo.


Sede de Deus

Não sabemos precisar quem escreveu o Salmo 42... Alguns o atribuem a Davi, outros aos Filhos de Coré, alguns dizem ser Asafe... Mas não dá pra negar que ele tem muito do belemita... A inquietação da alma que por tantas vezes nos brindou com poemas e cânticos memoráveis estão presentes em cada verso, assim como o desejo ardente e apaixonado de estar próximo de Deus, tão peculiar do nobre harpista... Mas, independentemente do autor, é possível perceber que o poeta está triste... A incredulidade que enegrece a alma dos homens faz sangrar seu coração. Ele olha a sua volta é só encontra abismos. Verdadeiros buracos-negros surgem voluptuosos nas pessoas a sua volta, retirando delas o temor, a fé e a caridade. O mundo parece imerso em trevas, e qualquer facho de luz incomoda seus moradores. Dedos em ristes se voltam para o escritor... Ele ouve gargalhadas e palavras de afronta. Vozes obscuras e perniciosas invadem seus ouvidos com uma indagação retórica carregada de sarcasmo e maldade: Onde está o seu Deus? O poeta chora angustiado... A tristeza é tamanha que seus ossos chegam a doer. Sua alma está abatida, pois foi abraçada pelo medo, e agora se sente sugada pelos abismos que a cercam: Desesperança, Angustia e Aflição.  Então, no ponto exato entre o agora e a ruína, o salmista clama por socorro... “Assim como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus... A minha alma tem sede do Deus vivo” (Salmo 42:1-2).  A alma do salmista estava com sede. Sedenta por algo que não se encontra na Terra. Aliás, ainda que não queira aceitar, toda a humanidade tem sofrido da mesma sede desde os primórdios de sua história.... Desde que saiu do Jardim...

Em Gênesis 1:27-28 e 2:7, Moisés narra a origem do homem. Uma reunião celestial é convocada para projetar minuciosamente um ser capaz de dominar sobre as demais coisas criadas. Um designer é aprovado, um rascunho é elabora, formas e texturas são pré-definidas.  A matéria prima escolhida é palpável e tangível, e o processo de fabricação é artesanal. Em suma, Deus coloca a “mão na massa”, esculpe em argila o modelo projetado e sopra em sua narina o fôlego de vida. Seu nome agora é Adão, feito imagem e semelhança de seu criador, tendo dentro de si uma fagulha do próprio Elohim, um espírito dado por Deus e que deseja retornar para Deus. Para que o homem não estivesse só, de seus ossos é forjada a mulher. Agora, o casal pode enfim viver pleno de felicidade, no jardim que o Senhor plantara para eles. Adão e Eva são como duas crianças se descobrindo, e Deus faz questão de todas as tardes visitar os seus filhos para instruí-los em todos os aspectos da arte de viver. Mas a desobediência quebraria essa aliança. No desejo de ser igual a Deus, eles acabaram se afastando de Deus, perdendo a inocência e violando a santidade. Já não podiam olhar a face de Deus e nem serem visitados com cordialidade ao por do sol (I Timóteo 6:16). Mas dentro deles, ainda habitava o Espírito que clamava por Deus. Mesmo que a carne do homem se sobreponha ao seu Espírito, jamais irá calar sua voz. Ele estará lá dentro, desesperado, inquieto e aflito. Daí nasce o vazio interior, a busca desenfreada por prazeres passageiros, a ausência completa de paz...  O homem saiu do jardim, mas o Jardim está no homem. Mudou-se a forma, mas a conversa diária com o Criador ainda é necessária... Sem dialogar com Deus e buscar sua orientação, o homem jamais será plenamente feliz... Esta prática é possível, e não se faz necessários agendamentos prévios ou formalidades desnecessárias... Para ela damos o nome de “oração”.

O salmista sabia desta carência, conhecia sua necessidade. -  A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo – Dizia ele. - Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus? E então, introspectivo, o poeta conversa consigo mesmo e aconselha: - Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus.


Entendendo a Oração

Semelhante ao modo como o Senhor descia até Adão para instruí-lo e se dar a conhecer Moisés se destaca como um homem de comunhão e de oração. A oração é a comunicação entre o homem e Deus para que seu propósito seja conhecido e cumprido na Terra.Para entender o princípio da oração, é necessário compreender a mente e o propósito do próprio Criador. Orar é dar a Deus uma permissão legal para interferir nos assuntos terrenais. A quem Deus deu a Terra para governar? Ao homem. E qual é o desejo de Deus? Que Seu Reino baixe até a Terra e influencie todos os seres humanos (Mateus 6:10). A oração não é uma opção para a humanidade, mas sim, uma necessidade. Se não oramos. O céu não poderá interferir nos assuntos aqui da Terra. Cada um de nós tem a responsabilidade de tornar-se um canal da influência celestial no mundo em que habitamos. O céu depende de cada um de nós para mover-se, e a Terra também. Se não oramos, o céu não se move e, se não se move, a Terra não alcançará sucesso.Deus não fez nada na Terra sem a cooperação de pessoas (Mateus 18:18). Toda ação tomada por Deus no reino terreno requereu o envolvimento do ser humano. Para resgatar a humanidade do dilúvio, Ele necessitou de Noé; para criar uma nação. Ele necessitou de Abraão; para livrar Israel do cativeiro, Ele necessitou de Moisés para derrotar Jericó, Ele necessitou de Josué; para a preservação dos hebreus, Ele necessitou de Ester; para a salvação da humanidade, foi necessário Ele se tornar homem.

Não é fácil orar. Não há plateias, é um exercício solitário e sem resposta prévia. Uma tarefa que exige paciência, aplicação, fé e muita dedicação. Qualquer outra atividade na igreja é mais fácil de realizar que a oração. Pelo reduzido número de pessoas que assistem as reuniões de oração, podemos medir qual o percentual de cristãos que realmente creem na efetividade da oração. Duas coisas precisamos aprender sobre a oração: a primeira é que devemos orar de acordo com os princípios estabelecidos em Sua Palavra; a segunda, é que a oração não é só uma atividade, um ritual ou uma obrigação. É uma comunhão e uma comunicação que toca o coração de Deus. É simples! Ele tem os projetos e sabe como dar certo e, nós, como estamos interessados em realizá-lo reunimo-nos com Ele, para que possa nos instruir a fazer segundo o Seu projeto e desenho original.

O fracasso de muitos cristãos acontece pelo fato de exercerem uma fé sem o auxílio de uma revelação. A fé sempre vai ultrapassar os limites da razão, porque ela nos faz ver o invisível para materializá-lo, mas, para ter certeza de realizar o que não se vê, é preciso estar convencido de uma verdade além do visível. É até possível se construir um prédio sem planta, mas o resultado será prejuízos, reparos, aborrecimentos e até desmoronamento. No entanto a oração revela como, quando e o método menos cansativo e mais eficaz.


Requisitos para a Oração

A oração pode ser interpretada como uma ligação poderosa entre céus e terra, quando o homem tem acesso as dimensões celestiais para espiritualmente estar frente a frente com Deus. Mais do que uma simples conversa motivada por interesses e pedidos, precisamos entender que a oração é antes de tudo um hino de um agradecimento, uma manifestação de reconhecimento e um ato de louvor. A Bíblia faz inúmeras referências quanto a esta prática, como em Levítico 26:40-45, I Samuel 7:5 I, Reis 18:41-46, II Crônicas 33:13, Jeremias 29:7, Jeremias 33:3, Mateus 5:44, Mateus 6:5-8, Lucas 1:13; 6:12, Atos 1:14, Atos 16:25, Romanos 10:1, II Coríntios 12:7-10, Efésios 1:16, Filipenses 1:19 e Tiago 5:14-1. Muitos também são os exemplos de homens e mulheres de Deus que oraram em situações diversas por causas variadas. Moisés orou de forma intercessora pelo povo (Êxodo 32:31-32), Ana orou pedindo um filho (I Samuel 1: 4-18), Davi orou para confessar seu pecado (Salmo 51), Salomão orou dedicando o templo ao Senhor(I Reis 8:22 a 53), Elias orou por avivamento (I Reis 18:36-37), Eliseu orou por intervenção disciplinar, (II Reis 6:17), Josafá orou num momento de crise (II Crônicas 20:5-12), os discípulos oraram por socorro (Mateus 8:25) e Jesus orou por nós (João 17). Orar não é virtude, é opção.... Não é um dever, mas sim um privilégio. Não podemos alegar falta de oração em nossas vidas por não termos o dom de orar, pois a oração é uma questão de prática, de escolha, de querer fazer. Não existe na Terra, um único ser humano que esteja privado ou proibido de falar com Deus. Por mais miserável e pecador que seja o homem, o Senhor está solicito aguardando sua iniciativa para iniciar um diálogo sincero e genuíno. A oração, porém, precisa ser espontânea, gerada num coração quebrantado, desarmado de vaidades e convenções. Oração não é ladainha, verborragia ou tolas repetições, mas sim um momento único para PAI e filho se olharem nos olhos através da fé. A posição que oramos pouco importa... Ezequias orou deitado e Jonas em posição fetal. O que realmente se torna relevante é a nossa intenção e propósito.

Em Mateus 6:9-13, Jesus ensina aos seus seguidores alguns elementos básicos da oração. Primeiro ele instrui seus discípulos o valor da honestidade no momento da prece, é que repetições tolas não comovem o coração de Deus. Então, com o didatismo de um grande Mestre, Jesus realiza uma oração modelo, nos ensinado como proceder em momento tão solene:

“Pai nosso que estais no céu” (reconheça a autoridade de Deus), “santificado seja vosso nome” (reconheça a santidade de Deus, e a respeite), venha a nós o vosso Reino (reconheça o domínio de Deus sobre tudo e todos), “seja feita a vossa vontade” (reconheça a sabedoria de Deus e aceite seus desígnios), “assim na terra como no céu” (reconheça a onipresença de Deus e sinta-se abraçado por Ele). “O pão nosso de cada dia nos dai hoje” (aceite o fato que a provisão do Senhor é diária e confie plenamente no seu sustento), perdoai-as nossas ofensas (confesse seus pecados e sinta-se perdoado), “assim como perdoamos quem nos tem ofendido” (não leve mágoas para o momento da oração, só é possível se aproximar de Deus com coração puro). “Não nos deixe cair em tentação” (aceite suas limitações e fraquezas, e deixe que o poder de Deus se aperfeiçoe nelas), “mas livrai-nos do mal” (confesse que há batalhas que são grandes demais para você, e as entregue a Deus). “Pois teu é o Reino, o Poder e Glória para todo sempre” (jamais deixe passar a oportunidade de expressar louvor e gratidão pelo que o Senhor já fez em sua vida... as demais coisas virão ao seu tempo.)


Moisés, um homem de oração

Existem pessoas que marcaram tanto que, mesmo após sua partida, eles se fazem tão presentes como quando habitavam entre nós. Gerações passaram, mas ainda são lembradas por seus feitos e virtudes. Moisés pertence a essa galeria e se destaca como um homem capaz de acessar o coração de Deus.Moisés era o típico sacerdote. Ele consultava a Deus para pedir instruções em como administrar os problemas do povoe como instruí-los. Por outro lado, Deus lhe revela a Sua vontade transmitida em Seus mandamentos, estatutos e juízos. Tomando por base a narrativa descrita em Deuteronômio 9, vemo-lo discorrendo sobre o descontentamento e a ira do Senhor em relação a Israel e Arão. Este foi o caso do bezerro de ouro enquanto Moisés estava em Horebe. Moisés esteve humilhado com o rosto no chão num outro prolongado jejum para que Ele não os destruísse. Ele não ficou apenas orando; ao tomar ciência dos fatos, ele agiu, destruindo o bezerro que eles fizeram. Em seguida, Moisés permaneceu humilhado para mudar a sentença divina até que o SENHOR lhe trouxesse uma resposta. Ele não desistiu do povo e Deus ouviu sua oração.O Senhor pede permissão a Moisés para exterminar o povo (Êxodo 32:10), mas Moisés suplica de tal forma que convence ao Senhor a reverter seus planos (Êxodo 32:11-14). Muito de descer o monte, Moisés já sabia o que estava acontecendo lá embaixo, porque o Senhor lhe havia revelado. Esse é o segredo da oração. Conhecer o que nos envolve e jamais ser pego de surpresa em situações.

Conhecer a vontade soberana de Deus é uma preciosa chave para uma oração eficaz. Não se pode buscar a Deus e orar desrespeitando a soberania divina. Moisés orava a Deus sabendo esse importante princípio. Quando ele orou e disse: “risca-me, peço-te do livro que escreveste”, embora fosse ousado, o SENHOR não o ouviu (Deuteronômio 32:33). Muitas orações são ignoradas, porque elas são simplesmente absurdas. Não basta apenas falar: “Senhor, seja feito conforme a Tua vontade”, é necessário conhecer essa vontade e a Bíblia traça tanto o alcance quanto o limite de uma petição.

Orar é falar com Deus, mas não significa passividade. A oração pode ser definida como um discurso seguido de ação. Observamos que Moisés não somente orou para que a transgressão de Israel fosse perdoada, ele imediatamente procurou eliminar o produto de suas transgressões. Ele desceu do monte já sabendo o que causava tão grande tristeza no coração de Deus. É isso que a intimidade com o Senhor produz. Quando oramos a Deus e o Espírito Santo nos revela algo a fazer, devemos rapidamente corrigir esse ponto negativo, retirando-o de nossas vidas. Às vezes, é alguma forma idólatra que ainda age em nosso coração. Em outros casos, pode ser uma liberação do perdão ou a reparação alheia de algum dano.Outro grande exemplo foi quando Moisés estava orando por causa da rebelião do povo e se iniciou imediatamente uma praga. Então, Moisés ordenou Arão ir logo à presença do SENHOR com incensário aceso e, com isso, conseguiu reverter a praga. Porém, já haviam morrido 14.700 pessoas. Se Arão não fosse diligente, com certeza, o pior teria acontecido.


Moisés e a presença de Deus

A vida de Moisés já começou de forma sobrenatural quando foi salvo e cuidado milagrosamente. Moisés cresceu entre os sábios, mas aquele dia na sarça ardente lhe mostrou com quem estava a verdadeira ciência. Desde então, seu anelo por deus se tornou o seu prazer. Para Ele, a presença de Deus era como sua respiração.O Senhor aparecia com frequência a Moisés para dar-lhe instruções e direção para prosseguir. A cada dia, ele foi se tornando mais íntimo e mais acessível à presença do Senhor, mas isso não preenchia seu coração e ele ousou querer mais de Deus. Ao chegar a Horebe, seu pedido foi: “Rogo-te que me mostres a tua glória” (Êxodo 33:18). Moisés revela a Deus a expressão de uma necessidade que simplesmente tinha que ser preenchida. Jamais observaremos na história de Moisés ele pedir algo material. Jamais! E a resposta de deus foi tremenda. “...Homem nenhum verá a minha face, e viverá (Êxodo 33:20). O que Moisés pediu era grande demais. Mesmo assim, o Senhor o protegeu para que não fosse consumido por sua glória e lhe prometeu realizar terríveis maravilhas no meio de seu povo (Êxodo 34:10). Porém, ao descer do monte, Moisés estava impregnado pela glória do Senhor (Êxodo 34:29-30).Durante quarenta dias, Moisés não comeu nem bebeu enquanto esteve diante do Senhor (Êxodo 34:28). A presença de Deus invisível era visível sobre o rosto de Moisés, o que prova que estar com Deus não somente produz mudanças em nossas vidas, como também na vida daqueles que nos veem. Moisés não precisou fazer movimento algum, em vez de aparecer, ele teve que cobrir o rosto. O que estava sobre ele era a glória de Deus e não a dele mesmo.

O bezerro de ouro trouxe graves consequências ao povo israelita. Deus se recusou caminhar com o povo, mas, por misericórdia designou um anjo para acompanha-los. Moisés vai até o Senhor e lhe faz uma súplica com um ousado pedido (Êxodo 33:15).  Moisés estava convencido de que, sem a presença de Deus em sua vida, ser-lhe-ia inútil se empenhar por qualquer coisa. Moisés não queria um anjo e aproveitou seu acesso a Deus para reivindicar Sua presença. E o Senhor assim respondeu à sua ousada declaração: “...A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso” (Êxodo 33:14). Que promessa incrível! Em hebraico, a palavra descanso significa: “um repouso confortável, tranquilo”. Deus estava dizendo: “Não importa que tipo de inimigos ou das lutas que tenha de enfrentar, você sempre poderá encontrar descanso tranquilo em mim! ”

Embora a Bíblia descreva Abraão como o amigo de Deus, Moisés é apresentado como o único homem a quem o Senhor falou cara a cara. Maior que as vitórias, milagres ou até mesmo maravilhas acontecidas na vida de Moisés, está a sua estreita relação de amizade para com Deus. Essa relação foi a mola propulsora de tudo o que realizou. Moisés se manteve amigo e mesmo o fato de não ter entrado na Terra Prometida o tornou indigno ou maculou sua amizade com o Criador. Muitas coisas lhe foram reveladas através de seu contato direto. O tabernáculo de Êxodo 25 é uma prova de que Deus pode nos dar a planta de toda obra que devemos realizar e ainda os auxiliadores que irão construir ao nosso lado. A presença de Deus é a única segurança que temos para seguir adiante sem falhar.Todos nós quando morremos deixaremos alguma coisa registrada para alguém. Moisés também deixou e a Bíblia registra assim: “E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o SENHOR conhecera face a face; nem semelhante em todos os sinais e maravilhas, que o SENHOR o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra. E em toda a mão forte, e em todo o grande espanto, que praticou Moisés aos olhos de todo o Israel” (Deuteronômio 34:10-12).


O Poder da Oração

Em meados do Século XV, a Reforma Protestante se espalhava pela Europa como se levada pelo vento. Na Inglaterra medieval, subia ao trono a primeira rainha bretã a professar o protestantismo: Elizabeth. Muito próximo dali uma inimiga íntima destilava veneno contra a jovem monarca. Seu nome era Maria Stuart, rainha da Escócia. O Reino Unido não estava tão “unido assim”, e fervilhava em plena evolução. Maria Stuart era uma opositora ferrenha ao protestantismo e travava uma guerra civil contra John Knox, o pai da reforma protestante escocesa. Segundo seus biógrafos, Knox orava incansavelmente pedindo ao Senhor que lhe desse a Escócia, caso contrário, ele morreria de tristeza pelas almas não salvas. Maria não aceitava o avanço do protestantismo pela pelo seu país, e não tolerava o fato da Inglaterra ser governada por uma “herege”. Ameaças e insinuações se tornaram constantes, a tensão cada vez mais latente.... Então, a jovem e inexperiente rainha Elizabeth foi questionada se temia um ataque liderado pela rainha escocesa. Então, Elizabeth surpreendeu a todos com a resposta que se tornaria uma das mais celebres frases da história: “Não tenho medo da armada escocesa... Só dá oração de John Knox. ” Sábias foram as palavras ditas por esta mulher brilhante, que compreendia o poder da oração feita por um servo de Deus... A Bíblia não deixa dúvidas quando afirma categoricamente em Tiago 5:16 que a oração de um justo é poderosa e eficaz, e pode muito em seus efeitos.

A oração é o único elemento produzido na Terra que consegue a proeza de atravessar por entre as potestades e legiões celestiais, e literalmente, rasgar os céus. E ali, onde reina pureza e perfeição, as orações realizadas pelos Servos de Deus, são recebidas com júbilo e alegria, pois tem a capacidade incompreendida de perfumar o próprio paraíso. João testemunhou em loco esta realidade, e a descreveu em suas revelações: E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos (Apocalipse 5:8). Um pouco mais a frente, João se aproxima do Trono do próprio Deus, e avista diante dele um Altar de ouro. Então um anjo imponente e deslumbrante chega trazendo em sua mãe um incensário de ouro, tendo em seu interior uma grande quantidade de incenso, que será usado para manter as chamas do altar acessas. Entretanto, para que tal “combustão” aconteça, primeiro é necessário agregar um novo componente a esta mistura: e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus (Apocalipse 8:3-4).

Que linda revelação... São as nossas orações que mantem acessa a chama do Altar que está diante do Trono de Deus. Pode haver privilégio maior? Nenhuma arma fere Deus, nenhuma tecnologia consegue alcança-lo, nenhum exército pode confrontá-lo... Mesmo assim, sua mais singela oração tem o poder de fazê-lo se levantar de seu Trono, para simplesmente sentir o cheiro suave que emana de suas preces... E o que vem a seguir é colossal: Fogo, trovões, relâmpagos e terremotos (Apocalipse 8:5).

E se não bastasse tamanho poder, a oração ainda tem a capacidade ímpar de comover o coração de Deus em nosso favor, fazendo-o mover suas mãos em nosso auxilio, bradando dos céus em nosso socorro, pois “todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, a porta se abre” (Mateus 7:8). 



Assim como Moisés, venha aprender na escola de Deus para ser líder e profeta, participando neste domingo, (17/05/2015),  da Escola Bíblica Dominical.

Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 95  - Editora Betel
Moisés - Lição 07
Comentarista: Pr. Belchior Martins da Costa

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Pb. Miquéias Daniel Gomes


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