A peregrinação de Israel
pelo deserto rumo à terra prometida, nos dá a exata dimensão do cuidado que
Deus tem pelo seu povo. Durante quarenta anos, quando sua nação amada esteve
mais exposta a toda sorte de perigo e privação, foi sua intervenção divina que
providenciou abrigo, alimentação e vestimenta. Muitos são os milagres
registrados no pentateuco, dos quais podemos destacar a presença visível da
glória de Deus, os sinais portentosos manifestado contra os inimigos de Israel,
a abertura do mar vermelho, roupas e sapatos que não envelheciam; a nuvem
que proporcionava sombra e frescor durante o dia e se incendiava a noite para
produzir luz e calor, água saindo de rocha e banquete de carne em pleno
deserto. Entretanto, o milagre que melhor evidência o mecanismo da provisão
divina, é exatamente o Maná.
A palavra maná no hebraico
significa "man hû", e para alguns autores, sua raiz etimológica vem
da sua aparência, idêntica a “seiva de tamarisco,” que no hebraico também é
chamada de man hû. Porém, a explicação
mais aceita pelos teólogos, é que a nome faz referência ao primeiro dia de
provisão, quando os israelitas ao avistarem o maná pela primeira vez,
exclamaram: “man hû” ou em bom português, “o que é isto?”.
Segundo relatado na história israelita, o Maná
parecia uma pequena semente redonda e branca, que ainda sobre a terra, tinha
uma aparência flocosa, semelhante a geada. Outras comparações dizem que o Maná
era parecido com uma semente de coentro, e assim como o bdélio (uma espécie de
resina aromática), tinha a aparência de pequenas perolas. Caía do céu à noite,
entremeada com duas camadas de orvalho, e segundo a tradição judaica, ao
paladar, ela se assemelhava ao sabor do alimento favorito de quem a provava,
embora seja muito comum relatos de que seu gosto lembrasse bolachas de mel ou
bolo doce de azeite. Na culinária, o Maná tinha diversas aplicações, podendo
ser moído, cozido ou assado, dependendo de como seria empregado na “receita”,
mas também podia ser consumido em natura.
Uma das características
mais impressionantes do Maná, é que ele provia a quantia das necessidades
nutricionais da pessoa com tanta precisão, que depois do consumo, o corpo não
precisava gerar resíduos, o que contribuía em muito para a o bem-estar
sanitário daquela gente. O Maná também era dado em provisão diária, e não era
permitido a estocagem do mesmo, pois quando guardado, se deteriorava em menos
de 24 horas (exceção feita na passagem da sexta para o sábado).
Assim, ninguém se
alimentava de “pão amanhecido”, e a cada dia, uma nova provisão era derramada
sobre o arraial, provando o cuidado diário de Deus com o seu povo. Infelizmente
este fato fez com que alguns dos israelitas ficassem um tanto enjoados com o
chamado "pão do céu", chegando ao cumulo de o renomear com a alcunha
“pão vil” (Deuteronômio 8:1-9).
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