segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Qual a diferença de arrependimento e remorso?



Podemos definir a culpa como o estado daquele que é (ou se sente) culpado. Também pode ser entendida como a responsabilidade de um ato ou de uma omissão.  Em muitos casos, pode até não parecer que um sentimento ou uma tristeza caracterize algo grave, contudo, qualquer tipo de interferência em nosso comportamento natural deve ser levado em conta. Ao sentir-se frustrado por um motivo aparentemente fútil, o indivíduo pode ser acometido de graves consequências. Quando há o conhecimento que alguém está sendo atingido psicologicamente, deve-se investigar as possíveis causas, a fim de buscar o tratamento adequado; dando-lhe a oportunidade de um novo direcionamento. Nesses casos, a busca pela mudança é imprescindível, pois é encarando a verdade que o indivíduo encontrará libertação do Complexo de Culpa.

O Complexo de Culpa mais comum e que preocupante, é exatamente aquele que a pessoa nutre em relação a si mesmo, traduzindo-se numa mágoa profunda, depressão e sentido de vazio. O sentimento de culpa atinge drasticamente as emoções do homem, levando o indivíduo a sofrer com uma dor extrema que acomete diretamente sua alma. Tal sentimento leva, muitas vezes, a incapacidade do indivíduo de sentir-se completamente feliz, fazendo-o crer que jamais se livrará deste sentimento e, consequentemente, estará fadado a viver uma vida miserável, já que a culpa não o permite se esquecer do seu pecado. Conforme escrito em Provérbios 14:9, os loucos zombam do pecado, mas no fim das contas, o pecado zomba do louco, pois eles  testificam contra nós.  Num âmbito espiritual, o sentimento que a culpa provoca afasta cada vez mais o homem da presença de Deus. Por isso é necessário que haja um novo encontro com o Senhor, afim de que se possa desenvolver uma nova vida sem culpa e totalmente restaurada (Mateus 11:28). No caso de Adão, Deus impôs um novo começo para que, em nova condição, pudesse se livrar da culpa e restituir a sua comunhão com Ele (I Coríntios 5:17).

Biblicamente podemos destacar dois tipos de reações que o ser humano apresenta em relação ao Complexo de Culpa:

1º Reação:

É aquela que produz arrependimento, e diz respeito à Culpa Teológica. Trata-se da convicção de ter cometido um pecado contra Deus, e se seguida de confissão, produz alívio e conduz à vida e à salvação, como registrado em Mateus 11:28-29 - Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.

2º Reação:

É aquela que produz remorso, conforme registrado em Mateus 27:3, e diz respeito à Culpa Antropológica (humana). - Quando Judas, que o havia traído, viu que Jesus fora condenado, foi tomado de remorso e devolveu aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos as trinta moedas de prata. Trata-se de uma decepção profunda em que o ser humano nutre um medo incontrolável de não conseguir mudar a realidade resultante de seus atos e atitudes, levando-o a enfrentar sentimentos desagradáveis de pesar, vergonha, tristeza e autocondenação.

Um exemplo prático desta diferença pode ser visualizado entre a atitude de Pedro, que se arrependeu de ter negado Cristo, e a atitude de Judas que sentiu remorso por ter traído o mesmo Cristo. O arrependimento produz alívio e salvação com pleno perdão (Romanos 8:1); enquanto o remorso provoca desarranjo mental, podendo resultar em morte (Mateus 27:5).

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