quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Quarta Forte com Pb. Francisco Carlos Alves



Quando a rainha Jezabel foi informada dos acontecimentos no Monte Carmelo, onde seus novecentos sacerdotes pagãos foram mortos ao fio da espada por enfurecidos israelitas, irrompeu-se numa profunda ira contra o profeta Elias, e através de um mensageiro, lhe enviou o seguinte recado: -Assim me façam os deuses, e outro tanto, se de certo amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles (I Reis 19:2). Ao ouvir tal ultimato, o profeta mais uma vez temeu por sua vida e rapidamente fugiu para Berseba, uma cidade localizada em Judá, e ali deixou o seu servo em segurança. Depois, caminhou durante todo o dia através do deserto, e já exaurido, assentou-se sobre a sombra de um zimbroeiro e pediu para que o Senhor acelerasse sua morte: - Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais (I Reis 19:4). 

Imerso em seus pensamentos, o profeta adormeceu, mas passado algum tempo, foi acordado por um anjo que lhe trouxe pão assado e água. Elias se alimentou e voltou a deitar, entretanto o anjo ordena mais uma vez que ele se levante, coma um pouco mais e coloque o pé na estrada, pois sua jornada ainda era muito longa. Com a força daquele alimento, Elias caminhou por quarenta dias, até chegar a Horebe, o Monte do Senhor. Ali, o profeta se refugiou em uma caverna, e mais uma vez pôs-se a lamentar sua sorte. Então, Deus o ordena que saia da caverna, e com voz mansa e delicada, dialoga com o profeta: - Que fazes aqui Elias? - O profeta então expõe as suas temeridades, ressaltando que embora ele mesmo tivesse preservado a sua fé, Israel insistia em quebrar a aliança, derrubar os altares do Senhor e matar seus profetas. Elias argumenta que agora estava sozinho e que mesmo assim, ainda era perseguido e ameaçado de morte (I Reis 19:13-14). Deus então encoraja o profeta, dizendo que ele não estava só, pois ainda havia em Israel sete mil homens que não se curvavam para Baal, e incumbe Elias de três importantes tarefas: ir até Damasco e ungir Hazael como rei da Síria, ir à casa de Ninsi e ungir seu filho Jeú como novo rei de Israel, e finalmente, ungir um profeta para ser o seu sucessor.

Desgastado com a rebeldia do povo, Elias se apressou em encontrar seu substituto, e em algum ponto entre Damasco e a Síria, finalmente ele o encontrou. Pouco sabemos sobre a vida de Elizeu, apenas que seu nome significa “Deus é Salvação”, que sua família era temente a Deus e que trabalhava na fazenda de Safate, e que este era seu pai. Quando Elias o viu pela primeira vez, ele estava lavrando a terra, levando consigo doze juntas de boi. Imediatamente, o profeta, num gesto simbólico e profético, joga sobre ele o seu manto, e Elizeu prontamente entende o chamado, correndo para junto de Elias sem impor condições ou termos, pedindo apenas um tempo para se despedir dos seus pais. Numa atitude que evidência o desapego de seu passado e o início de seu ministério, Elizeu mata os bois com os quais trabalhava, e com a carne, alimenta a gente de sua comunidade. Sem maiores delongas, passa a seguir Elias, tornando-se ao mesmo tempo em servo e aluno.  Elias estava com pressa de deixar o cargo, mas Eliseu ainda não estava preparado, e então, por aproximadamente oito anos, Eliseu foi assistente de Elias, período este mantido em sigilo nas crônicas bíblicas. Entretanto, esta experiência foi valiosa para ambos já que culminou em uma profunda amizade e fidelidade ministerial, pois Elias nos dá a impressão de estar testando seu sucessor, sugerindo por três vezes que eles seguissem caminhos opostos, mas em todas essas vezes, Eliseu insistiu em seguir junto com Elias, dizendo as mesmas palavras: - “Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te deixarei”. 

Eliseu aparentemente já era aceito como o eventual sucessor de Elias, e os filhos dos profetas em Betel e Jericó sabiam desta substituição, e mesmo Elias dispondo a se afastar, Eliseu insistiu em acompanhá-lo até o fim.   Após atravessarem o rio Jordão, Elias perguntou ao seu servo o que ele gostaria de receber como recompensa por sua lealdade, e a resposta de Eliseu foi inesperada, pois queria que Elias lhe concedesse porção dobrada do seu espírito.  Elias não tinha competência para tal concessão, mas instruiu Eliseu que se ele tivesse a oportunidade de ver a sua partida, seria uma resposta afirmativa de Deus para o seu pedido.  No momento em que Eliseu assistiu maravilhado Elias sendo elevado ao céu num redemoinho, teve a sua confirmação, tornando-se apto para a realização dos grandes feitos que marcariam seu ministério, sendo o primeiro deles, a travessia do Rio Jordão (II Reis 2:14).

E foi com esta palavra motivadora sobre o chamado de Elizeu, que o Pb. Francisco Carlos Ferreira Alves ministrou sobre a importância da fidelidade em nosso ministério, durante a QUARTA FORTE  realizada neste dia 23/09/2015. Elizeu não queimou etapas, não tentou acelerar o plano de Deus, mas aguardou o cumprimento das promessas com fé e perseverança, dedicando-se a aprender para poder ensinar, e se sujeitando a mesmo autoridade que ele mesmo exerceria no futuro. Então, Deus o honrou com a porção dobrada do poder de Elias. Quando o rei Josafá procurou em seu reino um profeta confiável e que fosse fiel à voz do Senhor, o cartão de visitas que introduziu Elizeu no cenário nacional, deixa explícita toda a humildade que norteou a vida daquele jovem profeta durante o seu período de preparação:  Então respondeu um dos servos do rei de Israel, dizendo: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que derramava água sobre as mãos de Elias (II Reis 3:11).




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