quinta-feira, 11 de junho de 2015

EBD: A fé heroica de Moisés


Texto Áureo
Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.
Deuteronômio 30:19

Verdade Aplicada
A fé é a chave que nos abre o portal eterno e nos permite ver de forma cristalina aquilo que ainda não tomou forma no mundo físico.

Textos de Referência
Hebreus 11.23-26

Pela fé, Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei.
Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.


Fé para se manter fiel e dizer não

Há um conhecido ditado popular que diz: “Cavalo dado, não se olha os dentes”. Este jargão se baseia no fato que para comprar um equino, faz-se necessária uma minuciosa inspeção no animal, e de acordo com especialistas, a arcada dentária tem muito a revelar, principalmente sobre a idade do alazão. Mas se o cavalo for um presente, então é melhor ignorar os detalhes, e simplesmente aceitar a oferta. Ouvimos este tipo de aconselhamento todos os dias, quando nossos líderes, amigos e familiares nos incentivam a “não perder" as oportunidades que a vida nos dá, ou voltando à metáfora inicial, se o cavalo passar selado, não tenha receio de monta-lo. Mas será que todo presente deve ser aceito de bom grado? Será que todo cavalo selado esta indo na direção correta? Moisés é um dos maiores exemplos no que tange a critérios para aceitar ou não as dádivas que nos são oferecidas. O hebreu que nasceu condenado a morte, viu sua vida dar uma guinada completa quando foi encontrado pela filha de Faraó. O até então moribundo escravo, seria alçado imediatamente ao posto de príncipe do Egito, antes mesmo que aquele dia com inicio fatídico chegasse ao fim. Criado no palácio, desfrutando das regalias e comodidades destinadas apenas para a realeza, Moisés teve a oportunidade de crescer sobre a égide do império mais poderoso de sua época, recebendo treinamento político e militar, sendo preparado para assumir um lugar na linha de sucessão do trono, o que segundo alguns estudiosos, poderia ter  acontecido antes mesmo dos eventos que o levaram ao exílio.

O cavalo dado a Moisés era simplesmente o "Trono do Egito", com todo o poderio e privilégios pertencentes apenas aos chamados “Filhos de Rah”. Para olhos pragmáticos, aquela era uma oportunidade irrecusável, destas que acontecem uma única vez na história, e, portanto, isenta de qualquer ação avaliativa. Moisés não pensava assim. No pouco tempo que esteve ao lado de sua mãe biológica, ele absorveu valores maiores que qualquer ambição terrena, e esta bagagem espiritual adquirida foi determinante para uma decisão surpreendente: Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó... O cavalo era imponente, mas seus dentes estavam pobres. A tradição egípcia determinava que qualquer aspirante a Faraó, deveria também ingressar na casta sacerdotal do Egito, imergindo de corpo e alma em sua religiosidade politeísta, repleta de misticismo e rituais pagãos. Esta, sem duvida, seria uma viagem sem volta a obscuridade espiritual, que por fé, Moisés se negou a fazer. Mesmo que para isso, tivesse que abrir mão de seu “futuro” glorioso nas fartas planícies do Nilo. Embora não seja possível precisar a qual dinastia Moisés pertenceu, a história egípcia registra alguns atritos ente uma certa rainha regente com os líderes religiosos de seu tempo, já que seu “filho adotivo”, se negava a ingressar na casta sacerdotal. Seria Moisés? É muito provável que sim. Fato é que a decisão de Moisés foi baseada em convicção, e não barganha. Até seria conveniente abrir mão de governar uma nação para liderar outra de maior relevância. Mas o chamado de Moisés se deu décadas após sua renúncia.

Moisés foi um homem notável e de atos memoráveis. Venceu batalhas épicas, atravessou o Mar Vermelho, tirou água da rocha, falou com Deus face a face... Porém, foi sua abnegação que o fez gigante. O escritor da carta aos hebreus, em sua antológica galeria de Heróis da Fé (Hebreus 11), ressalta os grandes feitos de homens e mulheres que transformaram o mundo. Quando fala sobre Moisés, embora cite alguns elementos de sua liderança, ele ressaltou o que fez de um simples levita um verdadeiro herói: Sua fidelidade – “Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. ”


A decidida ação de fé tomada por Moisés

O escritor do livro de Hebreus destila grandeza quando revela as renúncias de Moisés pela fé. As decisões tomadas pelo patriarca apresentam o alcance do poder divino. Sabemos que a graça cobre o mais vil entre os pecadores, mas a história de Moisés nos ensina que Deus também salva nobres, príncipes e cultos. Pela fé, Moisés foi capaz de ver através da eternidade o que todos em seu tempo duvidaram. Ele recusou a nobreza, foi contado como um louco ao escolher os desfavorecidos e discerniu de modo singular a verdadeira riqueza do universo.  Durante seus primeiros quarenta anos de vida, Moisés se tornou um dos homens mais sábios e mais poderosos do Egito, uma figura importante, o filho único e herdeiro do trono de Faraó. Estevão diz que ele era: “instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras” (Atos 7:22). Moisés era capaz de governar uma nação. Somente um louco poderia desprezar um palácio, a posição e a nobreza para dedicar sua vida a pessoas desconhecidas e pensamento escravo. O desprezo com que foi valorizada sua decisão e as acusações e escárnio que acumulou sobre si lhe acrescentaram o título de “louco”. Quando chegou a uma idade suficiente madura para saber qual era a plenitude da verdade, desprezou todo compromisso e se apresentou audazmente como um servo do Deus vivente. O escritor aos hebreus destaca que sua decisão não foi por sentimento pátrio, e sim por fé. Essa fé que lhe fez perder tudo foi a mesma que o fez ser o que é (Hebreus 11:24). Além de ser um varão de alto nível cultural, Moisés era o filho adotivo de Termutis, a filha de Faraó. Embora a história não nos assegure, é possível que fosse o herdeiro da coroa egípcia por adoção. Diz-se que, na época, o rei do Egito não tinha um herdeiro e Moisés era o herdeiro direto da coroa.

Moisés foi criado no luxo como herdeiro do reino. Até que chegou um dia em que se decidiu aliar aos oprimidos israelitas e dizer adeus ao futuro de riqueza, tranquilidade, comodidades e domínio real (Hebreus 11:25). Devemos ter em mente aspectos importantes como: o tipo de sociedade que Moisés se sentiu compelido a deixar; a separação dos mais estimáveis amigos; o rompimento com todas as honrasse a nobreza com que sempre viveu para ser maltratado com um grupo sem prestígio e prestes a ser devastado. Ele pode não ter convivido com o pecado, mas sempre teve a seus pés os tesouros do Egito. Moisés sempre soube quem era e, quando descobriu o que deveria fazer, teve honra em decidir pelo que é correto, mesmo que desagradasse aos demais.

A causa que Moisés abraçou trazia como prêmio uma abundante tribulação (Hebreus 11:26). Não havia recompensa presente, senão o que perder; deveria agir motivado apenas por um puro princípio, amor a Deus e convicção da verdade. Tudo o que o povo iria lhe oferecer era aflição em lugar de riqueza e honra. Ainda hoje a recompensa é a mesma, é preciso calcular o custo antes de dizer que realmente se serve a Deus. Se servir ao Senhor não for suficiente recompensa, aqueles que esperam maiores coisas sigam seu caminho egoísta. Se a eternidade não for suficiente, os que almejam reconhecimento busquem aqui mesmo na terra o seu galardão. Moisés atuou de maneira totalmente desinteressada, sem receber promessa alguma, sem qualquer ajuda em troca. Por causa da verdade e pelo Senhor, Moisés renunciou a tudo, contentando-se apenas em ser contado com o oprimido povo de Deus. A verdade não oferece nenhum dote, exceto a si mesma, a quem desejar abraçá-la. Moisés pertenceu a mais nobre classe de homens e sua maior grandeza foi a simplicidade.


Fé, a fonte das decisões de Moisés

Durante toda sua infância, Moises foi influenciado por sua mãe Joquebede e certamente sabia ser ele o libertador de Israel, pois cuidava que seus irmãos também entendessem (Atos 7:24). Mesmo sendo o detentor de tal verdade, algo o deveria impulsionar a prosseguir, a fé foi a força motriz que alavancou sua vida e lhe fez ver coisas inefáveis.  Em comparação com a luz eterna da Palavra de Deus, o conhecimento dos homens nada mais é que uma escuridão visível. Os grandes sábios não se dispõem a reconhecer o Deus vivo. Em todas as épocas, os sábios desprezaram a sabedoria do infinito (I Coríntios 1:18-26). Moisés conheceu toda a ciência egípcia, conhecia cada um deus existente ali, mas sabia em seu coração que havia somente um Deus. Os instintos da natureza hebreia e a morte do egípcio muito contribuíram para uma mudança na vida de Moisés, mas o texto indica que a razão principal de seu rompimento foi a fé e, através dela, viu tanto o sofrimento quanto a recompensa (Hebreus 11:26). A fé mostrou a Moisés o que havia dentro da eternidade, daí em diante, qualquer grandeza que visse no mundo se tornava nada diante do que a fé lhe revelara (Romanos 8:17-18).

Moisés descartou a possibilidade das riquezas humanas por uma recompensa na eternidade. Embora perdesse, esperava se tornar um vencedor. Sabia que, no dia do julgamento, veria a balança imparcial, sabia que não havia trocado um galardão incorruptível por um “mísero prato de lentilhas” como fazem os que se vendem na casa de Deus. Era isso o que Moisés via e nada poderia persuadir sua mente. Moisés se dispôs a seguir a estrela e, mesmo que andasse através das chamas e das inundações, o que importava era o que via pela fé. Ele sabia que sua causa era a causa de Deus e, portanto, essa era a única verdade que impulsionava sua vida a queimar todos os arquivos do passado e seguir em frente, sem pestanejar.

A fé de Moisés também descansa em Cristo. Ele ainda não havia vindo, mas ele o viu através da eternidade (Hebreus 11:26). Ele conhecia a promessa dos patriarcas que, na semente de Abraão, seriam benditas todas as nações da terra e estava disposto a assumir o vitupério para participar da promessa. Ele não conhecia tudo o que conhecemos hoje, mas tinha fé no Messias que havia de vir. Mais adiante, ele próprio anuncia o Cristo que havia visto pela fé (Deuteronômio 18:18). E, como prêmio por seu trabalho e por sua fé, ele volta após a morte, já glorificado, juntamente com o profeta Elias, para testificar daquele a quem havia anunciado, como sendo a única voz a ser ouvida pelos discípulos e a única autoridade na terra outorgada pelo Pai (Lucas 9:30-31). Cabe ressaltar que Moisés e Elias falavam (Lucas 9:31). As aparições de Moisés e Elias junto a Jesus são para esclarecer as dúvidas dos discípulos quanto a quem Jesus era (Mateus 16:13-14); para firmar sua fé sobre em quem acreditar; e apresentar que tanto os mortos (Moisés) quantos os que serão arrebatados (Elias) serão glorificados (Lucas 9:30). Moisés e Elias no monte da transfiguração representam a ressurreição dos mortos e o arrebatamento dos vivos”. (Extraído do livro “Inferno, uma eternidade sem Deus” - Editora Betel).


Fé para confrontar o próprio meio

A aclamada Bíblia NVI, assim expressa o texto de Provérbios 22:6 – Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles. A educação dada a Moisés por sua mãe Joquebede só faz provar que este sábio conselho de Salomão já estava respaldado por uma fórmula de sucesso testada e aprovada. Quando subiu definitivamente as escadas do palácio rumo a realeza, ele já tinha entalhado em seu coração o temor ao Deus de seus antepassados e o amor aos seus irmãos hebreus. Ele passaria a viver cercado de religiosidade, rodeado por dezenas de deuses e altares, e mesmo assim, num ambiente onde as divindades se amontavam as carreiras, Moisés se manteve fiel à sua crença monoteísta, sem ainda ter tido uma experiência pessoal com o Deus de seus pais. O famoso filosofo Rousseau estabeleceu um conceito mundialmente aceito quando afirmou que o homem é fruto do meio em que vive. Pois bem, alguns personagens bíblicos emergem das escrituras para se opor a esta regra social, demostrando valores morais e caráter espiritual, mesmo em meio a culturas pagãs e sociedades deturpadas. O pequeno Moisés assentou em seu coração, que mesmo alçado ao posto de filho do Egito, não se tornaria um egípcio em seu interior. Seu corpo poderia estar ornado e caracterizado como um príncipe, mas sua alma, mente e espírito se preservariam leais aos princípios aprendidos em seus primeiros anos. Esta educação recebida foi a semente que germinou em fé e se tornou o alicerce de sua postura fidedigna ao Deus dos hebreus, mesmo que o meio externo o pressionassem para agir de forma contrária.

O mesmo podemos dizer de Samuel. Ele passou poucos anos de sua infância sendo instruído diretamente por Ana. Tempo este suficiente para dinamizar sua fé e fidelidade. Ainda em tenra idade, ele foi conduzido ao templo onde seria educado por Eli, um sacerdote decadente que além de omitir a Palavra ao seu povo, permitia uma série de desmando ministeriais de seus próprios filhos. O exemplo latente naquela família era suficiente para transformar o pequeno Samuel em obreiro letárgico, mimado e descompromissado, porém, contrariando o meio em que vivia, ele se tornou um dos homens mais admiráveis de toda história, exercendo ministério profético e sacerdotal, sendo o último (e maior) juiz de Israel, além de ungir os dois primeiros reis da nação.

Outro exemplo valioso é Daniel. Ele estava muito longe de casa, e seu vínculo com a religião judaica estava fragilizado. Seu nome, que exaltavam o Deus de Israel foi substituído por outro pagão, que glorificava a um deus estrangeiro. Nos anos vindouros, ele teria contato direto com a cultura babilônica, repleta de ritos e misticismo, a começar pelos pomposos jantares bancados pelo rei. Assim como seus compatriotas, Daniel poderia se adaptar a situação e viver uma vida de regalias dentro de preceitos pagãos. Porém, ele optou por preservar intacta sua essência, conservar sua origem e se manter fiel ao único e verdadeiro Deus. Nabucodonosor ordenou que seus “convidados” fossem alimentados com a mesma comida servida para a família real. Ótimos vinhos, elaboradas massas, vegetação orgânica e carnes selecionadas. O problema é que na cozinha do palácio, os sacerdotes pagãos eram tão influentes quanto os chefes, pois toda refeição antes de ir para mesa era oferecida e consagrada para o deus Bel ou qualquer outra deidade babilônica. Pratos belos, saborosos e contaminados pelo pecado. Daniel tomou a decisão arriscada de não se contaminar com as iguarias do rei, e convenceu seu superior a lhe fornecer uma dieta a base de legumes e água. Ao final do período de treinamento, ele apresentou os melhores resultados físicos e intelectuais. Ele não se isolou dos demais. Ele não se recusou a sentar em sua cadeira. Ele estava lá na sala de jantar e ali ficava durante toda a refeição. Mas tomou uma posição em relação à mesa e disse não aos alimentos que sabia ser espiritualmente nocivos. E este é o segredo para quem deseja se opor ao seu “meio” e fazer diferença no mundo: POSTURA e DECISÃO.


Perder para ganhar: uma lição de fé

Escolher servir a Deus é inimizade declarada contra o mundo (Hebreus 11:27). Moisés se tornou inimigo de todos para se fazer amigo de Deus. O que viu afinal? O texto é muito claro: ele viu o invisível. O maior obstáculo que um servo de Deus pode ter na vida é criar raízes em algum lugar. Qualquer pessoa que está, há muito tempo, fixo em algum trabalho ou lugar ficará inseguro em deixar o comodismo de sua situação. Moisés poderia ter gostado de ser o filho da filha de Faraó, ele sabia que chegaria um tempo em que não iria mais retroceder por causa de sua posição e que prejudicaria tanto a nação quanto sua própria alma. A palavra traduzida por “escolhendo ou preferindo” no versículo 25 vem do grego “tomar uma decisão”. E, logo em seguida, o texto diz que ele “abandonou, deixou o Egito” (Hebreus 11:27). Como um míssil que persegue um jato inimigo, Moisés viu o que estava à frente, olhou para além da encruzilhada do caminho das decisões e permitiu que sua fé comandasse suas atitudes. Grande parte dos erros que cometemos está em não estabelecer as prioridades da vida. Moisés sabia que nasceu para ser um libertador e que um dia deveria escolher entre a luxúria do Egito e o sofrimento de um deserto escaldante. Ele refletiu sobre a sua posição, chegou a uma conclusão e fez sua escolha. Todos nós temos a mesma opção.

A causa pela qual Moisés renunciaria sua coroa incluía como galardão terreno um grupo de escravos quebrantados e oprimidos pela sociedade. A escravidão tanto desumaniza quanto incapacita, impedindo por gerações o gozo da própria liberdade. Está comprovado que, mesmo que os escravos recebessem liberdade, eles jamais atuariam como os que nasceram livres, porque a escravidão é como um ferro que espeta a alma e amarra o espírito. Está claro que a missão de Moisés exigia muito mais que deixar tudo. Ele deveria se ajustar aquele povo; deveria descer a seu nível; conviver com eles; suportá-los e amá-los como o povo escolhido de Deus.

Devemos considerar o que Moisés deixou e o que recebeu em troca. Não houve um monumento para esse homem tão dedicado e tão altruísta. Não houve uma esfinge, nem tampouco uma pirâmide. O Egito estava mais que disposto a esquecer que tal homem existiu um dia. Esse grande herói morreu em um cume solitário, nas encostas áridas do monte Pisga, sem receber ao menos uma flor em sua sepultura. Moisés trocou voluntariamente os monumentos e a aclamação, os incentivos, o poder e os prazeres terrenos por uma recompensa num reino invisível. Ele deu tudo o que possuía por um relacionamento com Deus. Foi o maior negócio que alguém poderia ter feito. O que perdeu não teria condições de guardar, mas o que ganhou jamais poderia perder.  A fé de Moisés ultrapassou a visão do mundo físico e, como recompensa do Senhor, foi-lhe dado o privilégio que homem algum jamais teve em toda a história da humanidade: ver a Deus face a face, falar com Ele boca a boca, ver a glória de Jeová passar diante de si e estar com o Cristo. Ele recusou o material, o visível e o passageiro, mas pode ver o espiritual, o invisível e o eterno.


Heróis da Fé

O alicerce da fidelidade é a convicção, e esta é por sua vez é o mais evidente fruto da fé genuína. Logo, é impossível desvincular uma da outra; e esta é uma verdade intrínseca em cada página da Bíblia e explícita na história de seus mais importantes personagens. Homens fieis são dotados de grande fé, e a está fé gera a convicção exigida para que a fidelidade se mantenha intacta. O anônimo escritor da epístola aos Hebreus não apenas define o conceito “FÉ” com perfeição (Hebreus 11:1), como também apresenta uma extensa lista de homens e mulheres que convictos de sua fé, mantiveram-se fieis ao Senhor em todos os momentos de suas vidas, e alerta: “sem ela é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6). 

E foi exatamente por intermédio do “firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que ainda não existem”, que os antigos heróis da fé, ainda nos inspiram e testificam do grande poder de Deus. A fé, aliada a fidelidade, levou Abel ao oferecimento de um sacrifício puro e verdadeiro. Enoque andou com Deus em tempo integral até ser transladado. Noé construiu uma arca para sobreviver ao dilúvio, mesmo ainda não havendo chuvas no céu. Abraão foi chamado “Amigo de Deus” e habitou na terra da promessa, assim como seus descendentes Isaque e Jacó, sendo pai de uma nação, ainda que sua esposa Sara estéril. Fé e fidelidade nortearam esta família, com bênçãos sendo ministradas de pais para filhos, até que o número dos seus não pudesse mais ser contado. Por fé, Moisés abdicou de uma vida no palácio para viver no deserto, conduzindo seu povo de volta para a terra da promessa. Pela fé, Raabe, por generosidade acolheu os espias hebreus, e por conta deste ato, sobreviveu a queda dos muros de Jerico. Hebreus 11 ainda lista outros exemplos de homens fidedignos, tais como Gideão, Baraque, Sansão, Jefté Davi, Samuel e outros profetas, os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga exércitos poderosos e as mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos. Como a fidelidade é recompensadora não? 
 
Mas as vezes ela nos leva a testes ainda mais intensos, onde a fé e a convicção são exigidas em sua plenitude. O escritor aos Hebreus, que até então narrava aos atos portentosos de homens que estavam convictos de sua fé, passa agora a narrar feitos ainda mais impressionantes. Pela Fé, e por Fidelidade, alguns foram torturados, abrindo mão de seu livramento. Outros experimentaram escárnios, açoites e até prisões. Muitos foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada. Andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados, errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra. E todos eles, mesmo mantendo se fiel a sua fé, não alcançaram a promessa, mas morreram em paz e alegremente, sabendo que o seu testemunho inspiraria muitas vidas. Somos aconselhados em Apocalipse 2:10 a sermos fieis até o fim, mesmo que este “FIM” seja a morte, pois aqueles que assim procedem, recebem na eternidade, das mãos do próprio Cristo, a Coroa da Vida.



Assim como Moisés, venha aprender na escola de Deus para ser líder e profeta, participando neste domingo, (14/06/2015),  da Escola Bíblica Dominical.

Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 95  - Editora Betel
Moisés - Lição 11
Comentarista: Pr. Belchior Martins da Costa

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Pb. Miquéias Daniel Gomes


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