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Revista Jovens e Adultos nº 91 - Lição 5 (Editora Betel)
Psicologia Free - (www.psicologiafree.com)
Nabucodonosor
era sem dúvida o monarca mais poderoso de seu tempo. Seu exército havia
derrotado a até então invencível Assíria e seu império se estendia por grande
parte do mundo conhecido. Entre os inúmeros
povos conquistados pelos babilônicos estava Judá. Inicialmente a nação apenas
prestava vassalagem, mas em pouco tempo foi subjugada pelos caldeus, que além
de deportaram grande parte da população, deixaram para trás uma Jerusalém em ruínas.
Todos
temiam o rei da Babilônia. Seu povo o venerava. Seus aliados o adulavam e os
inimigos tremiam na simples menção de seu nome. Parecia não existir limites
para seu poderio, mas bastou um sonho para que ele se deparasse com suas
limitações.
Durante a
noite, o rei acorda gritando desesperadamente. Um sonho terrível perturbava sua
alma, pois ele não podia compreendê-lo, e nem sequer, lembrava-se dos detalhes.
Seus conselheiros e magos foram chamados às pressas, mas nada puderam fazer...
Seus sábios e adivinhos não tinham a capacidade de interpretar o sonho do rei,
pois sequer sabiam do que se tratava. Nabucodonosor se sentiu acuado e
diminuído pela primeira vez em toda a sua vida. Havia sim algo que lhe era
impossível. Finalmente ele conhecerá o medo e a insegurança; e sua alma se
desesperou.
Alguém lhe
informou que entre os príncipes trazidos de Judá existiam jovens sábios. Daniel
então foi trazido a sua presença, e após descrever detalhadamente o sonho do
rei, lhe deu minuciosas explicações sobre seu significado. Nabucodonosor lhe
inqueriu sobre a fonte de sua sabedoria, e o jovem lhe explicou que o mérito
das revelações era do Deus de Israel. Nabucodonosor agiu gentilmente para com
os príncipes hebreus, mas se sentiu incomodado pelo fato de ter sido superado
por uma “divindade” estrangeira.
Ele tinha
tudo que um homem poderia ter, mas queria muito mais. Ele era um homem
avassalado, mas queria ser um deus adorado. Então Nabucodonosor manda seus
artesões moldarem no ouro maciço, uma estátua que fosse sua imagem e
semelhança. Ela devia ter 2,7 metros de largura e absurdos 27 metros de altura,
e após sua conclusão, todos os moradores do império deveriam ser reunidos a sua
volta para prestar-lhe adoração, sendo que todos os que não se ajoelhassem
perante aquela imagem seriam incinerados vivos.
Nabucodonosor
queria ser um Deus, mas no seu íntimo ele sabia que não passava de um
simples mortal.
O Complexo de Superioridade
“Complexo”
é um conceito que nasceu na Psicologia Analítica, constituindo um conjunto de
pensamentos, ideias e crenças carregadas de emoções. Quando ativados por causas
internas ou externas, como um trauma, um choque emocional ou conflito moral,
estes podem dominar o ego, dominando assim a forma da pessoa ser e estar. O
Complexo de Superioridade tem como base um mecanismo inconsciente de
compensação, por reflexo de sentimentos internos de inferioridade,
frequentemente despertados por críticas, rejeição, negligência. A expressão “Complexo de Superioridade” foi
originalmente criada por Afred Adler, mas segundo Carl Gustav
Jung (o criador da Psicologia Analítica),
o Complexo de Superioridade, na verdade, esconde o complexo de inferioridade.
Isto é: o individuo tem dificuldade em lidar com suas próprias limitações tais
como medo da rejeição, insegurança ou baixa autoestima, e isso o leva a estar
sempre querendo se mostrar melhor do que os outros, o que geralmente não passa
de uma tentativa de compensação para um sentimento de inferioridade. A pessoa
deseja que os outros reconheçam seu valor, porque ela mesma não está convencida
de que valha alguma coisa. Vive em busca de elogios e aprovações que a façam se
sentir importante, pois não encontra esse senso de valorização dentro de si
mesma. No capítulo 2 do livro de Daniel, o rei Nabucodonosor demonstra sua
incapacidade em conhecer os caminhos de sua psique e vê-se desesperado por não
conseguir decifrar o que estava oculto em seu sonho, o que o deixa incapacitado
diante de suas próprias limitações. Pouco depois, já no capítulo 3, ele decide
“burlar” esse sentimento de frustração, projetando uma imagem divina de si
mesmo.
O assunto
que vamos abordar nesta lição nos mostra o quanto uma pessoa pode ser
atormentada por falta de autoconhecimento. O complexo de superioridade não é
considerado por muitos como uma patologia; mas sim um sentimento de auto defesa que se manifesta em
pessoas que não conseguem lidar com o seu complexo de inferioridade, este sim,
um mal patológico grave.
Sintomas mais comuns do
complexo de superioridade
Os caminhos
da psique, na maioria das vezes, são desconhecidos, e por isso, é comum vermos
as pessoas tomando determinadas atitudes, sem perceberem a razão que as motivam
(Jeremias 17:9). O complexo de superioridade funciona como um desejo de
autoafirmação do próprio individuo, muito mais do que para os outros. A
demonstração do poder de Deus, através de Daniel, na interpretação do sonho do
rei Nabucodonosor, não foi suficiente para que ele mudasse seu comportamento,
e, mais uma vez, o complexo de superioridade do rei o leva a cometer novos
desatinos. Ao mandar construir sua estátua, evidencia seu desejo em tentar
provar sua capacidade em fazer um deus mais poderoso do que o Deus de Daniel. Podemos perceber através desse ato de Nabucodonosor que ele apresentava
os sintomas clássicos responsáveis pelo diagnóstico daquele que sofre de Complexo de Superioridade.
O Complexo de Superioridade pode
incluir opiniões exageradamente positivas sobre o seu valor e as suas
capacidades próprias, expectativas extremamente altas em relação aos seus
projetos e ações. Torna o indivíduo em um ser vaidoso, que as vezes se veste de forma excêntrica e
extravagante (com objetivo de focar e chamar atenções), orgulhoso,
sentimentalista , com tendência para questionar e desacreditar opiniões de
outras pessoas, tentando impor a sua opinião, numa tentativa de dominar aqueles
que considera mais fracos e menos importantes.
Muitas vezes verifica-se também,
um afastamento social e isolamento do indivíduo com Complexo de Superioridade face ao mundo; como forma de fugir e evitar a realidade, que o seu inconsciente
tanto tem medo. O Complexo de Superioridade cria um medo extremo do indivíduo
se confrontar com a sua própria desilusão. Quando confrontado com a realidade
este vai usar todos os seus recursos, para fugir e evitar a mesma. Mesmo assim, estas pessoas podem se revelar bons comunicadores, persuasivos e com argumentos
aparentemente sólidos.
As pessoas que geralmente apresentam um comportamento
agressivo ou de prepotência em relação aos outros, na maior parte dos casos,
são diagnosticadas como portadoras dessa enfermidade da alma (Provérbios 21:24).
Mas ironicamente, também podemos encontrar, nessas pessoas, atitudes
altruístas, pois buscam provar para si próprias que são melhores do que todos
por estar fazendo o bem.
No entanto,
quando são expostas a momentos de muita pressão e ansiedade, revelam a sua face
real apresentando os sintomas do complexo de superioridade (Daniel 2:12). Usando
Nabucodonosor como exemplo, podemos encontra-lo primeiramente tecendo elogios a
Hananias, Misael e Azarias, por suas habilidades e conhecimentos, contudo nada
disso é considerado quando o monarca os condena a morte por eles não se curvaram ante a sua estátua. Essa
atitude tirânica de Nabucodonosor em condená-los à fornalha, revela-nos um dos
sintomas do complexo de superioridade, onde a aparente bondade é a máscara que
esconde o desejo de ser o melhor para que não se sinta inferior (Daniel 1:20 e 3:15-20).
Normalmente,
quando a verdadeira face daquele que apresentava ser dócil, delicado, agradável e bondoso se mostra; cobra com
veemência o que fez em favor dos outros ou da comunidade. O termo popular
"jogar na cara" ou o mais erudito "lançar em rosto" é
comumente usado por este tipo de pessoa que, em muitos casos, sente-se traído
por aquele a quem ajudou ou praticou algum bem, assumindo assim um
comportamento vingativo. Todos que
incorrem nesse pecado sofrerão a mesma condenação que o próprio Satanás (I
Timóteo 3.6).
O Complexo de Superioridade e a Igreja
Na igreja,
como em qualquer outro lugar da sociedade, é possível perceber que algumas
pessoas demonstram sentir uma incrível necessidade de autoafirmação,
apresentando-se como alguém altamente capacitado em todas as áreas. O sujeito
acredita ser o melhor em tudo e para todos.
Esse tipo de comportamento pode ser
um indicativo de que, na realidade, ele sofra do complexo de inferioridade, uma
vez que esse complexo se manifesta maquiado como um complexo de superioridade.
Na maioria
dos casos, os indivíduos que apresentam sintomas do complexo de superioridade
sofreram algum tipo de pressão por parte de alguém que consideravam superior e,
em consequência disso, são levados a adquirirem tais atitudes que podem causar
danos irreparáveis em suas psiques. É
paradoxal que o complexo de superioridade coexista num mesmo indivíduo com o
complexo de inferioridade, sendo considerados por muitos autores como duas
diferentes expressões de uma mesma patologia, isto é, tanto o complexo de
superioridade como o de inferioridade podem ter a mesma origem, porém são
formas de expressar diferentes.
O Complexo de Superioridade é uma
mascara para ocultar a sua inferioridade. Um indivíduo que possua este
complexo, frequentemente afirma que é extremamente competente, mas no seu
íntimo dúvida da sua competência; frequentemente afirma que é o melhor pai (ou
mãe), ou que os seus filhos são os melhores educados, quando no seu íntimo
dúvida da capacidade e competência de ser pai (ou mãe). As justificações
pessoais, porem, silenciam a culpa que se sente e mantem o indivíduo convencido que não está a
cometer um erro. Esta fuga da realidade pode em casos extremos, originar um
surto psicótico. Visto que na sua realidade ele não pode ser inferior,
confrontado com esse facto origina-se então a rejeição pela realidade, dando
origem a alucinações e paranoias.
O Mal exemplo de Acabe
Os indivíduos que manifestam o
Complexo de Superioridade, projetam com frequência os seus sentimentos de
inferioridade nos sujeitos que o rodeiam e para eles todos os que estão á sua volta são inferior a ele. Podemos citar vários personagens
bíblicos que são “Maus Exemplos”, para a igreja de hoje por seu comportamento
oriundo do Complexo de Superioridade, dentre os quais iremos destacar o rei
Acabe.
Ao suceder
seu pai, o rei Onri, ao trono de Israel, Acabe toma uma atitude que desagrada,
não apenas ao povo, mas também profundamente ao Senhor. Ao casar-se com
Jezabel, filha do rei dos sidônios, ele deixa claro que, em seu reinado, não
haveria lugar para o governo de Jeová. E um de seus primeiros atos foi
construir um lugar de adoração ao deus Baal. Esse comportamento demonstra sua
intenção em provar que era poderoso e senhor de suas decisões. Com o passar do
tempo, Acabe se revela um homem fraco e omisso diante das atitudes de Jezabel,
que assumiu o comando do reino e mandou matar os profetas do Senhor,
intensificando e solidificando o culto a Baal. As atitudes de Acabe em tentar se
mostrar um homem cada vez mais poderoso e temido pelo povo, na realidade,
escondiam sua incompetência e sua insegurança em relação ao domínio que sua
mulher exercia sobre ele. Seu enorme desejo de se sentir poderoso fez com que
perseguisse os profetas do Senhor, inclusive, Elias. Seu fim aconteceu tal qual
como o Senhor havia dito, e os cães lamberam o seu sangue: "E, lavando-se o carro no tanque de Samaria, os cães
lamberam o seu sangue (ora as prostitutas se lavavam ali), conforme a palavra
que o Senhor tinha falado" (1 Reis 22:38).
Um forte
indício de que Acabe era acometido pelo Complexo de Superioridade, encontra-se
no episódio em que ele cobiça a vinha de Nabote. Ele não admitia que alguém
pudesse possuir algo de maior qualidade e beleza, uma vez que ele era o rei.
Então, revestido da autoridade que sua posição lhe conferia, ordenou a Nabote
que lhe entregasse a sua vinha. Uma característica marcante do Complexo de Superioridade é a de que o indivíduo não respeita quaisquer instituições ou
limites e pleiteia para si todos os direitos (II Tessalonicenses 2.4). No
entanto, diante da recusa de Nabote, Acabe logo revelou sua baixa autoestima,
externando sua fraqueza e seu abatimento por não conseguir a realização do seu
desejo. Na presença de Jezabel, o rei revela o seu real sentimento de
inferioridade, e mais uma vez, deixa-se influenciar por sua mulher para se
sentir alguém superior (I Reis 21.5-6).
Aprendendo com os erros de
um velho conhecido
A igreja do
Senhor conhece bem um ser que, desde há muito tempo, tem tentado de todas as
maneiras, parecer superior perante a humanidade. Estamos aqui trazendo ao nosso
estudo a figura nefasta de Satanás, que ao longo dos tempos, não tem poupado esforços
para se mostrar superior em suas atitudes, levando muitos a se perderem em seus
planos ardilosos, inclusive utilizando sua mais poderosa arma: a mentira
(João 8:44). Alias,
Mentira e Soberba são
pejorativo de quem sofre do complexo de superioridade. Satanás é o pai da
mentira e originador da soberba. Por isso os que incorrem neste erro serão
condenados como ele.
(I Timóteo 3:6).
(I Timóteo 3:6).
Ao se
reportar a Eva, no Jardim do Éden, o diabo não mediu esforços para tentar
provar seu conhecimento acerca do Criador. Ele se apresentou como detentor do
conhecimento e sobre a qual realmente seria a intenção de Deus em relação ao
homem. Segundo Satanás, o Senhor teria interesse em manter um segredo, através
do qual manipularia o homem como um fantoche em suas mãos (Gênesis 3:1-5). Esse terrível desejo do inimigo, em fazer o homem pecar, indica o seu
principal sentimento em relação à coroa da criação, isto é, a inveja;
por sentir-se inferior. O fato de ter sido criado como anjo com a função
específica de servir, colocava-o em posição inferior ao homem na hierarquia da
criação, pois o homem foi criado para louvar e adorar o Criador (Salmo 91:11;
Salmo 52:9 e Marcos 1:13).
Em sua frustrada
intenção de tentar a Jesus após quarenta dias de jejum, o diabo expõe seu
desejo em parecer poderoso e, em determinado momento do seu diálogo com o
Mestre, coloca-se como dono do mundo, oferecendo algo que não lhe pertencia em
troca de adoração. "E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num
momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti
todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem
quero" (Lucas 4:5-6).
Pessoas que
sofrem de complexo de superioridade se tornam alvo fácil ao domínio de Satanás,
uma vez que ele próprio foi acometido desse mal. Quando os profetas o compararam
ao rei da Babilônia e de Tiro , percebemos que isso está relacionado ao fato de
esses reis terem exigido para si adoração como divindade, à semelhança da
atitude do inimigo, o que lhe garantiu o mesmo fim, isto é, a queda (Isaías 14
e Ezequiel 28).
Outros
personagens poderiam colaborar com nosso estudo como: Golias, Saul, e Ninrode. Porém, mesmo que alguns desses não tenham encontrado a resposta
para os seus males, sabemos que todo aquele que se encontra com Jesus, descobre
que o menor no Reino dos Céus é o maior na Terra (Mateus 11:11). Em Cristo,
encontramos todas as respostas para usufruir de uma vida abençoada, sem
necessidade de parecer superior a ninguém. Sentir-se interiormente inferior,
pode levar o indivíduo a compensar tal sentimento com a superioridade e isso é
um indicativo de que precisa procurar ajuda terapêutica. Por outro lado, soberba e altivez são pecados espirituais, e um tratamento espiritual também se faz necessário, afinal apenas os "humildes de espírito" herdarão o "Reino dos Céus" (Mateus 5:3).
Texto Áureo
“Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra
todo o soberbo e altivo e contra todo o que se exalta, para que seja abatido”
(Is 2.12).
A soberba é um mal que precede à queda.
Textos de Referência
Daniel 3:1-5
O Rei Nabucodonosor fez uma estatua de ouro, cuja
altura era de sessenta côvados, e a sua largura, de seis côvados; levantou-a no
campo de Dura, na província de Babilônia.
E o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os
prefeitos, os presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os
oficiais e todos os governadores das províncias, para que viessem à consagração
da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os
presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais e todos
os governadores das províncias, para a consagração da estátua que o rei
Nabucodonosor tinha levantado, e estavam em pé diante da imagem que
Nabucodonosor tinha levantado.
E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó
povos, nações e gente de todas as línguas:
Quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da
harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música,
vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tem
levantado.
Para maior conhecimento do Complexo de Superioridade, seus sintomas e como encontrar a cura, participe neste domingo (04/05/2014), da Escola Bíblica Dominical.
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