William Joseph Seymour nasceu em
02 de maio de 1870, em Centerville, Santa Maria de Paris, no Estado da
Louisiana - USA. Seus pais, Simon Seymour e Phillis Salabar tinham nascido
escravos. Quando o Presidente Abraham
Lincoln assinou a Proclamação de Emancipação terminando com a escravidão nos
estados rebeldes do Sul, o pai de William se alistou no Exército do Nordeste e
serviu até o final da guerra civil. Durante a marcha do exército pelos estados
do golfo, Lousiana, Missisipi, Alabama e Flórida ele ficou doente e foi
hospitalizado em Nova Orleans. Pela descrição, ele teria contraído malária ou
alguma moléstia tropical parecida. Ele nunca se recuperaria totalmente.
William era o primogênito de uma
família enorme e viveu seus primeiros anos em abjeta pobreza. Em 1896 os bens
de sua mãe eram: um catre, uma cadeira e um colchão, velhos. Toda aquela
"fortuna" fora avaliada em $55 dólares. Seymour também sofreu com a
injustiça e preconceito da reconstrução sulista. Violência contra homens
livres, era comum e a Ku Klux Klan aterrorizava o Sudeste da Louisiana. O Jovem Seymour teve contato com
várias tradições cristãs. Seus pais foram casados por um pregador metodista; o
garoto William foi batizado na Igreja Católica Romana em Franklin, Louisiana;
seus pais foram sepultados junto a uma Igreja Batista.
Muitos ditos sobre a vida de
Seymour afirmam que ele era analfabeto. Não é verdade. Ele frequentou uma
escola de homens livres em Centerville e aprendeu a ler e escrever. De fato, o
retrato de sua assinatura demonstra uma caligrafia. Fugindo da pobreza e da opressão
da vida no Sudeste da Louisiana, Seymour deixou seu lar em plena infância. Ele
esteve trabalhando em Indiana, Ohio, Illinois, e outros estados; possivelmente
no Missouri e no Tenesse. Ele habitualmente trabalhava como garçom em hotéis de
grandes cidades.
Foi em Indianápolis que Seymour
se converteu, em uma Igreja Metodista. Logo, entretanto, ele se uniu ao
movimento da Igreja de Deus Reformada em Anderson, Indiana. Naquele tempo o
grupo era chamado de "Os santos da Luz do Alvorecer". Enquanto estava
com aquele grupo de santidade, ele foi separado e chamado para ser um pregador. Em Cincinnati, Ohio, depois de um
surto quase fatal de varíola, Seymour se rendeu à chamada ministerial. A
varíola o deixou cego de um olho e com marcas na face, e, pelo resto de sua
vida ele usou uma barba para esconder aquelas marcas.Em 1905, Seymour estava em
Houston, Texas, quando ouviu a mensagem pentecostal pela primeira vez. Ele se
matriculou na Escola Bíblica dirigida por Charles F. Parham.
Parham, foi o fundador do
movimento de Fé Apostólica, e é o pai do reavivamento pentecostal /carismático
moderno. Na Escola Bíblica de Topeka, Kansas, seus seguidores tinham recebido o
batismo no Espírito Santo com a evidência bíblica de falar em outras línguas. Por causa das leis de segregação
racial da época, Seymour foi forçado a se assentar no corredor, do lado de fora
da sala de aula. O humilde servo de Deus suportou a injustiça com graça.
Seymour deve ter sido um homem de um aguçado intelecto. Em poucas semanas ele
se tornou bastante familiarizado com os ensinos de Parham, que observou que ele
também podia ensinar. Entretanto, não recebera o batismo com o Espírito Santo
com a evidência de falar em línguas. Parham e Seymour dirigiram,
juntos, reuniões em Houston, com Seymour pregando para auditórios negros
enquanto Parham pregava para grupos de brancos. Parham tinha planos de usar
Seymour para espalhar a mensagem da Fé Apostólica para os afro-americanos do
Texas.
Neely Terry, uma convidada de Los
Ângeles, encontrou com Seymour quando ele pregava numa Igreja regular
pastoreada por Lucy Farrar. Esta, era empregada da família de Parham no Kansas. Quando Terry retornou à Los
Ângeles, ela persuadiu a pequena Igreja de a convidar Seymour para ir até sua
Igreja para uma reunião. Sua pastora, Julia Huthinson, oficializou o convite. Seymour chegou a Los Ângeles em
fevereiro de 1906. Seus primeiros esforços para
pregar a mensagem pentecostal foram impedidos e ele foi expulso porta à fora
daquela igreja. A liderança tinha suspeitas da doutrina de Seymour, estavam
especialmente convencidos de que ele pregava sobre uma coisa que ainda não
tinha recebido.
Mudando para a casa de Edward
Lee, um zelador de um banco local, o bispo Seymour começou a ministrar a um
grupo de oração que estava se reunindo regularmente na casa de Richard e Ruth
Asbery, na Rua Bonnie Brae, 214. Asberry também tinha um emprego de zelador. A
maioria dos adoradores eram afro-americanos, com algumas visitas ocasionais de
brancos. Assim que o grupo foi buscando a Deus por reavivamento, sua fome se
intensificou. Finalmente, em 19 de abril, Lee
foi batizado no Espírito Santo com a evidência de falar em outras línguas.
Quando as novas de seu batismo foram contadas aos verdadeiros crentes da Rua
Bonnie Brae, um poderoso derramamento se seguiu. Muitos receberam o Batismo do
Espírito Santo como um reavimento pentecostal chegado à Costa Oeste.
Aquela tarde poderia ser descrita
assim: gente caindo pelo assoalho parecendo inconscientes, outras clamavam e
corriam pela casa. Uma vizinha, Jennie Evans Moore, tocou piano sem nunca ter
tocado antes. Nos poucos dias de continuo derramamento,
centenas se ajuntaram. As ruas ficaram cheias e Seymour pregava do alpendre dos
Asbery. Em 12 de abril, três dias depois do derramamento inicial, Seymour
recebeu seu próprio batismo de poder. Rapidamente,
deixando o lar dos Asbery, o bispo procurou um local para uma igreja. Eles
encontraram um prédio de uma missão na Rua Azuza nº 312.
A missão tinha sido construída
para ser uma Igreja Metodista Episcopal Africana, mas quando os planos foram
abandonados, o santuário do andar de cima foi transformado em apartamentos. Um
incêndio destruiu um lance do teto e ele foi refeito um flat de 40 x 60 com a
aparência de uma caixa quadrada. O porão inacabado com um teto baixo e um chão
sujo, era usado como armazém e estábulo. Esse porão veio a ser o local da
Missão da Fé Apostólica. Uma mistura de cadeiras e pranchas de madeira foram
arranjadas para os assentos e oração. Duas caixas cobertas por um tecido barato
se transformaram em um púlpito. Foi deste humilde local, que a verdade
pentecostal se espalhou para o mundo. Visitantes vieram tanto de perto
quanto de longe para participar do grande avivamento na Missão da Fé Apostólica
da Rua Azuza, 312 em Los Ângeles, Califórnia.
Em 17 de abril, o jornal Los
Angeles Daly Times enviou um repórter ao local do reavivamento. Em seu artigo
ele malhou a reunião e o pastor chamando os frequentadores de "uma nova
seita de fanáticos", de Seymor disse: um velho exortador. Ele zombou das
línguas estranhas: Uma esquisita babel de línguas ".
Mais importante do que suas
críticas, foi o tempo providencial da sua visita. O artigo foi publicado no
mesmo dia do grande terremoto de São Francisco. Californianos daquela região
foram pegos de surpresa e com grande temor achavam que o reavivamento era o
cumprimento das profecias do dia do Grande Juízo Final. Imediatamente, Frank Bartleman,
um evangelista itinerante, publicou um folheto sobre o terremoto. Milhares de
folhetos, sobre o cumprimento das profecias, foram distribuídos. Logo,
multidões se apertaram na Rua Azuza. Um recepcionista disse que mais de mil
pessoas lotavam a propriedade. Centenas enchiam o pequeno prédio. Outros
assistiam do lado de fora, entupindo aquela rua suja.
Com a ajuda de um estenógrafo e
um editor, a Missão começou a publicar um jornal, "A Fé Apostólica".
Os Sermões de Seymour eram transcritos e impressos junto com as novidades sobre
reuniões de muitos missionários que estavam sendo enviados. Os escritos
literalmente espalharam a mensagem Pentecostal através do Globo. Circularam
mais de 50.000. Cultos eram dirigidos três vezes
ao dia: às 10:00, à tarde e às 19:00h. Eles frequentemente permaneciam juntos o
dia inteiro até o fim do último culto. Este programa continuou sete dias por
semana, por mais de três anos. Era muito comum o perdido ser
salvo, o doente curado, o endemoninhado liberto, e quem buscava saía batizado
com o Espírito Santo na mesma reunião. Muitos dos pioneiros do movimento
Pentecostal receberam o Santo batismo adorando nas pranchas de casca de madeira
no altar da Rua Azuza.
Em 28 de setembro de 1922, com 52
anos de idade, teve dores no peito e falta de ar. Embora o médico fosse
chamado, o peregrino foi estar com o Senhor na Cidade Celestial.
Fonte: Web Servos
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