quinta-feira, 18 de junho de 2015

EBD: O último encontro de um grande herói


Texto Áureo
E em toda a mão forte, e em todo o grande espanto, que praticou Moisés aos olhos de todo o Israel. 
Deuteronômio 34:12

Verdade Aplicada
A maneira como vivemos é que dirá como as pessoas se lembrarão de nós. Cedo ou tarde, a morte chegará para todos. Não temos controle sobre a morte, mas podemos viver de maneira especial até que deixemos esse mundo.

Textos de Referência
Deuteronômio 34.5-8

Assim morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, conforme a palavra do SENHOR.
E o sepultou num vale, na terra de Moabe, em frente de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura.
Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu o seu vigor.
E os filhos de Israel prantearam a Moisés trinta dias, nas campinas de Moabe; e os dias do pranto do luto de Moisés se cumpriram.


Caminhando para a vida

Alguém já definiu a vida como um “pacote que a parteira endereçou ao coveiro”. Já nascemos com prazo de validade, e de acordo com um texto do próprio Moisés, poucos chegarão aos 80 anos com inteireza de força e vigor (Salmo 90:10). Mesmo assim, o ser humano tem imensa dificuldade de encarar a finitude da própria existência ou lidar com as perdas irremediáveis provocadas pela morte de pessoas queridas. Deus nos criou sua imagem e semelhança, plantou um jardim majestoso para o primeiro casal, e lhes proporcionou condições para uma vida farta e feliz, com duração indeterminada. Foi o pecado que privou o homem da sonhada longevidade e o condenou não apenas a morte física (que acontece quando alma e espírito se desligam deste corpo carnal), como também a segunda morte, quando o espírito do homem, em decorrência de suas ações em vida, é separado definitivamente de Deus por toda eternidade. É comum ouvirmos frases com “enquanto a vida há esperança”, ou então, “a esperança é a última que morre”, pois sob a nossa ótica humana, a morte é o ponto final de todas as perspectivas. Definitivamente a morte é um adversário que não podemos vencer.... Pelo menos com nossas próprias forças (I Coríntios 15:26).

A Bíblia diz que a morte é o “último inimigo a ser vencido”, o que nos assegura que esta não é uma batalha invencível (I Coríntios 15:26). O segredo desta vitória está em Cristo, que por mais de uma vez demostrou seu poder sobre a morte. Na casa de Jairo, os discípulos o viram devolver a vida para uma menina. Depois, toda a cidade de Naim testemunhou a ressurreição do filho de uma pobre viúva. Lázaro já estava morto há quatro dias quando Jesus o retirou da sepultura, impactando toda a Judéia. Mas foi com seu próprio retorno triunfal dos mortos que Cristo definitivamente sobrepujou este temível inimigo. Sobre esta retumbante vitória, Paulo escreveu: - Onde está, oh, morte, o seu poder de matar? (I Coríntios 15:55).

Mais do que evitar a morte física, Jesus Cristo nos assegura algo muito melhor: A ressurreição. A morte sob a perspectiva dos céus não é um final definitivo, mas sim um reinicio glorioso para todos que creem em Jesus. Muitos cristãos gostam de substituir o termo “MORRER” por “DORMIR” no Senhor. E quem dorme, está apenas aguardando o momento de acordar. Assim, a Bíblia afirma que o Senhor se alegra na morte dos justos, pois ela nada mais é do que um Pai levando o filho para o quarto, proporcionando lhe conforto para um merecido descanso, antes de acorda-lo para viver o dia mais especial de sua vida, quando haverá a maior e mais bela reunião de família de toda a eternidade (Salmo 118:15). Podemos até pensar que a jornada de Moisés até o cume do monte Pisga foi lúgubre e mórbida, regada com tristeza e frustração. Mas sua vida de comunhão com Deus é uma evidencia de que provavelmente Moisés e Paulo enfrentaram o fim terreno com a perspectiva de dever cumprido e certeza da glória (II Timóteo 4:7). Aos olhos humanos ele caminhava para a morte, mas olhando lá de cima, aquela era uma caminhada para a vida!


A última visão de Moisés

Moisés é um dos tipos que mais se assemelham a Cristo, principalmente na morte. Até hoje não se sabe onde ele foi sepultado. Em comparação com o Senhor Jesus Cristo, ninguém vai adorar junto ao túmulo do mediador do antigo concerto nem do Mediador do novo porque seus corpos não estão lá. A história de Moisés começou com o Senhor e com Ele também terminou. Moisés subiu ao monte Nebo, ao topo da cordilheira serrilhada de Pisga, a 1371 metros de altura para ver a Terra Prometida e ser sepultado pelo Senhor.  O espaço da trilha para o cume de Pisga é para apenas uma pessoa; Moisés caminhou só em direção à morte e sabia muito bem disso. Ele também já havia nomeado um substituto Josué (Deuteronômio 31.7). Deus já havia preparado tudo. Todos morremos, a vida é assim, mas, no caso de Moisés, não havia motivos para fugir da morte ou odiá-la. A morte traz medo, pânico e a dor da separação. Porém nesse dia, Moisés teve o privilégio de subir ao monte sem o fardo de cuidar daquela nação e com sentimento de missão cumprida. A morte que teve Moisés foi um prêmio concedido por Deus. A glória que desejava ver, agora lhe estava sendo concedida (Êxodo 33:18-20). Moisés foi para casa acompanhado e, o amigo que antes lhe falava cara a cara, ele agora vê pessoalmente, por completo. A terra que Moisés avistava por inteiro era a terra prometida aos patriarcas. No pensamento hebraico, olhar era símbolo de aquisição, cujo ato significava que a propriedade se tornava legal a quem a olhasse (Genesis 13:14-15). Desta forma, Moisés estava aceitando de Deus a propriedade da terra Prometida em nome de todo o povo de Israel.

Quando convivemos longos anos, nos apegamos às pessoas, pois elas passam a fazer parte de nós. O lado humano não quer se despedir e o desejo da carne é guardar para sempre, é agarrar e não largar. Todos queriam que Moisés ficasse, mas Deus disse: “chegou o tempo, ele agora é meu”. Deus o escolta até o alto e lhe apresenta uma visão abrangente de toda a terra da promessa (Deuteronômio 34:1-3). Com certeza, Moisés se foi feliz. Podemos dizer que essa é a maior representação da morte de um cristão. Unido a Deus, caminhando para o alto, ele vê o que ninguém ainda possui (I Coríntios 2:9). A grande maioria dos seres humanos gasta a maior parte de suas vidas em trabalho, relacionamentos e entretenimentos. Todavia, Moisés tanto viveu quanto morreu diferente de muitos de nós. Sua vida foi dedicada totalmente a Deus e sua partida reflete isso. Ele morreu no alto, do jeito que sempre viveu. Porém, com um detalhe muito marcante: morreu segundo a Palavra do Senhor (Deuteronômio 34:5). Tudo terminou como Deus havia providenciado. Deus não só conhece nossos dias, como também o fim deles. Tudo só acontece na hora prevista e, mesmo que não aceitemos a morte, ela não vem por acaso, pois Deus tem consigo a chave que ativa ou desativa seu poder (Filipenses 1:20-21). A morte é solitária. Todavia, no cume daquele monte, Moisés estava sem a companhia dos humanos, mas na companhia de Deus. Ele morreu seguro e bem acompanhado. A morte só amedronta aquele que não está em paz com Deus. Moisés subiu sem medo, sabia que não ia ser julgado como um ímpio, mas sim ser galardoado como um herói.


A mensagem da vida vitoriosa de Moisés

Devemos procurar fazer as escolhas certas durante a vida para que, após nossa partida, as pessoas tenham leitura correta de quem nós fomos. O Talmud declara o seguinte: “o homem nasce com o punho fechado, mas morre com as mãos abertas”. Concluímos que ninguém leva nada desse mundo, mas pode deixar lições sobre o que viveu.  Não é comum sepultar um jovem de cento e vinte anos em nossos dias. Moisés nunca precisou de óculos ou muletas (Deuteronômio 34:7). Era ativo, pois nunca se entregou à velhice. Em seus últimos momentos de vida, vemos uma cena rara: um homem com uma idade bastante avançada escalando uma montanha sem qualquer pessoa para impulsionar-lhe. A mensagem aqui é não se entregar a idade. A vida de Moisés nos ensina que nunca é tarde para se realizar algo para Deus, pois ele foi chamado aos oitenta anos, e para si mesmo. Nossos olhos não devem se escurecer para ver possibilidades e nosso vigor não deve se abater. Avida é uma grande oportunidade. Esse é um recado amoroso de que a idade não é obstáculo para o contato com Deus.
E você? Irmão e irmã? Já se aposentou do livro? Da leitura e do estudo da Palavra? Da oração? Da sua caminhada com deus? Quando chegamos à velhice, acreditamos na mentira de que não somos mais úteis à sociedade. Porém a vida de Moisés nos dá provas de que isso não é verdade.

Tão importante quanto o aspecto físico de Moisés foi sua vida de comunhão com Deus. Observe o que Deus escreveu em seu túmulo quanto a categoria de vida de Moisés: “E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o senhor conhecera face a face” (Deuteronômio 34:10). Moisés recebia de Deus, passava para Arão, que passava para o povo. Só aqui podemos observar três esferas de nível espiritual. Agora quem lhe sucede é Josué que, para obter direção de Deus, deveria ir ao sumo sacerdote. Moisés não. Ele recebia instruções por contato visual direto. Ele não somente viveu, mas desfrutou de uma maravilhosa intimidade com o Senhor. Ver Moisés com cento e vinte anos de idade e com total intimidade com Deus é uma tremenda e linda inspiração. Acredite! Você ainda pode produzir muito para Deus.

A declaração de Deuteronômio 34:8 desfaz todo o pensamento de que aquele povo cheio de intemperança e murmurador fosse incapaz de expressar sentimentos pela vida de seu líder. Moisés deixou um legado e marcas na lembrança que até hoje são inesquecíveis. Seu ministério havia impactado suas vidas de tal maneira que foi necessário um mês para prantear sua memória. Moisés é a única pessoa na Bíblia que Deus sepultou pessoalmente. Depois, Ele escondeu sua sepultura para evitar que erigissem um momento. Se isso não acontecesse, hoje haveria um santuário no Monte Nebo, com ambulantes de todas as espécies, turismo e diversas caravanas. O assunto é tão sério que o corpo de Moisés chegou a ser disputado pelo próprio Satanás. Judas relata que houve um confronto angelical (Judas 9). Satanás tinha propósitos para o corpo de Moisés, mas Deus bradou forte e disse: “Não. O corpo e alma dele me pertencem e vou ficar com tudo”. Aleluia!

O epitáfio da vida de Moisés descrito em Deuteronômio 34.10-12 é colossal. Moisés era um homem sem igual, que venceu grandes obstáculos e chegou a uma intrínseca comunhão com Deus. No entanto, não devemos jamais nos esquecer de que ele era, acima de tudo, um serviço de Seu Senhor. Isso prova que qualquer um de nós, mesmo os de idade mais avançada, pode ser capaz de fazer o mesmo.


Esperando pacientemente no tempo de Deus

Moisés fez uma das orações mais icônicas de toda Bíblia quando pediu ao Senhor que o ensinasse a contar seus dias, para que com isso, o coração se tornasse sábio. Uma de suas grandes preocupações era encaixar sua vida dentro da cronologia divina, e não o contrário. Sua existência foi perfeitamente delineada pelo Senhor, e coube a Moisés, aguardar pacientemente o tempo perfeito para cada capitulo se desenrolar. Ainda bebe, ainda que inconscientemente, esperou para ser salvo do Nilo, e no fim da vida, assentou no alto de uma montanha, aguardando seu Deus por um ponto final em sua história terrena. Paciência para viver cada ano e longanimidade para suportar cada década, fosse no conforto do palácio ou na privação do deserto.  Quantos vezes você já não se viu exclamando: Senhor, dai-me paciência? Pois a longanimidade nada mais é do que o exercício prático desta paciência. Considerando que ser paciente com os filhos é um dever paterno/materno, ser paciente com o cônjuge é um dever matrimonial, ser paciente com o próximo é um dever fraternal e ser paciente com a congregação um dever ministerial; logo a longanimidade é a capacidade de exercitar a paciência mediante uma provação.

Como lidamos com nossas crises? Qual é nossa reação mediante o desemprego, uma perda familiar ou um diagnóstico devastador? É exatamente nessas horas que essa característica do fruto espiritual se sobressai, nos mantendo fortes durante a fraqueza e confiantes durante as incertezas; determinados a esperar que Deus cumpra em nós seu querer no tempo oportuno, mesmo que o nosso tempo pareça estar findando. Toda a vida na terra é hoje conduzida e cronometrada dentro do “CRONOS”, o tempo humano. Nos enquadramos em agendas e calendários, espremendo nosso dia entre os ponteiros de um relógio. Por isto quando algo inesperado compromete esse nosso cronograma vital, nos desesperamos e perdemos o compasso. Ora, Deus não se encaixa em nosso tempo pois ele é atemporal. Sua existência é de eternidade em eternidade e diante de seus olhos nossa vida é como um breve sopro. Ele a tem como uma fagulha em suas mãos, com conhecimento profundo sobre nosso passado, presente e futuro; sabendo quando e onde agir em nosso favor..., Mas seu socorro não está comprometido como o nosso CRONOS, ele se desenrola no KAIRÓS, o tempo perfeito de Deus...

A longanimidade nos faz entender e se entregar a esse Kairós, sabendo que depois da tempestade Deus colocará nos seus de nossas vidas o seu arco (Genesis 9:16) e que no tempo exato (do ponto de vista da eternidade), o Senhor virá em nosso socorro. Muitas vezes queremos enfrentar nossos gigantes com a força existente em nosso próprio braço, vestimos nossa armadura de bronze, empunhamos nossa espada afiada e movidos pela irritação, pela ira, pelo revanchismo e até pela vingança, atacamos descoordenadamente e acabamos ainda mais feridos.  Provérbios 16:32 nos diz que vale mais o paciente do que o guerreiro e que controlar o próprio espirito vale mais que conquistar uma cidade. É claro que existem circunstâncias onde nos é possível guerrear, mas haverá casos em que a batalha é não cabe a nós, mas sim ao próprio Deus (Êxodo 14:14), e neste caso, a maior virtude que precisaremos demostrar é a longanimidade... A capacidade de esperar Deus agir.


Da glória transitória à gloria permanente

Moisés morreu de forma ímpar. Ele foi informado sobre o fim de seus dias, soube a quem deixar a continuidade do seu ministério e caminhou para encontrar o Senhor sem medo algum de qualquer resposta negativa. Sua história foi grande, mas a Bíblia ensina que a nossa é ainda maior e mais poderosa. Ao imprimir essa mensagem, descrita por Paulo em II Coríntios 3:7-8, o Espírito Santo deseja nos informar que, do mesmo modo como agiu poderosamente na vida de Moisés, pode agir através de qualquer um de nós. Temos a possibilidade de conhecer o Senhor de um modo que o próprio Moisés não podia. Paulo afirma que toda aquela glória que ficou impregnada no rosto de Moisés foi passageira e revela que o ministério do Espírito Santo é mais poderoso. Ele chama o período de Moisés de “ministério da morte” e todos sabemos que o ministério do Espírito traz vida; esse tempo retrata uma Lei escrita em pedras. Hoje, o Espírito escreve uma nova lei em nossos corações (Gálatas 5:25; João 3:6; 6:63). Deus descia até o cume das montanhas para falar com Moisés. Agora o Espírito habita dentro de cada um de nós. Como não será de maior glória?

Dois pensamentos permeiam nossa mente após ler a declaração de II Coríntios 3:10: ou amamos demais nossas vidas e conquistas para temer deixá-las ou desconhecemos realmente o sentido dessa afirmação. Paulo está dizendo que a grandeza da glória de Deus foi retida no tempo de Moisés, porque era prevista para o nosso tempo. Isso é terrível, mas verdadeiro. Quando pensamos nas proezas realizadas por Moisés e todos aqueles milagres, sentimo-nos incapazes até de pensar em produzir dez por cento do que fez. No entanto, o apóstolo Paulo está afirmando que tudo foi sombra, que o ministério do Espírito é mais poderoso e que até a natureza espera que tomemos uma posição de fé (Romanos 8:19).

No interessante texto de II Coríntios 3:13-14, o apóstolo Paulo faz um contraste maravilhoso, dizendo que o povo de Israel não entendeu o significado do véu no rosto de Moisés, que era uma figura do véu do santuário que limitava o acesso à presença de Deus. Por isso, Paulo afirma que o ministério do Espírito tem mais excelente glória. Porque Cristo rompeu a limitação humana, dando acesso a quem desejar se aproximar de Sua Presença. Paulo fala de um ministério poderoso, que age de dentro para fora, que em vez de fazer reluzir o rosto, torna o homem a cada passo parecido em palavras e obras com aquele que por ele deu a vida. Ele diz que somos transformados de glória em glória, a cada dia, “na mesma imagem”, por obra do Espírito Santo (II Coríntios 3:18). Moisés foi um homem de intrínseca comunhão com Deus, que realizou coisas assombrosas na terra dos viventes. No entanto tudo não passou de um sinal de que Deus planejava algo maior para Sua posteridade. Sabemos que o problema não está em Deus, Ele mesmo já deixou muito claro que é possível ir além. O quanto iremos realizar está na prontidão do coração e na simplicidade de deixar-se moldar segundo a vontade daquele que nos comprou.

Moisés mostrou apenas uma parte do que Deus é capaz de realizar e Cristo deixou claro que o homem poderia fazer coisas ainda maiores (João 14:12). Nada nos foi omitido, basta apenas descobrir como alcançar. Que o Senhor nos dê a planta do caminho e a sede necessária para beber dessa água tão salutar.



Assim como Moisés, venha aprender na escola de Deus para ser líder e profeta, participando neste domingo, (21/06/2015),  da Escola Bíblica Dominical.

Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 95  - Editora Betel
Moisés - Lição 12
Comentarista: Pr. Belchior Martins da Costa

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Pb. Miquéias Daniel Gomes


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