Até mesmo a mais pacífica pessoa, certamente já
lutou uma acirrada batalha que tem vitimizado milhares de pessoas todos os dias:
o conflito interior. Ninguém está
imune as dúvidas, as incertezas e a insegurança com o desconhecido (e
imprevisível) amanhã, e por vezes, nos encontramos numa luta ferrenha contra o
mais perigoso dos adversários... nós mesmos!
A verdade, por mais assustadora que seja, é que
seu inimigo mais perigoso está diante de você todos os dias, enquanto penteia
seu cabelo pela manhã. Mas viver em eterno conflito é algo que não podemos
aceitar. O problema é que mágoas e rancores impedem que um tratado de paz seja
finalmente selado entre o “eu” e o “eu mesmo”. Seria irônico, se não fosse tão
trágico. Muitas pessoas plantam em seu coração esta sementinha maligna chamada
mágoa, e passa a cuidar dela com tanto esmero, que em pouco tempo, ela já se
transformou numa gigantesca árvore produtora de frutos amargos e rançosos. Nos
seus galhos mais altos, ainda são amarradas cordas com laços habilmente
trançados, afim de enforcar “Deus e o Mundo”, mas o dono deste diabólico jardim
se esquece que a grande vítima em potencial é exatamente quem cultiva a árvore.
É preciso correr para a loja de Deus, adquirir um
machado chamado “perdão” e derrubar esta sequoia maligna, cujas raízes
comprometem a estrutura de todos os edifícios em sua volta. Caso contrário,
seremos como zumbis espirituais, como soldados gravemente feridos cuja
hemorragia nunca estanca, vivendo apenas para esperar a morte. Quem cultiva
mágoas se torna amargo e desagradável, e de sua boca escorre fel e voam abelhas
de ferrões afiados. O resultado disto é um paulatino isolamento. Nesta vida,
ninguém tem a capacidade de ser feliz vivendo só e isento de carinho... mas
convenhamos, quem gosta de acariciar um porco-espinho?
Relacionamentos são complicados, e é preciso
sabedoria para torná-los agradável para todos os envolvidos. Mesmo assim, ainda
existirão desgastes, decepções e tristezas. É exatamente dentro destes
invólucros que estão escondidas as sementinhas da mágoa, e a decisão a se tomar
é muito objetiva: Jogar a semente fora (perdoar), ou plantá-las e deixar este
jardim maldito dominar sua vida.
Quem cultiva mágoas em seus relacionamentos pode
ser comparado a um sacerdote cujas mãos estão amarradas, impossibilitadas de
oferecer um sacrifício para Deus. Desta forma, ele não tem como colocar sobre o
altar do Senhor o cordeio sacrificial de seus relacionamentos, mantendo Deus
afastado de aspectos determinantes de sua vida. Quem apresenta ao Senhor suas
mágoas e as queima no fogo santo do holocausto, consegue atrair Deus para seus
relacionamentos, tornando-se capaz de atos nobres, de estender a mão ao necessitado
(como fez o samaritano), e de olhar pelo retrovisor da vida, enxergar a
quantidade de “besteira” que fez, arrepender, voltar atrás, pedir perdão, e com
a graça de Deus, reconstruir relacionamentos outrora saudáveis. Quando esteve
entre nós, o objetivo de Jesus não foi nos ensinar a viver uma vida de
“moralidade”, mas sim, em plenitude de amor, provando inclusive em sua morte,
que o amor cobre uma multidão de pecados.
Derrube a árvore, queime as sementes, expurgue o
mal e pratique o amor... Ele é o único dom que não será extinguido!
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