quinta-feira, 13 de novembro de 2014

EBD - Eliseu e o milagre da multiplicação do azeite


Texto Áureo
O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
Filipenses 4:19

Verdade Aplicada
Os grandes milagres vividos pelos servos de Deus em todos os tempos sempre se originaram da simplicidade das coisas ou das pessoas que deles se acercavam.

Textos de Referência
II Reis 4:1-3

E uma mulher das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor a levar-me os meus dois filhos para serem servos.
E Eliseu lhe disse: Que te hei de eu fazer? Declara-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.
Então, disse ele: Vai, pede para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos.


Um sucessor para Elias

Quando a rainha Jezabel foi informada dos acontecimentos no Monte Carmelo, onde seus novecentos sacerdotes pagãos foram mortos ao fio da espada por enfurecidos israelitas, irrompeu-se numa profunda ira contra o profeta Elias, e através de um mensageiro, lhe enviou o seguinte recado: - Assim me façam os deuses, e outro tanto, se de certo amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles (I Reis 19:2). Ao ouvir tal ultimato, o profeta mais uma vez temeu por sua vida e rapidamente fugiu para Berseba, uma cidade localizada em Judá, e ali deixou o seu servo em segurança. Depois, caminhou durante todo o dia através do deserto, e já exaurido, assentou-se sobre a sombra de um zimbroeiro e pediu para que o Senhor acelerasse sua morte: - Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais (I Reis 19:4). Imerso em seus pensamentos, o profeta adormeceu, mas passado algum tempo, foi acordado por um anjo que lhe trouxe pão assado e água. Elias se alimentou e voltou a deitar, entretanto o anjo ordena mais uma vez que ele se levante, coma um pouco mais e coloque o pé na estrada, pois sua jornada ainda era muito longa. Com a força daquele alimento, Elias caminhou por quarenta dias, até chegar a Horebe, o Monte do Senhor. Ali, o profeta se refugiou em uma caverna, e mais uma vez pôs-se a lamentar sua sorte. Então, Deus o ordena que saia da caverna, e com voz mansa e delicada, dialoga com o profeta: - Que fazes aqui Elias? - O profeta então expõe as suas temeridades, ressaltando que embora ele mesmo tivesse preservado a sua fé, Israel insistia em quebrar a aliança, derrubar os altares do Senhor e matar seus profetas. Elias argumenta que agora estava sozinho e que mesmo assim, ainda era perseguido e ameaçado de morte (I Reis 19:13-14). Deus então encoraja o profeta, dizendo que ele não estava só, pois ainda havia em Israel sete mil homens que não se curvavam para Baal, e incumbe Elias de três importantes tarefas: ir até Damasco e ungir Hazael como rei da Síria, ir à casa de Ninsi e ungir seu filho Jeú como novo rei de Israel, e finalmente, ungir um profeta para ser o seu sucessor.

Desgastado com a rebeldia do povo, Elias se apressou em encontrar seu substituto, e em algum ponto entre Damasco e a Síria, finalmente ele o encontrou. Pouco sabemos sobre a vida de Elizeu, apenas que seu nome significa “Deus é Salvação”, que sua família era temente a Deus e que trabalhava na fazenda de Safate, e que este era seu pai. Quando Elias o viu pela primeira vez, ele estava lavrando a terra, levando consigo doze juntas de boi. Imediatamente, o profeta, num gesto simbólico e profético, joga sobre ele o seu manto, e Elizeu prontamente entende o chamado, correndo para junto de Elias sem impor condições ou termos, pedindo apenas um tempo para se despedir dos seus pais. Numa atitude que evidência o desapego de seu passado e o início de seu ministério, Elizeu mata os bois com os quais trabalhava, e com a carne, alimenta a gente de sua comunidade. Sem maiores delongas, passa a seguir Elias, tornando-se ao mesmo tempo em servo e aluno.  Elias estava com pressa de deixar o cargo, mas Eliseu ainda não estava preparado, e então, por aproximadamente oito anos, Eliseu foi assistente de Elias, período este mantido em sigilo nas crônicas bíblicas. Entretanto, esta experiência foi valiosa para ambos já que culminou em uma profunda amizade e fidelidade ministerial, pois Elias nos dá a impressão de estar testando seu sucessor, sugerindo por três vezes que eles seguissem caminhos opostos, mas em todas essas vezes, Eliseu insistiu em seguir junto com Elias, dizendo as mesmas palavras: - “Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te deixarei”. 

Eliseu aparentemente já era aceito como o eventual sucessor de Elias, e os filhos dos profetas em Betel e Jericó sabiam desta substituição, e mesmo Elias dispondo a se afastar, Eliseu insistiu em acompanhá-lo até o fim.   Após atravessarem o rio Jordão, Elias perguntou ao seu servo o que ele gostaria de receber como recompensa por sua lealdade, e a resposta de Eliseu foi inesperada, pois queria que Elias lhe concedesse porção dobrada do seu espírito.  Elias não tinha competência para tal concessão, mas instruiu Eliseu que se ele tivesse a oportunidade de ver a sua partida, seria uma resposta afirmativa de Deus para o seu pedido.  No momento em que Eliseu assistiu maravilhado Elias sendo elevado ao céu num redemoinho, teve a sua confirmação, tornando-se apto para a realização dos grandes feitos que marcariam seu ministério. Quando Josafá procurou em seu reino um profeta confiável e que fosse fiel à voz do Senhor, o cartão de visitas que introduziu Elizeu no cenário nacional, deixa explícita toda a humildade que norteou a vida daquele jovem profeta durante o seu período de preparação:  Então respondeu um dos servos do rei de Israel, dizendo: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que derramava água sobre as mãos de Elias (II Reis 3:11).


Uma mulher endividada

A Bíblia relata que uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, pois seu marido havia falecido, e deixado uma dívida que ela não tinha condições de pagar, e por isso, os credores vieram a sua casa para levar seus filhos como escravos (II Reis 4:1).  Como se não bastasse perder o marido, essa mulher ainda teve que suportar a pressão dos credores, que desejavam a todo custo levar seus filhos cativos como pagamento das dívidas deixadas pelo falecido. A escravidão naquele tempo era tão séria que era iminente a destruição de sua família.  É muito edificante quando existe alguém habilitado por Deus para a realização de milagres. Eliseu é convocado exatamente por isso, porque era um representante legal de Deus naquela região. Ela lhe conta seu drama, e ele lhe faz a seguinte pergunta: “Que te hei de fazer? - Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem em casa, senão uma botija de azeite” (II Reis 4:2). Observemos que ela diz que não tinha nada. E nada é nada! E conclui: “senão uma botija de azeite”. Então ela tinha alguma coisa! Porém, diante de sua dívida e da pressão sofrida, ela jamais poderia imaginar que aquilo que via como nada se tornaria a fonte de seu milagre. Ela sabia que a quantidade de azeite que possuía não pagava sua dívida. Essa mulher passava por um sério desespero, pois além de perder o seu marido, ela estava falida e prestes a perder o fruto de seu matrimonio: filhos que poderiam ajuda-la. Sua situação era lastimável e sem precedentes.

Embora o texto bíblico pouco revele sobre as origens desta família e omita o nome do marido falecido, o respeitadíssimo historiador Flávio Josefo revela no nono livro de sua obra “História dos Hebreus”, não apenas a identidade deste homem, como também a origem de sua imensa dívida.  Quando a rainha Jezabel ordena o massacre dos profetas do Senhor que exerciam seu ministério em Israel e se posicionavam contra o culto à Baal, um funcionário do palácio, mordomo do rei, escondeu por conta própria cerca de 100 profetas, preservando suas vidas durante os meses de perseguição. Arriscando seu emprego e correndo o risco de ser condenada a morte por traição, Obadias, que era um homem temente a Deus, conduziu esses profetas para dentro de covas secretas, e ali fornecia para eles água e comida. Esta corajosa atitude benevolente está inclusive registrada no livro de I Reis 18:3-4.  Posteriormente, o próprio Obadias teria ingressado no ministério profético, se tornando um dos alunos de Elizeu. Segundo Flavio Josefo, Obadias tomou vários empréstimos com credores, a fim de subsidiar a permanência dos profetas nos respectivos esconderijos, contraindo para si uma dívida muito alta. Infelizmente, o déficit foi tão acentuado, que Obadias faleceu antes de conseguir quita-lo, deixando sua família no vermelho. Com o risco de perder seus filhos para os credores, a pobre viúva recorre a Elizeu, que naquele tempo liderava uma escola de profetas. Diante do maior profeta daquela geração, a mulher traz à memória os feitos do marido, deixando claro que havia chegado a hora dos profetas fazerem algo por quem tanto tinha feito por eles: Teu servo, meu marido, morreu, e tu sabes que ele temia ao Senhor. Mas agora veio um credor que está querendo levar meus dois filhos como escravos (II Reis 4:1)

Esta história retrata muito bem a Lei da Semeadura, tão ratificada no Novo Testamento – O que o homem plantar, certamente colherá (Gálatas 6:7) – Quem planta no Reino de Deus colhe bênçãos para si e para sua posteridade, afinal como já dizia o salmista Davi no Salmo 37:5;  "fui moço e agora sou velho... Mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência mendigar o pão."


 Elizeu: Voz e Visão Proféticas

Quando a visão do nosso entendimento é aberta por uma verdade espiritual, aquilo que antes reputávamos como nada, pode se tornar a coisa mais valiosa que temos na vida. “Que hei de te fazer? E ela disse: “Tua serva não tem nada em casa...” (II Reis 4:2). O profeta sabia que em sua casa havia o produto do milagre, então a despertou dizendo: “Dize-me que é o que tens em casa”. Para a mulher aquela botija de azeite não representava muita coisa, para o profeta era a fonte do milagre. Ela via apenas o azeite. Mas o profeta, viu além, viu o futuro. Enquanto ela viu uma pequena botija, ele estava vendo dezenas de vasilhas cheias a partir daquele azeite, ou seja, em situações de aperto a receita do sucesso é apresentar o pouco que temos Aquele que tudo pode! Nós somos uma igreja carente de profetas (não nos referimos ao dom de profecia, que muitos estão manipulando e usando insensatamente). Os profetas veem o futuro, eles têm sensibilidade para penetrar no mundo espiritual e mostrar a realidade do amanhã. Assim é o ministério profético (Efésios 4:16). No episódio aqui relatado devemos destacar duas coisas importantes: a visão da mulher e a visão do profeta. “Ela vê a botija de azeite como nada, ele vê como a fonte de tudo o que ela precisa”. Os profetas existem para nos ensinar a usar a ferramenta que temos para seguir adiante. Uma palavra profética pode mudar a nossa vida (Mateus 8:8 / Lucas 7:7). Se olharmos para nossas limitações e não cremos na palavra profética nada se moverá. Nosso maior problema com milagres é visualizar o que temos nas mãos. Milagres são sempre sobrenaturais. Se nos guiarmos pelo que vemos diremos como a viúva: Não temos nada! Mas se olharmos como Elizeu, os milagres sempre se tronarão realidade em nossa vida. Denuncia (dizer o que esta errado) e pronuncia (anunciar o que é certo) são marcas de um ministério profético autentico.

Eliseu pede que aquela mulher corra até seus vizinhos, e lhes peça muitas vasilhas emprestadas para que o azeite daquela pequena botija venha enchê-las. Ela deveria confiar na palavra do profeta e agir por intermédio da fé no que ele disse. A fé também exige uma atitude, uma ação (Hebreus 11:1-6).  A vida cristã pode apresentar muitos contrastes. No caso dessa viúva, ela começa pedindo emprestado algo a alguém, e pedir nunca é fácil (Atos 20:35). Pelo empréstimo conseguido, observa-se que tinha relacionamento e boa convivência com seus vizinhos. Pois, sendo de má índole e sem relacionamentos seu milagre seria embargado. O profeta não fala a quantidade de vasos que ela deveria pedir, esse ato revela a qualidade e o nível daquilo que ela acreditava. Se ela pedisse mil, todos seriam cheios, se pedisse dez, aconteceria o mesmo. O que nos revela esse tipo de ação? Que podemos tanto limitar o milagre quanto ampliá-lo. Nossa fé pode determinar o tamanho do milagre que desejamos ver acontecer em nossas vidas (João 4:50-53 / II Coríntios 5:7).


A Matéria Prima de um Milagre

A matéria prima necessária para que Deus realize um milagre é o “NADA”. No texto original de Gênesis 1:1, o vocábulo usado para descrever a criação é “Bârâ”, que significa “criar do nada”. Basta apenas um pensamento do Criador para trazer à existência aquilo que jamais antes existiu, mas este método criativo não é utilizado por Deus quando se trata de sua mais preciosa criação: o homem. Deus literalmente colocou a mão na massa na concepção do corpo humano, moldando no barro suas formas e feições. Depois, soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou alma vivente. Desde então, o ser humano tem participado ativamente no agir sobrenatural de Deus, tomando parte em seus milagres. O Todo Poderoso trabalha na esfera do impossível, mas deixa os detalhes possíveis a cargo de seus servos, afim de que eles cooperem, entendam e valorizem a intervenção divina na história. Foi Deus quem enviou o dilúvio, mas coube a Noé construir a arca. Deus abriu o Mar Vermelho, mas a chave usada foi o cajado de Moisés. Deus enviou fogo do céu, mas foi a oração de Elias que disparou o gatilho divino. Deus multiplicou o azeite da botija, mas coube a pobre viúva tomar vasos emprestados e deitar o azeite sobre eles. Mesmo que nossa ferramenta seja insignificante e nossos subsídios estejam quase no fim, se os colocarmos nas mãos do Senhor, então, do “quase nada” muito se pode fazer. Sansão tinha uma queixada de jumento, mas ao colocá-la a disposição de Deus, ela se transformou em uma das mais poderosas armas da história. Davi precisou de uma pedra lançada com fé para derrubar um gigante armado até os dentes. Um menino que apresentou ao Senhor cinco pães e dois peixinhos, além de contribuir para alimentar uma multidão, retornou para sua casa com vários cestos abarrotados de comida. Quando o profeta pediu que aquela viúva fornecesse a matéria prima do milagre, tudo o que ela tinha era alguns mililitros de azeite. Mal sabia ela, que aquela pequena quantidade de óleo, garantiria a sua aposentadoria. Com Deus, o pouco faz muito... E muito mais!

Uma atitude de fé sempre estará alicerçada na espiritualidade e na sensibilidade (Gálatas 5:16 /  Tiago 2:18). Essa mulher estava desesperada, com medo de perder seus filhos, por isso, não pôde ver que o pouco azeite daquela botija era a fonte para sanar suas dívidas. Em muitos casos somos levados pela religiosidade e aparência das coisas, raramente não somos ludibriados pelas belas embalagens que nos rodeiam. A palavra certa aqui seria discernimento, e nesse tempo de coisas tão maquiadas, seria importante que a igreja se aplicasse em buscar o precioso dom de discernir os espíritos (I Coríntios 12:10 /  I João 2:20). O milagre partiu de onde ela menos imaginava, e aconteceu quando ela tirou de onde aparentemente não havia nada, um sinal de que não podemos esperar ter para depois entregar. É do nada que Deus tira o tudo que precisamos.


Milagres de portas fechadas

No famoso “Sermão da Montanha” Jesus instruiu os seus seguidores sobre a importância da oração feita a portas fechadas: Tu, porém, quando orares, vai para teu quarto e, após ter fechado a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará plenamente (Mateus 6:6 – King James). É obvio que neste texto, Jesus não estava restringindo nosso período devocional de oração a um cômodo especifico de nossa casa, mas sim ressaltando a “postura” com a qual devemos nos portar no momento de nossas preces.  Quando estamos sozinhos, com as portas fechadas e sem ninguém para julgar nossas ações, relevamos nossa verdadeira identidade. É ali que tiramos nossa máscara, desmontamos o figurino social, rompemos a casca que nos protege dos olhares alheios e podemos finalmente descortinar nosso coração e revelar os sentimentos ocultos e escusos que trancafiamos no porão de nossa alma. No oculto não há segredos, e é exatamente assim que devemos nos apresentar diante de Deus com a cara limpa e desarmados de qualquer hipocrisia.  Deus conhece nosso íntimo, e deseja que ele seja exteriorizado em nossa face, e o melhor lugar para que isto aconteça é nos recôncavos da solidão. Fechar a porta, mais do que uma ação em busca de sigilo e privacidade, é a atitude de ignorar o mundo, remover as artificialidades que sustentamos e revelar-se a Deus sem reservas. Este é o cenário propício para Deus nos moldar segundo sua própria imagem.

Na realização de um milagre, a fé e a obediência devem trabalhar em conjunto. Existem pessoas que creem, mas não agem e a fé exige uma atitude. Davi tinha a fé, mas possuía a funda. É preciso ter coragem para oferecer o pouco que temos nas mãos de Deus que tudo pode, para que segundo a sua palavra, a multiplicação aconteça.  - “Então entra, fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia” (II Reis 4:4). Uma grande verdade ressalta dessas palavras: “Existem milagres que só acontecem quando a porta está fechada”. Quando a porta está fechada geralmente pensamos em guerrear e lutar com Deus para que se abra. Uma porta fechada pode ser o prenúncio de um grande milagre que está para acontecer. Deus também trabalha no silêncio. Pedro foi salvo milagrosamente enquanto as portas da prisão estavam fechadas (Atos 12:7-10) José estava com as portas fechadas, quando ele se tornou governador (Gênesis 40:3 / 41:14). É certo que devemos orar para que as portas se abram, mas também não podemos nos esquecer de que porta fechada se refere aquilo que é secreto, que exige silêncio. Muitos perdem a benção porque deixam a porta aberta. Falam demais, cantam vitória antes do milagre. Existe o tempo de falar e o de estar calado. Milagres se anunciam depois de concluídos, boas ideias podem ser plagiadas. Cuidado!


Botijas enchendo Vasos

Na casa de Deus existem vários tipos de vasos, e cada um tem uma função específica. Existem vasos pequenos, médios, e grandes; vasos de ouro, de prata, de pau, e de barro; vasos para a honra, e vasos para a desonra (II Timóteo 2:20). Porém, o destaque desse milagre não foi um vaso, e sim uma botija.  Como seres humanos temos muita dificuldade em valorizar coisas pequenas. Mas esse milagre nos ensina a preciosidade de observar essas coisas (I Coríntios 1:27 /  Isaías 53:2-3). O que a mulher tinha em casa? Uma botija. O que o profeta a mandou pedir aos vizinhos? Vasos. Na lógica e na visão humana é o vaso que enche a botija. Porém aqui as posições estão inversas. É costume primeiro pensar que o pequeno sempre receberá do grande. Todavia, nesse milagre, é o pequeno quem dá a vida, é o pequeno quem é a fonte, é o pequeno que visto como nada é quem sobressai. Ela disse: não tenho nada, e foi exatamente do que via como nada que os vasos foram cheios. É comum valorizarmos títulos, ou o que pensam a nosso respeito. Precisamos entender que a ótica divina não escolhe beleza, estatura ou renome. De onde Jesus surgiu? De Nazaré. De família nobre? Não. Nascido em meio aos animais, mas na simplicidade, Ele se tronou a fonte de tudo que somos e realizamos.  

Vasos de ouro e de prata não existem em qualquer casa, eles além de valiosos, se destacam numa grande mansão. Muitos adorariam ser de ouro e de prata como esses vasos, mas nasceram apenas para ser de pau e de barro, materiais fáceis de tomar uma forma diferente, enquanto os valiosos são mais rígidos. Quando os vasos de ouro e prata aparecem é porque os de pau e de barro já trabalharam por eles. Porque não se prepara uma boa comida em vasos de ouro e de prata! O segredo não é o material com que o vaso é feito, mas a função que desempenha: honra ou desonra (II Timóteo 2:20). Uma pequena botija pode ser a salvação de muitos vasos vazios, observamos que não é o tamanho, o material ou a forma, mas o que possui dentro de si que faz a diferença (Mateus 25:4). O vaso de barro possui algumas características interessantes. Ele é frágil, quebra com muita facilidade, o que possibilita o oleiro a refazê-lo sempre que desejar, dando a forma que melhor lhe convém (Jeremias 18:4). A beleza do vaso de barro está no seu interior. Ele não tem parecer nem formosura, mas porta dentro de si um inestimável tesouro (I Coríntios 4:7). Ou seja, ele porta consigo a grandeza de alguém, todo seu valor pertence ao dono do tesouro que nele está. Vivemos um tempo difícil, onde belos vasos apresentam grosseiras rachaduras de pecado, e o óleo se esvai. E na escassez de vasos para embelezar a mansão, o Senhor está recrutando botijas, e multiplicando o azeite que elas dividem com outros vasos.

O segredo para se encher é estar vazio... Vazio de si mesmo, da vaidade, do pecado, que a rachadura por onde se derrama toda a unção. O propósito divino é só parar quando todos os vasos estiverem cheios. O primeiro estágio dessa mulher era de calamidade total, mas seu final foi milagroso, próspero e sobrenatural. O importante não é como começamos, mas como iremos terminar diante de Deus. Ainda há tempo para mudanças, façamos como essa mulher, convidemos ao Senhor para vir a nossa casa e contemos a Ele o que se passa conosco. Fechemos a porta para o pecado, abramos nossas vidas para o puro azeite que o Senhor nos oferece.

 

Para compreender o cuidado divino através das intervenções milagrosas na história do seu povo, participe neste domingo (16/11/2014), da Escola Bíblica Dominical.

Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 93  
Milagres do Velho Testamento Editora Betel

Comentários Adicionais (em vermelho)
Pb. Miquéias Daniel Gomes


 

5 comentários:

  1. Paz do Senhor queridos irmãos, ótima mensagem, gostaria de ler mas a respeito de um item que me chamou a atenção, e se os amados puderem me ajudar, onde eu encontro a citação de Flávio Josefo sobre Obadias ser esposo da mulher da multiplicação do azeite?

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    1. A citação de Flavio Josefo sobre o mordomo Obabias ser o esposo da viúva individada de II Reis, está no 9º livro de sua obra mais conhecida - “História dos Hebreus”

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    2. Paz.

      Pagina 433 .

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  2. Que estudo maravilhoso, enriqueceu muito o meu conhecimento, me fez observar detalhes, em outro momento havia deixado passar sem dar a atenção necessária... resumindo top D+

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  3. Gostei muito desse estudo tirou muitas dúvidas

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