Texto Áureo
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus.
Filipenses
2:5
Verdade Aplicada
A fidelidade é uma característica requerida àqueles que
almejam viver a eternidade com Jesus.
Textos de Referência
Filipenses
2:5-8
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser
igual a Deus.
Mas
aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até à morte e morte de cruz.
Da Glória para a Cruz
João identifica Jesus como “o
Verbo” (a palavra que vive) e declara que “Ele” estava com Deus no principio e
que “Ele” era Deus, e que sem “Ele” nada teria sido criado. Sobre “Ele”, o
próprio Deus declarou: Este é meu filho amado, e nele tenho prazer! Jesus -
Filho unigênito de Deus, aquele que “era” ontem, “é” hoje e para sempre. Desde
os primórdios da criação; adorado nos céus, louvado por milhares de anjos,
revestido de glória e luz. Verbo vivo e eterno, imaculado e perfeito, reluzindo
em todo esplendor. E então, porque Deus amou o mundo, o “Verbo” se fez “carne”
e habitou entre nós. Deus presente entre mortais, vivendo como um de nós. Nada de especial
era percebido naquele homem em um primeiro olhar. Seu jeito era simples, seu
rosto era familiar demais para ser percebido. Ele havia nascido em uma pequena
cidade e se criado em uma região sem maiores relevâncias. Sua profissão não era
nobre e seu nome extremamente comum... Enfim, nada havia naquele carpinteiro de
Nazaré que despertasse nossa curiosidade em conhecê-lo melhor. Ele era como uma
pequena planta sob o sol, debaixo da qual não se procura sombra. Ele era como raiz
escondida embaixo de uma terra seca, a qual poucos se aventuram em encontrar. Não
havia no seu rosto uma beleza que saltasse aos olhos, pelo contrário, sua pele
estava queimada de sol e seus cabelos ressecados pelas longas caminhadas no
deserto e castigado pela salinidade do mar da Galiléia. Quando ele passava pela
rua, muitas pessoas viravam o rosto para não vê-lo, pois se sentiam superiores
à ele e diziam que seu sofrimento era merecido e que de alguma forma o
próprio Deus o estava oprimindo. E mesmo fazendo inúmeros julgamentos em
relação a sua aparência, bastavam alguns minutos para que se esquecessem completamente,
pois dele não faziam causo algum.
O que todos não sabiam é que aquele trabalhador braçal e de
aparência tão insignificante, era na verdade o Cordeiro de Deus que seria
levado em silêncio até o matadouro e daria sua vida por todos que o desprezaram,
inclusive “eu” e “você”. Deus imputaria sobre ele uma multidão de pecados, sem
que ele cometesse nenhum deles, pois pela transgressão de todos nós que na cruz
ele foi mortalmente atingido. E ali, no madeiro, um inocente em cuja boca nunca
houve engano, era condenado pelos erros de toda a humanidade, e para aniquilar
o poder da morte sobre seus próprios algozes, ele foi cortado da terra dos
viventes, suportando a dor física da crucificação e carregando o fardo mui
pesado de nossas iniquidades, ovelhas desgarradas que seguíamos nossos próprios
caminhos errantes. E nós nem se quer percebemos que ele era ferido por causa
das nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades. O castigo que nele
foi infligido, na verdade era a chave que abria a porta para nossa paz e pelas
suas pisaduras estávamos sendo curados. Ele expirou pelos nossos pecados e seu
sacrifício agradou ao Senhor, que o fez enfermar por nossa causa. O seu trabalho
porem não foi em vão e se estenderá pela posteridade. Ele ressuscitará e vera o
resultado de seu esforço, e se alegrará, pois a sua justiça irá justificar a
muitos e nossa iniquidades (que ele já levou sobre si) deixarão de existir!
O
Filho e o Pai
A maneira de viver que Jesus partilhou com os que estavam à Sua volta
foi suficiente para influenciar as demais gerações que sucederam depois d’Ele
(Tiago 1:18). Mesmo ainda jovem ocupou a sua mente e seu tempo em cumprir
estritamente os propósitos do Pai que O enviou para uma obra incomparável
(Lucas 2:52). Os passos do Mestre neste mundo foram marcados pela maneira fiel
com que se relacionou com o Altíssimo. Na Sua particularidade, mesmo sendo a
segunda pessoa da trindade divina (Lucas 3:22), procurou portar-se com afinco
na missão de desenvolver o caminho de salvação através da sua morte na cruz
(Filipenses 2:8) e ressurreição do túmulo (Mateus 28:5-6). Sendo a fiel
testemunha (Apocalipse 1:5) e primogênito dos mortos (II Coríntios 15.20),
mudou a história de todos aqueles que não tinham mais esperança de vida eterna
(I João 1:2; 5:11). O plano de salvação da humanidade incluía a vinda de Cristo
a este mundo, como homem, nascido de mulher, conforme profetizado pelos
profetas (Isaías 7:14; Miquéias 5:2), cumprindo todas as exigências legais
ordenadas pela Lei mosaica que requeria um sacrifício perfeito (Hebreus
9:11,12; Gálatas 4:4) para que validasse a salvação de todos os homens. Sua
concepção, nascimento e encarnação obedeceram criteriosamente aos propósitos de
Deus prescrito na Lei: homem perfeito, nascido de uma virgem pura, sem pecado
algum (João 1:1-14).
A sociedade na qual Jesus desenvolveu Seu ministério trazia em mente a
influencia da filosofia grega na cultura dos povos. Isso fica evidente na pergunta
cética de Pilatos para Jesus acerca do que é a verdade (João 18.37,38). Consta
no evangelho de João que a Lei foi dada por Moisés, enquanto a graça e a
verdade vieram por meio de Cristo (João 1:17). Ainda assim, os grupos
religiosos da época, que detinha o conhecimento, interpretação, e ensino da Lei
em Israel (Lucas 5:17), sentiam dificuldade em abandonar as verdades humanas
para reconhecer a verdade eterna encarnada em Jesus como o Messias prometido
(João 4:25). Nesse contexto de vida é que Jesus verbaliza Seus diálogos e
exposições dos ensinos divinos, como aquele que traz e comunica a doutrina do
Pai (João 7:16; João 14:24) a todos os povos, tribos e nações. Portanto, todos
aqueles que procuram entender e aceitar a verdade do Eterno, naturalmente são
libertos por ela, alcançando uma nova vida através da ação poderosa da palavra
viva (Hebreus 4:12; I Pedro 1:23).
A submissão de Jesus em concretizar o plano de salvação designado por
Deus implicou-O a tornar-se humano. Isso o condicionou a conviver com pessoas
influenciadas pelo cumprimento da vontade romana em manter o domínio cultural e
territorial de seus súditos. Em relação à humanidade, o propósito de Deus era
que alguém que fosse perfeito assumisse a culpa pelos pecados de todas as
gerações (Isaías 53:3-7; I Coríntios 13:10), uma vez que o homem carrega em seu
sangue o “vírus” da desobediência, o pecado original (Romanos 5:12). Por isso,
Jesus submeteu-se à vontade do Pai, carregando sobre Si mesmo os pecados da
humanidade para que pudesse redimi-la e reconciliá-la com o Pai. Dessa forma,
Jesus foi enviado voluntariamente, como um sacrifício perfeito, imaculado,
realizando um ato de expiação na cruz, reconciliando o homem com o Criador (II
Coríntios 5:18,19). O escritor Edgar Yong Mullins descreve que a personagem
humana é o único meio adequado para a auto-revelação de um Deus pessoal. Assim,
podemos contemplar a revelação do Pai na pessoa de Cristo.
Jesus
e sua Missão
A encarnação do Filho do Homem entre nós teve como objetivo principal
expiar os pecados da humanidade na cruz, reconciliando os pecadores e salvando
todos os que haviam se perdido (João 1.14). Portanto, enfatizaremos a seguir o
teor da fidelidade de Jesus no cumprimento dessa incumbência intransferível. A
humanidade carece de salvação devido a incontestável realidade do pecado que a
tem contaminado, manchado e afastado de Deus, conforme declarou o apóstolo
Paulo (Romanos 3:23). A natureza humana estava corrompida, degenerada e
completamente fora do plano do Criador. Daí a necessidade de se preparar uma
solução permanente que correspondesse aos requisitos da justiça e do juízo
divino. Ao enviar Seu filho para realizar a obra expiatória na cruz (Filipenses
2:8), Deus preparou o Sacrifício Perfeito (Hebreus 7:26), o advogado fiel (I João
2:1), o caminho reto pelo qual todos os que crêem em Seu nome possam ser
reconciliados. Os sacrifícios do Antigo Testamento eram ao mesmo tempo
expiatórios (pois apagavam os pecados, tornando o pecador remido de seu delito,
restaurando-o à comunhão com o Criador) e vicários (pois outra vida era
oferecida pelo pecado em lugar do transgressor), dessa forma assegurando a
plena salvação. Assim, Cristo, o Sumo Sacerdote dos bens futuros, conforme
descreve o autor da epístola aos Hebreus (Hebreus 9:11), se ofereceu uma vez
para redimir a humanidade, realizando uma eterna redenção.
A comunhão no relacionamento entre Deus e o homem foi interrompida desde
que o pecado foi concebido pelo primeiro casal no Éden, onde se fizeram
inimigos de Deus (Colossenses 1:21). Mas, o amor que Deus tem pelas Suas
criaturas é imensurável (João 3:16), capaz de ir ao encontro do homem caído e
restabelecer a paz (Isaías 9:6), reconciliando-o consigo mesmo através da morte
vicária de Cristo (II Coríntios 5:18) e removendo o abismo de separação criado
pelo pecado (Isaías 59:2). Portanto, Jesus é o mediador do melhor concerto,
consumado na Cruz por um alto preço independentemente de nós, e que oferece
melhores promessas aos pecadores reconciliados porque Ele nos amou primeiro (Hebreus
8:6,/ I João 4:19).
O ministério da reconciliação que Paulo escreveu para a
Igreja em II Coríntios 5:18, é um dever que Cristo atribuiu a Seus discípulos
para ser desenvolvido fielmente através da pregação do Evangelho da graça, onde
todos são chamados à luz (João 8:12). O ato de expiação na cruz proporcionou a
libertação do pecado e seu poder destrutivo a todos os que crêem no nome de
Jesus (Lucas 19:10), assim, também como à descendência de Abraão (Mateus 1:21).
Vivificados em Cristo, todos aqueles que são alcançados pela graça experimentam
a novidade de vida ensinada e promovida diariamente pelo agir do Espírito Santo
(Efésios 2:5). Assim, o bom Pastor que deu sua vida pelas ovelhas (João 10:11)
direciona Seu olhar desde o céu a percorrer campos, desertos e vales à procura
de ovelhas que se perdeu pelo caminho do engano (Mateus 18:12) no decorrer das
gerações. Nenhum daqueles que o Pai deu a Cristo, exceto o filho da perdição,
se perdeu enquanto Jesus cumpria fielmente Seu ministério aqui na terra, porque
o Mestre os guardava (João 17:12). A manifestação do Reino de Deus é a
revelação de Seu amor, presença, comunhão e misericórdia a toda a humanidade,
revelados na bendita pessoa de Seu filho Jesus (Marcos 1:11).
Seja
feita a sua vontade
Na noite de sua
paixão, enquanto Cristo orava no Getsemani, o Pai lhe revelou os terríveis
detalhes de como seria sua morte, e Jesus tomou ciência do grande preço que
pagaria por nossos pecados. Como descrito por Davi no profético e messiânico
Salmo 22, na cruz, Jesus enfrentaria não apenas uma dor física extrema, como
também a angustia da solidão. Seria escarnecido por uma multidão de demônios,
seu corpo se derramaria como água e seu coração se derreteria como cera. Seus
olhos espirituais se abrem, e ele visualiza cena a cena... Após ser preso por
centenas de soldados romanos e condenado por uma corte judaica arbitraria, ele
seria enviado para Pilatos, onde enfrentaria a mais sangrenta de suas
flagelações. O flagelo seria executado por meio de um açoitamento, realizado
com tiras de couros sobre as quais eram feitos nós nas pontas ou fixado
pequenos pedaços de ossos ou chumbo. Os carrascos iniciariam o espancamento; e
neste processo sua pele seria dilacerada e se romperia, fazendo o sangue
espirrar. A cada golpe Jesus reagiria num sobressalto de dor. As forças iriam
se esvair, o suor frio desceria pela face, a cabeça giraria em uma vertigem de
náusea e calafrios percorreriam ao longo das costas. Se não estivesse preso no
alto pelos pulsos, cairia numa poça de sangue.
Com longos espinhos, os algozes teceriam uma espécie de capacete e o
aplicariam sobre sua cabeça. Os espinhos iriam penetrar seu couro cabeludo
fazendo-o sangrar copiosamente. Pilatos, após exibir seu corpo dilacerado para
a multidão, se acovardaria, e o entregaria para ser crucificado.
Sobre seus
ombros seria colocado o braço horizontal de uma cruz, pesando cerca de cinqüenta
quilos. A estaca vertical já estaria o esperando no calvário. Jesus iria
caminhar com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular cheio de pequenas
pedras, e num percurso com aproximadamente seiscentos metros, fatigado pela dor
e cansaço, ele arrastaria um pé após outro, freqüentemente caindo sobre os
próprios joelhos. A esta altura, seus ombros já estão cobertos de chagas e
quando cai por terra a viga lhe escapa e escorrega pelo dorso, esfolando-o
ainda mais. Quando chegasse ao Calvário, os soldados iriam retirar suas
vestes, porém, sua túnica estaria colada nas chagas e a fricção produziria uma
dor atroz, pois cada fio do tecido já estaria aderido à carne viva. Com a
retirada da túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto e as chagas se laceram. Os carrascos dão um puxão violento e o sangue começa a
escorrer. Então, ele seria deitado de costas sobre o braço horizontal da cruz,
e suas chagas se incrustariam de pedregulhos.
Os carrascos pegariam um longo prego pontiagudo e quadrado, apoiariam
sobre seu pulso e com golpes de martelo, o plantariam e rebateriam
sobre a madeira. Nesta hora, seu rosto se contrairia assustadoramente. O nervo
mediano seria lesado, uma dor aguda se difundiria pelos dedos e se espalharia
pelos ombros, atingindo o cérebro. A lesão dos grandes troncos nervosos quase o
fariam perder a consciência, mas ele se manteria firme. O nervo estaria destruído só
em parte, a lesão permanece em contato com o prego. Ao ser suspenso pela cruz,
o nervo se esticaria como uma corda de violino, e a cada movimento ou solavanco,
vibraria, despertando dores dilacerantes. As pontas cortantes da grande coroa de
espinhos penetrariam no crânio e a cabeça inclinaria-se para frente em razão da
coroa ter um diâmetro que impede de apoiar-se na madeira. Então seus pés
seriam pregados, provocando os mesmos efeitos nos membros inferiores.
Ao meio dia, ele
teria sede. Uma máscara de sangue cobria seu rosto, a garganta seca lhe
queimava, mas não poderia engolir. Os músculos dos seus braços se enrijeceriam em uma contração que iria se
acentuando, os deltóides, os bíceps esticados seriam levantados, os dedos de
curvariam. A respiração iria se fazendo pouco mais curta, o ar entrando com um sibilo,
mas não conseguindo sair. Ele respiraria com o ápice dos pulmões. Tendo sede de ar
semelhante a um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se
tornaria vermelho, transformando logo após num violeta purpúreo e, enfim,
cianótico. Ele seria envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podiam mais
se esvaziar. A fronte estaria cheia de suor
e os olhos saindo da órbita. Lentamente com um esforço sobre humano, Ele tomaria um
ponto de apoio sobre o prego nos pés, esforçando-se a pequenos golpes e se elevaria, aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distenderiam, a respiração
tornaria-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziariam e o rosto recuperaria a
palidez inicial. Logo após o corpo começaria a se afrouxar de novo e a asfixia recomeçaria.
Cada vez que quiser falar, deveria elevar-se, tendo como apoio o prego dos
pés. Ele já estaria há seis horas na cruz.
A temperatura corporal diminuindo, todas as suas dores, a sede, as cãibras, a
asfixia, o latejar dos nervos medianos lhe arrancariam um angustiante lamento. Ele se sentiria completamente sozinho
De sobressalto
Jesus, retorna ao Jardim. A angustia pelo sofrimento vindouro faz seu suor se transformar em gotas de sangue, um fenômeno raro que só acontece em
condições excepcionais. Para provocá-lo é preciso que o indivíduo se encontre
em um estado de fraqueza física, acompanhado de abatimento moral, causado por
violenta emoção e grande medo. Esta tensão provocou em Jesus o rompimento das
finíssimas veias capilares que ficam sob as glândulas sudoríparas. O sangue
misturou-se ao suor e se concentrou na pele, escorrendo por todo o corpo. Jesus
está em choque profundo. O medo aflige sua alma. Por um instante ele exita, não
deseja passar por tanto sofrimento. Então pede ao Pai que mude os planos e não
o faça beber daquele cálice amargo. Mas então se recompõem. Agarra-se a sua
missão: Pai, seja feita a sua vontade e não a minha! Neste momento, Jesus
escolhe a vontade de Deus . A vontade de Deus é salvar o homem de seus pecados.
Isso só será possível se Jesus morrer. Então tudo está nas mãos dele. Sim ou
não? - Jesus escolhe a cruz.
Jesus e a sua Igreja
A Igreja é a única organização instituída por Jesus para representá-lo
na Terra. É um organismo vivo e ativo para agir no mundo como corpo de Cristo,
reunindo pessoas de todas as classes sociais, etnias e culturas (I Coríntios
12:13), revelando os propósitos divinos e as verdades das Escrituras,
apregoando o amor de Jesus e Seu ministério salvívico. O revestimento de poder
se deu inicialmente quando Jesus Cristo ordenou aos seus discípulos que
permanecessem em Jerusalém para que recebessem a virtude do Espírito Santo (Atos
1:8). A partir de então, toda a Igreja recebeu esse poder que lhe torna capaz
de pregar, testemunhar e anunciar o Reino de Deus, e leva o crente a defender
dinamicamente a fé que uma vez lhe foi entregue (Judas 3). Necessitamos de
qualificações espirituais para servir o Mestre e Sua obra para qual fomos
chamados. O apóstolo Paulo descreve que os dons do Espírito Santo são
dispensados àqueles que propõem em sua mente viver para Deus e vencer o pecado
a cada dia (I Coríntios 12). Assim, o poder de Deus dispensado à Sua Igreja
sempre terá como alvo o aperfeiçoamento e fortalecimento daqueles que aceitarem
o desafio de seguir o Cordeiro em comunhão e fidelidade a Seus mandamentos (Marcos
16:15-18). Ao ler os escritos de Paulo à igreja de Éfeso, entendemos a
importância de todo servo de Jesus vestir a armadura de combate (Efésios 6:11-18).
Portanto, jamais poderemos entrar em ação na propagação do Evangelho sem orar,
jejuar e meditar nas Escrituras. Devemos vigiar em todo o tempo, pois sabemos
do perigo iminente que corremos diante do inimigo de nossas almas.
A Igreja cristã é perseguida desde seu início em Jerusalém. Entretanto
ela é fundamentada em Cristo e por isso é capaz de suportar as tempestades que
se levantam contra ela (Mateus 16:18). Jamais os representantes políticos e
movimentos socioculturais de uma nação poderão inserir normas que venham
desfazer a Igreja, que está pautada na Palavra de Deus (Colossenses 3:16). A
Igreja gloriosa, invisível e inumerável de Jesus está muito além das paredes de
tijolos feitas por mãos humanas, pois a sua posição não é alcançada pelo homem
natural e sim espiritual (II Coríntios 2:14). É nessa posição sobrenatural que
a Igreja de Cristo tem sido preparada (João 16:13), preservada (João 14:17) e
guiada pelo Espírito Santo fielmente nas regiões celestiais em Cristo durante a
dispensação da graça (Efésios 2:6).
A noiva do Cordeiro tem a alegria de contar
com a companhia fiel e ininterrupta de seu noivo mesmo antes do casamento, uma
vez que Cristo é Onisciente, Onipotente e Onipresente (Jeremias 23:24). Pois a
fidelidade de Jesus transcende o nosso entendimento e mesmo que sua Igreja
possa se sentir fragilizada diante dos obstáculos, não está só. O apóstolo
Paulo, ao escrever à igreja que estava em Corinto, lembrou-os de que cada
crente é habitação do Espírito Santo, dessa forma somos ensinados como proceder
em todos os instantes em nossa vida cristã (I Coríntios 6:19). O nosso Senhor
está conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mateus 28:20), mas,
para sentirmos Sua presença, é necessário intimidade, que alcançaremos através
do tempo que reservarmos para ficar a sós com Ele em consagração (Mateus
26.38). A fidelidade de Jesus está pautada no compromisso com o Pai de se
oferecer para vir ao mundo, de levar ao Calvário os pecados da humanidade, ser
fiel ao cumprir Sua missão e apresentar ao mundo a certeza de Seu amor
incondicional para com Sua Igreja amada.
O Espírito e a Noiva dizem: Vem!
A Noiva nasceu
linda e perfeita, imagem e semelhança do que havia de mais belo em todo o
universo. Como era deslumbrante sua beleza e insinuante sua inocência,
tanto que olhos cobiçosos se voltaram para ela. Entretanto, ela já tinha um
compromisso assumido com o Noivo mais desejável da história e cada minuto de
sua existência suspirava por seu amado. O tempo passou e a pequena Noiva se
tornou mulher, e cada segundo de sua vida era dedicado ao preparo esmerado para
o casamento... Mas então, eis que
em um garboso corcel negro, de cujos olhos flamejavam labaredas de fogo, surge
um príncipe ardiloso, que reina nas partes mais obscuras da Terra. Sua voz é
aveludada e ele sabe como fazer promessas cativantes... . Ele é o senhor do
engodo e da enganação, e seu convite astuto e malicioso é praticamente
irrecusável: - Venha comigo e te mostrarei as coisas mais lindas e
incríveis, com quais você se quer sonhou... Venha comigo e te levarei a
conhecer os mistérios e os prazeres da vida. Te darei liberdades e
privilégios... Te livrarei das algemas do amor, e te levarei a experimentar das
delicias existentes na paixão... Apenas rompa seu compromisso com o Noivo e
fuja comigo para onde apenas as fantasias ousam viajar...
E então, incauta
e vislumbrada com tamanho garbo e fervor, a Noiva abraça a promessa feita na
penumbra da noite, e imerge numa fantasiosa vida de alegria, onde conhece os
prazeres indescritíveis, mas em contra partida descobre que o preço cobrado
para esse desfrute é imenso e amargo, e sua dívida se torna tão grande, que ela
não tem condições de pagar... Da
inadimplência, nasce a escravidão... É o príncipe misterioso se revela um
carrasco de alma enegrecida, ávido por retirar da Noiva tudo o que lhe fora
dado na criação, e assim, dia após dia, sua luz vai sendo apagada, seus sonhos
vão sendo eliminados, sua beleza vai se esvaindo, com sua alma sendo
dilacerada. É questão de tempo até que ela esteja jogada em uma sarjeta, suja e
empoeirada, fedendo a pecado e a vergonha, vestida de trapos, com os cabelos
emaranhados e sebosos, com um rosto desfigurado, marcado pela dor e coberto de
cicatrizes, as mesmas cicatrizes que se fundem aos ferimentos que ainda
sangram, em seu corpo, alma e espírito. E agora, ali jogada no chão, tudo que
anseia da vida é a morte, pois ingenuamente ela pensa que o fim de sua
existência, poria fim ao seu sofrimento. Mas o que ela não sabe, é que sua
dívida permanece na eternidade. Isso só mudaria se alguém assumisse seus
débitos e pagasse o alto preço por eles exigido. Mas quem se importaria com ela, agora que se
tornará em uma criatura tão desprezível?
Enquanto seus
olhos se fechavam, ela ainda consegue vislumbrar a figura de homem que se
aproxima... Sem ter forças para qualquer
reação, a Noiva apenas espera... Mas ao invés de sentir uma mão qualquer tocar
seu corpo, ela sente uma mão conhecida que toca carinhosamente seus cabelos... Com
as últimas forças que lhe restavam, a Noiva abre os olhos e contempla o rosto
radiante do Noivo... Ela não se lembrava de como ele era belo e de como sua voz
era suave... Seu coração acelera e ela sente novamente como o amor é delicado e
verdadeiro, e por um instante, todo medo e toda dor deixam de existir... Mas a realidade é cruel, e logo a desesperança
surge avassaladora.
- É muito
tarde para mim... Balbucia a Noiva – Eu cometi muitos erros, abri
mão da verdadeira felicidade por prazeres passageiros, e agora, eu devo
morrer...
Enquanto dizia
estas palavras, a Noiva sente a morte apertando seu pescoço... O pecado veio
cobrar a dívida... A morte é uma agiota com quem não se negocia, e assim,
alguém tinha que morrer... O Noivo então segura as mãos da Noiva e fecha seus
olhos... Uma luz cintilante começa a emanar de seus olhos, e a Noiva não pode
acreditar no que está acontecendo... Uma
a uma, suas cicatrizes começam a desaparecer, seus ferimentos se fecham
instantaneamente, sua roupa começa a se refazer no mais refinado linho branco,
sua sujeira desaparece, seu cheiro é substituído pelo mais delicioso aroma, seu
medo vai embora e leva junto suas culpas e dores. A Noiva está bela outra vez,
seus cabelos bailam ao vento e seu hálito é como o cheiro das romãs... Infelizmente sua alegria termina quando ela
olha para o lado, e percebe o corpo do Noivo jazendo no chão. Ele está todo
ferido, seu rosto desfigurado pelas mesmas cicatrizes que ela tinha adquirido.
Sua roupa está rasgada e suja, e a Noiva finalmente entende o tamanho do amor
que aquele homem sentia por ela, ao ponto de morrer em seu lugar, tomando sobre
ele toda a aflição, angustia e flagelo que para ela estava destinado. Mas a Morte
não sabia que a inocência e pureza do Noivo eram tamanhas, que mesmo pagando
toda a dívida da Noiva, ainda sobravam créditos para uma vida eterna. Assim,
três dias depois o Noivo está de volta para viver este amor. Uma alegria
gigantesca invade o coração da Noiva, quando atende a campainha naquela manhã
de domingo... Ela não podia acreditar em seus próprios olhos... O Noivo estava
ali, vivo, mais belo do que nunca, com um sorriso estampado em seu rosto e o
amor latejando em seu olhar.
- Voltei minha
amada... Voltei pra você... Mas ainda não é hora do casamento... Preciso
retornar para meu Reino, e ali vou construir uma casa para nós, bela e eternal,
e assim, que tudo estiver pronto, eu irei regressar para você, e te levarei
para morar comigo em um lugar onde não existe mais dor, sofrimento e lágrimas...
Apenas aguarde o meu retorno e jamais duvide de meu amor...
O Espírito e a Noiva dizem: VEM! E todo aquele que ouvir diga: VEM! (Apocalipse
22:17)
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Para conhecer os princípios e passos para uma jornada cristã íntegra e frutífera através da FIDELIDADE, venha participar neste domingo, (11/01/2015), da Escola Bíblica Dominical.
Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 94 - Editora Betel
Fidelidade - Lição 2
Revista Jovens e Adultos nº 94 - Editora Betel
Fidelidade - Lição 2
Comentarista: Pr. Esequias de Oliveira
Comentários Adicionais (em vermelho)
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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