Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 99
- Editora Betel
Fruto do
Espírito - Lição 08
Comentarista: Pr. Israel
Maia
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley
Pb. Bene Wanderley
Texto Áureo
Efésios 4:1
Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor,
que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.
Verdade Aplicada
A longanimidade nos capacita a sermos
generosos e pacientes, mesmo em momentos de grande adversidade.
Textos de Referência
Isaías 53:7, 9
Ele foi oprimido, mas não abriu a boca;
como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus
tosquiadores, ele não abriu a sua boca. E puseram a sua sepultura com os
ímpios, e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve
engano na sua boca.
Efésios 4:1-2
Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor,
que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a
humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor.
A capacidade de esperar
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel
Gomes
Senhor... Dai-me
paciência! Esta é uma oração que vez ou outra fazemos, sem ao menos nos
atentarmos que segundo Romanos 5:1-4, a paciência nasce de nossos sofrimentos,
seu desenvolvimento é aprovado em nós pelo próprio Deus, e a partir dela, a
esperança é criada. Então, podemos concluir que o Senhor não nos dá “paciência”,
e sim, “exercícios” para que ela seja desenvolvida e aprimorada. Quem ora
pedindo por “paciência”, incautamente pede por “provações”. A longanimidade
nada mais é do que o “exercício prático” desta paciência. Considerando que ser
paciente com os filhos é um dever paterno/materno, ser paciente com o cônjuge é
um dever matrimonial, ser paciente com o próximo é um dever fraternal e ser
paciente com a congregação um dever ministerial; logo a longanimidade é a
capacidade de exercitar a paciência mediante uma situação conflituosa. A grande
questão aqui é como lidamos com nossas crises. Qual é nossa reação mediante o
desemprego, uma perda familiar ou um diagnóstico devastador? É exatamente
nessas horas que essa característica do Fruto Espiritual se sobressai, nos
mantendo fortes durante a fraqueza e confiantes durante as incertezas;
determinados a esperar que Deus cumpra em nós seu querer no tempo oportuno,
mesmo que o nosso tempo pareça estar findando. Toda a vida na terra é hoje
conduzida e cronometrada dentro do “CRONOS”, o tempo humano. Enquadramos-nos em
agendas e calendários, espremendo nosso dia entre os ponteiros de um relógio.
Por isto quando algo inesperado compromete esse nosso cronograma vital, nos
desesperamos e perdemos o compasso. Ora, Deus não se encaixa em nosso tempo,
pois ele é atemporal. Sua existência é de eternidade em eternidade e diante de
seus olhos nossa vida é como um breve sopro. Ele a tem como uma fagulha em suas
mãos, com conhecimento profundo sobre nosso passado, presente e futuro; sabendo
quando e onde agir em nosso favor... Mas seu socorro não esta comprometido como
o nosso CRONOS, e se desenrola no KAIRÓS, o tempo perfeito de Deus.
A palavra longanimidade vem do termo grego MAKROTHUMIA, que remeta a ideia de alguém que sabe esperar o momento certo para falar ou agir, sem reagir de forma subconsciente ou explodir em ira quando provocado. Em resumo, quem é longânime, sabe “contar até dez”, escuta mais do que
fala e pensa antes de agir. Segundo Provérbios 25:15, a longanimidade persuade
o príncipe, e a língua branda esmaga os ossos. Paulo era insistente com Timóteo
para que ele desenvolvesse a longanimidade como elemento crucial de seu
ministério (I Timóteo 1:16 / II Timóteo 3:10). Escrevendo a igreja de Éfeso, o
apóstolo nos alertou que o cristão não pode deixar que a sua “ira” (ou fúria)
se transforme em pecado. Por vezes, até podemos nos irar (assim como Deus se
ira), porém não devemos ser dominados por ela, aplacando-a, através da longanimidade (Efésios 4:26-27). Desta maneira, evitamos o altíssimo risco de
executarmos uma atribuição exclusivamente divina, pois se a “vingança” na mão
de Deus é “justiça”, em mãos humanas, é um pecado mortal (Romanos 12:19). Neste
contexto, a longanimidade revela nossa confiança plena em Deus, nos dando
tranquilidade para aguardar o cumprimento de sua vontade, em nós e por nós.
A palavra longanimidade vem do termo grego MAKROTHUMIA, que remeta a ideia de alguém que sabe esperar o momento certo para falar ou agir, sem reagir de forma subconsciente ou explodir em ira quando provocado.
A longanimidade nos faz
entender e se entregar ao Kairós de Deus, cientes que depois da tempestade, o
Senhor colocará no céu de nossas vidas o seu arco (Gênesis 9:16) e que no tempo
exato (do ponto de vista da eternidade), o Senhor virá em nosso socorro. Muitas
vezes queremos enfrentar nossos gigantes com a força existente em nosso próprio
braço, vestimos nossa armadura de bronze, empunhamos nossa espada afiada, e
movidos pela irritação, pela ira, pelo revanchismo e até pela vingança,
atacamos descoordenadamente. Como resultado, acabamos ainda mais feridos, e infelizmente,
alguns encontram a própria morte. Provérbios 16:32 nos diz que vale mais o
paciente do que o guerreiro e que controlar o próprio espírito vale mais que
conquistar uma cidade. É claro que existem circunstâncias onde é preciso
guerrear, mas haverá casos em que a batalha não cabe a nós, é sim ao próprio
Deus (Êxodo 14:14). E neste caso, a “arma” mais eficiente para termos em mãos é
exatamente o exercício da longanimidade... A capacidade de esperar Deus agir.
Resistindo ao nosso ego
Difíceis de serem encontradas nos dias
atuais, a longanimidade, benignidade e bondade são características que envolvem
posicionamentos, em muitos casos, contrários à nossa personalidade. Ao
estudarmos esta nova seção do Fruto do Espírito, descobriremos o quanto é
difícil para o homem desenvolver meios para o amadurecimento do fruto. As três
características em questão nos mostram que em muitas situações que poderão, em
algum momento, ferir o nosso ego. Sendo assim, descobriremos que não é nada
fácil negar o nosso eu em favor dos outros (Marcos 8:34). Aqueles que
desenvolvem a longanimidade recebem de Deus a capacidade de pensar antes de
qualquer tomada de atitude, ou seja, desenvolvem a paciência e a perseverança
como forma de suportar as adversidades (Romanos 5:4). A longanimidade também é
responsável pela capacidade que o servo de Deus tem de prosseguir em direção ao
seu objetivo, mesmo quando tudo parece conspirar ao contrário. Ser longânime
produz no indivíduo a capacidade de desprezar as ofensas. Ainda que esteja
sendo perseguido por causa do amor a Cristo, ele não desiste de permanecer fiel
ao seu Salvador (Mateus 5:11). Ao ser longânime, o servo de Deus terá a
garantia de ser abençoado, pois tal característica do Fruto do Espírito Santo
faz com que seja confrontado, o indivíduo não altera a sua postura de homem de
Deus. O próprio Cristo nos advertiu acerca da perseguição que sofreríamos
enquanto estivéssemos no mundo (João 16.33b). Sendo assim, devemos estar
preparados para exercer a longanimidade, mesmo diante das adversidades.
Enquanto o mundo oferece, através da
mídia e apelos tecnológicos, oportunidades de crescimento social rápido e
ilícito, o salvo em Cristo nunca abre mão dos princípios verdadeiros da Palavra
de Deus (II Pedro 1:10), pois tem a plena certeza de que será abençoado através
da sua fidelidade e que nada poderá o afligir, uma vez que tem a completa
cobertura fornecida pela presença do Espírito Santo em sua vida. Ser longânime
proporciona ao indivíduo a oportunidade de conviver em qualquer ambiente e em
companhia de qualquer tipo de pessoa sem prejuízo algum para si ou para os
outros. A longanimidade produz no homem a capacidade de se posicionar em meio a
todo tipo de acontecimento, mesmo que todos estejam aflitos com as notícias e
acontecimentos noticiados pela mídia. O homem longânime sempre supera as aflições,
portando-se de forma segura diante dos acontecimentos. Aquele que desenvolve
esta característica do fruto do Espírito Santo atrai para si outras pessoas,
pois transmite sempre uma postura de segurança em relação aos fatos e demonstra
sempre estar descansando à sombra do Onipotente (Salmo 91:1).
A longanimidade não só produz uma
defesa para o indivíduo como coloca no mesmo o desejo incontido de interceder
em prol daqueles que notoriamente necessitam de oração, fazendo com que o servo
longânime se transforme numa coluna de oração. Em sua carta aos Efésios, o
apóstolo Paulo determina que a Igreja do Senhor deve orar o tempo todo uns
pelos outros (Efésios 6:18). Sempre que um membro do Corpo é identificado como
longânime, este se destaca nesta função, pois tem uma postura que dá
credibilidade à sua oração. A oração do longânime tem credibilidade, por este
nunca ter uma postura de ira e contenda (I Timóteo 2:8). A Palavra de Deus nos
dá a garantia de que na Igreja do Senhor está a solução para qualquer tipo de
problema. Através da oração, alcançamos vitória sobre qualquer tipo de situação
pela qual pode o homem passar. A oração tem poder para debelar a aflição, tem
poder para salvar, para curar, para perdoar pecado e, sobretudo, tem poder para
fortalecer a comunhão entre os irmãos. O indivíduo quando amadurece a
longanimidade do Fruto do Espírito Santo em sua vida acaba por se tornar um
exemplo de homem justificado. Logo, a sua oração será identificada como uma
oração de poderes benéficos à coletividade (Tiago 5:13-16).
A longanimidade de Deus
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley
A longanimidade é um assunto
de difícil tato, pois conversa direto com a nossa personalidade, e a grande verdade é que temos uma natureza endurecida demais, pra agir integralmente
visando o bem de outrem. Ser longânime nos leva a um estado de tolerância para
com próximo, o mesmo principio de misericórdia que Deus usa para conosco
(Lamentações 3:22). Agindo assim, somos capazes de desprezar as ofensas sofridas
através da longanimidade. Em primeiro lugar é importante compreender a
longanimidade como uma característica do
Fruto do Espírito Santo, que nos capacita a sermos generosos, pacientes,
submissos, tranquilos, confiantes e esperançosos, mesmo em momentos de grandes
adversidades. A pós-modernidade torna o desenvolvimento de tais virtudes numa
missão complicadíssima, e estamos tendo dificuldades de identificá-las até
mesmo na vida de quem se diz filho de Deus. Quando olhamos para Deus, temos a longanimidade
manifestada em seu caráter. É impossível olhar para Deus e não vermos sua latente longanimidade,
afinal, Ele tem sido longânime para conosco, apesar de nossas transgressões (Naum
1:3) Não somos o que ele espera que sejamos, não fazemos o que Ele nos tem
mandado fazer, não vivemos a vida que Ele nos deu pra viver... Com tudo ele
ainda nos ama e espera pacientemente por uma postura nossa (Salmo 103:13).
Quantas vezes temos praticado
algo que fere a santidade de Deus, e mesmo assim Ele não desiste de nós. Esta
reação misericordiosa de Deus a nossas ações pecaminosas é o exemplo cabal do exercício
da longanimidade, da benignidade e da bondade de
Deus por nós. Então o que resta, é nos esforçamos para pelo menos tentar ser
igual ao nosso Pai Celestial, tendo uma postura de renúncia sentimental diante
das dificuldades e situações adversas. Logicamente o nosso ego não vai querer
abrir mão de seu “trono”, e será preciso uma ação incisiva para se tomar uma
forte e resolvida decisão de ser longânime para com as pessoas, subjugando o
próprio “eu”. A ferramenta que nos ajuda nesta resolução já nos foi dada por
Deus, sendo excelente e de grande valor: o Fruto do Espírito. Temos nos envolvido com tantas coisas,
procuramos tantos meios de melhoras e nos esquecemos que o que precisamos é do
Fruto do Espírito Santo sendo amadurecendo em nós, e para isso, é preciso estar cheio do Senhor através da pessoa do Espírito Santo. Só assim teremos a
condição de desenvolver a longanimidade e receber de Deus a capacidade de
pensar antes de qualquer tomada de decisão.
A longanimidade nos faz
caminhar em direção ao alvo estabelecido pelo Criador para as nossas vidas.
Quem tem a longanimidade não desiste facilmente dos seus sonhos e nem das
pessoas. Todos nós enfrentamos desafios na nossa caminhada e cada um deles são
testes de Deus pra nos moldar à sua vontade. Então vale a pena buscar no Senhor
a força necessária para se adequar a essa obra gloriosa do Espírito Santo, para
chegarmos naquele grande dia com vestes brancas diante do cordeiro de Deus.
Temos em Jesus Cristo o modelo da longanimidade a ser seguido. Isaías 53:7 relata
que ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca, como um cordeiro
levado para ser morto, não reclamou diante dos seus tosquiadores. Jesus amou
sem ser amado, perdoou mas não foi
compreendido, sarou mas foi ferido, se entregou por amor mas foi odiado...
Mesmo assim, não reclamou, seguiu o seu caminho, uma estrada longa e
dolorosa, passo a passo, minuto a minuto. Ser longânime é estar disponível a
sofrer por amor, servindo ao próximo mesmo sem ter recompensa .
O verdadeiro exemplo
de longanimidade
A profecia acerca do Messias proferida
pelo profeta Isaías deixou claro o tamanho do sofrimento pelo qual Ele havia de
passar. O Messias deveria ser amado, entretanto, foi oprimido e afligido,
provando ser longânime por amor à humanidade (Isaías 53:7). Jesus Cristo se
entregou ao sofrimento por amor. A sua trajetória terrena culminou
com sua morte e ressurreição. Em nossa trajetória terrena não teremos como
superar o que por nós sofreu o Senhor, entretanto, uma das exigências que nos é
imposta pela Palavra de Deus é que, para alcançarmos a ressurreição em Cristo,
deveremos suportar uns aos outros em mansidão e sobretudo em longanimidade (II Pedro
1:5-7). Jesus escolheu sofrer por nós para que alcançássemos a salvação. Logo,
teremos que passar por algum tipo de sofrimento para sermos glorificados com
Ele. Que sofrimento é este? Amar sem ser amado (Efésios 4:2). Ás vezes em
nossos relacionamentos interpessoais na igreja somos tratados sem o mínimo de
cortesia, muitos não se dão nem a menos ao cuidado de serem amáveis. Este tipo
de comportamento em nossos irmãos pode nos causar um sentimento de tristeza, contudo,
se cuidarmos do amadurecimento do fruto que nos foi dado pelo Espírito Santo,
alcançaremos longanimidade suficiente para suportar tais comportamentos em
nossos irmãos (Colossenses 4:6).
Muitas vezes nos questionamos porque
devemos suportar tanto os outros se a recíproca não acontece. Somos escolhidos
para darmos exemplo de Cristo, isto é, através de nós a longanimidade de Cristo
é mostrada de maneira mais enfática para que outros possam ser alcançados pela
salvação (I Timóteo 1:16). Ao examinarmos este texto da primeira carta de Paulo
a Timóteo fica claro para nós o que o Senhor espera de Seus servos fiéis (I Timóteo
4:12b). Não interessa o que está sendo apresentado pelos meios de comunicações
que dizem que se doar é falta de inteligência. Para o cristão importa o que
ensina a Palavra. Ser longânime garante a salvação. A sociedade está cada vez
mais impregnada de informações que visam mostrar o contrário do que ensina a
Palavra de Deus. A Igreja de Cristo tem como dever manter firmes os ensinamentos
trazidos ao homem através da Bíblia Sagrada, que foi inspirada pelo Espírito
Santo (II Pedro 1.21). Cabe aqui também dizer que o Espírito que inspirou as
Sagradas Escrituras é o mesmo que doa o seu fruto ao homem. Logo, entendemos
que a Bíblia e o fruto do Espírito concordam em dizer que aquele que buscar
viver uma vida baseada na verdade, não se deixando influenciar pelos apelos
midiáticos e tecnológicos e vivendo o fruto do Espírito, alcançará a salvação
(Efésios 5:8-9).
Tanto o cristão imaturo quanto o homem
sem Deus não conseguem entender como se desenvolve o amadurecimento do Fruto do
Espírito Santo. Por este motivo é que aprendemos que uma das principais
maneiras que a longanimidade tem de se manifestar é através do exercício da
paciência (Romanos 5:3-5). O exercício da paciência capacita o servo de Deus a
ter o equilíbrio necessário para esperar que o entendimento daqueles que não
compreendem o agir do Senhor possa ser tocado pela ação do poder de Deus.
Precisamos saber que como ministros de Deus devemos ser recomendáveis em tudo
(II Coríntios 6:4). Se recebemos a paciência de Cristo por nós, temos que
exercitá-la para com os outros (2Ts 3.5). Ser paciente, em muitos casos, não é
nada agradável. Mas coloque-se no lugar de Jesus que em tudo amou a humanidade
e em muitas situações tem que ver o homem se deixar levar por conselhos
ministrados por instrumentos do maligno, que têm como único plano destruir a
imagem de Deus no homem (João 10:10). Merece ser especialmente destacado que
tais conselhos surgem quando é oferecida ao indivíduo toda sorte de degradação
moral e espiritual. Ainda assim, mesmo o homem lhe virando as costas, o Senhor
com toda paciência lhe oferece a possibilidade de arrependimento (Lucas 5:32).
Jó – Longânime e Paciente
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel
Gomes
Pouco sabemos sobre a
vida do patriarca Jó. Ele morava em Uz, era casado, pai de dez filhos que
gostavam de festas, tinha por estima seus amigos e seu rebanho era superior a
10.000 animais. Porém, a mais importante informação sobre Jó está inserida logo
no primeiro verso de sua história: Ele era íntegro, justo, temia a Deus e
se desviava do mal (Jó 1:1). E isso atraiu sobre Jó o olhar invejoso
do maior de todos os inimigos. O ponto chave desta história é a fidelidade de
Jó. Satanás, astuto e ardiloso, argumenta com Deus que é muito fácil ser fiel
quando se vive em conforto e abastança, e insinua que a fidelidade de Jó se
deve única e exclusivamente ao fato que Deus o cobria de bênçãos. Ali é
estabelecido um embate épico, um duelo de escala cósmica, cujo epicentro é a
vida de um simples mortal. O inimigo sugere que Deus tire de Jó tudo o que ele
tem, e que depois seja reavaliado o nível de sua fidelidade. Deus aceita o
desafio e Satanás é autorizado a retirar de Jó seus bens mais preciosos. Em
poucas horas, seus bois, jumentos e camelos são roubados por saqueadores, seus
funcionários mais leais são cruelmente assassinados por uma horda bárbara e
suas ovelhas são dizimadas por uma saraivada. No mesmo dia, enquanto seus filhos
almoçavam juntos na casa do mais velho, um furacão derrubou o edifício matando
todos eles. Jó agora era um homem pobre, imerso em dor e sofrimento, com um
pesar indescritível lacerando seu coração. Porém, mesmo na mais cruel
adversidade, ele esbofeteia Satanás e se mantém fiel ao seu Senhor, não
imputando a Deus falha alguma: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu
tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do
Senhor (Jó 1:21). Satanás não se deu por vencido e alegou que a
fidelidade havia se mantido pois o mais precioso dos bens ainda estava
intocável, e insinua que se a saúde de Jó for afetada, sua fé também será. Mais
uma vez, Deus coloca sua própria honra nas mãos de Jó, e permite que o inimigo
atinja o patriarca com força total, ferindo-o com úlceras purulentas da cabeça
aos pés.
Apodrecendo em vida, e
sofrendo com a intolerância das pessoas mais próximas, Jó se depara com o
inevitável questionamento: Pra que se manter fiel a um Deus que só lhe
causa dor e sofrimento, sem que ao mesmo uma única ofensa justifique tamanho
infortúnio? Porém, com a cabeça raspada e coberta de cinzas para
externando toda sua dor, a atitude surpreendente tomado por Jó é se lançar
sobre o pó e “ADORAR” ao Senhor. E o golpe final, que derruba por terra as
perniciosas ambições de Satanás está registrado nas palavras de Jó 13:15 -
Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos
defenderei diante dele. Para uma história ser boa, ela precisa de um enredo
envolvente e conflitos interessantes. Para tal, se faz necessário o
antagonismo. Na história de Jó, Satanás pode ser identificado como sendo o
“grande vilão”, porém, ele “sai” de cena já no segundo capítulo, e nem sequer
percebemos sua ausência, pois os “amigos” do patriarca se apresentam como
exímios acusadores. Palavras duras e enganosas são proferidas contra Jó pelas
mesmas bocas que deveriam lhe trazer consolo. Porém, a reação deste homem
exemplar é benévola e paciente. A paciência é a virtude do ser humano baseada
no autocontrole emocional, que dá ao indivíduo a capacidade de
suportar situações desagradáveis, injúrias e o incômodo de
terceiros sem perder a calma e a concentração. A paciência é a base
sobre a qual está alicerçada a tolerância, a persistência e a perseverança.
Quem é paciente é longânime, e vice-versa.
Jó ouviu pacientemente os discursos de seus amigos, respeitando as divergências e absorvendo o que julgava estar correto. Seus argumentos de defesa se pautavam em justiça e verdade, sem nunca apelar para a raiva e o embrutecimento. Suas duvidas mais acentuadas, para as quais seus amigos não teriam palavras conclusivas, Jó recorreu ao seu Criador, ouvindo pacientemente as duras respostas que recebeu. Ele aceitou a exortação do Senhor, mais uma vez se submetendo a vontade do Deus a quem escolheu amar. Ele parou de se vitimizar, e percebeu que sua comunhão com Deus era o maior bem que poderia desejar, e então, pôs se a orar por aqueles que se ocuparam de acusá-lo por pecados que ele sequer pensou em cometer. Esta ação generosa de Jó desencadeou sobre sua vida uma nova reviravolta. Enquanto orava por seus amigos, Deus mudou a história de Jó dando a ele dupla honra e porção dobrada de tudo o que ele tinha perdido. Ainda hoje, muitos pedem aos céus que lhes dê a “paciência” de Jó, sem entender que a “paciência” não nos é dada, mas sim desenvolvida com longanimidade, durante as conturbações da vida.
Jó ouviu pacientemente os discursos de seus amigos, respeitando as divergências e absorvendo o que julgava estar correto. Seus argumentos de defesa se pautavam em justiça e verdade, sem nunca apelar para a raiva e o embrutecimento. Suas duvidas mais acentuadas, para as quais seus amigos não teriam palavras conclusivas, Jó recorreu ao seu Criador, ouvindo pacientemente as duras respostas que recebeu. Ele aceitou a exortação do Senhor, mais uma vez se submetendo a vontade do Deus a quem escolheu amar. Ele parou de se vitimizar, e percebeu que sua comunhão com Deus era o maior bem que poderia desejar, e então, pôs se a orar por aqueles que se ocuparam de acusá-lo por pecados que ele sequer pensou em cometer. Esta ação generosa de Jó desencadeou sobre sua vida uma nova reviravolta. Enquanto orava por seus amigos, Deus mudou a história de Jó dando a ele dupla honra e porção dobrada de tudo o que ele tinha perdido. Ainda hoje, muitos pedem aos céus que lhes dê a “paciência” de Jó, sem entender que a “paciência” não nos é dada, mas sim desenvolvida com longanimidade, durante as conturbações da vida.
Lições práticas
A longanimidade nos faz chegar à
conclusão de que todos devem ser alcançados por Cristo. Ser longânime é
entender que não temos nenhum mérito a mais do que o outro diante de Deus.
Somos todos iguais, pois Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34). Longanimidade
é ter o espírito controlado por longo tempo, isto é, ser tardio em irar-se.
Viver em grupo é sempre complicado, pois devemos procurar compreender o limite
dos outros membros do grupo. Ser longânime é saber controlar seus impulsos. O
indivíduo que se ira facilmente sempre sai perdendo (Provérbios 16:32). O agir
de maneira impulsiva leva sempre ao prejuízo. Saber esperar para tomar uma
decisão, mesmo que em situação de aparente derrota, é melhor do que avançar
precipitadamente. Comente com os alunos que devemos seguir na posição de
longânimes, sempre observando a posição do Senhor (Números 14:18).
Ao orientar a Timóteo acerca da postura
que ele deveria tomar em relação à pregação da Palavra, Paulo foi enfático em
dizer que o jovem pastor deveria ser insistente quando estivesse evangelizando.
Entretanto, o apóstolo destacou que, mesmo quando estamos ávidos pelo desejo de
ganhar almas (Marcos 16:15), devemos nos posicionar com longanimidade, pois
temos, em muitas situações, que ter paciência para alcançar alguns corações (II
Timóteo 4:2). Existem pessoas que ao ouvirem poucas palavras acerca do
Evangelho já se sentem tocadas pelo Espírito. No entanto, existem outras que
necessitam de algum tempo para serem convencidas de que servir ao Senhor é o
melhor caminho. O bom evangelista deve saber produzir o amadurecimento do fruto
para alcançar êxito em sua tarefa de ganhar almas. A tarefa de evangelizar, por
si só, não é fácil. Imaginemos então o quanto deve ser difícil evangelizar uma
pessoa questionadora, cheia de dúvidas e pronta a confrontar tudo o que o evangelista
tenta passar a ela (II Timóteo 2:25). Neste momento, devemos estar preparados
para saber lidar com a situação. Só através do amadurecimento do fruto do
Espírito Santo que alcançaremos o temperamento ideal para saber lidar com este
tipo de situação (I Timóteo 2:24).
O ser humano tem em si uma
característica que lhe é peculiar: esperar que todos o compreendam em suas
questões pessoais. Mas é muito difícil encontrarmos alguém que está disposto a
compreender o próximo como este espera ser compreendido. A Palavra de Deus nos
mostra que a nossa salvação é a longanimidade do Senhor. Se Ele não fosse
longânime, toda a humanidade estaria perdida (Romanos 2:4 / I Pedro 3:15). Para
o homem, ser longânime é uma tarefa extremamente difícil mudar o caráter do
indivíduo. Ressalte para os alunos que ser temperamental é ser o inverso de
longânime, então busquemos controlar o nosso temperamento forte, permitindo a
ação do Espírito Santo em nós, para que ocorra o amadurecimento do Fruto do
Espírito (II Timóteo 2:22-26).
Conclusão
Através do estudo da longanimidade,
pudemos perceber que o amadurecimento dessa característica do fruto do Espírito
Santo fará com que venhamos a nos sentir muito melhor diante das adversidades
da vida.
O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que
estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa
maturidade espiritual perceptível. Este fruto só será completo se for
constituído de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão e temperanças. Para aprender ainda mais sofre o Fruto do
Espírito, e a frutificação espiritual na era da pós modernidade, participe
neste domingo, 22 de maio de 2016, de nossa EBD.
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