Henriqueta
Rosa Fernandes Braga teve pioneirismo em suas veias. Descendeu de duas
famílias evangélicas tradicionais intimamente ligadas aos inícios do trabalho
evangélico no Brasil.
Foi
pioneira na participação musical em programas radiofônicos evangélicos
(começando com “Hora Cristã” em 1931, na Rádio Educadora). Pioneira, no
meio evangélico carioca, na apresentação de audições sacras com o Coro da
Igreja Evangélica Fluminense (coro que ela dirigiu de 1932 a 1948). Pioneira, no
Brasil, com o mesmo coro, na gravação de hinos sacros as Companhias RCA VICTOR
E ODEON. Pioneira na apresentação de um coro evangélico em programa de
alto gabarito como era, na ocasião, “ONDAS MUSICAIS”. Pioneira em coligir
dados sobre a música sacra evangélica no Brasil e em publicá-los em volumes.
Sua
avó paterna, Christina Faulhaber (mais tarde, Fernandes Braga), foi aluna da
Escola Dominical fundada por D. Sarah Kalley, em Petrópolis em 1855. Ela
frequentava a classe em alemão, pois, a Srª. Kalley, além das classes
ministradas na língua vernácula, em horários diferentes, dava aula em alemão e
inglês.
Seu
avô paterno, José Luiz Fernandes Braga, português, foi colaborador direto do
Dr. Robert Reid Kalley, fundador do primeiro trabalho evangélico do país. O Sr.
Braga foi o primeiro superintendente de uma Escola Dominical no Brasil.
Seu
avô materno, Professor Remígio Cerqueira Leite, foi uma das primeiras pessoas a
aceitar o evangelho quando anunciado na cidade de São Paulo pelo missionário
Alexander Blackford, que já encontrara ali a semente em desenvolvimento,
lançada pelo ex-padre José Manuel da Conceição, cuja irmã se casara na família
Cerqueira Leite.
Sua
avó materna, Rosa Edith Vieira Ferreira (depois, Cerqueira Leite), sobrinha do
grande matemático brasileiro, o afamado “Souzinha” (Joaquim Gomes de Souza),
descendente duma importante família de São Luiz do Maranhão – Gomes de Souza –
que teve dois de seus membros, batizados pelo Rev. George Butler, logo no
início do trabalho presbiteriano em São Luiz.
Seu
pai, José Luiz Fernandes Braga Júnior, presbítero da Igreja Evangélica
Fluminense, muito trabalhou pela Associação Cristã de Moços pelo Hospital
Evangélico. Foi, juntamente com um cunhado, o fundador do jornal “O CRISTÃO”,
hoje, órgão oficial da denominação congregacional.
Estas
duas famílias, acimas citadas, merecem uma história à parte, mas, desta vez,
queremos falar de Henriqueta Rosa Fernandes Braga. Henriqueta Rosa, foi carioca
de nascimento. Nascida em 12 de Março de 1909, de pai carioca e mãe paulista,
ela guardou recordações de uma infância cheia de alegrias e aventuras. A música
no lar exerceu uma grande influência em sua vida. Era muito comum sentar,
com os seus irmãos, ao redor do piano para ouvir a mãe tocar as Sonatas de
Mozart, ou mesmo escutar as gravações (inclusive de música sacra) que
constituíam, desde cedo, a organizada e escolhida discoteca da família.
Seus
pais, cultos e estudiosos, acompanhavam sempre, com desvelo, os seus estudos,
capacitando-os para uma melhor técnica de aprendizagem e desenvolvimento. À
noite, em seu lar, podia-se ver, curvados sobre os livros, pai, mãe e filhos,
num admirável exemplo de diligência intelectual. Talvez, mais importante que
tudo, fosse o culto doméstico que coroava o dia de trabalho e no qual eram
apresentados ao Pai Celeste os agradecimentos pelos benefícios recebidos, e
expostas as dificuldades, implorando a sua constante direção para a vida de
cada um. E, em paz e tranquilidade, despedia-se a família para o repouso
noturno.
Henriqueta
Rosa Fernandes Braga, além de completar o Curso Superior na Escola Nacional de
Música da Universidade do Brasil, possuiu os Diplomas de Professora de Piano e
Maestrina, expedidos pela mesma Escola, onde foi aluna, entre outros, dos
Professores Francisco Mignone, Luiz Heitor Correa de Azevedo, Cônego Alfeo e
Elza Barrozo Murtinho. Teve ainda os Cursos de Formação de Professor,
Psicologia Educacional e Organização de Bibliotecas Musicais.
Foi Professora
Catedrática de História da Música na Escola Nacional de Música; Professora
Titular da mesma matéria no Instituto Villa-Lobos, e de Pedagogia Musical e História
da Música no Conservatório Brasileiro de Música. Obteve Diploma e Medalha “Silvio
Romero”, outorgados pela Secretaria Geral de Educação e Cultura da Prefeitura
do Distrito Federal, e a Medalha “Alexandre Levy”, concedida pela família do
compositor paulista.
Foi
membro da Comissão que preparou o “Hinário Evangélico” e fez parte da Comissão
Revisora dos “Salmos e Hinos”. Em abril de 1966, quando foi organizado o
Conselho de Cultura do Estado da Guanabara, Henriqueta Braga foi indicada para
ser um dos seus 12 conselheiros.
Durante
5 anos, preparou aulas semanais de História da Música para o programa
“Conservatório no Ar” da Rádio Roquete Pinto. Membro de várias organizações
musicais nacionais e internacionais, Henriqueta Rosa Fernandes Braga foi a
maior escritora evangélica de livros sobre música: “Cânticos de
Natal”, “Do Coral e Sua Projeção na História da Música”, “Música Sacra
Evangélica no Brasil”, “Peculiaridades e Melodias do Cancioneiro Infantil
Brasileiro” e “Pontos e História da Música” (em colaboração com Luiz Heitor
Corrêa de Azevedo).
Como compositora, também,
Henriqueta Rosa deu a sua contribuição. Podemos citar as seguintes obras
publicadas: “Salmo 5”, “Sonhemos” e “Senhor, eu preciso de Ti”. Henriqueta Rosa
Fernandes Braga foi uma giganta da música. O seu nome está firmemente escrito
na história da música sacra evangélica brasileira.
Ela irradiava simpatia. Capacitadíssima, mas modesta. Elegante, mas simples. Importante, mas acessível. E o “pioneirismo” que correu em suas veias deixou um importante legado para a música sacra do Brasil. Henriqueta Rosa Fernandes Braga faleceu em 21 de junho de 1983 no Rio de Janeiro.
Ela irradiava simpatia. Capacitadíssima, mas modesta. Elegante, mas simples. Importante, mas acessível. E o “pioneirismo” que correu em suas veias deixou um importante legado para a música sacra do Brasil. Henriqueta Rosa Fernandes Braga faleceu em 21 de junho de 1983 no Rio de Janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário