Entre os inúmeros escritores de
hinos cristãos do século XIX, temos Henry Maxwell Wright conhecido pelas
iniciais H. M. W. Nasceu em Lisboa, Portugal, no dia 7 e dezembro de 1849,
tendo partido para o Senhor no ano de 1931. Dedicou-se, primeiramente, ao comércio,
mudando-se, depois para Londres a fim de cuidar dos seus interesses
profissionais. Foi ali que se converteu ao Senhor. Era filho de pais ingleses,
os quais eram verdadeiramente cristãos.
Depois de auxiliar o célebre
pregador Dwight Lyman Moody numa grande campanha de evangelização realizada em
Londres, em 1874 e 1875, abandonou a sua próspera carreira comercial para
dedicar-se à evangelização da Inglaterra e Escócia.
Dedicou-se à evangelização na
Inglaterra e Escócia durante três anos. Em 1887 regressou a Portugal. Aqui
trabalhou não só no Continente, mas também nas ilhas, como Madeira e São
Miguel, nos Açores. Visitou o Brasil quatro vezes: uma em 1881, outra em
1890-1891, outra em 1893 e, por último, em 1914, a convite de J. L. F. Braga,
crente brasileiro que morava na cidade do Porto, Portugal.
Ele era um verdadeiro embaixador
de Cristo. Numa viagem de Inglaterra para Portugal num navio a vapor, sentou-se
no convés a ler a Bíblia. Passado um bocado um sujeito aproximou-se
dizendo-lhe, “Vejo que é crente”. Ele respondeu, “Tinha içado a ‘bandeira’ e
estava a ver que ninguém notava!”.
Por mais de 5 anos Henry Maxwell
Wright foi um dos mais poderosos servos de Deus entre os povos que falam a
língua portuguesa. Era pregador vibrante e convicto e possuía belíssima voz.
Gostava imenso de pregar o
Evangelho ao ar livre. Na última viagem que fez ao Brasil, em 1890-1891,
divulgou, com muito entusiasmo, este hino: “Cristo Pra Mim”.
Numa das suas pregações em praça
pública, um bêbado começou a perturbar a reunião, mas ele, dirigindo-se ao
ébrio, repreendeu-o, aquietou-o e aconselhou-o até ao ponto de levá-lo a cantar
com os olhos lacrimejantes: “Oh, que descanso em Jesus encontrei… Cristo pra
mim! Cristo pra mim!”.
Conta-se que certo missionário
também teve uma experiência semelhante. Ao penetrar no interior do norte da
Índia para evangelizar uma tribo selvagem, viu-se, inesperadamente, cercado por
nativos que, armados com arco e flechas, ameaçavam a sua vida. Esperando a
morte a qualquer instante, pegou no seu violino e começou a tocar o hino:
“Saudai o Nome de Jesus”. A música tocou de tal maneira os corações daqueles
homens que pediram que continuasse a tocar. Depois levaram-no à sua vila, onde
foi bem acolhido. Não foi pouco o privilégio de mais tarde ouvir diversos
convertidos naquele episódio cantarem louvores ao seu Salvador!
Wright achava que Deus o queria
como missionário na China – exatamente como aconteceu a Gunnar Vingren – porém,
iniciou o seu trabalho em Portugal ao verificar a falta de obreiros para pregar
o Evangelho entre os que falam a Língua de Camões.
Esteve várias vezes nos Estados
Unidos anunciando o Evangelho de Jesus entre as colônias portuguesas. No
Brasil, chegou a ser preso sob a acusação de inimigo da “religião oficial”,
pois era poderoso pregador e após as suas mensagens aconteciam muitas
conversões.
Em 1905, Wright e a sua esposa
Ellen fixaram residência e sede de trabalho na cidade do Porto, em Portugal, e
construíram, na capital nortenha, o famoso salão evangélico da A. C. M.
(Associação Cristã da Mocidade).
Henry Maxwell Wright, possuidor
de uma bela voz, não hesitava em cantar a solo nas suas reuniões
evangelísticas. Dizem até, que foi dele a iniciativa de cantar “corinhos” no
Brasil, forma de música ainda popular nos cultos ao Senhor ali. Wright
contribuiu grandemente para a hinologia quer de Portugal quer do Brasil, pois
foi o autor ou tradutor de cerca de 200 hinos entre os quais alguns “corinhos”.
O seu nome de autor aparece em livros de cânticos tais como “Harpa Cristã”, “Hinos
e Cânticos”, “Salmos e Hinos”, “In Memoriam”, “Cantor Cristão”, “Cânticos
de Alegria” e diversos outros hinários.
Este pregador do Evangelho,
cantor e hinólogo era uma figura respeitável, de estatura elevada, voz cheia e
harmoniosa, maneiras afáveis, unção de Deus, pregador que lia os hinos antes de
cantar de maneira muito expressiva, ressaltando o conteúdo do texto e tomando-o
como tópico para o sermão. Distinguia-se no cântico dos hinos pela expressão
que sabia dar à letra.
Um irmão testemunhou a respeito
do irmão Wright, dizendo o seguinte: “A minha amizade com Henry Maxwell Wright
durou uns 20 anos, até ao fim da sua vida. O que mais aprecio lembrar dele é
que durante todos os anos da nossa amizade, nunca cheguei a saber qual era a
sua denominação. Ele nunca disse e eu nunca perguntei! Porém, por toda a parte
os interesses de Deus eram os seus interesses e o povo de Deus, os seus irmãos
em Cristo”.
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