quinta-feira, 3 de novembro de 2016

EBD - O amor que adora a Deus


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 101 - Editora Betel
Louvor e Adoração - Lição 06
Comentarista: Pr. José Elias Croce












Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley

 










Texto Áureo
I Coríntios 13:3    
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.

Verdade Aplicada
O amor que adora a Deus vai além do discurso e se configura em atitudes cotidianas.

Textos de Referência
I Coríntios 13:1-2; 4-5

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria.
A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal.



Amor Perfeito
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

João 21:15-17, transcreve um dos mais icônicos diálogos de todo Novo Testamento, no qual Jesus faz um tríplice questionamento sobre a amor que Pedro destinava a ele. Na língua grega, vários vocábulos são empregados para identificar tipos diferentes de amor, e no texto de João, dois deles são usados nesta emblemática conversa: “filew” e “agapaw”. Enquanto um nos remete a ideia de amizade (amor fraternal), o outro faz referência a um amor mais profundo, desinteressado e eternal (o amor perfeito). Por duas vezes, Pedro respondeu ao questionamento de Jesus usando o termo “filew”, sem compreender que não é este o tipo de amor que Deus espera receber de nós. Somente na terceira vez que ouviu a pergunta inquietante, Pedro usou o vocábulo “agapaw”, revelando à Jesus que o amava mais que a própria vida. É exatamente este tipo de amor, ao qual chamamos “Ágape”, que de fato honra e adora ao Senhor.  Humanamente falando, o amor pode ser entendido como uma forte afeição entre pessoas distintas, originada em laços consanguíneos ou em relações sociais. O conceito "amor" tem sido cada vez mais banalizado, e hoje já é usado para identificar apenas a atração sexual entre indivíduos. Biblicamente, porém, o amor é identificado como um sentimento perfeito e atemporal, que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta (I Coríntios 13:7). O cristão deve ter a Bíblia como regra de fé e vida, e portanto, nossa vivencia do “amor” dever estar enquadrado em seus ensinamentos: Aquele que não ama não conhece a Deus, porquanto Deus é amor (I João 4:8).

Muitos consideram o capítulo doze da carta de Paulo como sendo um texto sobre “dons” e o capítulo treze como um texto sobre o “amor”, porem quando removermos as divisões numéricas, veremos que na verdade, ambos são um único texto, visceral e contínuo; que aprofunda e amplia um único assunto: - Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. (I Coríntios 12:31 / 13:1-2). Nele, Paulo está discorrendo sobre um “caminho mais excelente”, uma base sólida sobre a qual o exercício da vida cristã deveria ser fundamentado; sem a qual tudo que tenha sido construído desmoronará. E esta base é o AMOR.  No amor se resume a fé cristã, todo o mandamento divino e a vida cotidiana do cristão.

Em sua essência, podemos considerar que o amor é o maior de todos os presentes dados por Deus ao ser humano, seja no privilégio de ser amado ou na capacidade de amar.  nos ama incondicionalmente, e este é sem dúvida o mais valioso dos DONS. É desfrutando plenamente deste amor que obtemos os meios necessários para manifesta-lo ao próximo. Entretanto, é preciso entender que o amor cristão exercido diariamente não deve ser dado a nós por Deus, mas sim desenvolvido por nós para Deus. Primeiramente porque Deus já nos amou e por amor Jesus Cristo deu sua vida por nós e agora, imersos neste amor, precisamos desenvolver um amor genuíno por aqueles que nos cercam e para com o nosso próprio Senhor.

Podemos afirmar que o amor é a base de todo relacionamento perfeito no céu e na terra. Não é sem motivo que o batismo no Espírito Santo é muitas vezes relatado e chamado de batismo de amor, pois é um empuxe que nos impulsiona a um novo relacionamento com Deus e com o próximo. Do amor saem as vertentes que enobrecem o ser humano: bondade, gentileza, presteza, lealdade, fidelidade, benignidade, honestidade, sinceridade e é claro, a capacidade de perdoar. Aliás, o PERDÃO é um requisito tão essencial ao cristão, que a falta dele se torna um empecilho para o recebimento do próprio perdão divino e consequentemente neutraliza o poder da Graça e compromete completamente nossa salvação (Mateus 6:15). Por outro lado, é impossível perdoar sem primeiro desenvolver o amor e ele só pode ser desenvolvido a partir de uma fonte específica: O amor do próprio Deus.


O que é o amor?

Nesta lição, descreveremos sobre a distância entre o amor teórico e o prático. Estamos inseridos num contexto de grandes discursos, grandes tratados sobre o amor, mas, ao mesmo tempo, a grande maioria está em sequidão de amor. Alguns o consideram uma emoção. Outros dizem que é um sentimento romântico, platônico, poético. Para outros, é uma atração ou um impulso passional. Hoje, com o degaste da palavra amor, essa passou a significar uma atividade sexual antes, durante e fora do casamento. Esse amor tem trazido ódio, desgraças, divisões, lares arruinados e enfermidades. O amor ágape é muito mais do que emoção. É atitude. É ação. É amar o indigno. É amar até as últimas consequências. Jesus Cristo nos amou e a Si mesmo se deu por nós. Esse é o tipo de amor que adora a Deus (Romanos 12:9-10). Amor sectarista, que se configura em amor faccionado. Amor formalista, o congelamento do amor. Amor ativista, o verdadeiro desvio do amor. Amor ideologizado, uma farsa do amor. Amor secularista, a perversão do amor. Amor legalista, a antítese do amor. Essas são apenas algumas atitudes de movimentos ou indivíduos que não adoram a Deus, embora nenhum deles negue que O adore. Porém, são as atitudes que falam mais alto (I João 4:20). O céu é a celebração suprema do amor. No céu, o amor será a realidade mais forte. Lá não haverá profecia, pois tudo já é real. Não vai haver esperança, pois tudo no céu já é. No céu, não vai haver ciência, pois do átomo a Deus tudo estará revelado. A dimensão do mistério estará às claras, todo o encanto e toda a beleza reinarão nessa celebração esplêndida do amor.

O amor é superior a todos os dons extraordinários (I Coríntios 13). O amor é melhor do que o dom de línguas (I Coríntios 13:1). É melhor do que o dom de profecia e conhecimento (I Coríntios 13:2). É melhor do que o dom de milagres (I Coríntios 13:2). As maiores de caridade são de nenhum valor sem amor (I Coríntios 13:3). O amor é melhor por causa da sua excelência intrínseca e também por causa da sua perpetuidade. Todos os dons mais dramáticos e mais maravilhosos que podemos imaginar são inúteis, se não há amor. O exercício mais generoso dos dons espirituais não pode compensar a falta de amor. O apóstolo Paulo menciona cinco dons espirituais: línguas, profecia, conhecimento, fé e contribuição sacrificial (dinheiro e vida). Mas ele diz que o exercício desses dons, sem o amor, não tem nenhum valor. O amor não é simplesmente um conceito neotestamentário. Antes, é um conceito eterno, relacionado com a própria existência de Deus. Quando o apóstolo João procurou uma expressão para descrever Deus, disse duas vezes: “Deus é amor” (I João 4:8-16). O apóstolo não quis dizer com isto que Deus seja uma força imaterial chamada “amor”, algum princípio eterno que esteja operando em nosso universo, como alguns querem fazer-nos crer. Antes, João quis dizer que a natureza essencial de Deus, o Deus vivo e pessoal, é o amor. Assim como Ele é “luz” (I João 2:9). Isto, naturalmente, não foi apenas um ato de amor. O próprio Deus tornou-se homem para que pudéssemos ter vida eterna (II Coríntios 5:18-19).

A igreja de Corinto estava cheia de rachaduras, cisões e divisões por causa dos dons (I Coríntios 1:12; 3:3-5; 12:12-31). O apóstolo Paulo, porém, disse que os dons não eram para a divisão do Corpo de Cristo (I Coríntios 12:25). Ali estava a igreja mais cheia de dons do Novo Testamento, mas também a igreja mais imatura e mais carnal, porque lhe faltava amor. A igreja de Corinto buscava os dons do Espírito, mas não o fruto do Espírito Santo. Vale a pena ressaltar que a igreja de Corinto claramente se esqueceu de imitar Jesus, o Filho de Deus, conforme reforça o apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo”. (I Coríntios 11:1). Todas as atitudes de Jesus Cristo eram atitudes de amor. Seu ministério evidenciou o amor prático. Desde o início de Sua jornada ministerial até o último momento, enquanto estava na cruz prestes a dar o último suspiro, Jesus Cristo, o Verbo de Deus, exerceu o Seu amor, inclusive consolando e resgatando um perdido que estava também morrendo ao Seu lado: “E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lucas 23:43).


O amor canal como arma de engano
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

Em um mundo cheio de controvérsias acerca de valores morais e religiosos, esse tema é de suma importância para nós, os cristãos desse tempo tão apático e apostatado. Não é fácil falar do amor que adora a Deus, pois tudo que temos presenciado é o contrário. O amor em evidência na pós-modernidade é o “amor carnal”, por vezes, diabólico. O amor carnal provém da obra da carne que não pode agradar a Deus. Vem de um coração cheio de autossuficiência, de auto sobrevivência. É o homem fazendo coisas por se próprio, com o único interesse de se auto promover às custas do Evangelho de Cristo. Usam a máscara da bondade interesseira, da santidade fingida, da humildade falsa e mentirosa. É pena ver que esse tipo de obra carnal tem seus adeptos em números incontáveis. Infelizmente eles lotam nossos templos religiosos e levam os desavisados e descuidados a um frenesi histérico, causando um verdadeiro pavor em nosso meio.

Esse tipo de amor não adora a Deus porque não provem de Deus. O amor diabólico engloba não somente os itens já citados acima, como se expande para muito mais. Ele visa roubar a glória que só pertence a Deus, quer tomar o lugar de Deus, ter a fama de ser o melhor e o mais capaz, ser o centro das atenções, exatamente, o comportamento averso ao amor verdadeiro.  Devemos ter o cuidado pois todos nós estamos sujeitos a cair nesse tipo de engano. Satanás é perito em enganar as pessoas, e faze-las pensar que podem ser melhores que o próprio Deus.

Isso é bem claro no episódio de Genesis 3. A tática de satã foi certeira e poderosa. Não precisou muito esforço da parte dele, o tiro foi certeiro. Mexeu com o ego da carne do homem. Enfim; estamos onde estamos pelo simples fato de o homem querer ser Deus. Assim tem sido a arma do diabo ao longo dos séculos: fazer o homem pensar que é alguma coisa sem Deus, e que é auto potente e suficiente sem a ação direta de Deus. Com isso o que sobra para o homem é o orgulho e a soberba. Com isso o homem planeja o mal e mascaram sua verdadeira intenção nas coisas que faz, tentando mostrar um falso amor, poderosa ferramenta de engano. É por esse motivo que vemos o desgaste espiritual em nossos dias. A diferença do amor que adora a Deus é que esse amor é incondicional. Não há interesse, não há prediletos ou favoritismo. O amor que adora a Deus é sem interesse de autopromoção. Isso é mostrado com clareza em toda a Bíblia, como na parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37).  É muito importante verificar esse texto com muito cuidado e aplicarmos isso a nossa vida.


Declarações sobre a 
ausência do amor

A palavra “amor” em 1 Coríntios 13 é a tradução da palavra grega “ágape”. Este é o amor que flui diretamente de Deus (Romanos 5:5). É um amor de tamanha profundidade que levou Deus a dar Seu único Filho como sacrifício pelos nossos pecados (João 316). É o amor de Jesus por nós. Conhecemos o amor nisto: que Ele deu a Sua vida por nós e nós devemos dar a nossa pelos irmãos (João 3:16; 15:2-14). Em I Coríntios 8:1 Paulo já havia ensinado que o amor edifica. Quando os dons são exercidos em amor, eles edificam a igreja. Mas quando não são usados com amor. Magoamos as pessoas (I Coríntios 13:1). Paulo expõe esse assunto por meio de uma referência indireta aos devotos dos cultos de mistérios gregos em Corinto, que adoravam Dionísio (deus do vinho) e Cibele (deusa dos animais selvagens). Nas ruas de Corinto, ecoavam o toque dos gongos barulhentos e dos címbalos estridentes, instrumentos que caracterizavam estes adoradores. Esse som monótono e pesado incomodava as pessoas como o latido constante de um cão. Apenas um metal que tine nas ruas, nada mais. Infelizmente, estamos, nos dias de hoje, literalmente ouvindo o barulho de muitos “metais que soam”, conforme escreveu o apóstolo Paulo em I Coríntios 13:1, e nada mais: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse a caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.” Contudo, apesar desse aparente amor, podemos visualizar os focos do verdadeiro amor, isto é, do amor que adora a Deus em espírito e em verdade (João 4:23-24).

Os coríntios pensavam que os possuidores de certos dons eram pessoas extremamente importantes. Mas sem amor essas pessoas eram totalmente insignificantes (I Coríntios 13:2). A ausência de amor faz com que o cristão perca o seu significado diante de Deus. Ele se transforma em uma nulidade, num zero. Deus não pode usar, para a Sua glória, um cristão sem amor. Igualmente desagradáveis são aqueles que usam o dom de falar em línguas, mas sem a motivação controlada pelo amor. Não importa se as línguas são humanas ou angelicais. Sem amor, tornamo-nos desagradáveis e rudes. O homem que se deixa levar pelo falar, antes que pelo fazer, vem a ser nada mais do que mero som. Sem amor, até a melhor linguagem do céu ou da terra se torna apenas barulho. Evidentemente que é muito fácil amar os nossos entes queridos, como os pais, filhos, cônjuge, parentes, amigos, companheiros de trabalho, etc., mas, somente pela ação portentosa do Espírito Santo de Deus, somos capazes de dedicar o amor aos nossos inimigos, de tal forma que lhes desejemos o bem e perdoemos as suas ofensas, de todo o coração, para jamais nos lembrarmos delas.

Do conhecimento e dos feitos poderosos, o apóstolo Paulo se volta para os atos de misericórdia e dedicação. Paulo agora menciona dois atos de sacrifício pessoal (contribuição sacrificial e martírio). Será que tais atos não são inerentes valiosos aos olhos de Deus? Não são meritórios. Tais atos podem ser motivados por uma teologia errada e por um propósito errado. Sem amor, todo o sacrifício se perde e nada se ganha (I Coríntios 13:3). O amor não é inconveniente. Ele tem simplesmente a consciência de evitar o que é vergonhoso. Essa é uma das razões pela qual o pai do filho pródigo, ao vê-lo em estado lastimável quando retorna, primeiro lhe veste com roupas novas e lhe põe o anel no dedo, para depois leva-lo à festa: “Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa o melhor vestido, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e alparcas nos pés, e trazei o bezerro cevado e matai-o; e comamos e alegremo-nos.” (Lucas 15:22-23). Ele é um pai que não expõe o filho à vergonha. Ele não mostra o filho na festa da forma como ele chegou (transtornado), mas sim do mesmo modo como ele saiu (belo e bem vestido).


Amor e Gratidão
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Os evangelhos narram duas histórias distintas que de tão semelhantes chegam a confundir até mesmo leitores atentos. Ambas falam sobre mulheres que demonstraram sua gratidão pelo amor do Cristo através do emblemático gesto de “ungir” seus pés com perfumes caríssimos. Mateus 26:2-13 e Marcos 14:3-9 registram a ação da mulher que durante um jantar realizado em Betânia, na casa de Simão, o “Leproso” (pai de Judas Iscariotes, e que fora curado por Jesus de sua lepra), se aproxima de Jesus tendo nas mãos um vaso de alabastro (material semelhante ao gesso). Ela se ajoelha em frente a Jesus e começa a derramar em seus pés um caríssimo perfume feito de “nardo puríssimo” para depois enxugar o precioso líquido com os próprios cabelos. Os discípulos se indignaram com a cena, pois entendiam que aquela era uma atitude dispendiosa, já que o dinheiro ali empregado, poderia ser doado aos pobres. Segundo a avaliação de Judas, tesoureiro do grupo, o valor ali desperdiçado era de aproximadamente 300 denários, cerca de R$ 15.000. Ao ver a postura reprobatória de seus seguidores, Jesus os exorta dizendo que aquele era um gesto único de amor, acalentando seu coração para enfrentar a própria morte, e que o mesmo, ecoaria pela posteridade. Além disto, Jesus lembrou os discípulos que eles ainda teriam muito tempo para exercer a generosidade para com necessitados, porém, muito brevemente seriam privados de sua companhia.  João 12:1-8 também registra esta mesma história, mas desta vez, nos é revelado o nome da mulher generosa: Maria, irmã de Lázaro. 

Lucas 7:36-50 nos conta uma história muito parecida, porém, em um cenário diferente. Muito antes do famoso “Jantar de Betânia”, uma outra mulher também se lançou aos pés de Jesus para ungi-lo com perfume. Não sabemos o seu nome e nem sua origem, pois a única referência dada pelo evangelista é que se tratava de uma “pecadora”. É provável que este fato específico tenha acontecido na Galileia, enquanto Jesus participava de um jantar na casa de Simão, o “Fariseu”. Num ambiente repleto de pessoas muito ligadas a religiosidade judaica, em nome do amor e movida por íntima gratidão, uma mulher de péssima reputação social, rompe com as conveniências, adentra a casa de um homem muito religioso, não se detém diante de monções reprovadoras e caminha determinada, com os olhos fixos em Jesus. Humildemente, ela se nega a ficar diante do Messias, e se colocando atrás de Jesus, abraça seus pés e se põem a beija-los, para logo em seguida, começar a chorar. Ao perceber que suas lágrimas estão molhando os pés do Senhor, ela passa e enxugá-los com seu cabelo, e então, derrama sobre eles, sem nenhuma reserva, o perfume de aroma delicioso que trazia consigo, ungindo os pés de Jesus.

Duas mulheres movidas por sentimentos muito parecidos, que testemunharam de forma pratica e incontestável o quão maravilhoso é mergulhar sem reservas no oceano da Graça. Voluntariamente elas escolheram a melhor parte, e entenderam que não existe lugar mais desejável para se estar, do que os pés de Jesus. A virtuosa Maria de Betânia, tinha motivos explícitos para tamanha devoção. Movida pelo amor que sentia por Jesus, seu mestre e amigo, ela aproveita a estadia do Cristo em sua cidade, para através da entrega de seu bem mais precioso, agradecer ao Messias por ter trazido seu irmão Lázaro de volta para vida, e involuntariamente, entra para a história como a mulher que ungiu Jesus e o preparou para enfrentar a cruz e o sepulcro. A pecadora anônima não tinha motivos aparentes que justificasse sua atitude, e também não temos qualquer evidência que Jesus tenha curado alguém de sua família. Mas ali, naquele momento sublime, o Cristo olha além das aparências e descortina o coração daquela mulher. Ela estava grata pelo maior de todos os milagres... Tinha encontrado Salvação. Com seu gesto, Maria agradeceu a Jesus pelo dom da vida. A pecadora agradecia por ter encontrado a própria Vida e o perdão para seus pecados.


Evidências do amor que 
adora a Deus

O maior e incomparável amor é o amor de Deus (João 3:16). O amor que veio até nós, resgatando-nos de nossa prisão e condenação eterna. Em Jesus Cristo temos a perfeita e completa ação do amor. Na parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37), os religiosos passam de largo e não dão a mínima atenção ao ferido do caminho, mas aquele que respira o amor desiste de suas urgências e reserva toda a atenção a esse desconhecido que ali desfalecia. Além disso, coloca toda sua estrutura a serviço deste necessitado e encerra com recomendações e pagamento adiantado pelo tratamento. Esse “amor” adora a Deus, porque é o “amor prático”. Muitas vezes pensamos que o próximo só é aquele que é mendigo, ou aquele que foi acidentado, ou assaltado. No entanto, perto de nós, pode existir um próximo com depressão profunda; alguém necessitando urgentemente de Jesus Cristo; de salvação; alguém muito angustiado; alguém extremamente perturbado; alguém que esteja acabando na bebida, no cigarro, nas drogas; alguém totalmente entregue aos vícios. O próximo não é só aquele que nos pede socorro ou aquele que vem pedir a nossa ajuda. O próximo é alguém muito carente de uma palavra de conforto, de esperança, de alívio, de salvação, de restauração, de uma mão acolhedora, de uma mão amiga.

Segundo a Lei, a mulher apanhada em adultério deveria ser apedrejada (João 8:1-11). Era natural o apedrejamento nessas circunstâncias e ainda com um tom de “suposta adoração”. Jesus Cristo igualou esse pecado com os pecados dos seus acusadores. Se esta deveria ser apedrejada, todos deveriam ser apedrejados. O amor de Jesus não condenou, não acusou. Ao contrário, libertou essa pobre mulher. Ela, juntamente com os acusadores, representa o mundo em que vivemos. Somente o amor prático evidencia a verdadeira libertação e consequentemente adora a Deus. Citemos como exemplo o amor e perdão de José por seus irmãos, que é algo realmente fantástico. A história de José só é superada pela história de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Seu amor, dedicação espiritualidade, ética e perdão são exemplos para todas as épocas (Gêneses 45:4-14; 50:20-21). Que saibamos exercer esse amor que glorifica a Deus e deixa incríveis marcas para as futuras gerações.

O Rei mandou trazer Mefibosete, filho de Jônatas e neto do rei Saul, de Lo-Debar (II Samuel 9:1-8). Ele estava esquecido na história e sem perspectivas, mas o amor prático foi em sua busca. Davi pode dizer a Mefibosete: “Lo-Debar nunca mais!”. Mefibosete pôde confirmar isso através do tempo, mesmo tendo que suportar as mentiras de Ziba (II Samuel 9:1-13). Logicamente, houve diversas atitudes semelhantes a essa na vida de Davi, a tal ponto de ser conhecido como um homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22). Praticamos esse amor quando honramos o nosso próximo. Pode ser um parente dentro de casa, ou mais distante, um irmão da igreja com o qual nós convivemos, um vizinho de nossa casa, um colega de trabalho ou de escola. Pode ser qualquer pessoa que encontremos em nosso caminho. É extremamente importante que o cristão entenda o seu papel como servo de Deus e como representante de Deus neste mundo. Todo cristão se depara com o próximo no seu dia a dia. Mesmo que no nosso dia a dia não pareça existir um próximo, ele existe e muitas vezes nem o enxergamos.


Conclusão

Todas as vezes que encontrarmos alguém que amou verdadeiramente com atitudes fica um legado, uma história de bênçãos e de honra ao nosso Deus. Jamais podemos abandonar esta prática, pois ela nos torna conhecidos como discípulos de Jesus Cristo (João 13:34-35).






Vivemos para adorar. Deus criou o homem para que este O adorasse. O combustível da adoração é a comunhão com Deus. Uma comunhão verdadeira e despretensiosa começa em um lugar secreto. Adoração é decidir investir a vida no Eterno. É quando nos redescobrimos em Deus e todas as demais coisas são periféricas diante de tão grande descoberta. Deus não procura adoração, mas adoradores. Para compreender ainda mais os princípios da verdadeira adoração, participe deste domingo, 06 de novembro de 2016, da Escola Bíblica Dominical.

Um comentário:

  1. Parabéns, meus irmãos. Comentários abençoados. Continuem nessa força. A Paz do Senhor Jesus!

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