sábado, 26 de novembro de 2016

Uma síntese da obra messiânica


Os evangelhos não apresentam apenas um quadro das atividades de Jesus, nem tampouco são biografias técnicas.  Mateus escreveu para uma audiência hebraica, por isso fez questão de destacar a genealogia de Jesus e o cumprimento das profecias do Velho Testamento, que comprovavam o fato de Cristo ser o tão esperado Messias. Mateus é enfático ao indicar a linhagem real de Jesus, identificando-o como o “Filho de Davi” que ocuparia para sempre o trono de Israel (Mateus 9:27; 21:9). 

Sabemos que o Evangelho segundo Mateus foi escrito para os crentes judaicos, com a finalidade de mostrar que de fato Jesus era o Messias esperado.  Para isso, Mateus apoia-se nas revelações, promessas e profecias do Antigo Testamento. É a Bíblia testificando a própria Bíblia. Outro fato interessante neste Evangelho é o uso da genealogia, onde Mateus faz a linhagem de Jesus retroceder até Abraão.  O evangelista declara repetidas vezes que Jesus é o "Filho de Davi" (1:1; 9:27; 12:23; 15:22; 20:30-31; 21:9-15; 22:41-45). Em resumo, o Jesus dá história também é histórico.

Neste Evangelho, encontramos com detalhes o ministério de Jesus desde o seu nascimento até sua ressurreição. Temos no próprio livro o registro do encontro de Mateus com o "Mestre dos mestres", evento que mudou sua vida. De cobrador de impostos à discípulo de Jesus. Nele também conhecemos o homem chamado de precursor do Messias - "João Batista". Mateus nos dá informações preciosas da vida e mensagem desse grande homem de Deus. Os milagres de Jesus registrado neste livro possuem minuciosos detalhes que nos impressionam mesmo depois de repetidas leituras. Mateus tem uma vibrante conotação didática e ao mesmo tempo linguagem simples que facilita nossa compreensão acerca do Reino de Deus.

Deus esteve por quatrocentos anos preparando o mundo para a chegada de Jesus, e agora o cenário estava pronto. Antes, porém, um mensageiro deveria ser enviado, uma voz que clamaria no deserto preparando o caminho do Senhor e aplainado a estrada para Deus (Isaías 40:3). Por séculos, os profetas estiveram extintos, mas Deus volta a se manifestar exatamente para anunciar o nascimento do maior deles, e o seu nome era João (Mateus 11:11). Logo em seguida, por intermédio de um anjo, Deus revelaria a uma jovem chamada Maria que ela daria à luz ao Salvador do Mundo.

Maria, sua mãe estava desposada com José. Jovem de boa índole e moral elevada, achou- se grávida pelo Espírito Santo. Quando José tomou  ciência dessa situação tentou deixar Maria em segredo, mas logo, sendo visitado por um anjo em sonhos, resolveu receber Maria como sua mulher. Um ato de grande abnegação pessoal. Um decreto de César obrigava que os homens fossem à sua cidade natal para se alistarem. Dessa maneira, José teve de ir a Belém, levando consigo a Maria. Ao chegarem lá, não conseguiram lugar adequado numa hospedaria por já estar lotada. Quando estas lotavam, os hóspedes acomodavam-se no estábulo da hospedaria e foi assim que Jesus nasceu, cumprindo a profecia acerca do lugar de seu nascimento.

O primeiro testemunho público sobre a divindade de Jesus foi proferido por João Batista, assim que Cristo passou pelo teste da provação no deserto. Ele não apenas relatou a visão que tivera no momento em que estava batizando Jesus, como também afirmou aos seus ouvintes que Cristo era o Cordeiro de Deus que iria tirar o pecado do mundo (João 1:29-37). Mas nem todos compreenderam de imediato esta revelação, afinal, conforme profetizado 700 anos antes por Isaías, nada de “muito especial” seria percebido naquele homem em um primeiro olhar. Seu jeito era simples, seu rosto era familiar demais para ser percebido. Ele havia nascido em uma pequena cidade e sido criado em uma região sem maiores relevâncias.

Sua profissão não era nobre e seu nome extremamente comum. Enfim, aparentemente, nada se via naquele carpinteiro de Nazaré que despertasse grande curiosidade em conhecê-lo melhor. Mas Jesus tinha algo especial, que o fazia ser melhor que seus autodenominados inimigos. Ele era o Filho de Deus, e suas palavras jamais soaram vazias ou pragmáticas, pois eram acompanhadas de sinais e prodígios maravilhosos. Seus feitos percorriam toda a terra, despertando o interesse de um número cada vez maior de pessoas para a mensagem do "Rabi Carpinteiro".

A encarnação do Filho do Homem entre nós teve como objetivo principal expiar os pecados da humanidade na cruz, reconciliando os pecadores e salvando todos os que haviam se perdido (João 1.14). Portanto, enfatizaremos a seguir o teor da fidelidade de Jesus no cumprimento dessa incumbência intransferível. A maneira de viver que Jesus partilhou com os que estavam à Sua volta foi suficiente para influenciar as demais gerações que sucederam depois d’Ele (Tiago 1:18). Mesmo ainda jovem ocupou a sua mente e seu tempo em cumprir estritamente os propósitos do Pai que o enviou para uma obra incomparável (Lucas 2:52).

Os passos do Mestre neste mundo foram marcados pela maneira fiel com que se relacionou com o Altíssimo. A submissão de Jesus em concretizar o plano de salvação designado por Deus implicou-O a tornar-se humano. Isso o condicionou a conviver com pessoas influenciadas pelo cumprimento da vontade romana em manter o domínio cultural e territorial de seus súditos.

Jesus submeteu-se à vontade do Pai, carregando sobre Si mesmo os pecados da humanidade para que pudesse redimi-la e reconciliá-la com o Pai. Dessa forma, Jesus foi enviado voluntariamente, como um sacrifício perfeito, imaculado, realizando um ato de expiação na cruz, reconciliando o homem com o Criador (II Coríntios 5:18,19).

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