Como cristãos, tendemos ao achismo de que somos
imunes a qualquer tipo de enfermidade emocional. Exatamente por isso, ignoramos
os seus sintomas e não conseguimos diagnostica-las antes de sua eclosão. Faça
uma análise honesta de seus sentimentos e veja se você identifica vestígios
destes males em sua vida:
1 - Complexo de Inferioridade, Complexo de
Incapacidade e Complexo de Ansiedade.
Pessoas que sofrem com estes complexos alimentam a
ideia de que nunca serão alguma coisa, que tudo dará errado e que ninguém gosta
dela.
2 - Complexo de Perfeccionismo
É uma doença gravíssima, e a pessoa tem um
sentimento interior de insatisfação; pensa que nunca faz nada direito e não
satisfaz aos outros, a si mesma e nem a Deus; carrega uma sensação de culpa,
sempre impulsionada pelo que sente ser seu dever.
3 – Suscetibilidade
Este trauma torna a pessoa supersensível, e atinge
quem já padeceu com muitas mágoas. São pessoas que exigem muito agrado, no
entanto, por mais que seja feito algo para alegrá-las, nunca é o
suficiente.
4 – Temores Patológicos
Pessoas que temem demasiadamente o fracasso, e
possuem tanto medo de perder no jogo da vida que nunca entram na partida.
Assistem na plateia sem se comprometerem.
Caso você tenha diagnosticado qualquer uma destas
enfermidades em sua vida, não perca a sua fé, mas também não ignore a ajuda da
medicina. Ter
mais fé, orar mais e ler mais a Bíblia são orientações comuns para solucionar
os problemas de traumas, depressão e outras enfermidades da alma. Mas essas
respostas são simplistas demais e denota ausência de conhecimento e
sensibilidade para situações de grande complexidade. Na verdade, a pessoa que
recebe essa orientação, pode acumular mais pressão sobre si, uma vez que seus
problemas são de origem emocional. A sua forte sensação de culpa aumenta e
redobra o seu desespero.
Alguns irmãos precisam de uma orientação
terapêutica na área das emoções, um psicólogo ou até mesmo psiquiatra. Assim
como um leigo não pode prescrever remédio a um paciente com problemas
patológicos, também é necessária a capacitação específica para cuidar de
pessoas com problemas emocionais, uma vez que esses podem gerar doenças
psicossomáticas.
Por mais difícil que possa parecer, é fundamental
encarar o problema de frente. Admitir e falar do assunto com outra pessoa faz
parte do processo de cura. Existem problemas que nunca poderão ser
solucionados, enquanto não falarmos deles. As confissões possuem poder
terapêutico, tanto que a Bíblia nos orienta neste procedimento: “Confessai,
pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes
curados” (Tiago 5:16), então devemos reconhecer de forma consciente nossos
problemas e procurar alguém idôneo para nos ajudar.
Há pessoas que só querem conversar sobre suas
mazelas, e não querem a cura. Só falam para despertar a compaixão nos outros e
se utilizam dos ouvintes como uma muleta. Foi exatamente essa a pergunta que o
Senhor Jesus fez ao paralítico que esperava ser curado há trinta e oito anos
(João 5:6). O paralítico respondeu a Jesus: “Mas, Senhor, ninguém me
põe na água. Eu bem que tento, mas todos chegam antes de mim”. Aquele homem
esperou tanto tempo que já estava emocionalmente abalado. Sabe-se que, mesmo
fisicamente, não se pode curar uma pessoa sem que haja, por parte da mesma, uma
íntima vontade e desejo de ser curado. Os médicos fazem a parte que lhes cabe,
mas o maior trabalho fica por conta da própria pessoa. Ninguém pode fazer por
nós o que não desejamos nós mesmos. Por isso Jesus pergunta: “Queres
ficar são?” (João 5:6; Lucas 18:41).
Não é possível mudar o passado, mas é possível
controlar seus efeitos em nossa vida. Diante dos traumas emocionais, existem
duas atitudes possíveis: a de ressentimento e a de perdão, e mais nenhuma
outra. Se analisarmos um exemplo bíblico de um coração ferido,
descobriremos José. Foi a atitude de perdão que salvou José de tornar-se
prisioneiro do seu passado, pois não abrigou, em seu coração, desejos de
vingança (Gênesis 45:5). De uma maneira maravilhosa, os sofrimentos que José
experimentou foram usados por Deus, os dias difíceis haviam-se passado e José
soube deixá-los para trás.
O ressentimento, muitas vezes, apresenta-se como um
empecilho à obra restauradora de Deus e do seu Santo Espírito. O Senhor quer
nos curar, mas nós recusamos a esquecer o passado e resistimos olhar para
frente. Não podemos ser escravos de quem nos esqueceu, nem de nossa história. O
sofrimento, associado ao ressentimento resulta em escravidão (Jó 5:2; Gálatas
5:1). É como se estivéssemos condenados a caminhar com enormes algemas
amarradas aos pés. Acrescentar ressentimento às lembranças dolorosas é criar
uma mistura ácida que corrói o coração. Só há um meio de apagar essas
cicatrizes que se abrem com frequência: entregar, inteiramente, nossos males
nas mãos daquele que “verdadeiramente tomou sobre si todas as nossas dores”
(Isaías 53:4).
Todos nós precisamos de cura e crescimento
emocional. Trata-se de uma atitude de humildade e reconhecimento de que
necessitamos de Deus e da cura do Senhor. Quando temos uma ferida,
colocamos um curativo e tapamos a ferida, mas ela continua lá, e, quando esbarramos
em algo, sentimos dor novamente. Assim é a ferida emocional, também, tapamos
fingindo que não está lá, mas de lá ela não saiu. E, quando acontece alguma
coisa que mexe com o nosso emocional, sentimos novamente aquela dor.
Para sermos curados, é necessário tirarmos o
curativo para que Deus derrame seu bálsamo curador. Há pessoas que não
conseguem se apropriar da cura de Deus para os traumas emocionais. E Deus,
paciente e cuidadosamente, inicia o tratamento do nosso coração. Mas, quando
ele já está quase curado, o ferimento começa a coçar. A pessoa diz: “Não, eu
não posso esquecer; não vou deixar isso barato”. O Escritor inglês Willian
Shakespeare disse certa vez que “guardar magoa”, é como ingerir veneno
esperando que outra pessoa morra. Solte as amarras emocionais com o perdão
Frequentemente há ódio, raiva e ressentimento em
nossa alma, associados às lembranças dolorosas. Na realidade, são esses
sentimentos (e não o fato em si) que nos machucam, perseguem e causam tristeza.
Diariamente tais sentimentos trazem, à tona, a dor que um dia sofremos. Quando
nos ressentimos (tornar a sentir; sentir muito), remoemos a mágoa, relembramos
a ofensa, revivemos a dor e reforçamos o sofrimento. Autorizamos àquele que nos
feriu no passado o poder de fazê-lo no presente e continuar nos ferindo no
futuro. As amarras emocionais só podem ser rompidas com o perdão.
O ressentimento nos torna marionetes nas mãos de
Satanás, ficamos amarrados, controlados, escravizados, fazendo exatamente o que
ele quer (II Corintos 2:10,11). Cultivar o ódio é como segurar uma brasa acessa
na mão, com a esperança de ferir alguém, mas na verdade, o único que realmente
se fere, é aquele que a está segurando.
Caso você tenha identificado algum destes males em sua vida, não se
desespere: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa
fraqueza” (Romanos 8:26). Essa declaração do Apóstolo Paulo nos lembra qual
é a ação do Espírito Santo na vida do cristão. Ele assiste, ou seja, acompanha
em conjunto, passo a passo todo o processo de restauração de cada um. O
Espírito Santo se torna um companheiro, trabalhando ao lado de quem sofre, participando
tanto do sofrimento quanto de todo o processo de cura (Atos 15.28). Ele é o
terapeuta espiritual e eficaz que nos auxilia, orientando naquilo que é preciso
fazer (João 14.16,26).
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