quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

EBD - A geração que duvidou da promessa de Deus e temeu seguir adiante



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 102 - Editora Betel
Aprendendo com as Gerações Passadas  - Lição 03
Comentarista: Pr. Manoel Luiz Prates












Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes












Texto Áureo
Jeremias 12:5
Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com cavalos? Se tão-somente numa terra de paz estás confiado, que farás na enchente do Jordão?

Verdade Aplicada
Sempre surgirão obstáculos em nosso caminho. Se confiarmos no Senhor, venceremos!

Textos de Referência
Números 13:17-18; 25; 27-28

Enviou-os, pois, Moisés a espiar a terra de Canaã e disse-lhes: Subi por aqui para a banda do sul e subi à montanha; e vede que terra é, e o povo que nela habita; se é forte ou fraco; se pouco ou muito.
Depois, voltaram de espiar a terra, ao fim de quarenta dias.
E contaram-lhe e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel, e este é o fruto.
O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades, fortes e mui grandes; e também ali vimos os filhos de Anaque.

Introdução

Quando somos desafiados por Deus a começar algo em nossas vidas, temos a tendência de recuar porque o novo sempre nos amedronta. Assim, adiamos para “amanhã” as oportunidades que Deus nos oferece hoje.


No limiar da promessa
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

A saída de Israel do Egito é um marco antológico da história. Até aquele momento, a humanidade jamais tinha presenciado uma manifestação tão visível e abrangente do poder do Senhor. Águas se tornaram em sangue, fogo choveu do céu, luzes e trevas coexistiram, insetos e anfíbios atuaram de forma orquestrada, mar abriu no meio, nuvem se transformou em coluna de fogo para aquecer a noite. Infelizmente, grande parte da nação se acostumou a presenciar obras tão grandiosas, e com isso, banalizou a cuidado de Deus com seu povo. Ainda estavam impregnados pelo Egito e seus deuses tangíveis, e com isso, nutriam grande desconfiança de um Deus que não podiam ver, mesmo que Ele se revelasse diariamente. Quando Israel chegou em Cades-Barnéia, no deserto de Parã, já estava no limiar de Canaã, a poucos passos da terra prometida. Com mão forte e braço estendido, Deus os havia tirado do Egito, e com feitos portentosos, os trazidos até a fronteira da promessa. Mesmo assim, o povo duvidou, temendo o desconhecido, apreensivo com o que estava por vir. Então, Deus permitiu que Moisés enviasse espias para sondar a terra, e assim, acalmar a ansiedade dos israelitas. Foram escolhidos para esta missão, 12 homens entre os líderes do povo, sendo um de cada tribo: Samua (Rúben), Safate (Simeão), Calebe (Judá), Ioal (Issacar), Josué (Efraim), Palti (Benjamim), Gadiel (Zebulom), Gadi (Manassés), Amiel (Dã), Setur (Aser), Nabi (Naftali) e Geuel (Gade).

Moisés os orientou a colher informações sobre a geografia do lugar (relevos e rios), a qualidade e a produtividade do solo, áreas agrícolas e florestas, aspectos gerais dos moradores, nível de segurança das cidades, e por fim solicitou que fossem colhidas amostras dos frutos ali produzidos. Por quarenta dias os espias sondaram a terra. Partindo de Cades–Barnéia, chegaram ao sul de Canaã por Hebrom e dali se dirigiram ao extremo norte pelo caminho próximo ao mar Mediterrâneo. Após alcançarem Reobe, o grupo regressou a Hebrom, desta vez pelo Vale do Jordão. Antes de voltarem para o acampamento, os espias se ativeram em Ecol, de onde colheram cachos de uva para apresentarem aos israelitas. Embora o povo tenha ficado admirado com os frutos trazidos de Canaã, o relatório dos espias não foi recebido com o mesmo entusiasmo.

Segundo eles, a terra era realmente boa, manando leite e mel conforme havia sido prometido por Deus. Porém, os habitantes locais eram muito poderosos, as cidades eram grandes e fortificadas, os amalequitas já dominavam a terra do Neguebe, as montanhas eram habitadas por tribos cananitas (heteus, jebuseus e amorreus), e pelo caminho, ainda estavam os filhos de Anaque, homens tão altos, que fariam os israelitas se sentirem como gafanhotos prontos para serem pisados. Ao ouvirem estas palavras, o povo foi subitamente tomado por grande desanimo, considerando impossível a conquista de território tão hostil, a mesma opinião de dez dos doze espias. Aquela foi uma noite de choro e murmurações.


A procrastinação de Israel

Procrastinação vem de duas raízes latinas: “pro”, que significa “para adiante”; e “eras”, que significa “amanhã”. Procrastinar é prorrogar para amanhã o que o Senhor deseja realizar agora. A ordem de Deus era simples: observar a terra, fazer um relato do que nela havia e depois conquistá-la (Números 13:2), mas o medo se apossou deles de tal forma, que chegaram a ignorar até mesmo o porquê de estarem ali. A exposição da maioria temerosa atraiu a atenção do povo e, assim, eles adiaram a aceitação da promessa de Deus (Números 13:31-33). A procrastinação é uma alternativa covarde. Ela nos faz ignorar a presença e o poder do Senhor na análise de um desafio. Então, o pânico nos atinge e, assim, adiamos uma ação ou decisão importante.

Entrar na terra Prometida era para os filhos de Israel tanto uma bênção quanto um desafio. É preciso entender que a procrastinação traz perda, atraso e perigo. Ela impede a realização das promessas de Deus quando resistimos por medo ou incredulidade. A procrastinação é o temor que esqueceu o prometido nas orações. Duvidar do que sabemos ser a vontade de Deus é um grande mal (Tiago 1:6). O Senhor nunca volta atrás em Sua Palavra. O medo produz a dúvida e a dúvida gera a incredulidade (I João 4:18). Quem procrastina pode estar a um passo do fracasso e Israel é um forte exemplo para todos nós.

Os israelitas usaram da imaginação para formar um quadro do pior (Provérbios 3:25). O Epitáfio da morte da coragem deles foi expresso nas palavras da maioria (Números 13:33). A imagem que eles tinham de si mesmos era depreciativa (Tiago 1:6). Eles se tornaram no que pareciam aos seus próprios olhos: gafanhotos impotentes e insuficientes! Foi desse modo que agiram e reagiram.

Deus não enviou os espias para fazer um relatório comparativo de quem eram diante dos outros povos, apenas os enviou para observar a terra, seus moradores, se a terra era boa, e que trouxessem o fruto para mostrar a seus irmãos (Números 13:17-20) Com certeza, não era esse o relatório fúnebre que o Senhor queria que o povo ouvisse.

O terror implantado no coração dos dez espias se espalhou e infectou toda a nação. As circunstâncias podem variar, mas isso não invalida o que Deus já disse. Tanto atrasar uma decisão quanto não decidir pode ser desastroso (Hebreus 12:15). Naturalmente, há tempos de espera quando ficamos atentos às ordens de Deus para avançar. Essa é uma época criativa e necessária. Não é procrastinação, é esperar até obter sinais claros do Senhor antes de agir. Procrastinação é a relutância em pôr em ação o que Ele já tornou abundantemente claro. 

As decisões que tomamos hoje afetarão de forma radical a ousadia espiritual ou a falta dela na vida de outras pessoas. É interessante como as pessoas estão no mesmo lugar, vendo uma mesma coisa, mas a forma de interpretar pode ser diferente em cada uma delas (Jó 20:3-8). Nosso problema não está em não compreender certas coisas, mas no que compreendemos e falhamos em obedecer. Apesar de verem diversas evidências dos milagres de Deus e de Sua provisão, eles desejaram voltar para o Egito! É difícil de acreditar, mas é a pura verdade. Por esperar tempo demasiado podemos perder a capacidade de dizer “agora” e dizer “não”. Ao dizer “não”, o povo desprezou a grande oportunidade de sua vida. Eles não disseram “não” para a terra, mas para Deus e Seu projeto.


Enfrentando Gigantes
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Quando os espias retornaram com seu relatório, dez deles estavam aterrorizados com o tamanho dos filhos de Anaque, verdadeiros “gigantes” que faziam homens comuns se sentirem como insetos. Josué e Calebe, por outro lado, olhavam a situação sob outra perspectiva. Eles se focavam nas uvas. Historicamente os hebreus sempre foram apreciadores de um bom vinho, e isso demandava o cultivo de vinhedos de boa qualidade. Assim, enquanto os espias só conseguiam enxergar o problema, analisando como eram fortes e poderosos os habitantes da terra, Josué e Calebe se atentaram ao fato que eram necessários “dois” homens para carregar um único cacho de uva produzido na região. Muitas vezes, problema e solução são faces distintas do mesmo prisma, e assim, a interpretação do custo-benefício depende de “quem” e “como” se olha para ele.

Conta-se que o dono de uma loja de sapatos enviou dois de seus vendedores para uma cidade do interior. Um deles, ao chegar verificou que os moradores andavam descalços e imediatamente voltou para casa, imaginando que ninguém se interessaria em comprar sapatos por ali. O outro vendedor, ao constatar a mesma situação, abriu um sorriso largo e falou consigo mesmo: - Ninguém nesta cidade tem sapatos. Vou vender que nem água!

Josué e Calebe enxergaram oportunidades onde outros viam impossibilidades.  Ao olhar apenas para os fatos e as evidências humanas, toda uma nação foi corroída pela descrença. Os dois, porém, mantiveram seus olhos voltados para Deus, focados na promessa, certos que o “EU SOU” não abandonaria sua grande obra pela metade. Sob a liderança visionária de Josué, os israelitas reconquistaram as terras de seus patriarcas, vencendo muitas batalhas na força do Senhor. Um dos líderes mais expoentes deste avanço em Canaã foi exatamente Calebe, que liderando uma tribo formada por 76.500 judeus, ocupou boa parte da região sul de Canaã, tomando posse dos territórios que formaram a Judéia. Após cinco anos de campanhas, Calebe viveu plenamente a promessa, quando finalmente recebeu por herança o monte Hebrom. Antes, porém, precisou realizar uma limpeza territorial, expulsando da região tribos hostis e povos pagãos, sendo que entre eles estavam os anaquins Sesaí, Aimã e Talmai, os mesmos gigantes que causaram tanto pavor nos dez espias que foram sepultados no deserto.

Na emblemática batalha entre o pequeno Davi e o gigante Golias, é possível mais uma vez entender a relatividade do tamanho de nossos problemas. O pastorzinho de Belém não se focou na estatura do guerreiro filisteu, ou com a capacidade esmagadora de seus pés e mãos. Ele mirou na “imensa” testa do gigante, onde sabia que poderia acertar. Por outro lado, Davi ao longo da narrativa deste confronto, Davi se refere ao gigante em poucas ocasiões sempre profetizando que ele seria derrotado (Samuel 17:26, 32, 36, 37). Porém, neste mesmo período, Davi de constantemente menciona o nome do Senhor, o Deus de Israel, aquele que daria vitória ao seu povo. E foi exatamente isso que aconteceu. Até mesmo o maior dos gigantes que enfrentamos, é ridiculamente pequeno diante da menor ação de Deus a nosso favor!


Vencendo os temores

Os homens retornaram da investigação da Terra Prometida impressionados pela estatura e corpulência dos habitantes de Canaã. Eles, além de se desqualificarem, se declararam inferiores, devido ao medo que portavam em seus corações. As dificuldades e os problemas da vida são oportunidades para observar a intervenção de Deus em nosso favor. O cuidado do Senhor para com o seu povo é sempre permanente. O segredo do sucesso é a total confiança em Deus. O homem faz o possível e o impossível é tarefa de Deus (Lucas 18:27). O propósito de Deus era que os israelitas chegassem à Terra Prometida. Após a escravidão e o sofrimento no deserto, o povo de Deus deveria apossar da herança que lhes pertencia. Todavia, a mentalidade determina grande parte nos resultados desejados. Ninguém deve sentir-se derrotado antes de entrar na batalha. Não se deve declarar ser incompetente antes de haver tentado. Pior que perder é nunca ter lutado. O temor paralisa o ser humano, o inutiliza e o conduz a uma vida improdutiva (Números 13:31-32).

O povo que vivia em Canaã era forte e suas cidades eram fortificadas. E o mais assustador de tudo é que os espias haviam visto os filhos de Anaque, os gigantes da terra. O medo é comum aos seres humanos (I João 4:18). Mesmo com medo, eles deveriam ao menos recordar o que Deus já lhes havia prometido entregar aquela terra (Josué 1:13).

O relatório dado por Calebe e Josué era corajoso e ousado. Calebe atrai a nossa atenção e admiração quando diz: “Subamos animosamente e possuamo-la em herança; porque certamente prevaleceremos contra ela” (Números 13:30). Admiramos sua prontidão, ousadia e intrepidez. A perseverança e a obediência de Calebe renderam-lhe a promessa do Senhor de que ele entraria na Terra Prometida (Números 14:24). Calebe estava cheio do Espírito do Senhor e ele seguia ao Senhor sem discussão. Para ele, gigantes eram gafanhotos, pois ele os via de outra forma.

Deus observou que em Calebe havia um espírito guerreiro, capaz de crer em Suas palavras. Ele afirmou que Calebe era um homem de perseverança, que é a qualidade de uma pessoa que não desiste com facilidade. E, diante de todos, o Eterno disse que, por sua coragem e intrepidez em seguir ao Senhor (Números 14:24) ele e a sua descendência já estavam assegurados na possessão da terra da promessa. 

Os espias viram como o Senhor abriu o Mar Vermelho, experimentaram a provisão de maná no deserto e desfrutaram da proteção de uma coluna de nuvem que o Criador tinha colocado sobre eles para livrá-los no deserto. Antes de ver os gigantes em Canaã eles já conheciam a grandeza do Senhor, porém, se esqueceram que Deus estava do seu lado (Deuteronômio 11:2-7). As experiências da fidelidade de Deus no passado são importantíssimas para enfrentarmos o futuro. Não existe gigante superior à enormidade do Criador. Nenhum exército pode deter a mão estendida do Altíssimo. Não há nenhuma força das trevas que possa fazer tropeçar aqueles que confiam em Deus (Salmo 5:11).

Quando se tem uma mentalidade de gafanhoto, é possível esquecer-se prontamente das maravilhas operadas por Deus, ignorar Seus poderosos atos de misericórdia e discordar das bênçãos que estão à nossa frente (Deuteronômio 3:24). Cada cristão deve derrubar seus gigantes e tomar posse da herança que o Senhor Deus colocou diante dele. Muitos aproveitam as oportunidades, enquanto outros deixam passar. Na vida, há vencedores e perdedores; protagonistas e espectadores; espias medrosos e espias valentes.


Enxergando além das aparências
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Para conter a ansiedade de povo, doze espias foram enviados até Canãa, afim de verificar as qualidades da terra. Porém, ao regressarem, com um relatório pessimista, implantaram um estado de pânico generalizado. Josué (da tribo de Efraim) e Calebe (da tribo de Judá) foram as únicas exceções. Eles estavam maravilhados com a terra e nem um pouco preocupados com os inimigos que teriam que enfrentar.  Ambos se inflamaram a esforçar o povo, encorajando-os a não terem medo dos cananitas, pois Deus estava ao lado dos hebreus, e os inimigos seriam devorados como se fossem pães (Números 14:9). Porém, os filhos de Israel não deram ouvidos a estas palavras, e imediatamente, se levantou grande rebelião contra Moisés e Arão, exigindo um retorno imediato ao Egito, nem que para isso fosse necessário escolher um novo comandante. Por serem contrários a este desejo retrógrado, Josué e Calebe foram hostilizados pelo povo, e só não foram vitimados por um apedrejamento público porque Deus bradou com poder e grande fúria na tenda da congregação. 

Falando à Moisés, o Senhor revelou que não tolerava mais a incredulidade daquela gente, que os estava rejeitando como nação eleita e que o povo seria ferido de morte. Em decorrência da intercessão de Moisés, Deus não destruiu a nação de Israel em Parã, mas jurou que todos os homens que viram os sinais realizados no Egito, mas desobedeceram sua voz, não entrariam na terra prometida. A partir daquele dia, Israel peregrinou quatro décadas, um ano para cada dia de espionagem, até que toda aquela geração morresse no deserto. As únicas exceções foram Josué e Calebe.

Josué era filho de Num, eframita nascido no Egito que passou a ter maior destaque nacional quando foi escolhido para comandar os hebreus na batalha de Redifim contra os amalequitas (Êxodo 17:8-16). Seu nome era Oséias (que significa “Salvação), porém, Moisés passou a chama-lo de Josué (Deus é a Salvação). Durante os anos de caminhada pelo deserto, ele se tornou um tipo de “assessor” de Moisés, acompanhando seu mentor em todos os eventos de relevância. Foi o único autorizado a subir com Moisés ao Sinai quando este recebeu os mandamentos. Também guardava a porta da tenda enquanto Moisés falava com Deus. Com a morte de Arão, tornou-se o braço direito do grande líder e seu sucessor imediato. Quando Moisés também morreu, coube a ele a responsabilidade de atravessar o Jordão e conduzir Israel a tomada da terra prometida. Ao todo, Josué liderou a conquista de 33 territórios.

Calebe por sua vez, era um judeu filho de Jefoné que exerceu exímia liderança na tribo de Judá durante duas gerações. Era um homem dotado de muitas virtudes do qual o próprio Deus deu impressionante testemunho. Por sua perseverança e fé, o Senhor lhe fez duas grandes promessas: ele sobreviveria ao deserto e herdaria a terra que espiou (Números 14:34). Ele lavrou este juramento em seu coração, e nem mesmo a passagem dos anos foi capaz de minar sua fé nas promessas. A chegada em Canaã não lhe assegurou a posse de sua herança, foi preciso investir mais cinco anos de vida na conquista do território que lhe fora prometido. Mesmo empregando seus melhores dias nesta jornada, e esforçando suas mãos na conquista, Calebe não valorizou os seus méritos pessoais, pelo contrário, faz questão de louvar ao Senhor por tê-lo conservado com vida.

Sua fidelidade ao Deus de Israel o fez exercer um tipo de liderança focada nos mandamentos divinos, e assim, Judá, tribo sobre sua liderança, se negou a selar pactos com povos estrangeiros, preservando a identidade de seu povo. Calebe teve entre seus descendentes outro líder muito bem-sucedido, já que seu sobrinho/genro Otniel, além de exímio guerreiro, é identificado como um dos juízes de Israel (Juízes 1:11-15). Depois de sua morte, o nome de Calebe é citado cerca de 400 vezes nas escrituras, ratificando seu legado. 


As lições de uma porta fechada

Os dez espias deram os seus informes negativos e desanimaram todo o povo, porém Josué e Calebe apoderaram-se da fé e encorajaram toda a congregação a herdar a Terra Prometida. Josué e Calebe nos ensinam que a verdadeira fé é a semente que tem como fruto a obediência e a justiça. Uma atitude impensada pode causar danos muito sérios às nossas vidas (Mateus 12:37). É preciso lembrar da exortação de Jesus Cristo quanto à relação que existe entre palavras e coração (Mateus 12:34). Desde o início o povo murmurava e dizia sobre morrer no deserto (Êxodo 14:11; 16:3; Números 14:2). A porta que estava aberta se fechou, o privilégio foi tirado e a palavra que saiu de seus lábios tornou-se a sentença de suas vidas (Números 14:2).

O decreto divino foi um amargo desapontamento para Moisés, Arão, Calebe e Josué, sendo que os últimos tiveram que acatar a decisão divina, andar errantes no deserto e esperar até que os muitos anos se passassem (Josué 14:7-10). O Eterno Deus perdoa nossas ignorâncias, mas infelizmente, existem coisas que jamais teremos a oportunidade de conquistar outra vez. É preciso entender que o Senhor os perdoou, mas permitiu que suas vidas se gastassem sem chegar ao lugar da promessa, até o dia de sua morte. Precisamos compreender que o perdão é concedido, mas algumas oportunidades jamais serão restabelecidas (Número 14:18-20). 

As atitudes podem tanto nos fazer decolar quanto sucumbir. A escolha é sempre nossa. Deus propõe, apresenta, revela. Nós precisamos decidir, escolher (Deuteronômio 30:19). O termo usado para confissão é “homologeo” (“homos”, o mesmo; “lego”, falar), que significa, literalmente, “falar de uma mesma forma, concordar, declarar, admitir”. Nossa confissão jamais pode ser diferente daquilo que Deus nos assegurou. Se Ele disser “vida” não podemos dizer “morte”. Se disser “vitória” não podemos pensar em “derrota”. Nossa confissão deve ser de acordo com aquilo que saiu da boca de Deus (II Coríntios 4:13b).

No momento em que os filhos de Israel resolveram recusar a terra, porque estavam amedrontados, eles desconsideraram toda a promessa que o Eterno lhes havia feito e anularam tudo o que viram da parte de Deus com apenas um Gesto. Embora a terra fosse habitada por gigantes e estivesse totalmente cercada, o povo deveria crer no que Deus disse (Deuteronômio 30:16-18). Por causa de sua incredulidade. Eles trocaram uma terra fértil e abençoada por túmulos nas areias do deserto.

Uma porta aberta nos fala de uma oportunidade específica para um propósito específico, em um tempo específico, em um lugar específico. Portanto, é algo que possivelmente não voltará a acontecer. Por isso, precisamos do entendimento de Deus e usar a autoridade que nos foi concedida. Precisamos entender o tempo que o Senhor Deus está nos indicando e atravessar pelas portas que o Eterno está nos abrindo (I Coríntios 16:9). Assim, não desperdiçaremos nossas vidas envolvidos com coisas que podem nos embaraçar, quando deveríamos realizar os propósitos de Deus para nós.

Existe um projeto divino para nossas vidas e será uma grande tragédia permitir que a vida passe sem descobrirmos a razão pela qual estamos aqui. Ter uma grande porta aberta é entender as grandes oportunidades que o Senhor Deus nos proporciona. Sem sombra de dúvida, Calebe e Josué se tornaram os destaques de uma geração. Eles traziam consigo a certeza de que Deus jamais falhou. Certamente, eles viram seus amigos e irmãos perecerem pela dureza de seus próprios corações. Algo que não precisava acontecer se eles tivessem aproveitado a oportunidade que lhes fora dada (I Coríntios 7:21).

Conclusão


Não devemos permitir que os gigantes nos impeçam de conquistar o que o Senhor tem para os Seus. Deus nos resgatou e nos nomeou para que frutifiquemos. Se estamos nEle, então que possamos crer, mesmo que tudo pareça contrário e impossível para nós.



Em sua infinita bondade e misericórdia, Deus criou um plano de salvação para a humanidade e cada geração desempenha seu papel para que este plano se torne conhecido em seu tempo. Quando uma geração não cumpre o seu propósito, os prejuízos são incalculáveis. Devemos ser espelhos para as próximas gerações, isto é, através das nossas atitudes anunciar as grandezas do Senhor, mostrando a necessidade constante de termos um relacionamento íntimo e profundo com Deus. Para uma maior compreensão desta verdade, participe neste domingo, 15 de janeiro de 2017, da Escola Bíblica Dominical.

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