segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Como a medicina explica a morte de Jesus?

Será que na noite de sua paixão, Jesus de fato suou gostas de sangue, após lhe ser revelado o sofrimento vindouro?

Para responder à esta pergunta, iremos recorrer aos escritos do Dr. Barbet, um docente médico-cirurgião francês, que por treze anos viveu em companhia de cadáveres e durante toda sua carreira estudou a anatomia humana, e nos traz algumas observações clínicas sobre a morte de Jesus, cuja agonia começou de fato no Jardim do Getsêmani e se estendeu até o calvário. O fenômeno raro de suar san­gue é chamado de "hematidrose", e só acontece em condições excepcionais. Para provocá-lo é preciso que o indivíduo se encontre em um estado de fraqueza física, acompanhado de abatimento moral vio­lento, causado por violenta emoção e grande medo. O terror e a angústia de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter produzido tal tensão, ocasionando o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas. O sangue mistura-se ao suor e se concentra na pele e então escorre por todo o corpo. Um fato que deve ser notado, é que este acontecimento foi relatado apenas em um dos evangelhos, e o único escritor que falou sobre isso, foi exatamente Lucas, que era um médico respeitado.

Mas o sofrimento de Jesus, estava apenas começando. Após ser enviado para Pilatos, ter sido por este julgado e condenado, ini­cia-se a mais sangrenta de suas flagelações. O flagelo era executado com tiras de couros sobre as quais eram feitos nós nas pontas ou fixado pequenos pedaços de ossos ou chumbo. Os carrascos iniciam o espancamento; e neste processo a pele se dilacera e se rompe, fazendo o sangue espirrar. A cada golpe Jesus reage num sobressalto de dor. As forças se esvaem, o suor frio desce pela face, a cabeça gira em uma vertigem de náusea e calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia numa poça de sangue.

Com longos espinhos, os algozes tecem uma espécie de capacete e o apli­cam sobre sua cabeça. Os espinhos penetram o couro cabeludo fazendo-o san­grar. Pilatos após mostrar este homem dilacerado à multidão, o entrega para ser crucificado.

É colocado sobre os ombros de Jesus, o braço horizontal da cruz, com um peso de cerca de cinquenta quilos. A outra estaca vertical já está no calvário. Je­sus vai caminhando com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular cheio de pequenas pedras. O percurso é de cerca de seiscentos metros, e Jesus fatigado, arrasta um pé após outro e freqüentemente cai sobre os joelhos. Seus ombros estão cobertos de chagas e quando cai por terra a viga lhe escapa e escorrega pelo dorso, esfolando-o.  

Chegando ao Calvário, os soldados retiram suas vestes, porém, sua túnica está colada nas chagas e tirá-la produz uma dor atroz, pois quem já tirou uma atadura de gases de uma ferida, sabe que cada fio do tecido adere à carne viva. Ao tirarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento e o sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas e suas chagas se incrustam de pedregulhos. Então ele é depositado sobre o braço horizontal da Cruz.

Os carrascos pegam um longo prego pontiagudo e quadrado, apoiam sobre o pulso de Jesus e com golpes de martelo o plantam e rebatem sobre a madeira. O rosto de Jesus se contrai assustadoramente. O nervo mediano foi lesado, uma dor aguda se difunde pelos dedos e espalha-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, pois, é proveniente de uma “sin­cope”, lesão dos grandes troncos nervosos que faz uma pessoa perder a consciência por causa da dor, o que não ocorre com Jesus. O nervo é destruído só em parte, a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego.

Quando o corpo for suspenso pela cruz, o nervo se esticará como uma corda de violino, e a cada movimento ou solavanco, vibrará desper­tando dores dilacerantes. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos pene­tram no crânio e a cabeça inclina-se para frente em razão da coroa ter um diâme­tro que impede de apoiar-se na madeira. 

Pregam-lhe os pés.

Ao meio dia, Jesus tem sede, pois não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo torna-se numa máscara de sangue, a garganta seca lhe queima, mas não pode engolir. Um soldado lhe estende numa ponta de uma vara uma esponja em­bebida numa bebida ácida e com efeito entorpecedor. Ele rejeita.

Um fenômeno ocorre no corpo de Jesus: os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando, os deltóides, os bíceps esticados são levantados, os dedos se curvam. Esta reação se assemelha a alguém infectado de tétano, num fenômeno que os médicos chamam de “tetania”. A respiração vai se fazendo pouco mais curta, o ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar semelhante a um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco torna-se vermelho, transformando logo após num violeta purpúreo e, enfim, cianótico. Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais se esvaziar.

A fronte está cheia de suor e os olhos saem fora da órbita. Lentamente com um esforço sobre humano, Ele toma um ponto de apoio sobre o prego nos pés, esforça-se a pequenos golpes e se eleva aliviando a tração dos braços. Os mús­culos do tórax se distendem, a respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.

E então, Ele usa todo este esforço para falar: - "Pai perdoa-lhes, pois não sa­bem o que fazem".

Logo após o corpo começa a afrouxar-se de novo e a asfixia recomeça. Cada vez que quiser falar, deverá elevar-se, tendo como apoio o prego dos pés.

A temperatura diminui: já são quase três da tarde, e ele já está na cruz a seis horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos lhe arrancam um lamento: -  "Deus meu, Deus meu, por que me desam­paraste?

E por fim Ele irrompe o silêncio da cruz pela última vez: - “Está consumado”. E num grande brado diz: - “Pai, nas tuas mãos Eu entrego o meu Espirito”.

E então, Ele expira, morrendo por mim e pro você.

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