A Arca da Aliança, (aróhn hab-beríth, no
original hebraico), era um objeto sagrado que representava a presença de Deus
no meio de seu povo, e fazia parte dos utensílios desenvolvidos para compor o
Tabernáculo. Era composta por uma caixa com tampa, com um metro e
onze centímetros de comprimento e sessenta e sete centímetros de largura e
altura, feitas de madeira de Acácia e revestida com ouro por dentro e por fora,
inclusive nas bordaduras. Sobre a tampa, também chamada de “Kapporeth”
ou “Propiciatório”, foi esculpida uma peça em ouro puro, formada por dois anjos
querubins ajoelhados um de frente para o outro, com as asas esticadas para
frente, ao ponto de se tocarem nas extremidades, como se protegessem o que
estava dentro da caixa. Para o seu transporte foram construídas quatro argolas
de ouro nas laterais, que eram transpassados por varas de Acácia também
recobertas de ouro, que permitiam a condução do objeto com facilidade, já que
segundo o registro mosaico, a Arca da Aliança tinha a capacidade de
“flutuar”. Dentro da Arca, foram depositados três elementos de grande
importância da fé judaica e de simbolismo expressivo para todo cristão: a tábua
contendo os dez mandamentos, o cajado de Arão que milagrosamente floresceu e
produziu amêndoas, além de um jarro contendo porções do maná.
Uma vez que o povo israelita adentrou em Canaã, a Arca passou
a ser alocada em templos de adoração, sendo muitas vezes levada para a guerra,
como um apoio espiritual. Em um desses confrontos, os filisteus se apoderaram
da Arca, que ficou distante de Jerusalém por muitos anos. Foi apenas no reinado
de Davi que a Arca voltou para casa, encontrando, posteriormente, uma morada
definitiva no Templo de Salomão. Mas onde está a Arca da Aliança hoje?
Antes de mais nada, é preciso
deixar claro que esta é uma pergunta impossível de ser respondida, já que a
localização deste artefato sagrado é um mistério que fascina teólogos,
estudantes da Bíblia e arqueologistas por vários séculos, sem nunca ser
elucidado. Tudo que podemos fazer é listar uma série de possibilidades
históricas e literárias e deixar com que cada um tire sua própria conclusão.
O livro de II Crônicas 35:1-6,
faz um registro que no décimo oitavo ano do reinado de Josias em Judá, o rei
ordenou que os responsáveis por cuidar da Arca retornassem ao templo de
Jerusalém, e esta é a última citação história registrada na Bíblia sobre tal
objeto. Sabemos que quarenta anos depois, o rei da Babilônia, Nabucodonosor,
subjugou a cidade, saqueou o templo e ateou fogo em toda Jerusalém. Porém, o
paradeiro da Arca permaneceu um segredo.
Uma das primeiras teorias é que o
Faraó Sisaque teria roubado a Arca durante o reinado de Roboão, e ela teria
permanecida escondida no Egito.
No livro apócrifo de II Macabeus,
é registrado que antes da invasão babilônica, Jeremias teria tido uma revelação
especial, e escondido a Arca em uma caverna situada no Monte Nebo.
Os rabinos Shlomo Goren e Yehuda
Getz defendem a ideia que a Arca está escondida embaixo da montanha do Templo,
local onde foi enterrada para que Nabucodonosor não pudesse encontrá-la.
O explorador Vendyl Jones
acredita que um artefato encontrado entre os pergaminhos do Mar Morto, o
misterioso “Pergaminho de Cobre da Caverna 3”, é na verdade um mapa que detalha
o local onde estão escondidos vários tesouros retirados do templo antes da invasão
babilônica, incluindo a Arca da Aliança.
Um antigo correspondente do
jornal “O Economista” chamado Graham Hancock, que trabalhou por muitos anos na
África Oriental, publicou no ano de 1992 um livro chamado “O Sinal e o Selo: A
busca da Arca da Aliança”, no qual argumentou que a Arca tinha sido armazenada
numa igreja da cidade de Askum, na Etiópia. Esta mesma tese é defendida pelo
famoso explorador Robert Cornuke.
O arqueologista Michael Sanders,
acredita que a Arca está escondida em um templo primitivo do Egito na vilagem
israelita de Djaharya.
Uma tradição irlandesa, acredita
que a Arca está enterrada sob o Monte de Tara, na Irlanda.
Ron Wyatt afirmou que já viu a
Arca da Aliança enterrada sob o Monte Calvário, e Crotser que já a
visualizou no Monte Pisgah, perto do Monte Nebo.
Muitos acreditam que a Arca da
Aliança tenha sido levada para Roma, e faça parte dos tesouros ocultos dos lendários
“Cavaleiros Templários”. Outros apontam a própria Babilônia como o destino da
Arca.
Porém, uma das mais aceitas
explicações para o destino da Arca, vai muito além de teorias humanas e
posições geográficas, e está baseada em uma das visões de João, na ilha de
Patmus. Nela, o apóstolo relata ter visto a Arca da Aliança no Templo de Deus
no céu. Esta tese parte do princípio que, sendo a Arca de grande importância e
detentora de objetos preciosos, Deus teria a levado para um lugar onde nenhum
ser humano tivesse acesso. O relato de João está em Apocalipse 11:19: "E abriu-se no céu o templo de Deus, e
a Arca do seu concerto foi vista no seu templo..."
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